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sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Mártires de Cunhaú (Canguaretama-RN) e de Uruaçu (São Gonçalo do Amarante-RN)



Cunhaú 

16/07/1645 - massacre de Cunhaú (Canguaretama-RN), ocorrido no primeiro engenho construído em território potiguar.  Segundo os cronistas, Jacob Rabbi, um alemão a serviço do governo holandês, liderou o massacre. E sempre escoltado pelas tropas dos índios Tapuias.

Uruaçu

03/10/1645 - massacre de Uruaçu (São Gonçalo do Amarante-RN), três meses depois do ocorrido em Cunhaú, também a mando de Jacob Rabbi. 

Quem foi Jacob Rabbi, o abominável? - Por Samuel Gomes, advogado e professor de Direito em Curitiba e Brasília – Artigo de 13/10/2017, no Facebook.

                                 (Parcialmente partilhado – Fonte citada).

“Descobri que foram martirizados pelos Tapuias sob a chefia do celerado Jacob Rabbi, um cruel e ganancioso judeu-alemão, militar e despachante dos interesses do domínio territorial holandês no hoje Rio Grande do Norte.

Durante o período da Dominação Holandesa no Nordeste (1630-1654), a política da Companhia das Índias Ocidentais (WIC) era de relações amistosas com os Tapuias.

Em 1637, Jacob Rabbi, originário de Waldeck (Hesse, Alemanha) chegou ao Brasil com o Conde Maurício de Nassau.

A pedido de Nassau, Jacob Rabbi foi ao interior da Capitania do Rio Grande onde passou quatro anos junto aos Tapuias Janduís, chefiados pelo “rei” de mesmo nome.

Além de servir de intérprete dos Janduís para os holandeses, sua permanência entre os índios consolidava as bases da aliança política neerlandesa – tapuia.

Participando da vida nômade destes nativos selvagens, Jacob Rabbi, passou por um processo de “indianização” e de tal forma se adaptara a estes selvagens em seus costumes e modos de viver, que se tornara como se fosse um deles”.

Extremamente violento, exercia “indiscutível” liderança sobre os ferozes índios Tapuias.

Após ter se afastado da vida tribal dos acampamentos tapuias, Jacó Rabbi se tornara a figura mais sinistra, repelente e abominável do domínio holandês no Nordeste do Brasil.

Com a tolerância e conivência dos holandeses, Rabbi deixou um rastro de saques destruição e assassinatos entre as Capitanias da Paraíba e do Rio Grande (atual Rio Grande do Norte).

Todos estes delitos rendiam gado, roupa, jóias, a Rabbi, que conseguiu acumular uma pequena fortuna.

...Em 4 de abril de 1646 após a realização da conferência entre os dois desafetos, Gardtzman saiu primeiro seguido depois por Rabbi.

Então se ouviram dois disparos de fuzil. Caía, mortalmente ferido, Jacob Rabbi que também recebeu 6 golpes de sabre que deformaram partes do seu corpo.

Rabbi vivia com uma nativa, de nome Domingas, num sítio de sua propriedade, chamado “Ceará” e após sua morte ela foi despojada de todos os bens do companheiro.

Jacob Rabbi foi sepultado no lugar onde morreu”.

E quem desejar saber mais sobre Jacob Rabbi. Clicar: http://samuca-borges.blogspot.com/2018/10/martires-de-cunhau-uruacu-e-jacob-rabbi.html

Beatificação e Canonização

16/06/1989 - Em reconhecimento ao feito dos Mártires de Uruaçu, o processo de beatificação foi concedido pela Santa Sé.

21/12/1998 -  O papa João Paulo II assinou o decreto reconhecendo o martírio de 30 brasileiros, sendo dois sacerdotes e 28 leigos.

05/03/2000 - A celebração de beatificação aconteceu na Praça de São Pedro, no Vaticano, a cerimônia religiosa foi presidida pelo papa João Paulo II.

15/10/2017, no Vaticano, os Mártires de Cunhaú e Uruaçu foram declarados santos pelo Papa Francisco. O Papa Francisco declarou santos 30 dos 80 mortos nos massacres. Dois padres e 28 leigos. Ou seja, 80 mortos e destes 30 martirizados.

Segundo os cronistas, os martírios ocorridos em 1645, durante a segunda invasão holandesa no Brasil colônia (1630-1654), se deu quando os holandeses tomaram a iniciativa de invadir o nordeste brasileiro para cobrar as dívidas dos portugueses que construíram engenhos com dinheiro emprestado pela Holanda.

Beatificação x Canonização – Pelo Padre Paulo Ricardo.

A beatificação é uma permissão de culto. Frágil enquanto sentença e que, geralmente, atende ao anseio de uma comunidade específica (um país, uma ordem religiosa etc.), porém, faltando ainda aquela nota de universalidade típica do ser católico.

