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sábado, 13 de outubro de 2018

Uma Oração Intercessória Nacional...



Há algum tempo, quando solicitaram ao pastor Joe Wright que pronunciasse algumas palavras na abertura da sessão legislativa em Kansas, todos esperavam que ele dissesse as mesmas generalidades de sempre, mas o que ouviram foi bem diferente. Ele elevou sua voz numa oração que dizia:

“Pai do céu, nós estamos hoje diante de Ti para pedir o Teu perdão e a Tua direção. Nós sabemos que a Tua Palavra diz: “Ai daquele que chama o mal, bem”, mas é exatamente isto que nós temos feito. Nós perdemos nosso equilíbrio espiritual e social e invertemos nossos valores. Nós confessamos que…

– Ridicularizamos a verdade absoluta de Tua Palavra e chamamos isso Pluralismo;
– Exploramos o pobre e chamamos isso loteria (ou alavancar negócios);
– Recompensamos a preguiça e chamamos isso bem-estar;
– Matamos nossas crianças antes de nascerem e chamamos isso escolha;
– Negligenciamos a disciplina de nossas crianças e chamamos isso “construir autoestima”;
– Abusamos do poder público e chamamos isso política;
– Invejamos as posses de nossos vizinhos e chamamos isso ambição;
– Poluímos a sociedade com abominação e pornografia e chamamos isso liberdade de expressão;
– Ridicularizamos os nobres valores de nossos antepassados e chamamos isso de esclarecimento;

- Sonda-nos, Oh! Deus, e conhece o nosso coração hoje; limpa-nos de todo pecado e faz-nos livres. Guia estes homens e mulheres que foram eleitos, para nos dirigirem no centro de sua vontade e para abertamente questionar estas coisas em nome do Teu filho, o vivo Salvador, Jesus Cristo. Amém.!!!”

Amados, não é diferente no Brasil – Há em todo o mundo uma agenda anticristã para solapar (abalar os fundamentos), destruir os valores da Fé Cristã e desnortear a Família do Padrão Divino.

Respeitamos as diferenças sem discriminação. Ao tempo em que exigimos respeito às nossas crenças e valores, uma vez que pensamos e cremos diferentes.

Disse jesus em João 10.9-11

“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens. O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas”.



Samuel P M Borges – outubro de 2018.

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

VEM AÍ A APOSENTADORIA...

ESCOLHAS SÃO CONSEQUÊNCIAS DE DECISÕES QUE TOMAMOS NA VIDA
Ao se aposentar 

PONTOS NEGATIVOS
PONTOS POSITIVOS

1. Aposentadoria não planejada              
1. Aposentadoria planejada


2.Perda gradativa de status          
2.Mais atenção à saúde e viver melhor

3.Distanciamento do ambiente de trabalho
3.Possibilidade de nova  oportunidade


4.Sem tempo para um robe         
4.Desenvolver um robe

5.Reduções na renda              

5.Livre da rotina de trabalho
6. Ficar passivo à vida, no ócio    
6. Ocupar-se pelo prazer

7. Pouco tempo para o voluntariado
7. Envolver-se mais com o voluntariado

8. Pouco tempo para família
8. Mais tempo para família

9. Poucas oportunidades para viajar
9. Maior disponibilidade para viajar

10.Velha rotina de trabalho          
10.Nova rotina de vida


A escolha é sua....


Samuel P M Borges

Mártires de Cunhaú (Canguaretama-RN) e de Uruaçu (São Gonçalo do Amarante-RN)



Cunhaú 

16/07/1645 - massacre de Cunhaú (Canguaretama-RN), ocorrido no primeiro engenho construído em território potiguar.  Segundo os cronistas, Jacob Rabbi, um alemão a serviço do governo holandês, liderou o massacre. E sempre escoltado pelas tropas dos índios Tapuias.

Uruaçu

03/10/1645 - massacre de Uruaçu (São Gonçalo do Amarante-RN), três meses depois do ocorrido em Cunhaú, também a mando de Jacob Rabbi. 

Quem foi Jacob Rabbi, o abominável? - Por Samuel Gomes, advogado e professor de Direito em Curitiba e Brasília – Artigo de 13/10/2017, no Facebook.

