
João 11.21-26 – “Disse, pois,
Marta a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas também agora sei que tudo quanto pedires a
Deus, Deus te concederá. Disse-lhe Jesus: Teu irmão há de ressuscitar.
Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia.
Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que
esteja morto, viverá; E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca irá morrer.
Crês tu isto?”.
Introdução
1.Jesus fez a declaração “Eu
sou a ressurreição e a vida” no contexto dos acontecimentos da doença, morte,
sepultamento e ressurreição de Lázaro.
2.Durante o ministério do
Senhor Jesus aqui na Terra, diversas vezes Ele foi chamado para curar os
enfermos, ou libertar os endemoninhados, como ocorreu com Jairo, que foi chamar
a Jesus para curar a sua filha (Mt 9.18; Mc 5.22,23; Lc 8.41,42); o centurião
romano, que intercedeu pelo seu servo (Mt 8.5,6; Lc 7.1-3); a mulher cananeia,
que intercedeu por sua filha que estava endemoninhada (Mt 15.21,22; Mc
7.24,25); e tantos outros...
3.Ninguém jamais, diante do fato da morte, fez tal
declaração: “Eu sou a ressureição e a vida”. Ou seja, só Jesus bateu de frente
com a morte e a derrotou, inclusive ao ressuscitar dos mortos.
4.Morte na Bíblia sempre tem o
sentido de separação – Nunca de aniquilamento, destruição,
eliminação plena, seja em relação à queda (refiro-me ao extremo no ensino da
depravação total, de Agostinho, de João Calvino, extinguindo no homem a
capacidade de decidir e fazer escolhas), seja no destino dos mortos ímpios (no aniquilacionismo,
extinção do espírito e alma), como punição divina contra o pecado na condenação
final.
Todo aquele que ouvir
atentamente, com sede de Deus (Jo 7.37; Rm 10.16-17; Ap 3.20;22.17), a pregação da
Palavra, pode ser convencimento pelo Espírito ao arrependimento (Jo 16.8-11; Mc
1.15) e salvo pela graça, mediante a fé (Jo 3.16; Ef 2.8).
Nota 1 - A morte sim, como consequência da queda, será aniquilada (vencida,
derrotada), bem como aquele que detinha o império da morte (I Co 15.26; 52-58; Hb
2.14).
I – A Morte: Uma realidade comum a todos os
homens.
1.A morte é a separação da
alma e espírito do corpo (Tg 2.26). Ela entrou no mundo como uma consequência
do pecado (Gn 2.16,17; 3.19; Rm 5.12; 6.23). Todos nós estamos sujeitos a morte
física (Hb 9.27).
2.Há exceções, nem todos hão
de experimentá-la, como ocorreu com Enoque e Elias (Gn 5.22-24; Hb 11.5; 2Rs
2.11); e em breve com os salvos, por ocasião do Arrebatamento (I Co 15.51; I Ts
4.16,17).
3.Lázaro, amigo de Jesus (Jo
11.3b,36) irmão de Marta e Maria, toda a família (Jo 11.3-5), embora fosse amada
por Jesus não estava isenta do fenômeno morte. Lázaro experimentou tristeza,
aflição, enfermidade e a morte.
4.“Esta enfermidade não é para
morte, mas para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por
ela” (Jo 11.4). Isso ocorreu também com o cego de nascença (Jo 9.2-3).
Nem toda enfermidade é uma
consequência direta do pecado e nem toda ela resultará em morte, mas, para que
o Nome do Senhor seja glorificado, quer seja através de uma cura ou mesmo de
uma ressurreição.
Quando Jesus chegou em
Betânia, tanto Marta como Maria disseram: “Se tu estivesses aqui, meu irmão não
teria morrido” (Jo 11.21,32). Acreditavam que Jesus era poderoso para curar. O
que elas não imaginavam, era que Jesus iria ressuscitar o seu amigo Lázaro,
mesmo depois de haver sido sepultado há quatro dias (Jo 11.39).
