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sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Mártires de Cunhaú (Canguaretama – julho de 1645) e de Uruaçu (São Gonçalo – outubro de 1645), no RN.

O pesquisador e pastor Francisco Leonardo, especialista em história holandesa, teve acesso a textos originais e oficiais do governo holandês, relativo ao período Brasil Holandês.


Brasil Holandês (Século XVII, 1624–1654) - Concentração no nordeste brasileiro (Bahia, Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte).

Entre 1630 e 1637 - Os holandeses estenderam o seu domínio pelo Nordeste brasileiro e conquistaram regiões como a Paraíba e o Rio Grande do Norte.

A partir de 1637 - Foi enviado pela Companhia das Índias Ocidentais o alemão Maurício de Nassau para administrar a colônia holandesa. Ele era um militar e foi indicado para assumir o cargo e aqui permaneceu até 1643.

Desfecho: 06/08/1661 - Tratado da Haia ou Paz de Haia - Firmado entre Portugal a República das Sete Províncias dos Países Baixos – atuais Países Baixos). Com a assinatura do tratado, os territórios conquistados pela Holanda no Brasil, renomeados como Nova Holanda (ou Brasil Holandês) foram formalmente devolvidos a Portugal em troca de uma indenização de oito milhões de florins (Wikipedia – Pesquisa em 03/10/2025).

Há alguns que, de má fé, defendem a história de que um pastor reformado calvinista a mando do governo Holandês, esteve à frente dos massacres. Vamos aos fatos da fonte citada.

1.Não foi o governo holandês que ordenou os massacres. O que ocorreu foi uma vingança por parte dos indígenas em reação às notícias que corriam sobre as crueldades dos portugueses, ajudados por uma tribo selvagem da Bahia.

2.Desde o início da revolta (13/06/1645), cada vez ficava mais claro que, onde quer que os portugueses restabeleciam seu poder, uma morte terrível esperava seus adversários, especialmente os Índios.

3.No Rio Grande, a população indígena consistia em grande parte de índios antropófagos (tapuias), sob a liderança do seu cacique Nhanduí. Para os holandeses, os tapuias significavam um bando de aliados um tanto inconstantes, pois eram um povo muito independente, que não aceitava ordens de ninguém, mas decidia por si o que era melhor para sua tribo.

4.Nesse contexto histórico havia um personagem, o alemão Jacob Rabbi, funcionário da Companhia das Índias Ocidentais. Veio com o Conde Maurício de Nassau em 1637. Posteriormente, casado com uma índia e muito amigo da tribo, servia como ligação entre eles e o governo holandês.

5.Entre os indígenas da região Nordeste, em geral, existia muito ódio contra os portugueses, pela lembrança dos acontecimentos anteriores à chegada dos holandeses, que eram considerados como os libertadores da opressão lusa. E por várias vezes esses índios quiseram aproveitar-se da situação de derrota dos lusos, para vingar-se deles.

6.Em 1637, depois de Maurício de Nassau conquistar o Ceará, os índios procuraram matar todos os portugueses da região, os quais foram protegidos pelos holandeses.

7.Em 1645, a mesma situação ocorreu no Rio Grande do Norte. Os tapuias sentiram que, com o início da revolta contra os holandeses, havia chegado a hora da verdade: eram eles ou os portugueses. No dia 15 de julho, começaram por Cunhaú, massacrando as pessoas que estavam na capela e posteriormente, numa luta armada, os restantes.

8.Quando, no dia 25 de julho, o governo holandês no Recife soube dos terríveis acontecimentos do Rio Grande do Norte, despachou o Rev. Jodocus à Stetten, pastor da Igreja Cristã Reformada e capelão do exército, com o capitão Willem Lamberts e sua tropa armada “para refrear os tapuias e trazê-los para (o Recife), a fim de poupar o país e os moradores (portugueses)”.

9.Os índios, porém, ficaram enfurecidos com os holandeses, não entendendo como estes podiam defender seus inimigos mortais, e até romperam a frágil aliança com os batavos. Antes de regressar para o sertão do Rio Grande, fizeram ainda outra incursão vingadora contra os portugueses, desta vez na Paraíba.

10.Enfim, mencionamos o fim dos tapuias e de Jacob Rabbi. Alguns meses depois do massacre, esse funcionário da Companhia das Índias Ocidentais, que havia recebido o mensageiro governamental, pastor Jodocus, de pistola em punho, foi morto por ordem do próprio governador da capitania do Rio Grande do Norte, Joris Garstman, em 04/04/1646.