                                 (Parcialmente partilhado – Fonte citada).

“Descobri que foram martirizados pelos Tapuias sob a chefia do celerado Jacob Rabbi, um cruel e ganancioso judeu-alemão, militar e despachante dos interesses do domínio territorial holandês no hoje Rio Grande do Norte.

Durante o período da Dominação Holandesa no Nordeste (1630-1654), a política da Companhia das Índias Ocidentais (WIC) era de relações amistosas com os Tapuias.

Em 1637, Jacob Rabbi, originário de Waldeck (Hesse, Alemanha) chegou ao Brasil com o Conde Maurício de Nassau.

A pedido de Nassau, Jacob Rabbi foi ao interior da Capitania do Rio Grande onde passou quatro anos junto aos Tapuias Janduís, chefiados pelo “rei” de mesmo nome.

Além de servir de intérprete dos Janduís para os holandeses, sua permanência entre os índios consolidava as bases da aliança política neerlandesa – tapuia.

Participando da vida nômade destes nativos selvagens, Jacob Rabbi, passou por um processo de “indianização” e de tal forma se adaptara a estes selvagens em seus costumes e modos de viver, que se tornara como se fosse um deles”.

Extremamente violento, exercia “indiscutível” liderança sobre os ferozes índios Tapuias.

Após ter se afastado da vida tribal dos acampamentos tapuias, Jacó Rabbi se tornara a figura mais sinistra, repelente e abominável do domínio holandês no Nordeste do Brasil.

Com a tolerância e conivência dos holandeses, Rabbi deixou um rastro de saques destruição e assassinatos entre as Capitanias da Paraíba e do Rio Grande (atual Rio Grande do Norte).

Todos estes delitos rendiam gado, roupa, jóias, a Rabbi, que conseguiu acumular uma pequena fortuna.

...Em 4 de abril de 1646 após a realização da conferência entre os dois desafetos, Gardtzman saiu primeiro seguido depois por Rabbi.

Então se ouviram dois disparos de fuzil. Caía, mortalmente ferido, Jacob Rabbi que também recebeu 6 golpes de sabre que deformaram partes do seu corpo.

Rabbi vivia com uma nativa, de nome Domingas, num sítio de sua propriedade, chamado “Ceará” e após sua morte ela foi despojada de todos os bens do companheiro.

Jacob Rabbi foi sepultado no lugar onde morreu”.

E quem desejar saber mais sobre Jacob Rabbi. Clicar: http://samuca-borges.blogspot.com/2018/10/martires-de-cunhau-uruacu-e-jacob-rabbi.html

Beatificação e Canonização

16/06/1989 - Em reconhecimento ao feito dos Mártires de Uruaçu, o processo de beatificação foi concedido pela Santa Sé.

21/12/1998 -  O papa João Paulo II assinou o decreto reconhecendo o martírio de 30 brasileiros, sendo dois sacerdotes e 28 leigos.

05/03/2000 - A celebração de beatificação aconteceu na Praça de São Pedro, no Vaticano, a cerimônia religiosa foi presidida pelo papa João Paulo II.

15/10/2017, no Vaticano, os Mártires de Cunhaú e Uruaçu foram declarados santos pelo Papa Francisco. O Papa Francisco declarou santos 30 dos 80 mortos nos massacres. Dois padres e 28 leigos. Ou seja, 80 mortos e destes 30 martirizados.

Segundo os cronistas, os martírios ocorridos em 1645, durante a segunda invasão holandesa no Brasil colônia (1630-1654), se deu quando os holandeses tomaram a iniciativa de invadir o nordeste brasileiro para cobrar as dívidas dos portugueses que construíram engenhos com dinheiro emprestado pela Holanda.

Beatificação x Canonização – Pelo Padre Paulo Ricardo.

A beatificação é uma permissão de culto. Frágil enquanto sentença e que, geralmente, atende ao anseio de uma comunidade específica (um país, uma ordem religiosa etc.), porém, faltando ainda aquela nota de universalidade típica do ser católico.

A canonização, por sua vez, é uma prescrição de culto, inclusive algumas bulas trazem a ordem expressa de culto e outras trazem anátemas para quem não aceitar a santidade decretada.

