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domingo, 18 de agosto de 2013

PORNOGRAFIA – INTEGRIDADE E SANTIDADE EM PERIGO. FAMÍLIAS POR UM FIO...

Definições:

1. Violação ao pudor, ao recato, à reserva, socialmente exigidos em matéria sexual; indecência, libertinagem, imoralidade.  
2. Qualquer coisa feita com o intuito de ser pornográfico, de explorar o sexo tratado de maneira chula, como atrativo (p.ex., revistas, fotografias, filmes, etc.) 
                                                        (Dicionário Houaiss)




Em 2010 uma pessoa passou em média 18hs On line.

Diariamente 2.5 bi e e-mail pornográficos circulam na NET.

O Primeiro contato com a pornografia é com 9 anos.

90% das crianças de 8 a 16 anos já viram alguma forma de pornografia.

77% dos adolescentes afirmam ter tido contato  com pornografia antes dos 18 anos pela INTERNET.

80% dos jovens de 15 a 17 anos foram expostos à pornografia EXTREMA.

O vício da pornografia aumenta em 300% a infidelidade.

De acordo com academia americana de advogados 68% de todos os divórcios envolveu um amante na INTERNET.

Pesquisas de 2002 afirmam que 30% dos pastores viram pornografia nos últimos 30 anos.

20% das mulheres sofrem com o vício da pornografia.

O termo mais procurado nos sites é “sexo”.


Fonte: Pr. Josué Gonçalves


terça-feira, 13 de agosto de 2013

O Pai Desconhecido


É verdade que Deus é Rei dos reis, Senhor dos senhores, Todo-poderoso, Altíssimo, três vezes Santo, sobremodo tremendo (Sl 111.9) e Deus zeloso que visita a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que o aborrecem (Êx 20.5).

Mas Ele é Pai também e deve ser tratado como tal.
Por que não consideramos Deus Pai? Por que não nos relacionamos com Ele como filhos? Por que não o buscamos como nosso Pai?

Talvez seja por falta de informação ou por informação equivocada – talvez nos tenham comunicado apenas a santidade de Deus, e não a sua misericórdia; talvez só a sua severidade, e não a sua bondade; talvez só o seu castigo, e não o seu perdão. Nesse caso, é necessário romper com a informação incompleta e abraçar novos conceitos, embora tão antigos quanto os primeiros conceitos. A reviravolta pode ser difícil, mas é a única saída.

Jesus fez um esforço constante para nos passar a ideia da paternidade de Deus. Muitas vezes, Ele se dirigia aos discípulos referindo-se sempre a Deus como “o vosso Pai” ou “o teu Pai”. Só no Sermão da Montanha, essa curta expressão aparece quinze vezes, especialmente no capítulo 6 de Mateus (versos 1, 4, 6, 8, 14, 15, 18, 26 e 32).

A palavra mais direta e encorajadora está no modelo de oração que Jesus oferece: “Portanto, orem assim: ‘Pai nosso, que estás no céu...’” (Mt 6.9, NTLH).

Quase sempre, principalmente na introdução de cada Epístola (Rm 1.7; 1 Co 1.3; 2 Co 1.2; Gl 1.3-4; Ef 1.2; Cl 1.2; 1 Ts 1.3; 2 Ts 1.1), Paulo se refere a Deus chamando-o de “nosso Pai”, tanto Pai dele próprio como dos irmãos em Cristo. O apóstolo garante que Deus é “nosso Pai” e “Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Co 1.2-3). Isso abre caminho para ele declarar com toda ênfase: “Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo” (Rm 8.17).

A questão é de vital importância, tanto na doutrina como na prática. Nosso relacionamento com Deus não é uma relação com uma força impessoal, não é com um Deus distante, não é com um Deus inclemente – é com um Deus que nos permite chamá-lo de Aba (Rm 8.15), que em aramaico quer dizer Pai.

Para que não haja nenhuma dúvida, nenhuma hesitação, nenhum receio e nenhum acanhamento, as Escrituras ensinam que “o próprio Espírito [o Espírito de Deus] se une a nosso espírito, atestando [ou assegurando, ou afirmando, ou testemunhando, como aparece em outras versões] que somos filhos de Deus” (Rm 8.16, CNBB).