11.O capitão Joris era casado com uma senhora portuguesa que havia perdido muitos parentes em Cunhaú. Quanto aos tapuias, após a expulsão dos holandeses e a restauração do domínio português, aqueles que não quiseram submeter-se à orientação político-religiosa de Lisboa foram massacrados, como diz o Dr. Tarcísio Medeiros, na “mais sangrenta guerra de extermínio que existiu neste Brasil”.

12.Portanto, a versão de que as barbaridades de Cunhaú e Uruaçu foram consumadas a mando do governo holandês, e ainda por cima orientadas por um pastor evangélico, simplesmente não corresponde à verdade.

Fonte: Artigo “As Lágrimas de Cunhaú”

Rev. Francisco Leonardo Schalkwijk

(Adaptação Rev. Ítalo Reis). 

(artigo enviado, via WhatsApp em 02/10/2025, pelo Irmão e amigo o presbiteriano Francisco Nizardo Silva).

Resumo Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 03/10/2025.

terça-feira, 30 de setembro de 2025

Deus governa, reina sobre a Terra na presente Era?

 

Não! É antibíblico - Fazer essa afirmação é uma imbecilidade (ignorância) espiritual. Deus não é de meio termo: Ou Ele governa ou o mundo incrédulo está sob total influência maligna. Na verdade, o mundo dos homens está virado, miserável, moribundo, escravizado, de cabeça para baixo. Afirmar que Deus o governa depõe contra a sua soberania (Rm 14.17; I Co 4.20). A outro a Bíblia aponta como o deus deste século (II Co 4.3-4).

O diabo atua no seio da Humanidade desde a tentação e queda do homem no Éden - Com a natureza humana enferma pelo pecado, age, atua na Terra a maldade humana e a do maligno. Aliás, o diabo sob sentença divina rasteja e se alimenta do pó, “da carne dos homens” (Gn 3.14). E os que andam na carne (velha natureza) não podem agradar a Deus (Rm 8.5-8).

É falso o dualismo do bem contra o mal, escritos, falácias de um grande conflito entre Deus e o diabo - Está nos mitos greco-romanos. Está nas cátedras universitárias e na religião. Deus não luta contra o diabo. É um pensar ingênuo e descabido. Ele só vence. Quando chegar a hora vai detoná-lo com um sopro (II Ts 2.7-8). A Igreja peleja contra o diabo e tem vitória garantida, assegurada pelo poder de Deus (Mt 16.18-19; Mc 16.17-18).

É falso o ensino de que o diabo reina no inferno - Jesus Cristo, detém as chaves (significa autoridade, domínio, governo), da morte (mundo dos mortos) e do inferno (Hades – Ap 1.18).

Jesus foi tentado pelo próprio diabo e o venceu (Lc 4.1-13). No ministério terreno de Jesus, os demônios sabiam quem era Ele e que tinha autoridade, poder sobre eles (Mc 1.23-28; Lc 4.34-36) - A legião de demônios no gadareno ao vê-lo se prostou e o adorou. E pediram permissão para entrar numa manada de porcos ao invés de expulsá-los daquela região (Mc 5.6-13). Lc 8.31, nos demônios havia medo de Jesus os mandar direto para o abismo (prisão de espíritos) Judas Vv. 6; Ap 20.3).

Na Era atual, a expressão maior do Reino de Deus na Terra se realiza na Igreja Cristã - Onde impera a fé em Deus aí é Reino de Deus. No campo da fé neotestamentária quem morreu é quem governa porque ressuscitou (Mc 16.15-18; Lc 10.9,11,17). Fora deste contexto o mundo está todo no maligno, ou seja, na politicalha, economia de exploração, na falsa religião, em seitas, na cultura da morte manchada pelo pecado...(I Jo 5.19). Biblicamente Deus não se relaciona com o homem no pecado (Is 59.1-4; 55.7). Não ouve a pecadores na desobediência e a incrédulos (Jo 9.31; Hb 11.6). 

Há distinção entre Leis Universais estabelecidas por Deus para governo e sustentação da Criação, de atos de governo político-econômico sob a responsabilidade do homem no presente mundo. Quando necessário, Deus, o Soberano, intervém (Daniel capítulos 3, 4, 5 e 6), por exemplo.