A canonização, por sua vez, é uma prescrição de culto, inclusive algumas bulas trazem a ordem expressa de culto e outras trazem anátemas para quem não aceitar a santidade decretada.

O núcleo da diferença entre um ato e o outro é o fato de que, na beatificação não existe um pronunciamento explícito quanto à certeza de que a pessoa beatificada está na glória do céu. Já na canonização existe essa atestação pontifícia, tanto a vida virtuosa como modelo de santidade, quanto da certeza de que aquela pessoa declarada se encontra na Igreja triunfante.

A canonização é, portanto, um ato político, no sentido mais puro da palavra, ou seja, é um ato de influência social que visa o bem comum das pessoas.

O Catecismo da Igreja Católica, em seu número 828, diz que:

"Ao canonizar certos fiéis, isto é, ao proclamar solenemente que esses fiéis praticaram heroicamente as virtudes e viveram na fidelidade à graça de Deus, a Igreja reconhece o poder do Espírito de santidade que está em si e sustenta a esperança dos fiéis, propondo-os como modelos e intercessores."

E ainda do http://www.universocatolico.com.br/index.php?/beatificacao-qual-e-o-significado.html.

“Beatificação é um passo no processo de canonização. Por meio desta o papa autoriza a veneração pública da pessoa na igreja local, na congregação religiosa com a qual a pessoa era associada, e em outros lugares por aqueles que recebem tal permissão. Atenção para a diferença: um Santo deveria ser honrado nas celebrações litúrgicas pela igreja universal, isto é, por toda a Igreja, enquanto um Beato pode ser honrado somente em certos lugares”.

A salvação está disponível para todos, para tanto, existe o Purgatório. Já a santidade é para poucos, pois, o santo é aquele que viveu de tal forma a vida em Cristo que não necessitou do remédio do Purgatório e ao morrer foi direto para o céu.

A canonização é uma sentença definitiva e irrevogável, na qual o Papa afirma, utilizando-se do seu poder pontifício, que aquela pessoa viveu de forma extraordinária a graça do primeiro mandamento que é amar a Deus sobre todas as coisas e que, por causa disso, serve como modelo para todos aqueles que almejam viver a mesma Graça.


Comentários do articulista:

1. À luz da Bíblia...nenhuma igreja ou sistema religioso tem autoridade para decretar quem alcançou status de santo, e muito menos, se tornar intercessor depois de morto. Isto é religião humana desprovida de base bíblica.

2. A Bíblia é a Palavra de Deus com autoridade acima de qualquer religião, sistemas religiosos e credos humanos. E não o contrário como afirmam alguns líderes e clérigos.

II Timóteo 3.16-17 – “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra”.

II Timóteo 2.15 – “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”.

Hebreus 4.12-13 – “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar”.

a) Está escrito: Ninguém subiu ao céu (para estar na presença de Deus), senão Jesus Cristo, que desceu do céu.

João 3.13 – “Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu”.

b) A santidade enquanto status de santo, separado, é Deus quem santifica. Já a santificação é um processo contínuo na vida cristã.

I Tessalonicenses 5.23 - “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso SENHOR Jesus Cristo”.

c) Jesus é o único e exclusivo caminho de acesso a Deus.

João 14.6 – “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”.

d) O Espírito Santo é o nosso intercessor junto ao Pai.

Romanos 8.26-27 – “ E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos”.

e) Jesus, o Senhor e salvador, é o nosso advogado junto ao Pai.

I João 2.1- “MEUS filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo”.

f) E é Jesus o mediador legítimo entre Deus e os homens.
I Timóteo 2.5 – “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem”.

3. Nas Escrituras purgação ou purificação de pecados só é possível, mediante o que Deus fez através de seu filho Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, ao padecer na cruz, com eficácia para todo o que crê.

a) Pelo sangue de Jesus Cristo, temos purificação e perdão dos pecados, e redenção (resgate a preço de sangue).

I João 1.7-9 – “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado. Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça”.

Efésios 1.7 – “Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça”.

b) Jesus pelo sem sangue resgatou para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação.

I Pedro 1.18-19 – “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais. Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado”.

Apocalipse 5.9 – “E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação”.

c) Todo homem pode se tornar um santo, mediante a justificação por Jesus Cristo. E da parte de Deus envolve dois elementos básicos (Graça e Sangue), e do homem dois elementos básicos (Arrependimento e Fé).

Graça - Romanos 3.23-24

“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus”.

Sangue - Romanos 5.9

“Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira”.

Arrependimento – Mc 1.14-15

“E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galileia, pregando o evangelho do reino de Deus.  E dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho”.

Fé - Romanos 5.1 - “TENDO sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”.

d) A salvação, a vida eterna é dádiva divina para todo o que crê.

João 3.16 – “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

Romanos 6.22-23 - “Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor”.

Efésios 2.8-10 - “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas”.

Por Samuel Pereira de Macedo Borges 

Bacharel em Direito e Teologia

Natal/RN, 12/10/2018.

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