Se Deus é nosso Pai, então podemos chorar na presença dele, podemos confessar pecados e pedir perdão, podemos abrir nossa alma e derramar perante Ele nossos sustos e medos, podemos pedir-lhe conselho e orientação, podemos segurar a sua mão e nos colocar a caminho.

O grande desafio de Paulo no areópago era apresentar o Deus Desconhecido aos atenienses (At 17.23) e nas cartas é apresentar o Pai Desconhecido aos crentes.


Autor: Pr. Elben M. Lens Cézar

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

REPENSANDO O CRISTIANISMO NA PÓS-MODERNIDADE

Tema: A Igreja e a Pós-Modernidade

Texto: Rm 12.1-2; I Co 3.10-15

              Imagem: aceitojesuscristo.blogspot.com

Introdução: É inegável que estamos vivendo uma transição socioeconômica e cultural, sem precedentes na história da humanidade. As conquistas dos últimos 50 anos, superaram todos os séculos passados, em desenvolvimento e expansão do conhecimento humano. O modernismo se identificada com a globalização, Internet, turismo espacial, código de DNA, clonagem, sistema integrado de mídia, novas tecnologias,  etc.. Há um progresso desenfreado, porém profundamente egoísta. A Pós-modernidade traz consigo quebra de princípios, inclusive cristãos, e vem como uma avalanche. Muitos cristãos estão atordoados. Vivemos uma ruptura das hegemonias denominacionais.  Cantores cristãos com fã clube. Vivemos a era da informação, a qual está duplicando a cada década...

I – A IGREJA E A PÓS-MODERNIDADE

1. Vamos nos atrasar ou acompanhar os novos tempos, sem romper com a Palavra de Deus? Sejamos cônscios, o Evangelho de Cristo, permanecerá como a nossa bandeira de luta.

2. Afirmar que o Pós-Modernismo é um mal em si mesmo, estaremos excluindo a responsabilidade individual, sobrecarregando o coletivo, perdendo-nos no anonimato generalizado. Como ser inteligente criado por Deus, o homem tem é que desenvolver suas aptidões. Se expandir nestes novos tempos.

3. O dilema - Se a Igreja entra na onda da Pós-modernidade, o que acontecerá com as pessoas que não conseguem acompanhar as mudanças? Mas, se a Igreja tomar uma posição de clausura, como alcançará aquelas pessoas que já estão envolvidas nestas mudanças sociais e comportamentais?

4. Desde a Modernidade e com a Pós-modernidade há pecados tomando cara nova, como que deixando ser pecado, identificamo-los no liberalismo, hedonismo, mundanismo, relativismo. Igrejas com dirigentes, porém sem lideranças. Há muita preocupação com exterior, o homem interior, a cada dia mais fraco, debilitado.

II - TRAÇOS DA SOCIEDADE ATUAL

1. Com a explosão do conhecimento, fragmentada na aceleração dos ritmos das mudanças, praticamente tudo está mudando velozmente, temos então, a sociedade do descartável, seja objetos, pessoas e instituições...

2. O capitalismo induz as pessoas a um consumo desenfreado e insaciável. Altamente valorativa do modo ter sobre o ser. Entramos na era do dinheiro virtual.

3. Afirmou o psicanalista brasileiro Renato Mezan “o progresso coletivo das condições de vida não é suficiente para proporcionar felicidade psíquica permanente". O que traz segurança ao homem é uma experiência pessoal com Deus. E só é possível pelo o único caminho - Jesus Cristo - o mediador legítimo entre Deus e os homens (Jo 14.6).

4. Os relacionamentos humanos são a cada dia, mais superficiais. Nunca se alisou tanto o ego humano, através de técnicas de relaxamento, tentando erguer a sua autoestima.

5. Não há limites na busca de vencer mal-estar que a oprime, mesmo atropelando a Ética e a Moral. Casamentos oficiais entre pessoas do mesmo sexo. Trocas de parceiros entre casados. A prática do sexo entre namorados, com apoio de muitos pais. Lésbicas já procuram uma companheira em programas de televisão, ao vivo.  O ativismo gay está impondo a sociedade a mentira velada de que ser gay é normal.

6. Há um mal-estar à nossa volta pelo descompromisso reinante. Insensível, porém sensual e irresponsável.

7. É uma sociedade desnorteada, porque não oferece rumos identificáveis.

