É a fase de transição entre
a morte física e a ressurreição. O corpo “dorme na sepultura” (queber em
hebraico, mnemeion no grego - Gn 50.5; Mt 23.29). At 6.59-60, usa o termo
dormir para morte como um eufemismo. Todavia, a alma do salvo, lavada e
redimida pelo sangue de Jesus (Jo 1.29;19.30; I Jo 1.7) está consciente no
paraíso, não depende de fogo do purgatório. O espírito e alma (partes imateriais)
dos que morrem sem confessar a Cristo o seu salvador/redentor encontram-se no
Hades conscientes. Nenhuma oração pode alterar o destino da alma pós-morte. As
Escrituras não dão respaldo para oração pelos mortos, como ensina II Macabeus
12.42-45, um livro apócrifo. Jesus ensinou acerca do estado consciente dos
mortos em Lc 16.19-31. Vemos também em Ap 6.9-11.
O vocábulo morte sempre tem
o sentido de separação nas Escrituras.
Morte física - É
a separação do corpo da parte imaterial (espírito e alma), que deixa o mundo
visível para o invisível, ou mundo espiritual. É o pó retornando ao pó (Ec
12.7). É partir deste mundo (II Tm 4.6).
Morte espiritual - É
a separação entre o nosso espírito e Deus (Is 59.2; Rm 7.24;8.10; Ef 2.1), sem
ligação, sem comunhão com Ele por causa da queda, em estado de pecados. Para
quem partiu sem salvação já é o lugar de tormento (Lc 16.23-25). Em Jesus, pela cruz, o homem em vida pode ser
reconciliado com Deus, mediante arrependimento e fé.
Segunda Morte - É
a continuação da morte espiritual, só que entra em estado de condenação definitiva,
onde o bicho não morre e fogo não se apaga (Mc 9.44), o destino final do não salvo (Ap 20.14-15).
A Bíblia não dá base para o
aniquilacionismo (Dn 12.2; Jo 5.28-29; Mt 22.13;25.30; Rm
2.9,11; Ap 20.10,14-15), ou seja, morreu acabou, os incrédulos, os ímpios são
extintos, sem nenhuma punição sentenciada. Aliás, é o que eles mais desejam,
extinção da existência pela morte física. Pensavam assim os mortalistas: O
filósofo grego Epicuro (341-270 a.C.), os saduceus. E mais recente, religiosos
orientais, Karl Marx, Charles Darwin acreditavam que após a morte cessariam
suas consciências. E por negarem a imortalidade da alma, pregam o
aniquilacionismo os Testemunhas de Jeová e Adventistas. É importante
distinguir: A alma do homem é imortal, porém só Deus é eterno.
Ec 12.7 – No texto o espírito
humano não morre com o corpo, nem com o corpo dorme na sepultura, mas segue
imediatamente para Deus. Eis aí a imortalidade da alma.
Mt 10.28 – Disse Jesus:
"E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes
aquele que pode fazer perecer (condenar, não extinguir) no inferno tanto a alma
como o corpo".
Na visão e linha dos aniquilacionistas
não existe separação entre corpo e espírito por ocasião do falecimento. E muito
menos que a alma/espírito continue a existir. Ap 6.9-10 é para eles simbólico, negam a
interpretação literal do texto bíblico para acomodar suas crenças.
Destinos temporários e final
no Estado Intermediário:
Sheol (hb.), Hades (grego),
traduzido por inferno no latim - São sinônimos e revelam
haver compartimentos para as almas, conforme o seu destino no mundo invisível
(Sl 16.10; At 2.27; Lc 16.26; Dt 32.22), o Seio de Abraão e um lugar de
tormentos, separado por um grande abismo (abussos, no grego - Lc 16.26).
Salmos 16.10 – Sheol (hb.
Inferno – mundo inferior dos espíritos), consta sessenta e cinco vezes no AT,
traduzido variavelmente por “sepultura”, “inferno” e “cova”, segundo o contexto
e a respectiva versão (Nota BEP – Bíblia de Estudo Pentecostal). No NT, em
grego, é o Hades.
Podemos considerar o
Sheol/Hades uma antessala do lago de fogo (geena, no grego), uma vez que quem
ali estiver, já em tormentos, ainda serão julgados e lançados no lago de fogo
(Ap 20.13-15).