Como Criador dos mundos (Gn 1.1; Hb 11.3) Ele rege, governa por Leis Universais Cosmológicas, da Física, Química, Biológicas, Astronômicas, etc..., estabelecidas pelo seu próprio poder e sabedoria, as quais estamos muito distantes de mensurá-las.

Deus tem vontade soberana, moral, permissiva e vontade-desejo - É um erro teológico exponencial estudiosos das Escrituras, seja no passado ou no presente, acharem que Ele só tem vontade soberana. Eis a razão porque uns tem transformado o Deus da Bíblia, de amor, de graça, compaixão e misericórdia, em um tirano que tem uns filhos prediletos para salvar e resto dos humanos destinou à condenação. Verdade é: O homem entra em parafuso quando viola a vontade moral do seu Criador.

O que dizer dos textos que se seguem?

I Cr 16.31 – “Alegrem-se os céus, e regozije-se a terra; e diga-se entre as nações: O SENHOR Reina”. 

Salmos 96.10 – “Dizei entre os gentios que o SENHOR Reina. O mundo também se firmará para que se não abale; julgará os povos com retidão”.

Salmos 99.1 – “O SENHOR Reina; tremam os povos. Ele está assentado entre os querubins; comova-se a terra”.

Êx 15.18; Sl 146.10 – No AT textos bíblicos que expressam o Senhor reina está num contexto teocrático de um povo com chamada específica cuja fé reconhecia a sua soberania. Constata-se também essas passagens nos seus cânticos, como fez Moisés (Êx 15.1-19), nas ações de graça de Davi (I Cr 16.1-43) quando do retorno da arca do Senhor à Jerusalém (I Cr 15.29). E em tantos outros salmos de Israel (Sl 93.1; 97.1). Entretanto, não significa dizer que Deus governa as nações em sentido literal político-econômico. A isto Deus não se presta. Em verdade, as nações nada representam diante da grandeza de Deus (Is 40.15-17). Devemos considerar sim, textos a esse respeito em sentido profético, escatológico (Sl 2; 22.26-29;72.7-8; 110; Is 11.1-10; Mt 25.34...).

Na Soteriologia - O trunfo da acusação, a cédula que era contra todo homem no pecado, quando ocorre arrependimento e fé em Cristo é rasgada (Rm 6.23;8.1; Cl 2.14). E assim o príncipe deste mundo está julgado (Jo 12.31;16.11). Quanto à redenção, o império da morte foi aniquilado (Hb 2.14).

No Mundo dos Homens – O diabo continua em ação, mentiroso, enganador, tentador, opressor, a sua agenda é matar, roubar e destruir a quem dá lugar (Jo 8.44;10.10; Ef 4.27). A sua cabeça foi, está ferida (Gn 3.15), todavia bramando como um leão, buscando a quem possa tragar (I Pd 5.8). Entretanto, logo terá a cabeça esmagada (Rm 16.20; Ap 20.10).

Na Perspectiva Escatológica - O anticristo e o falso profeta ainda irão se manifestar pessoalmente na terra (Ap 13). No momento espírito maligno age na Terra com falsas doutrinas, imoralidade, ecumenismo, guerra à família, guerra à Palavra de Deus, controle econômico e opressão política via ideologias e cultura de morte (guerras, aborto, homossexualismo que não gera vida, eutanásia, suicídio...). Debita-se ao comunismo na História cerca de 110 milhões de vidas aniquiladas, uma tragédia social descomunal.

Portanto, os reinos do mundo virão a ser do Senhor Jesus Cristo (Ap 11.15;19.6) - E haverá um período de mil, Jesus Cristo, Israel e a Igreja reinarão. Entretanto, com o diabo preso no abismo (Ap 20.1-6). E seu Reino adentrará à eternidade (Dn 7.18; Ap 22.1-5), quando Jesus entregará o Reino ao Pai, sujeitando-se a Ele (I Co 15.24-28).

Um conselho bíblico: Deixemos de falar em nossos púlpitos o chavão genérico: “Deus está no controle de tudo”, pois induz a uma visão errada do agir de Deus na Era atual. Amém!

 

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Bacharel em Direito e Teologia

Natal/RN, 30/09/2025. 

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

A casa dos mil espelhos.

 

“Tempos atrás em um distante e pequeno vilarejo, havia um lugar conhecido como a casa dos 1000 espelhos. Um pequeno e feliz cãozinho soube deste lugar e decidiu visitar. Lá chegando, saltitou feliz escada acima até a entrada da casa. Olhou através da porta de entrada com suas orelhinhas bem levantadas e a cauda balançando tão rapidamente quanto podia.