Nota 2 - Segundo
algumas fontes, havia uma crença entre os judeus de que até o terceiro dia a alma
pairava perto do corpo, para que não se cogitasse uma explicação natural, Jesus
só o ressuscitou no quarto dia, já o corpo em estado de putrefação.
A declaração de Jesus – Eu Sou a ressurreição e
a vida – Dois fatos extraordinários.
a) Primeiro, Jesus revela seu
poder soberano sobre a vida e a morte. Ao declarar-se como sendo a ressurreição, Ele
afirma que é a fonte de vida, tanto física como espiritual.
b) Segundo, Jesus faz
promessas quando diz: ‘Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá’. A quem
são feitas essas promessas senão ‘a aquele que vive e crê em mim’, ou seja,
aquele que crê em Jesus recebe vida física e spiritual”.
c) Então, para quem crê em
Jesus, a morte física não é um fim trágico. É, pelo contrário, a admissão à
vida eterna e abundante na presença de Deus. Significa que o crente terá um
corpo imortal e incorruptível (1Co 15.42-24), que não poderá morrer, nem se deteriorar
(Rm 8.10; II Co 4.16).
5. Jesus chorou – É
relevante destacar, o verbo ‘chorou’ (do grego dakruo):
a) Indica que, a princípio
Jesus derramou lágrimas e depois pranteou em silêncio. E é consolador ver Jesus,
o Filho de Deus, vivenciar a dor e o sofrimento daqueles que esperam nele.
b) Ao mesmo tempo, as lágrimas
revelavam sensibilidade, compaixão e a humanidade de Jesus. A sua humanidade não era fictícia.
c) Suas lágrimas também foram causadas pela tristeza pelos
danos causados pelo pecado e pela morte” (Pearlman, 2006, p. 139).
6.A oração de Jesus - Depois
de ordenar que tirassem a pedra do sepulcro, Jesus levantou os olhos para o céu
e orou, dizendo: “Pai, graças te dou, por me haveres ouvido. Eu bem sei que
sempre me ouves, mas eu disse isso por causa da multidão que está ao redor,
para que creiam que tu me enviaste” (Jo 11.41,42).
Não foi uma petição, e sim,
ação de graças pela petição respondida. A oração proferida em público deu aos
presentes a oportunidade de averiguar se Jesus era um impostor a ser rejeitado
ou o Messias a ser aceito e adorado (Pearlman, 2006, p. 137).
O milagre da ressurreição de
Lázaro selou, atestou a afirmação de Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida”. Foi
uma demonstração daquilo que Deus fará com todos os crentes que morreram, pois
eles, também, ressuscitarão dentre os mortos (Jo 14.3; I Ts 4.13-18). E temos o
penhor da própria ressurreição de Cristo (I Co 15.12-20).
III – Definição de Ressurreição – Tipos e
exemplos bíblicos.
1. Enquanto a morte é a separação da alma e espírito do
corpo (Tg 2.26), a ressurreição é o retorno da alma e espírito ao corpo físico.
“Do latim ressurectio” - significa volta miraculosa
à vida.
Nota 3 – O
milagre está propriamente na ressureição do corpo do salvo em Cristo. Coloca
por terra a crença na reencarnação de voltar à vida em outro corpo, sendo outra
pessoa ou até um animal. Na teologia bíblica o corpo faz parte da identidade e personalidade do indivíduo cristão ou não. Alma e espírito são imortais. E podem sofrer condenação divina (Mt 10.28). Porém, só Deus é eterno.
2.Nas Sagradas Escrituras, a ressurreição pode ser encarada
de duas maneiras distintas:
a) No primeiro caso, a
ressurreição funciona como um milagre, cujo objetivo é glorificar a Deus e
levar os pecadores ao arrependimento (Jo 11.45).