III -  O EVANGELHO DE JESUS CRISTO E O HOMEM PÓS-MODERNO.

1. Não precisa renovar seus conceitos.
2. Não precisa de inovações religiosas.
3. Não precisa de novas crendices.
4. Ou ele está encoberto para os que se perdem, ou ele está descoberto para os que se salvam.
5. São as boas novas de salvação, por excelência, para toda humanidade.
6. E permanece contendo uma declaração de salvação para os que crêem, porém uma sentença de condenação para os que o rejeitam.

IV – REAFIRMANDO VALORES INSUBSTITUÍVEIS.

1. A igreja evangélica precisa ser reconhecida por todos, não por alguns, como a reserva moral e espiritual da sociedade hodierna. Isso depende do meu e do seu testemunho cristão.
2. Será ainda as Escrituras a nossa regra de fé e prática cristã? Charles Swindoll escreveu o livro “Firme seus Valores” - e não é fácil fazê-lo, principalmente valores morais, éticos e espirituais. E a oração, o jejum, a comunhão no templo e demais atividades no Reino de Deus? Lembremo-nos: com a explosão do conhecimento tudo ou quase tudo está se tornando descartável.
3. Não basta sermos Igreja Militante, melhor é sermos participantes da Igreja Triunfante, que ascenderá ao céu quando soar a trombeta.

                           CONCLUSÃO REFLEXIVA

1) Do modo como estamos vivendo a vida cristã, como também fazendo a obra de Deus, até onde estamos edificando?  Estamos expandindo o reino de Deus ou estamos estagnados.

2) Nenhuma nova estratégia, nova abordagem de trabalho no Reino de Deus, substituirá a unção do Espírito na vida e sobre a Igreja de Cristo (Missionária Izabel Zwahlen).

3) Verdades históricas do Cristianismo, as quais suas grandes defesas, estão sendo obscurecidas por um evangelho de vantagens, mercadológico, de milagres questionáveis, não sacrificial, sem compromisso com o arrependimento e a conversão.
 
4) Jesus Cristo é o único fundamento. Não abramos mãos um milímetro deste referencial bíblico.  Não percamos a visão do calvário.

I Co 3.10-11 – “Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo”.

SUBSÍDIOS:

A Idade Moderna – Foi um período predominante do século XV ao XVIII. Fundados em movimentos como: Renascença, a Reforma Protestante, a Contrarreforma, o Iluminismo, Antropocentrismo, Ceticismo, novas ideologias políticas e econômicas, Revolução Industrial, etc...

Pós-modernidade – Da metade do Século XX em diante - Resulta da influência dos vários "ismos" (sistemas de ideias e pensamentos consolidados como regra de um grupo...). A Pós-modernidade se caracteriza pela superficialidade, a predominância de uma visão de mundo destituída dos valores cristãos, tem base na pseudo Revolução Sexual (1948  - Relatórios Alfred Kinsey, o mito dos 10...), no relativismo, sem lugar para o certo e o errado, com ênfase na valorização das questões existenciais e a insatisfação recorrente que alimenta toda forma de idealização humana.  São implicações da Pós-modernidade:

O conceito de família foge dos padrões tradicionais e a sociedade em geral se robotiza pelo alto grau de facilidade da vida humana.

A prevalência da visão naturalista que, reduz os fenômenos, por um encadeamento mecânico (teoria da evolução orgânica), a fatos do mundo concreto material sem a intervenção de nenhuma causa transcendente. Busca-se excluir a possibilidade da existência do Criador.

No naturalismo a vida humana se reduz a um simples ato da natureza e passa a ter a mesma importância da vida de qualquer animal. O Criacionismo ensina que os animais foram criados por Deus, contudo o homem foi feito à sua imagem e semelhança, de modo que ele é um ser distinto dos irracionais. No evolucionismo, todavia, todos somos iguais. Aplica-se até a lei do mais forte, alinhando a vida humana racional à cadeia alimentar dos irracionais. 