Para sua grande surpresa, deparou-se com outros 1000 pequenos e felizes cãezinhos, todos com suas caudas balançando tão rapidamente quanto a dele. Abriu um enorme sorriso, e foi correspondido com 1000 enormes sorrisos. Quando saiu da casa, pensou:
– Que lugar maravilhoso!

Voltarei um montão de vezes.

Neste mesmo vilarejo, um outro pequeno cãozinho, que não era tão feliz quanto o primeiro, decidiu visitar a casa. Escalou lentamente as escadas e olhou através da porta. Quando viu 1000 olhares hostis de cães que lhe olhavam fixamente, rosnou e mostrou os dentes e ficou horrorizado ao ver 1000 cães rosnando e mostrando os dentes para ele.

Quando saiu, ele pensou:

– Que lugar horrível, nunca mais volto aqui”.

Lição: Todos os rostos no mundo são espelhos. Que tipo de reflexos passamos e que rostos encontramos nas pessoas?

Da fábula merece tirarmos algum aprendizado, algum proveito.

Todavia, a fábula revela lampejos instintivos emocionais de dois irracionais. Não alcança a totalidade do existencial humano, bem mais complexo porque envolve a moral, a ética, o certo, o errado, na perspectiva judaico-cristã a queda no Éden, o bem e o mal, o amor, o desamor, etc.

Ponderações para o homem racional, imagem e semelhança do seu Criador.

Pv 15.13 – “O coração alegre aformoseia o rosto, mas pela dor do coração o espírito se bate”.

Pv 15.15 – “Todos os dias do oprimido são maus, mas o coração alegre é um banquete contínuo”.

Pv 17.22 – “O coração alegre é como o bom remédio, mas o espírito abatido seca até os ossos”.

Sl 19.8 – “Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e alumia os olhos”.

É inegável que a vida é feita de momentos de alegrias e tristezas. Entretanto, sábio e feliz é aquele que somatiza as alegrias ao invés de viver em curtir as tristezas.

O corpo e a mente estão mais conectados do que imaginamos - Nem sempre damos a devida atenção para essa realidade. Doenças psicossomáticas são enfermidades que geram sintomas, sequelas físicas, cujas origens vêm da produção turbulenta da mente. E o grande dilema humano é fazer a gestão dos pensamentos e das emoções.

O comportamento humano – Ações e reações, via de regra são determinadas pelos temperamentos que herdamos (sanguíneo, melancólico, fleumático e colérico). Temos um temperamento primário e outro secundário. O ideal é nos aplicarmos autoconhecimento para geri-lo e tirar o melhor proveito.

O estado da alma – Tornamo-nos propensos ao pessimismo ou ao otimismo. Neste ponto é relevante não confundir otimismo com fé. Nem todo otimista tem a capacidade de esperar. E só a fé nos capacita a esperar mesmo quando não há esperança (Rm 4.18-22). Podemos concluir que o pessimismo e otimismo é da área da alma, a fé da dimensão do espírito. Aliás, na Teologia, a fé e a consciência são faculdades do espírito.

A vida é como um campo de plantação – Não se colhe antes de plantar. Vamos colhendo o que semeamos, nem se planta abacaxi para colher maçã. Nas Escrituras é a lei da semeadura.

A condição da alma humana – “A alma que pecar essa morrerá”. Aqui adentramos na problemática do pecado, da obediência ou desobediência do homem diante de Deus.

Na Bíblia, vamos encontrar o Deus Criador, trabalhando amorosamente, graciosamente, e projetou resgatar o homem da queda no Éden, incondicionalmente (salva-vidas pronto), e oferta uma tão grande salvação, condicionalmente ao arrependimento e fé no seu plano salvífico.

Assim sendo, problemas humanos não são meramente emocionais, possui natureza social, moral, ética, material e espiritual. O homem precisa se encontrar e se reconciliar com Deus. E se relacionar bem com o seu semelhante. Amém!

 

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 24/09/2025.

terça-feira, 23 de setembro de 2025

O cidadão no século XXI frente à ferramenta da IA.

A Inteligência Artificial-IA é uma ferramenta que veio para ficar. Ela é útil para: Pesquisar, resumir, traduzir, desenhar, organizar, comparar dados, concatenar informações, escrever...e tudo como muita rapidez, altamente produtiva.

Quando utilizada como muleta intelectual pode empobrecer as nossas mentes, nos fazer ignorantes, intelectuais dependentes e alienados.