O núcleo da diferença entre um ato e o outro é o fato de que, na beatificação não existe um pronunciamento explícito quanto à certeza de que a pessoa beatificada está na glória do céu. Já na canonização existe essa atestação pontifícia, tanto a vida virtuosa como modelo de santidade, quanto da certeza de que aquela pessoa declarada se encontra na Igreja triunfante.

A canonização é, portanto, um ato político, no sentido mais puro da palavra, ou seja, é um ato de influência social que visa o bem comum das pessoas.

O Catecismo da Igreja Católica, em seu número 828, diz que:

"Ao canonizar certos fiéis, isto é, ao proclamar solenemente que esses fiéis praticaram heroicamente as virtudes e viveram na fidelidade à graça de Deus, a Igreja reconhece o poder do Espírito de santidade que está em si e sustenta a esperança dos fiéis, propondo-os como modelos e intercessores."

E ainda do http://www.universocatolico.com.br/index.php?/beatificacao-qual-e-o-significado.html.

“Beatificação é um passo no processo de canonização. Por meio desta o papa autoriza a veneração pública da pessoa na igreja local, na congregação religiosa com a qual a pessoa era associada, e em outros lugares por aqueles que recebem tal permissão. Atenção para a diferença: um Santo deveria ser honrado nas celebrações litúrgicas pela igreja universal, isto é, por toda a Igreja, enquanto um Beato pode ser honrado somente em certos lugares”.

A salvação está disponível para todos, para tanto, existe o Purgatório. Já a santidade é para poucos, pois, o santo é aquele que viveu de tal forma a vida em Cristo que não necessitou do remédio do Purgatório e ao morrer foi direto para o céu.

A canonização é uma sentença definitiva e irrevogável, na qual o Papa afirma, utilizando-se do seu poder pontifício, que aquela pessoa viveu de forma extraordinária a graça do primeiro mandamento que é amar a Deus sobre todas as coisas e que, por causa disso, serve como modelo para todos aqueles que almejam viver a mesma Graça.


Comentários do articulista:

1. À luz da Bíblia...nenhuma igreja ou sistema religioso tem autoridade para decretar quem alcançou status de santo, e muito menos, se tornar intercessor depois de morto. Isto é religião humana desprovida de base bíblica.

2. A Bíblia é a Palavra de Deus com autoridade acima de qualquer religião, sistemas religiosos e credos humanos. E não o contrário como afirmam alguns líderes e clérigos.

II Timóteo 3.16-17 – “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra”.

II Timóteo 2.15 – “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”.

Hebreus 4.12-13 – “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar”.

a) Está escrito: Ninguém subiu ao céu (para estar na presença de Deus), senão Jesus Cristo, que desceu do céu.

João 3.13 – “Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu”.

b) A santidade enquanto status de santo, separado, é Deus quem santifica. Já a santificação é um processo contínuo na vida cristã.

I Tessalonicenses 5.23 - “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso SENHOR Jesus Cristo”.

c) Jesus é o único e exclusivo caminho de acesso a Deus.

João 14.6 – “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”.

d) O Espírito Santo é o nosso intercessor junto ao Pai.

Romanos 8.26-27 – “ E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos”.

e) Jesus, o Senhor e salvador, é o nosso advogado junto ao Pai.

I João 2.1- “MEUS filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo”.

f) E é Jesus o mediador legítimo entre Deus e os homens.
I Timóteo 2.5 – “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem”.

3. Nas Escrituras purgação ou purificação de pecados só é possível, mediante o que Deus fez através de seu filho Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, ao padecer na cruz, com eficácia para todo o que crê.

a) Pelo sangue de Jesus Cristo, temos purificação e perdão dos pecados, e redenção (resgate a preço de sangue).

I João 1.7-9 – “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado. Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça”.

Efésios 1.7 – “Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça”.

b) Jesus pelo sem sangue resgatou para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação.

I Pedro 1.18-19 – “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais. Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado”.

Apocalipse 5.9 – “E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação”.

c) Todo homem pode se tornar um santo, mediante a justificação por Jesus Cristo. E da parte de Deus envolve dois elementos básicos (Graça e Sangue), e do homem dois elementos básicos (Arrependimento e Fé).