Nota: Existe o entendimento/linha teológica de que houve mudança no estado intermediário, logo após a morte de Cristo na cruz, Ele desceu as partes mais baixa da Terra, anunciou o triunfo da redenção consumada, levou cativo o cativeiro (Ef 4.8-10), ou seja, transferiu os remidos/justos do Seio de Abraão, elevando-os ao paraíso, no terceiro céu (II Co 12.1-4), onde aguardam a ressurreição.
Ao
ladrão da cruz Jesus prometeu: “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43).
Demais textos (At 7.55-56,59-60; II Co 5.1-8; Fl 1.21-23).
Tártaro – (grego
tarptapoç) – É um lugar, ou estado, condição de aprisionamento onde anjos
caídos estão presos, limitados em cadeias para o dia do juízo (II Pd 2.4; Judas
vv.6). O mais profundo do submundo.
a) Entende-se que seja o
grande abismo (abussos) que separava o Seio de Abraão do Hades em Lc 16.26.
b) Os demônios que se
apossaram do gadareno temiam serem lançados no abismo por Jesus (Lc 8.28-31).
c) Ap 9.1-12, na quinta
trombeta, faz menção ao poço do abismo, de onde sairão gafanhotos para
atormentar os homens, sem o sinal de Deus nas testas, por cinco meses.
Restritos nas ações, não podem matar os homens. O tormento era semelhante a
picadas de escorpiões. A interpretação majoritária entende serem os gafanhotos
demônios. E liderados pelo anjo do
abismo, Abadom (Hb.) e Apoliom (Gr.), significa destruidor.
d) A besta que vencerá as
duas testemunhas de Ap 11, após cumprida a missão, sobe do abismo (Ap 11.7).
e) A besta de Ap 17.3,7-8 é
a mesma de Ap 13.1 (o anticristo), traz, promove a Grande Babilônia, a mãe das
prostituições e abominações da terra (Ap 17.5), ela também sobe do abismo e
irá, seguirá para perdição (Ap 17.7-8).
f) O Tártaro será também o
lugar onde o diabo será preso, “enjaulado” por mil anos (Ap 20.3).
g) E, portanto, significa
poço sem fundo, no mundo invisível de profunda escuridão, cujo objeto é servir para
aprisionamento de espíritos malignos, anjos caídos, debaixo da autoridade de
Deus.
Geena – É
o lago de fogo, destino final das almas sob condenação da morte eterna, ou
segunda morte (Ap 20.14). Ali também será lançada a trindade satânica e aqueles
que não estarão inscritos no livro da vida (AP 19.20;20.10,15).
Vidas desencarnadas? –
Segundo a Bíblia, os seres humanos após a morte, ordenada uma só vez, aguardam
o dia do juízo (Hb 9.27), de modo que até os anjos caídos responderão em
julgamento, todavia cada classe (pessoas e anjos), estão no mundo espiritual
sob o controle divino, o Pai dos espíritos, o Juiz de todos (Hb 12.9,23), e a
Jesus, seu Filho, o designou juiz dos vivos e dos mortos (At 10.42), dando
certeza a todos, ao o ressuscitar dos mortos (At 17.31). É falsa a crença de
vidas múltiplas, uma areia movediça de que existem almas “perambulando por aí”,
entregues à própria sorte, aparecendo e se comunicando com os vivos.
Um alerta de amor! O
diabo se transfigura em anjo de luz, disfarçado no campo do místico, como algo
de positivo ou benéfico, mas é enganoso (II Co 11.14). O encardido, o
adversário, anda por aí, rocando como um leão, buscando a quem possa tragar (I
Pd 5.8). Não deis lugar ao diabo (Ef 4.27). Na simbologia Apocalíptica ele é o
grande dragão, a antiga serpente, que engana os humanos (Ap 12.9).
Quanto aos anjos sob ordens
divinas, podem proteger, dá livramento, revelar algo, trazer uma mensagem da
parte de Deus, trabalhando em favor dos salvos, da Igreja, dos tementes a Deus
(Sl 34.7; Hb 1.7,14). Cumprem a missão e ausentam-se. Não recebem “confetes
humanos” nem adoração (Ap 19.10;22.8-9). Amém!
Fontes da pesquisa:
As Escrituras Sagradas
Tempo do Fim – A resposta –
Pr Juliano Fraga
Anotações de Estudos
pessoais.
Por Samuel Pereira de Macedo Borges
Bacharel em Direito e Teologia
Natal/RN, setembro 2025. Revisão 09/12/2025.

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