Abusar da IA pode nos levar ao que cantava o Raul Seixas (1945-1989): “Carrascos e vítimas dos mecanismos que criamos”.

Assim sendo, a IA não deve usada para:

1.Substituir a capacidade crítica dos humanos.

2.Bloquear, travar a voz da consciência.

3.Tomar o lugar da espiritualidade entre Deus e o homem e vice-versa.

4.Tolher o discernimento espiritual do cristão.

5.Descontinuar o exercício do cérebro humano sob pena de levá-lo ao atrofiamento.

6.Botar a máquina, produto humano, no lugar da titularidade humana.

7.Eliminar a emoção nas análises e julgamentos humanos.

8.Apagar a lâmpada da razão no pensar, discernir e decidir.

Fonte: Vídeo – Pr Isaac Silva – ADPE. Pesquisa em 23/09/2025.

 

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 23/09/2025.

Jesus, o caminho, a verdade e a vida (João 14.6).

Implicações teológicas veterotestamentárias e neotestamentárias.

1.O sabatismo está agarrado com o sábado e embora declare Cristo o salvador, é como não seja suficiente. O sábado é sinal entre Deus e Israel na Aliança Abraâmica. Como cristãos, na presença de Deus, devemos guardar dias, meses, tempos e anos (Gl 4.10).

a) Aprendemos que o AT é o evangelho oculto. O NT é o evangelho revelado e lança luz sobre tudo que está escrito no AT e se complementam.

b) O Advento de Messias cumprido é o grande divisor de águas entre o AT e NT.

c) A rejeição ao Messias pelos principais dos sacerdotes judaicos, abre-se a porta da redenção a todos os povos. O tropeço temporário de Israel é a riqueza dos gentios. E maior será quando reconhecer em Jesus, o Messias (Rm 11.12).

2.No Jeovismo, os sectários do movimento, são testemunhas de Jeová e não de Cristo por adulterarem textos originais das Escrituras e não crerem na Deidade de Jesus.

a) Somos testemunhas de Deus no sentido de que Ele ressuscitou a Jesus dos mortos (I Co 15.14-15).

b) At 1.8 – Nós, a Igreja, somos testemunhas de Jesus para anunciar as boas novas em todo o mundo (Mc 15.15-16).

4.Em geral, nas demais religiões - Elas têm seus fundamentos de fé e ignoram as Escrituras. Porém, pelas Escrituras, é compromisso do cristão levar a mensagem da verdade de Deus aos homens, independe de suas crenças ou cultura. Todos um dia estarão diante de Deus, quer queiram ou não (Rm 14.11-12).

5.Quando Jesus se apresenta como o caminho para o Pai, Ele não é um caminho dentre outros, não é uma rota alternativa, está externando exatamente ser o único meio de acesso legítimo, exclusivo, singular e insubstituível para Deus.

a) Jesus, como mediador, faz-se necessário em razão da incapacidade humana de se chegar a Deus por justiça própria. Deus é sempre santo e o homem um pecador (At 4.12; I Tm 2.5).

b) Está implícita na sua declaração o que Ele padeceria por nós na cruz, atendendo, solucionando a problemática do pecado para todo o que nele crê (Jo 1.29;3.16).

6.Em Jesus está a fonte da vida, Ele mesmo é a vida e o doador da vida (Jo 3.16; 6.33; 10.28; 11.25). E somente por ele temos promessa de vida eterna.

a) Jesus é a vida mais elevado do que a mera existência física, ao sopro vital no homem. Contrapõe-se contra a morte espiritual, concedendo vida eterna aos que ouvem a sua palavra e crê naquele que o enviou (Jo 5.24).

b) É célebre no texto sagrado a resposta de Pedro em João 6.68-69:

“...Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós cremos e sabemos que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.

7.Quanto à verdade (alétheia no grego), é relevante correlacionar a discussão do substantivo verdade na ciência, na filosofia, na religião, na educação e na teologia.

a) A Bíblia e a Ciência não se chocam.

b) Cientificismo – “Concepção filosófica de matriz positivista que afirma a superioridade da ciência sobre todas as outras formas de compreensão humana da realidade (religião, filosofia metafísica etc.), por ser a única capaz de apresentar benefícios práticos e alcançar autêntico rigor cognitivo” (google.com.br).