Graça - Romanos 3.23-24

“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus”.

Sangue - Romanos 5.9

“Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira”.

Arrependimento – Mc 1.14-15

“E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galileia, pregando o evangelho do reino de Deus.  E dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho”.

Fé - Romanos 5.1 - “TENDO sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”.

d) A salvação, a vida eterna é dádiva divina para todo o que crê.

João 3.16 – “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

Romanos 6.22-23 - “Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor”.

Efésios 2.8-10 - “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas”.

Samuel P M Borges – Outubro 2018





quarta-feira, 3 de outubro de 2018

MÁRTIRES DE CUNHAÚ, URUAÇU e Jacob Rabbi


BIOGRAFIA DE  *Jacob Rabbi 

RAÍZES DA CEARÁ-MIRIM ESCONDIDA - CONHEÇA A HISTÓRIA DE Jacob  Rabbi 

(*Foi um militar neerlandês (holandês), a serviço da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais (WIC), participou da segunda das Invasões holandesas do Brasil, durante todo o conflito (1630-1654).

Existe uma unanimidade entre os historiadores sobre o caráter violento e desnecessário dos massacres promovidos pelos batavos, e seus aliados janduís, na Capitania do Rio Grande.

As execuções dessas matanças foram comandadas, como já foi demonstrado, pelo judeu-alemão Jacob Rabbi, que veio para o Brasil com o conde João Maurício de Nassau, em 1637, originário de Waldeck.

Para Câmara Cascudo, ele era violento e astuto, cruel e sem escrúpulo, saqueador e mandante de assassinatos, é a figura mais sinistra e repelente do domínio holandês no Nordeste brasileiro, denegrida e acusada por todos os historiadores do seu tempo".

Olavo de Medeiros Filho completa o perfil de Jacob Rabbi, afirmando que o judeu-alemão possuía "certa cultura, poliglota (pelo menos falava os idiomas alemão, holandês, português, tupi e taraiui). De sua pena deixou uma crônica famosa, ou relação de viagem contendo preciosas informações sobre a geografia da capitania, bem como sobre a etnografia dos tapuias".

Câmara Cascudo chama a atenção para outro aspecto: "todos os assaltos, saques, tropelias, morticínios dos janduís rendiam gado, roupa, jóias, ao amigo Rabbi". Como resultado, o judeu conseguiu acumular uma pequena fortuna.

Jacob Rabbi permaneceu durante quatro anos vivendo entre os selvagens. Com o passar do tempo, crescia a afinidade entre o europeu e os tapuias, Rabbi foi assimilando os costumes nativos. Passava por um processo de indianização. De fato, na interpretação de Câmara Cascudo, "o sórdido e desconfiado europeu inteligente e branco, que era por dentro um cariri autêntico, desde o temperamento aos costumes diários".

Rabbi vivia com uma nativa, de nome Domingas, num sítio de sua propriedade, chamado "Ceará". Segundo Olavo de Medeiros Filho, "o sítio corresponde atualmente à localização denominada Araça, ribeira do Ceará-Mirim entre Massagana e Estivas.

No massacre de Uruaçu, foi morto João Lostau Navarro, sogro de Gardtzman que, revoltado, decidiu se vingar, afirmando "que o mundo nada perderia se desembaraçassem de semelhante canalha". Chegou, inclusive, a entrar em contato com dois homens para que matassem Jacob Rabbi. Primeiro foi com Wilhelm Jansen, que colocou uma série de dificuldades. A outra pessoa foi Roeloff Baron, que concordou em realizar a sinistra missão, caso recebesse ordens do Alto Conselho Secreto. Nesses contatos, portanto, Gardtzman não conseguiu efetivar seu intento. Mas não desistiu de eliminar Rabbi.

Mais adiante, convidou o seu desafeto para uma reunião, com a finalidade de promover um entendimento e esquecer as mágoas passadas. O judeu-alemão aceitou, finalmente, participar de uma ceia que aconteceria na casa de Dirk Mulden Van Mel, a qual, segundo Câmara Cascudo, estava localizada nas proximidades de Refoles. Olavo Medeiros afirma que a casa de Muller "fica à margem direita do então chamado riacho Guajaí (água dos caranguejos), entre os distritos de Igapó e Santo Antônio do Potengi. Dista cerca de 10,5 km da matriz".

