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quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

O que ninguém conta sobre ser pastor.

 

A solidão silenciosa do ministério – Pastores carregam dores que ninguém vê. Nem sempre há alguém para ouvir o coração de quem sempre escuta a todos.

A pressão de ser forte o tempo todo – Esperam que o pastor nunca falhe, nunca desanime para tudo. Pesa e cansa a alma.

A cobrança invisível que nasce da expectativa das pessoas – Muitos se sentem pressionados por padrões irreais. Isso corrói a alegria e o senso de propósito quando não há descanso e alinhamento.

O pastor também precisa ser cuidado – Ninguém foi chamado para caminhar sozinho. Há momentos em que o pastor precisa parar, respirar e ser fortalecido”.

Fonte: Instagram pastor discipulando pastor – 17/12/2025.

Comentários do Blog:

1.Em certa medida concordo com os objetivos da postagem. Tem sim fundo de verdade no cuidado com a alma. O ideal é que o cuidado seja integral a começar de quem o envia. Vejamos outras perspectivas.

2.O pastoreio não deve ser um ofício solitário e nessa linha é um erro de liderança. Creio ser pela dificuldade de confiar nas pessoas. Por outro lado, a confiança está viciada quando só se confia em quem concorda com a liderança em tudo que faz. Ou seja, ao seu lado tem que ser um cabeça de lagartixa, um complacente, um “pau mandado”. Na verdade, precisam de conselheiros éticos, sinceros e idôneos.

3.É verdade que há uma expectativa de fora pelo perfeicionismo da figura pastoral. E em geral, pastores contribuem na medida que passam a imagem de um Superman. Não quero fama na ótica secular para não ter que carregar o seu peso.

4.Líderes precisam falar mais de suas fraquezas, próprias da natureza humana. Combater hipocrisias, se houver, não dá uma de impecáveis. Faz-se necessário estarem mais próximo das ovelhas. Não significa que será um solucionador de todos os problemas.

5.Dependendo do ministério na organização eclesiástica, nem todos em função pastoral sofrem, nem sentem essa carga. Há líderes no pastoreio que atuam mais como dirigentes de culto, distribuidores de atividades, não dedica tempo a um gabinete pastoral, não visitam, não conhecem as ovelhas. A sua maior preocupação é atender a agenda da organização. Acredito que qualquer tipo de ativismo e de pragmatismo fazem mal, geram consequências malévolas.

6.É vital o pastor não se esquecer de que é uma ovelha também, requer pastoreio humano e divino (Sl 23.1), além do seu cuidado com a Palavra que ministra e consigo mesmo, recomendação paulina (I Tm 4.16).

7.Existe organização eclesiástica, onde há pastores sem uma liderança próxima a eles, em prol deles, acessível para os ouvir, exceto para cobrança, correção, disciplina (Junta pastorais, presbitérios, pastores-presidentes, etc.) e certamente deixa um vácuo na alma, nas relações humanas. E muitos deles também carentes, materialmente.

8.De uma pesquisa se afirmou: “Você sabia que 88% dos pastores enfrentam estresse emocional em seu ministério?”. Na atualidade se tornou comum, líderes e liderados enfrentarem stress em razão de metas e resultados, na proporção do cargo e a área onde atuam. Vi e ouvi em uma reunião de obreiros, metas anuais quantitativas para ganhar almas na ação pastoral.

No adoecer da alma e do corpo tem fatores multidisciplinares, com responsabilidades individual e coletiva. Quando nos tornamos doentios, há probabilidade de enfermar outrens à nossa volta. 

É sério! Há pregadores da esperança, sem esperança caindo no fundo do poço, quando a fé em Deus pode e deve estar acima de expectativas da esperança (Rm 4.18). Isto é, a fé é a âncora da esperança.

9.Há uma linha dos que pensam que a Psicologia Pastoral não é necessária. Nem se falava dela. Porque hoje, no meio cristão, há essa carência, cifras altas, inclusive de lideranças no limite do psíquico-emocional? Até onde é realmente verdade? A indução ao consumo, por exemplo, na indústria farmacêutica não visa a cura, remedia. Será que não estamos andando mais na alma do que no Espírito? E o nexo de ligação do espírito humano com Deus capenga? É possível que o evangelho que pregamos e vivemos hodiernamente esteja um tanto psicologizado. 

O Evangelho de Cristo não é insuficiente. O apóstolo Paulo experimentou infortúnios, enfrentou inimigos humanos e espirituais, pregou e viveu a fé cristã com o olhar na eternidade.

10.Se a Igreja de Jesus não for justa, não cuidar uns dos outros, como quem não vai deixar este mundo, não manter a fé de uma espiritualidade sadia, biblicamente equilibrada, como agência do sobrenatural (crendo em milagres), corremos o risco de sofrer e acumular os mesmos problemas da sociedade secularizada. Vamos refletir a respeito. Façamos assim. Amém!

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 17/12/2025.

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