Por Samuel P M Borges


Bacharel em Direito e Teologia

Natal/RN - 05/08/2013 - Revisão em 23/07/2023.

domingo, 4 de agosto de 2013

Sete alimentos que ajudam a combater o mau hálito

                                                    Imagem: Hypescience.com

Embora alguns alimentos, como alho e cebola, possam causar mau hálito, a razão mais comum para esse mal quando ele se torna frequente é a falta de Higiene bucal, principalmente da língua. A dentista Michelle Davanço, especializada em estomatologia e profissional da Clínica Steticlin, conta que, muitas vezes, a halitose torna-se tão habitual que o portador nem a percebe mais. Nesse caso, fique atento ao alerta de colegas e procure um dentista. Mas, quando ela é resultado de um simples imprevisto que nos impede de escovar os dentes, você pode investir em alguns alimentos para deixar sua boca mais agradável. Confira:

Maçã, cenoura e pepino

Quando comidos crus e com casca, a maçã, a cenoura e o pepino realizam uma espécie de raspagem dos dentes que complementa a ação de limpeza do fio dental. Dessa forma, impede o acúmulo de bactérias e livra de possíveis odores indesejados.

Para se ter noção de como é imediato o resultado dessa interação, experimente consumi-los quando sentir que os seus dentes estão um pouco ásperos, o que evidencia a formação da placa bacteriana. Após o consumo, passando a língua por eles novamente, você os sentirá lisinhos. Não é à toa que, como explica a dentista Michelle, esses alimentos são comumente chamados de "detergentes".

Chá de boldo

Embora façamos uma associação direta e exclusiva entre o mau hálito e a boca, segundo Marcio Augusto, dentista especializado em halitose, o odor exalado também pode ser potencializado pela má digestão. Isso ocorre quando gases produzidos no intestino são incorretamente desviados para o estômago e, então, liberados pelas vias respiratórias, situação comum em pessoas de mais idade. Nesse caso, o chá de boldo pode ser de grande ajuda, uma vez que estimula esse processo, prevenindo, consequentemente, essa situação desagradável.

Gengibre

Você provavelmente já viu o gengibre presente na categoria de alimentos antioxidantes, anticoagulantes, entre outras. Acontece que ele também atua como um ótimo adstringente natural, por estimular alguns processos digestivos, como explica a nutricionista Daniela Cyrulin. Desse modo, levar balinhas de gengibre na bolsa ou na mochila ou até mesmo acrescentá-lo às refeições pode ser uma estratégia para combater o mau hálito.

Iogurte natural sem açúcar

Uma causa bastante comum do mau hálito é o elevado nível de gás sulfídrico em nosso organismo. Ele é resultante dos processos metabólicos anaeróbicos - que ocorrem na ausência de ar - do nosso corpo. "Nesse caso, o iogurte natural sem açúcar pode ser a grande solução, uma vez que ele age reduzindo os níveis desse gás que tem odor similar ao de ovo podre", aponta Daniela.

Suco de limão

O limão tem poder adstringente e bactericida, eliminando bactérias presentes na boca e em todo o sistema digestivo. Essa fruta ainda atua como reguladora do intestino, responsável por produzir diversos gases que muitas vezes acabam sendo eliminados pelas vias respiratórias. Para facilitar o seu consumo, vale acrescentá-lo às refeições e até pedir um suco adoçado.

Hortelã

A hortelã é amplamente utilizada em tratamentos medicinais, mas também é dotada de diversas propriedades que estimulam o sistema digestivo, além, é claro, de ter um aroma agradável. Dessa forma, ao mastigar as folhas dessa planta, você direciona o suco formado pela saliva para o estômago, acelerando a digestão, e ainda fica com aquele gostinho de frescor na boca. Precisa explicar por que ela está presente em balas, enxaguantes bucais e pastas de dente?

Água

Você provavelmente já percebeu que, mesmo escovando os dentes antes de dormir, sempre acorda com mau hálito. De acordo com a dentista Michelle, isso é completamente normal, pois, quando dormimos, os processos fisiológicos do nosso corpo desaceleram, diminuindo o ritmo até mesmo da salivação, o que promove a proliferação de bactérias bucais.


Por isso, beber bastante água durante o dia é uma ótima saída para evitar a halitose, pois estimula as glândulas salivares e ainda ajuda a eliminar resíduos de todo o nosso organismo, inclusive, da boca.

domingo, 21 de julho de 2013

Descubra qual é o seu salário...


Salário Cebola - Você pega, olha e chora…

Salário Cafajeste - Não te ajuda em nada, só te faz sofrer, mas você não vive sem ele!

Salário Brasil - Você acha que um dia ele vai melhorar…

Salário Futebol - É uma caixinha de surpresas.