Ainda participaram desse encontro outros militares: Wilhelm Becke, Roulox Baro, Jacob de Bolan, Denys Baltesen, Johannes Hoeck, Wilhelm Tenberghe etc.

Após a realização da conferência ente os dois desafetos, Gardtzman saiu primeiro. Pouco depois é que Rabbi saiu. E não demorou muito tempo para que se ouvissem dois disparos de fuzil. Caía, mortalmente ferido, Jacob Rabbi. A vítima recebeu, além dos tiros, golpes de sabre que deformaram partes do cadáver.

Ficou provado, mais, uma vez, que a violência provoca violência, Jacob Rabbi, que praticou assaltos e crimes, sendo um dos responsáveis, pelos massacres de Cunhaú e Uruaçu, morreu como consequência do ódio, tendo seu corpo deformado por golpes de sabre.

Olavo Medeiros descreve a situação em que o corpo foi encontrado: "Um dos tiros penetra-lhe do lado esquerdo do corpo, fazendo-lhe um ferimento muito profundo, em que Muller pudera introduzir até o fim dos seus dedos. A outra bala varara-lhe o lado direito das costelas falsas. Seis golpes de armas branca haviam-lhe deformado o rosto, a cabeça e o braço direito. Um dos olhos do cadáver estava aberto; as suas algibeiras achavam-se voltadas e esvaziadas. Faltava-lhe um anel de ouro, que ainda trazia no dedo quando se retirara da casa de Muller". O crime ocorreu na noite de 4 de abril de 1646.

Jacob Rabbi foi sepultado no lugar onde morreu. Gardtzman, ao ser informado do crime, cinicamente disse: "Antes ele do que eu".

Apesar de ter negado se o mandante do crime, ficou provado que houve um acordo entre Gardtzman e Bolan para matar e depois roubar os bens de Jacob Rabbi. Domingas foi despojada, totalmente, dos bens de seu companheiro. 

Os janduís, decepcionados, voltaram para o sertão. Não houve mais morticínio na Capitania do Rio Grande.

FONTE: tribunadonorte.com.br

Publicado no: http://franciscoguiacm.blogspot.com/2012/01/voce-conhece-ou-ja-ouviu-falar-de-jacob.html. Pesquisa por Samuel Borges  em 03/10/2018.


quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Eleições e Escolhas Cristãs


Daniel Lima

No dia 9 de agosto tivemos o primeiro debate televisionado com os candidatos à presidência, que foi talvez uma prévia dos vários confrontos que ainda ocorrerão. Olhei praticamente o debate todo, e saí com certo nível de frustração. Eu sei que não é um debate que vai definir candidatos, mas sinceramente esperava maior clareza. O que vi, com exceção de dois radicais, foi caracterizado por discursos mornos, declarações generalizadas e atitudes tão polidas quanto inócuas. No entanto, o tempo não para e o dia da votação se aproxima. Apesar de ser forte defensor da separação igreja-estado, sou também forte defensor de um sistema em que a população se manifeste quanto aos rumos de sua nação. Não por crer no enganador ditado “vox populi vox Dei” (a voz do povo é a voz de Deus), mas porque com muita frequência temos observado diferentes povos fazerem escolhas que, além de trazerem resultados catastróficos, definitivamente contrariam a vontade de Deus. Creio no modelo democrático pois creio que devemos arcar com as consequências de nossas escolhas, e um sistema onde alguém decide por mim me daria o direito de me isentar de qualquer culpa ou responsabilidade (vide artigo sobre o aborto).

Tampouco creio em movimentos de anular votos ou votar em branco, buscando se eximir de participação. Ambos me parecem tentativas fúteis de fugir de escolhas, sendo que não podemos fugir de seus resultados. Com isso recai sobre nós a difícil tarefa de escolher em quem votar. Refleti então sobre quais princípios bíblicos podemos usar em uma situação assim. Embora muito tenha sido escrito defendendo uma ideologia contra outras, eu gostaria de tentar encontrar alguns princípios gerais, sobre os quais, instruídos pela Palavra, possamos concordar. Embora existam muitos, gostaria de destacar cinco deles:

1. Ore, ore, ore

Certamente é um princípio muito afirmado, mas infelizmente pouco praticado. Foi com alegria que vi a igreja da qual participo assumir um compromisso de uma campanha de oração pelas eleições. Cabe lembrar o texto de 2Crônicas 7.14:
Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra.