Por outro lado, no cientificismo também encontramos inverdades que não corroboram com ética das Escrituras. É uma verdade tendenciosa, adulterada para fins escusos. Por exemplo para determinado ramo da indústria, fins farmacêuticos, teses médicas para se ganhar status, títulos, dinheiro, etc.

Segundo o Filósofo Jacques Maritain, no livro Elementos de Filosofia 1, sobre a Filosofia Tomista:

A Filosofia considera-se o mais alto dos conhecimentos humanos pelo filtro da razão. 

A Teologia, a ciência de Deus, está acima da Filosofia. E a chama de a sabedoria por excelência.

Jesus, o Cristão e a Verdade

Jesus ao dizer “eu sou a verdade” – Não é uma parte ou fração da verdade, mas sim toda a verdade em si mesma. O Evangelho de João realça que Ele personifica a verdade. Assim sendo, a verdade absoluta, imutável e incondicional encontra-se expressa em Cristo. Jesus é a verdade teológica que os seres humanos necessitam conhecer, a qual se opõe à mentira e derruba as falsas crendices presentes no mundo. Enfim, Jesus é a verdade ilumina plenamente o conhecimento acerca Deus, o Pai (Jo 14.7).

A Filosofia é independente nos seus princípios, presta enormes serviços à Teologia, mas nas conclusões é submetida à Teologia.

O que é a verdade? É o fato real, a realidade. A marca da verdade é a autenticidade. A verdade é o seguramente certo, sem enganos, nem mentiras, o seu oposto primário.

Por que o que é verdade para algumas pessoas, não o é para outras? Dependerá das bases de crenças, dos princípios ou sistemas de valores adotados.

E "nada pode contra a verdade senão pela verdade" (II Co 13.8). Exegeticamente, significa que não se pode destruir ou opor-se à verdade e vencê-la. Enquanto promovida, gera o bem, edificação, prevalecendo sobre o mal e a mentira. 

Portanto, Cristo é o mistério de Deus, “Em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência” (Cl 2.2-3).

 

Fontes da pesquisa:

Bíblia Sagrada.

Lição EBD/CPAD – E o verbo se fez carne – 2º trimestre de 2025.

Anotações de estudos pessoais.

 

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Bacharel em Direito e Teologia

Natal/RN, 21/09/2025.

Como aprender a contar os dias sabiamente?

 

Sl 90.12 - "Ensina-nos a contar os nossos dias; de tal maneira que alcancemos coração sábio". Há no texto três verdades implícitas sobre a vida: única, preciosa e breve.

Quem aprende a contar seus dias baseado na Palavra de Deus:

1.Estabelece Deus o nr. 1 em sua vida. Faz como Jesus ensinou em Mt 6.33.

“Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”.

Nota: O texto citado não exclui a diligência nem recomenda a preguiça.

Martinho Lutero - “Quem não for belo aos vinte anos, forte aos trinta, esperto aos quarenta e rico ao cinquenta, não pode esperar ser tudo isso depois”. Ou seja, quando for sexagenário não pode explodir em feitos e realizações...não é comum...

Viva para Deus, ande com Deus, plante o justo, seja correto. E diz o ditado: “Quem anda na garupa não pode pegar nas rédeas”. Ou seja, na direção da vida, levemos Deus a sério.

2.Não vive inquieto, inseguro com o amanhã.

Mt 6.34 – “Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal”.

O ontem se foi, o amanhã ainda virá. Jesus nos ensina a viver um dia de cada vez e confiar o amanhã ao Deus da vida. No presente, viva mais, ame mais, sirva mais, agradeça mais, perdoe mais, construa mais, ajude mais, exerça a fé com consciência bíblica...

3.Pela fé em Deus, deixemos para trás a ansiedade, preocupações e as incertezas existenciais.

Sl 71.5 – “Pois tu és a minha esperança, Senhor DEUS; tu és a minha confiança desde a minha mocidade”.

O profeta Jeremias faz o contraponto: “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor”. Não se pode confiar na natureza humana caída, corrompida. Não dá para se confiar plenamente no homem.

Em pleno século XXI – vivemos a era das incertezas – Os alicerces de valores e princípios construídos há milhares de anos estão sendo arrancados para se construir na areia. Ao invés de acreditar na verdade, defendem a mentira, estão dando crédito a percepções sociais irresponsáveis e suicidas.  

Em Mt 7.24-27 – Jesus nos ensina sobre os dois alicerces: A areia e a rocha - Quem escuta as suas palavras e as pratica é comparado ao homem prudente que edifica sobre a rocha. Vem o vento, as tempestades, porém o que foi construído não vai a ruína. Vá e faça assim. Não tenha ouvido de mercador. Consideremos em alto valor a Palavra de Deus. O ensino de Jesus merece, tem credibilidade.