Nota 4 - Os
fariseus formaram conselho para matar Jesus, temendo perder os cargos
religiosos e civis (Jo 11.47-48). E também a Lázaro, porque muitos judeus por
causa dele, criam em Jesus (Jo 12.10-11).
b) “No segundo, a ressurreição
é geral e marcará o início do processo que culminará na retribuição eterna (Ap
20.11-15)”.
c) A Declaração de Fé das
Assembleias de Deus, conceitua a ressurreição do seguinte modo: “Ressurreição significa levantar dentre os mortos, voltar a
viver no mesmo corpo. A Doutrina da
Ressurreição dos mortos é uma verdade bíblica cristalina, ensinada na Lei de
Moisés (Mc 1.12.26); nos profetas (Is 26.19; Dn 12.2); e com abundância de
detalhes no Novo Testamento (I Ts 4.14; Rm 8.11; Fp 3.20,21; Jo 14.19; 5.28,29;
At 24.15)”.
A Bíblia menciona dois tipos de ressurreição: Temporária
e a Definitiva:
a) A Ressurreição Temporária -
Trata-se dos milagres de ressurreição operados por Deus, tanto no AT como no
NT, onde algumas pessoas tornaram a viver, mas, depois morreram novamente, como
ocorreu com o filho da viúva de Sarepta, que Deus ressuscitou por meio do
profeta Elias (1Rs 17.21,22); o filho da sunamita, que o Senhor ressuscitou,
através do profeta Eliseu (2Rs 4.32-36); o homem que reviveu quando tocou nos
ossos do profeta Eliseu (2Rs 13.21); a filha de Jairo (Mt 9.24,25); o filho da
viúva de Naim (Lc 7.14,15); Lázaro, irmão de Marta e Maria (Jo 11.43,344) que
Jesus ressuscitou; Dorcas, que ressuscitou após a oração de Pedro (At 9.40,41);
e, Êutico, que reviveu, após a oração de Paulo (At 20.9-12). Todas essas pessoas
tornaram a morrer posteriormente, e aguardam a ressurreição definitiva, que
ocorrerá no futuro.
b) A Ressurreição Definitiva - É a
restauração à vida em corpo incorruptível, onde a pessoa não estará mais
sujeita à morte física (I Co 15.53,54).
As ressurreições ocorrerão em duas etapas, ou
momentos:
a) A primeira ressurreição, dos justos (Ap 20.5-6).
b) E a segunda ressurreição, dos ímpios (Ap 20.11-15).
O Pr. Ciro Sanches Zibordi,
escreve na obra Teologia Sistemática Pentecostal: “Segundo a Palavra de Deus,
as ressurreições de salvos e perdidos ocorrerão em ocasiões distintas, embora
sejam mencionadas juntamente em algumas passagens (Dn 12.; Jo 5.28,29).
Apocalipse 20.4-6 é suficientemente claro acerca dessas duas ressurreições,
separadas por espaço de mil anos.
a) A segunda ressurreição é a
da condenação (Jo 5.29b) e ocorrerá depois do milênio e antes do Juízo final.
b) Os mortos que não reviveram
até que os mil anos se acabaram (Ap 20.5) ressuscitarão para o julgamento do
Trono Branco:
“E deu o mar os mortos que
nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram
julgados cada um segundo as suas obras (Ap 20.13)”.
CONCLUSÃO
1.A ressurreição de Lázaro é um dos milagres mais
extraordinários da Bíblia. Serviu para atestar a autoridade de Jesus sobre a
morte e ser Ele o Filho de Deus.
2.Lázaro já havia sido sepultado há quatro dias, mas ouviu
a voz de Jesus, dizendo: “Lázaro, vem para fora” imediatamente ele reviveu. Semelhantemente,
ocorrerá com os salvos que dormem no Senhor, na ocasião do Arrebatamento.
João 5.28-29 – “Não vos maravilheis disto; porque vem a
hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram
o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a
ressurreição da condenação”.
3.Vimos que há diferença entre morrer e tornar a viver em
relação à ressurreição como passaporte para a vida na dimensão eterna. Os
salvos terão corpos imortais. É promessa do Deus Eterno. Amém!
Fontes da pesquisa:
Bíblia sagrada.
Lição EBD/CPAD – 2º trimestre de 2025.
Lições RBC1 - EBD/ADPE.
Por Samuel Pereira de Macedo Borges
Natal/RN, 17/05/2025.