Não importa se o candidato roubou muito ou pouco. O fato de ter roubado revela seu caráter.

O processo proposto para todo aquele que se identifica como seguidor de Jesus é em primeiro lugar “se humilhar” e, portanto, não defender de modo áspero, arrogante ou violento suas convicções político-partidárias. E, em segundo lugar, “orar”, clamar a Deus reconhecendo-o como aquele que tem o coração do rei em suas mãos. Cremos em um Deus soberano que tem processos assim sob seu controle, e, mesmo quando indivíduos iníquos assumem o governo, podemos confiar que ele vai atravessar este vale escuro ao nosso lado. Em terceiro lugar, “buscar a face de Deus”, buscar conhecer a Deus, buscar conhecer sua vontade e alinhar-se com ela, buscar promover o que ele ama e não o partido que me agrada. Por fim, “se afastar dos seus maus caminhos”. Não podemos orar esperando seu favor e continuar desprezando Deus e sua vontade. Não podemos orar esperando respostas enquanto em nossas vidas seguimos na direção oposta daquilo que ele propõe como caminho de vida. Portanto, não ore para que seu candidato favorito seja eleito, ore para que Deus tenha misericórdia de nossa nação, ore para que o seu plano se realize, ore para que seja eleito aquele que vai cumprir os seus propósitos nesta época para nosso país. Paulo, em 1Timóteo 2.1-2, escreve:
Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ação de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade.

O objetivo de nossa oração é que tenhamos vidas tranquilas e pacíficas, com toda a devoção, com liberdade para proclamar aquele governo que realmente vai resolver os problemas – o reino de nosso Senhor Jesus Cristo. Ore para que seu voto se alinhe com a vontade de Deus.

2. Fiel no pouco, fiel no muito

Um segundo princípio ao escolher nossos governantes é aquele apresentado na parábola dos talentos. O que torna alguém corrupto não é a quantia que se desvia, mas o ato de tomar para si aquilo que não lhe pertence. Lucas registra as palavras de Jesus em seu evangelho, no capítulo 16, verso 10:
Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito, e quem é desonesto no pouco, também é desonesto no muito.
Sendo assim, não importa se o candidato roubou muito ou pouco. O fato de ter roubado revela seu caráter. Investigue seu candidato, verifique se ele ou ela são marcados por um histórico de corrupções ou se, pelo contrário, o que mais se sobressai é a ausência das mesmas.

3. Amar o que Deus ama e detestar o que Deus detesta

Um dos valores fundamentais da fé cristã é que, ao caminharmos com ele, a própria vida de Cristo começa a inundar nosso viver. Com isso, começo a descobrir interesses e paixões que não me são naturais, mas evidentemente sobrenaturais, de forma que não é mais o meu querer que dirige minha vida, mas a vontade de Deus. O apóstolo Paulo descreve isso em Gálatas 2.20:
Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.

Examine questões como família, princípios morais, ideologia de gênero, justiça social, amparo dos desamparados.

Examine a proposta dos candidatos quanto aos valores cristãos. Ele ou ela defendem o que Deus ama? Ele ou ela se posicionam pessoalmente, e em suas propostas, de acordo com aquilo que Deus propõe como importante? Examine questões como família, princípios morais, ideologia de gênero, justiça social, amparo dos desamparados. Certamente o futuro presidente terá de governar cristãos e não cristãos, portanto não devemos esperar uma plataforma exclusivamente cristã. Ao mesmo tempo, devemos nos opor à iniquidade. Qualquer governo que, por exemplo, tenha como plataforma a desconstrução da família está promovendo abertamente a iniquidade. O apóstolo Tiago escreve em sua carta, no capítulo 4, verso 4:
Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.

Cuidado, então, com partidarismos. Cuidado com propagandas e discursos que soam tão razoáveis e tão transformadores, mas que ao mesmo tempo promovem causas que Deus odeia. Não podemos sacrificar princípios cristãos para ganhar a amizade com o mundo.