4.Aprende a fazer distinção entre a porta estreita e a larga.

Mt 7.13-14 – “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem”.

Não se deixe enganar pelo relativismo moral (cuidado que o “não ofende”, “nada a ver”...da maioria), da multidão de cegos guiando cegos. Vão cair em precipício.  A frase “na terra fiz o que quis” será a mais ouvida no inferno.

5.São daqueles que aprenderam a ser ricos para com Deus.

Diferente do homem rico de Lc 12.16-21, que só pensava nas coisas materiais que possuía. Era o seu tudo. Tinha um olhar de porco, só olhava para baixo. A agenda da alma era: descansa, come, bebe e folga. “Mas Deus lhe diz: Louco, esta noite de pedirão a tua alma, o que tens preparado para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus”.

Sigamos o exemplo do salmista: “Em paz também me deitarei e dormirei, porque só tu, SENHOR, me fazes habitar em segurança” (Sl 4.8).

6.Aprende a viver num mundo secularizado, porém não se deixe corromper.

J. Escrivá de Balaguer – “Sedes homens e mulheres no mundo, mas não sejam homens e mulheres mundanos”.

I João 2.15-17 – “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”.

(mundo – O sistema de valores mundano, oposto ao padrão divino para por ele o cristão se reger, guiar).

Cuidado! Certo pregador dizia:

O cristão está em perigo quando é elogiado pelo mundo, pelos incrédulos, não quando está sob perseguição.

Ellen White, defendia zero de elogios aos cristãos no serviço de Deus. É um exagero. O reconhecimento das boas ações são louváveis.

Conclusão

1.Quem aprende contar os seus dias na perspectiva divina não são daqueles que se retiram para perdição, mas dos que creem para conservação da alma (Hb 10.39).

2.É do grupo daqueles que aprenderam a remir, administrar, otimizar o tempo, mesmo com aumento da malignidade e da maldade humana. Vão vencendo o mal com o bem.

3.São daqueles que sabem, entenderam que a essência do Evangelho de Cristo é o amor prático, uma receita para todos os pratos e ocasiões, em todas as áreas da vida.

Willian Shakespeare - Poeta, dramaturgo e ator inglês, tido como o maior escritor do idioma inglês e o mais influente dramaturgo do seu tempo, dizia que:

“O tempo é muito lento para os que esperam

Muito rápido para os que tem medo

Muito longo para os que lamentam,

Muito curto para os que festejam; mas, para os que amam, o tempo é eterno”.


Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 10/09/2025.

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

A Igreja em Jerusalém – A Salvação dos Judeus aos Gentios.

 

Is 49.6 – Jesus foi eleito, enviado também para luz dos gentios.

Lc 2.25-32 – O justo Simeão teve a alegria de ver o Messias, o Cristo de Deus, preparado perante a face de todos os povos, luz para alumiar as nações (os gentios) e para glória de Israel.

Mt 15.24; Lc 4.43-44 - Jesus veio e enviado, em primeiro plano, às ovelhas perdidas da casa de Israel.Todavia, profetizou João Batista “e toda a carne verá a salvação de Deus” (Lc 3.6). A salvação é de cima e para todos os povos.

Is 9.1-2 - A Galileia dos Gentios – Era uma região, tanto na época de Isaías quanto na época do ministério de Jesus, onde o povo judeu era minoria — os gentios predominavam (Mt 4.12-16). Era uma terra especialmente fértil e um ponto de encontro para viagens comerciais. Jesus cresceu na região da Galileia, morando em Nazaré (Mt 2.22-23), começou o seu ministério pela Galileia (Mt 4.17-25). O seu primeiro milagre foi num casamento, em Caná da Galileia (Jo 2.11).

João 4.22 – Jesus faz a afirmação de que “a salvação vem dos judeus” - não propriedade exclusiva dos judeus – Todavia, é de Israel a adoção de filhos, a glória, os concertos, a lei, o culto e as promessas (Rm 9.4-5). A chamada em Abraão é soberana e irrevogável, de modo que os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento para com Israel (Rm 11.29). E enfim, a todos os homens encerrou debaixo da desobediência para usar de misericórdia, independente de raça ou etnia (Rm 11.32).

