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terça-feira, 9 de dezembro de 2025

O Estado Intermediário - Mundo Espiritual

É a fase de transição entre a morte física e a ressurreição. O corpo “dorme na sepultura” (queber em hebraico, mnemeion no grego - Gn 50.5; Mt 23.29). At 6.59-60, usa o termo dormir para morte como um eufemismo. Todavia, a alma do salvo, lavada e redimida pelo sangue de Jesus (Jo 1.29;19.30; I Jo 1.7) está consciente no paraíso, não depende de fogo do purgatório. O espírito e alma (partes imateriais) dos que morrem sem confessar a Cristo o seu salvador/redentor encontram-se no Hades conscientes. Nenhuma oração pode alterar o destino da alma pós-morte. As Escrituras não dão respaldo para oração pelos mortos, como ensina II Macabeus 12.42-45, um livro apócrifo. Jesus ensinou acerca do estado consciente dos mortos em Lc 16.19-31. Vemos também em Ap 6.9-11.

O vocábulo morte sempre tem o sentido de separação nas Escrituras.

Morte física - É a separação do corpo da parte imaterial (espírito e alma), que deixa o mundo visível para o invisível, ou mundo espiritual. É o pó retornando ao pó (Ec 12.7). É partir deste mundo (II Tm 4.6).

Morte espiritual - É a separação entre o nosso espírito e Deus (Is 59.2; Rm 7.24;8.10; Ef 2.1), sem ligação, sem comunhão com Ele por causa da queda, em estado de pecados. Para quem partiu sem salvação já é o lugar de tormento (Lc 16.23-25).  Em Jesus, pela cruz, o homem em vida pode ser reconciliado com Deus, mediante arrependimento e fé.

Segunda Morte - É a continuação da morte espiritual, só que entra em estado de condenação definitiva, onde o bicho não morre e fogo não se apaga (Mc 9.44),  o destino final do não salvo (Ap 20.14-15).  

A Bíblia não dá base para o aniquilacionismo (Dn 12.2; Jo 5.28-29; Mt 22.13;25.30; Rm 2.9,11; Ap 20.10,14-15), ou seja, morreu acabou, os incrédulos, os ímpios são extintos, sem nenhuma punição sentenciada. Aliás, é o que eles mais desejam, extinção da existência pela morte física. Pensavam assim os mortalistas: O filósofo grego Epicuro (341-270 a.C.), os saduceus. E mais recente, religiosos orientais, Karl Marx, Charles Darwin acreditavam que após a morte cessariam suas consciências. E por negarem a imortalidade da alma, pregam o aniquilacionismo os Testemunhas de Jeová e Adventistas. É importante distinguir: A alma do homem é imortal, porém só Deus é eterno.

Ec 12.7 – No texto o espírito humano não morre com o corpo, nem com o corpo dorme na sepultura, mas segue imediatamente para Deus. Eis aí a imortalidade da alma.

Mt 10.28 – Disse Jesus: "E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer (condenar, não extinguir) no inferno tanto a alma como o corpo".

Na visão e linha dos aniquilacionistas não existe separação entre corpo e espírito por ocasião do falecimento. E muito menos que a alma/espírito continue a existir. Ap 6.9-10 é para eles simbólico, negam a interpretação literal do texto bíblico para acomodar suas crenças.

Destinos temporários e final no Estado Intermediário:

Sheol (hb.), Hades (grego), traduzido por inferno no latim - São sinônimos e revelam haver compartimentos para as almas, conforme o seu destino no mundo invisível (Sl 16.10; At 2.27; Lc 16.26; Dt 32.22), o Seio de Abraão e um lugar de tormentos, separado por um grande abismo (abussos, no grego - Lc 16.26).

Salmos 16.10 – Sheol (hb. Inferno – mundo inferior dos espíritos), consta sessenta e cinco vezes no AT, traduzido variavelmente por “sepultura”, “inferno” e “cova”, segundo o contexto e a respectiva versão (Nota BEP – Bíblia de Estudo Pentecostal). No NT, em grego, é o Hades.

Podemos considerar o Sheol/Hades uma antessala do lago de fogo (geena, no grego), uma vez que quem ali estiver, já em tormentos, ainda serão julgados e lançados no lago de fogo (Ap 20.13-15).