4. Caráter e competência

Para Deus não há dicotomia quanto a caráter e competência.

O que seria melhor: um governante de bom caráter mas incompetente, ou um de mau caráter mas competente? A única resposta que faz sentido é: nenhum dos dois! A Palavra torna evidente que Deus capacita aqueles que ele chama para as mais variadas funções. Na história de José lemos várias vezes que que ele prosperava porque a mão do Senhor estava com ele. Certamente ele tinha capacidade de governo, mas esta capacidade era baseada em seu caminhar íntegro. A lista de qualificações para líderes da igreja em 1Timóteo é essencialmente uma lista de aspectos do caráter e não só de competência. Para Deus não há dicotomia quanto a caráter e competência. Ao aconselhar Moisés a escolher os líderes do povo, Jetro afirma que as características destes líderes deveriam incluir tanto capacidade quanto temor a Deus. No contexto judaico e também cristão, o conceito de caráter está intimamente ligado ao temor de Deus, pois o indivíduo que assume um padrão moral e ético o faz a partir da compreensão de que há um Deus soberano ao qual cada um deverá prestar contas um dia. No texto de Êxodo 18.21 lemos:
Mas escolha dentre todo o povo homens capazes, tementes a Deus, dignos de confiança e inimigos de ganho desonesto. Estabeleça-os como chefes de mil, de cem, de cinquenta e de dez.

Ao escolher um candidato, não caia na armadilha de decidir entre caráter ou competência. Uma escolha assim é como decidir se você prefere morrer com fogo ou com água – no final, o resultado é o mesmo! Escolha candidatos que mostraram competência e, ao mesmo tempo, mostram caráter.

5. Evite votar em alguém apenas porque se diz cristão

Todos conhecemos pessoas muito dedicadas a Jesus, mas que não têm capacidade para gerir um negócio ou sequer suas próprias finanças. Infelizmente, alguns candidatos parecem crer que, por professarem ser cristãos, automaticamente estão qualificados para um cargo no governo. Olhe com muito cuidado estes candidatos. Primeiramente, seu argumento para ser seu escolhido é muito fraco. Não basta alguém ser cristão para governar uma cidade, estado ou país. O indivíduo precisa de conhecimento, capacidade e perfil para desempenhar estas funções. Em segundo lugar, o fato de se apresentarem como cristãos não significa que têm um procedimento íntegro. Todo leitor do Novo Testamento conhece a história de Ananias e Safira, que, sendo cristãos, tentaram promover uma imagem própria além da realidade. Eles tentaram mentir para os homens, mas na verdade mentiram para Deus. (Em nenhum momento o texto indica que eles não eram cristãos.) Finalmente, cuidado com candidatos que afirmam que vão defender os cristãos. Há duas razões para isso. Primeira, nosso protetor é Deus e não um governante cristão. Segunda, o que se espera de um governante é que seja justo, temente a Deus, e não alguém que defenda seguidores de uma fé acima dos demais.

Após considerar esses princípios, você talvez conclua que não há candidatos que preencham todas estas características. Isso pode muito bem ser verdade. Uma vez mais, importa aqui o discernimento. Reflita: qual dos candidatos mais preenche estas características? Qual deles vai refrear a iniquidade e promover a justiça? Qual deles, em sua percepção, vai lutar por aquilo que Deus ama? Minha oração é que eu, você e a igreja brasileira estejamos engajados neste processo, nos humilhando, orando, buscando a face do Senhor, nos desviando do mal e nos oferecendo como seus agentes para cumprir seus propósitos em nossa nação.

Daniel Lima foi pastor de igreja local por mais de 25 anos. Formado em psicologia, mestre em educação cristã e doutorando em formação de líderes no Fuller Theological Seminary, EUA. Daniel foi diretor acadêmico do Seminário Bíblico Palavra da Vida por 5 anos, é autor, preletor e tem exercido um ministério na formação e mentoreamento de pastores. Casado com Ana Paula há mais de 30 anos, tem 4 filhos e vive no Rio Grande do Sul desde 1995.

Fonte: https://www.chamada.com.br/mensagens/eleicoes.html


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