Rm 11.11-15 - Os Gentios no Plano da Salvação – E conseguinte, Deus de dois povos (judeus e gentios) fez um: A Igreja (Ef 2.11-14).

O Senhor Deus no AT trata com Israel e as nações gentílicas. No NT, com Israel, as nações e a Igreja (Gn 12.1-3; Gl 2.7-8;3.8).

Paulo diante de tantos embates com os judeus, deixo-os de lado e passa a pregar aos gentios (At 18.6-7). O objetivo de Paulo era mostrar que Jesus Cristo, era o messias que havia de vir. Crucificado e ressuscitado, realizada na cruz a redenção humana. O evangelho judaizante não é objeto desta postagem.

O apóstolo Paulo, foi a quem Deus fez uma chamada específica para salvação e serviço (At 9.15-17), no caminho de Damasco, e o preparou, capacitou para ser doutor e mestre dos gentios (Rm 11.13; I Tm 2.7; II Tm 1.11). E Pedro, voltado para os crentes judeus (Gl 2.7-8).

Então, Paulo, de forma extraordinária, foi a alavanca de Deus, pronta para sofrer e fazer a transição do Judaísmo, das sombras/símbolos do culto mosaico, ao Cristianismo, de um só Deus revelado em três pessoas distintas, tendo o apogeu dessa revelação em seu Filho Jesus Cristo, o Salvador, a luz do mundo (Jo 8.12;12.46). Missão nada fácil, dado o peso cultural da fé monoteísta centrada em Deus o Pai, no AT.

Processo de Conscientização da Salvação aos Gentios

Atos dos Apóstolos foi escrito por volta do ano 63 d.C.  - Assim sendo, o que disse Jesus em Atos 1.8 – “Ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém, Judeia, Samaria e até os confins da terra”, pregando o evangelho, bem como At 10.34 – “Deus não faz acepção de pessoas”, inclusive para salvar, ou seja, se é judeu ou gentio/pagão não importa, só vem à tona, ao conhecimento geral da Igreja Primitiva, pelas fontes literárias, dentro de um período entre 20-30 anos, após sua inauguração no Pentecostes.

a) No episódio da casa de Cornélio - Um gentio temente piedoso, a Pedro Deus revelou a abrangência do Plano Redentivo (At 10.9-20,34), do qual a Igreja Hebreia Primitiva, demorou anos para assimilar a dimensão salvadora da Graça de Deus pela pregação do Evangelho de caráter universal.

b) O evangelista Marcos escreveu por volta de 55-65 d.C. - Mc 16.15 - Jesus após ressuscitado anunciou: “Ide por todo o mundo pregai o evangelho a toda criatura...”.

c) O Evangelho de João foi escrito por volta de 80-95 d.C., onde temos o célebre texto de João 3.16 – Deus não amou a alguns para salvar, amou a toda humanidade dentro do Plano da Redenção. De modo que todo salvo, é eleito em Cristo, por causa de Cristo.

d) Por volta de 65-66 d.C., Paulo escrevendo a Tito - Um gentio convertido, um íntimo companheiro de no seu ministério apostólico (Gl 2.3), declara – “A Graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens” (Tt 2.11).

I Tm 2.4 – Deus, na sua vontade/desejo pleno – Almeja, não decreta, que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade (o verbo afirma sua vontade no tempo presente, pois Ele está sempre no presente, sendo eterno, portanto, fora do tempo).

De modo que, assim foi tomando forma a conscientização da evangelização a todos os povos, não apenas salvação aos judeus com exclusividade.

O efeito contrário na Teologia da Substituição (A Igreja tomou o lugar de Israel no Plano Divino) - O povo judeu tem passado, porém sem presente e futuro. Uma heresia descomunal, surgida no Catolicismo Romano, na Teologia Reformada, nos seminários, nas universidades teológicas e na Igreja em geral.

Infelizmente, nos anais da História comprova-se o pecado de antissemitismo tanto fora, como no contexto do que chamamos de cristandade, afetando segmentos do Cristianismo.

Concluindo, a posição ideal da Igreja em relação aos judeus está em Rm 11.18-22. Ao invés de nós que antes éramos gentios (pagãos), hoje somos parte da noiva do Cordeiro, nada de orgulho, e sim temor a Deus.

Na era milenar todas as profecias acerca de Israel se cumprirão na sua plenitude. E o governo de Cristo se estenderá sobre as nações gentílicas (Is 11.1,10; Rm 15.12). 

 

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 15/09/2025.

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