Nota: Existe o entendimento/linha teológica de que houve mudança no estado intermediário, logo após a morte de Cristo na cruz, Ele desceu as partes mais baixa da Terra, anunciou o triunfo da redenção consumada, levou cativo o cativeiro (Ef 4.8-10), ou seja, transferiu os remidos/justos do Seio de Abraão, elevando-os ao paraíso, no terceiro céu (II Co 12.1-4), onde aguardam a ressurreição.

Ao ladrão da cruz Jesus prometeu: “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43). Demais textos (At 7.55-56,59-60; II Co 5.1-8; Fl 1.21-23). 

Tártaro – (grego tarptapoç) – É um lugar, ou estado, condição de aprisionamento onde anjos caídos estão presos, limitados em cadeias para o dia do juízo (II Pd 2.4; Judas vv.6). O mais profundo do submundo.

a) Entende-se que seja o grande abismo (abussos) que separava o Seio de Abraão do Hades em Lc 16.26.

b) Os demônios que se apossaram do gadareno temiam serem lançados no abismo por Jesus (Lc 8.28-31).

c) Ap 9.1-12, na quinta trombeta, faz menção ao poço do abismo, de onde sairão gafanhotos para atormentar os homens, sem o sinal de Deus nas testas, por cinco meses. Restritos nas ações, não podem matar os homens. O tormento era semelhante a picadas de escorpiões. A interpretação majoritária entende serem os gafanhotos demônios.  E liderados pelo anjo do abismo, Abadom (Hb.) e Apoliom (Gr.), significa destruidor.

d) A besta que vencerá as duas testemunhas de Ap 11, após cumprida a missão, sobe do abismo (Ap 11.7).

e) A besta de Ap 17.3,7-8 é a mesma de Ap 13.1 (o anticristo), traz, promove a Grande Babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra (Ap 17.5), ela também sobe do abismo e irá, seguirá para perdição (Ap 17.7-8).

f) O Tártaro será também o lugar onde o diabo será preso, “enjaulado” por mil anos (Ap 20.3).

g) E, portanto, significa poço sem fundo, no mundo invisível de profunda escuridão, cujo objeto é servir para aprisionamento de espíritos malignos, anjos caídos, debaixo da autoridade de Deus.

Geena – É o lago de fogo, destino final das almas sob condenação da morte eterna, ou segunda morte (Ap 20.14). Ali também será lançada a trindade satânica e aqueles que não estarão inscritos no livro da vida (AP 19.20;20.10,15).

Vidas desencarnadas? – Segundo a Bíblia, os seres humanos após a morte, ordenada uma só vez, aguardam o dia do juízo (Hb 9.27), de modo que até os anjos caídos responderão em julgamento, todavia cada classe (pessoas e anjos), estão no mundo espiritual sob o controle divino, o Pai dos espíritos, o Juiz de todos (Hb 12.9,23), e a Jesus, seu Filho, o designou juiz dos vivos e dos mortos (At 10.42), dando certeza a todos, ao o ressuscitar dos mortos (At 17.31). É falsa a crença de vidas múltiplas, uma areia movediça de que existem almas “perambulando por aí”, entregues à própria sorte, aparecendo e se comunicando com os vivos.

Um alerta de amor! O diabo se transfigura em anjo de luz, disfarçado no campo do místico, como algo de positivo ou benéfico, mas é enganoso (II Co 11.14). O encardido, o adversário, anda por aí, rocando como um leão, buscando a quem possa tragar (I Pd 5.8). Não deis lugar ao diabo (Ef 4.27). Na simbologia Apocalíptica ele é o grande dragão, a antiga serpente, que engana os humanos (Ap 12.9).

Quanto aos anjos sob ordens divinas, podem proteger, dá livramento, revelar algo, trazer uma mensagem da parte de Deus, trabalhando em favor dos salvos, da Igreja, dos tementes a Deus (Sl 34.7; Hb 1.7,14). Cumprem a missão e ausentam-se. Não recebem “confetes humanos” nem adoração (Ap 19.10;22.8-9). Amém!  

Fontes da pesquisa:

As Escrituras Sagradas

Tempo do Fim – A resposta – Pr Juliano Fraga

Anotações de Estudos pessoais.

 

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Bacharel em Direito e Teologia

Natal/RN, setembro 2025. Revisão 09/12/2025.

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