Salário Regime - Com ele, você come menos.

Salário Ateu - Você prefere nem acreditar…

Salário Menstruação - Vem uma vez por mês e dura menos de uma semana.

Salário Utopia –  Com ele atendo as minhas imaginações.


terça-feira, 16 de julho de 2013

REPENSANDO A SEXUALIDADE SADIA

A construção de uma sexualidade relacional

Por Carlos “Catito” e Dagmar Grzybowski
O compositor e cantor baiano Raul Seixas afirmava em uma de suas músicas que ele preferia ser uma “metamorfose ambulante”. Na verdade o ser humano é realmente um ser em contínua construção. A cada novo dia, a cada nova experiência, a cada novo relacionamento, nós somos transformados. Nossa sexualidade é parte inseparável desta construção.

A ideia de uma sexualidade estática e imutável adquirida nos primeiros anos da infância é bastante questionável do ponto de vista das teorias mais atuais no campo da psicologia, como a Teoria Sistêmica.

Em outra perspectiva, o reducionismo fisiologicista que observamos hoje em muitos campos das ciências do comportamento e especialmente da mídia quer nos levar a pensar que a sexualidade é algo exclusivamente sensorial e orgânico,  nada mais equivocado! O principal agente construtor da sexualidade é a mente. É por meio dela que somos capazes de evocar sentimentos de desejo ou repulsa, de excitação ou aversão, de amor ou ódio.

Todavia a mente humana é extremamente complexa e construída a partir de influências genéticas, ambientais, familiares, sociais, religiosas, culturais e uma infinidade de outros fatores que vão moldando nossa forma de perceber a realidade. Logo, a sexualidade humana é algo de grande complexidade. Reduzi-la a uma dimensão meramente fisiológica é rebaixar o ser humano de sua condição primordial de “homo sapiens sapiens” e animalizá-lo.

Assim, a sexualidade humana deve ser compreendida dentro desta condição de complexidade intrínseca a ela. Simone de Beauvoir afirma categoricamente: “A gente não nasce mulher, torna-se mulher”.1 Pode-se dizer o mesmo de qualquer outra expressão da sexualidade.

Acima de tudo, porém, a sexualidade precisa ser compreendida dentro da dimensão da relacionalidade. Somos seres relacionais e a sexualidade é uma das expressões de nossos relacionamentos. O outro é que me constitui: só me torno marido diante de uma esposa.

As mudanças sociais das últimas décadas, com excessiva ênfase no individualismo, transformaram a sexualidade de uma expressão relacional em uma expressão objetal, ou seja, em vez de o outro me constituir, torna-se um objeto para meu uso, na busca de um desfrute sensorial/fisiológico. Essa busca é sempre insaciável e neste viés surgem todas as perversões e a indústria da pornografia.

A sexualidade relacional é aquela que, antes da penetração genital, busca a interpenetração de “outros orifícios” relacionais: a interpenetração do olhar, que atravessa o “orifício” da pupila e enxerga e deixa enxergar a alma (Mt 6.22); a interpenetração do falar, que atravessa o orifício auditivo e toca o mais profundo do ser (Pv 16.24) -- não apenas a pele. Para estas outras interpenetrações são necessários tempo e diálogo fecundo. Não acontecem em um primeiro encontro -- nestes encontros rápidos com finalidade sexual, o máximo que se obtém é o orgasmo fisiológico, e a verdadeira celebração da sexualidade é muito superior a isso.

É necessária uma nova reflexão (Rm 12.2) sobre a sexualidade, fugindo da superficialidade de binarismos como “homo x hetero”, que só causam discussões reativas e pouco produtivas. Pensar na sexualidade como uma construção complexa e permanentemente mutante, cujo elemento motriz é o “relacional”, é o desafio.

Nota

1. BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo. Trad. Sérgio Milliet. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980. v. 1.
• Carlos “Catito” e Dagmar são casados, ambos psicólogos e terapeutas de casais e de família. São autores de Pais Santos, filhos nem tanto.

Fonte: Revista Ultimato julho-agosto 2013


terça-feira, 9 de julho de 2013

Quem cura quem? A “cura gay” coloca os psicólogos no armário


O projeto de lei pejorativamente denominado de “cura gay”, aprovado no último dia 18 na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, ganhou protestos nas ruas e discussões no país nas últimas semanas. De autoria do deputado federal João Campos (PSDB-GO), ele, na verdade, pretende dar mais liberdade a pacientes homossexuais que queiram buscar ajuda de psicólogos.

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (2) por votação simbólica requerimento do autor do projeto para que o texto fosse retirado de tramitação. Com a retirada de pauta, um projeto com o mesmo teor só poderá voltar a ser apresentado em 2014. Se o projeto tivesse sido votado e rejeitado pela maioria dos deputados, um texto semelhante só poderia ser protocolado na próxima legislatura, a partir de 2015.

Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos (CPPC) se manifestou diante do polêmico projeto de lei na declaração a seguir.

Sobre o projeto de decreto legislativo, PDC 234/2011, do Deputado João Campos, e a Nota de Esclarecimento emitida pelo Conselho Federal de Psicologia em 07/05/2013.

A propósito de polêmicas sobre o Projeto de Decreto Legislativo – PDC 234/2011, do Deputado João Campos, que pretende sustar os artigos 3° e 4° da Resolução 001/99 do Conselho Federal de Psicologia (CFP), por considerá-los restritos à liberdade de atuação dos psicólogos, e, considerando a Nota de Esclarecimento emitida pelo Conselho Federal de Psicologia em 07/05/2013 com título “Resolução do CFP não impede atendimento a pessoas que queiram reduzir seu sofrimento psíquico causado por sua orientação sexual”, o Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos (CPPC), como o fórum permanente de discussões de interface ciência psi e fé cristã, vem a público dizer que:

O Projeto do Deputado João Campos em seu texto repercutiu vozes insatisfeitas com a redação de partes da Resolução, especialmente o parágrafo único do artigo 3° que diz: “Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades.” Esta redação peca por imprecisão e coerção à livre discussão de ideias e de práticas clínicas, essenciais para o avanço de ciência psicológica. Desta forma gerou insegurança em muitos que atendem pessoas insatisfeitas com suas práticas sexuais geradoras de sofrimento psíquico e que buscam vivenciá-las adequadas ao seu sistema pessoal de valores. Vale lembrar que o artigo 2°, letra b, do Código de Ética veda o psicólogo de induzir seu paciente e convicções religiosas como proíbe à indução de convicções políticas, filosóficas, morais e ideológicas e de orientação sexual;

Relembra que o psicólogo trabalha a partir da demanda e da queixa do seu paciente, e sempre dentro do marco epistêmico da psicologia, como um agente facilitador na superação do sofrimento e do mal-estar psíquico e na promoção do seu bem-estar, respeitando e preservando sempre a subjetividade e os valores do paciente. Entende que da mesma forma que um psicólogo não pode fundamentar seu trabalho a partir de suas crenças religiosas nem discriminar negativamente um paciente homossexual, depreciar sua orientação sexual ou comportamento, nem induzi-lo a procurar tratamentos não solicitados, será igualmente antiético tratar crenças e os valores de fé do paciente como expressões patológicas, de subdesenvolvimento psíquico, ou induzi-lo a se comportar de maneira contrária a sua fé e religião;

Considera a atual redação do parágrafo único do Artigo 3° e o Artigo 4° como geradora de insegurança jurídica para os profissionais da psicologia, configurando um ato de censura prévia ao pensamento e exame de questões relativas à sexualidade. Propõe que seja integrada, ao artigo 3° da Resolução, o seguinte teor da Nota de Esclarecimento do CFP sobre a Resolução: “Esta norma não proíbe as (os) psicólogas (os) de atenderem pessoas que queiram reduzir seu sofrimento psíquico causado por sua orientação sexual, seja ela homo ou heterossexual, nem tampouco, pretende proibir as pessoas de buscarem o atendimento psicológico”. 
E ao Art. 4° que diz: “Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica”, propõe que se adicione o seguinte Parágrafo Único: “Esta norma preserva o direito e dever de liberdade de pesquisa, discussão e expressão em questões da sexualidade humana”. Desta maneira o PDL 234/2011 perderá sentido e se esvaziará.

O CPPC manifesta sua disposição para colaborar no diálogo produtivo isento de preconceitos.

Curitiba, 18/06/2013.

Atualizado em 08/07/2013.

Fonte: HTTP://www.ultimato.com.br/conteudo
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