“No século VI a.C., sob o reinado de Cambises II da Pérsia, o juiz real Sisamnes cometeu o crime supremo de aceitar um suborno para proferir uma sentença injusta. Para os persas, a corrupção judicial era vista como uma violação da ordem sagrada do império, e a punição aplicada pelo rei foi de uma brutalidade simbólica sem precedentes:
Sisamnes foi executado por
esfolamento público. A crueldade, porém, não terminou na morte; o rei ordenou
que a pele do juiz fosse curtida e utilizada para forrar a cadeira do tribunal
onde ele exercia suas funções, transformando o próprio corpo do traidor em um
lembrete físico da autoridade da lei.
O desdobramento mais
impactante da lição foi a nomeação de Otanes, filho de Sisamnes, para ocupar o
cargo do pai. Ele foi obrigado a sentar-se sobre a pele do próprio progenitor
em todos os julgamentos, servindo como um aviso constante sobre o preço da
desonestidade.
Segundo os relatos de
Heródoto, a estratégia funcionou, e Otanes exerceu a magistratura com integridade
absoluta. Mais do que uma punição, o ato de Cambises II estabeleceu que a
justiça estava acima de qualquer indivíduo e que o custo de vendê-la seria
tornar-se, literalmente, a base sobre a qual o julgamento correto deveria
repousar”.
Notas do Blog:
Cambises II - Foi um rei
aquemênida da Pérsia (reinou de 529 a 522 a.C.), que conquistou o
Egito em 525 a.C. Ele era o filho mais velho de Ciro II.
Heródoto (nascido em
484 a.C.?) em Halicarnasso, Ásia Menor (atual Bodrum, Turquia?),
falecido por volta de 430–420 a.C. Foi o autor grego da primeira
grande narrativa histórica produzida no mundo antigo, a História das
Guerras Greco-Persas (britannica.com/biografias).
II Tessalonicenses 2.3-8 –
“ORA, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa
reunião com ele, que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos
perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de
nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto. Ninguém de maneira alguma vos
engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o
homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe, e se levanta contra tudo
o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no
templo de Deus, querendo parecer Deus. Não vos lembrais de que estas coisas vos
dizia quando ainda estava convosco? E agora vós sabeis o que o detém, para que
a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera;
somente há um que agora o retém até que do meio seja tirado; E então será
revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo Espírito da sua boca, e
aniquilará pelo esplendor da sua vinda”.
Comentário sucinto - Há
no texto citado preciosas informações escatológicas, quando Paulo alertava a
Igreja de Tessalônica no sentido de que Jesus só viria, voltaria outra vez a este mundo, após a manifestação do anticristo, o homem do pecado, o iníquo. Ou seja, não estava perto (II Ts 2.1-2).
Quero chamar atenção para os seguintes pontos:
1.Na linha de pensamento
adventista, a aplicação do texto refere-se ao distanciamento do Cristianismo
primitivo para o Romanismo (apostasia) entre os séculos IV e V, e o papado é a
manifestação do anticristo. E Deus pegando uma queda de braço com diabo, uma
luta entre o bem e o mal. Essa bipolaridade é completamente antibíblica.
2.Ainda no julgamento adventista,
todas as denominações evangélicas por guardar o domingo, comemorar o Natal de
Jesus em 25 de dezembro, etc. estão no pacote da “grande apostasia” (acréscimo do
adjetivo pelo movimento), e eles são os remanescentes fiéis.
3.Na visão pré-tribulacionista
dispensacionalista existem várias profecias ainda a se cumprirem, em torno de
Israel, a Igreja e os gentios. É num contexto escatológico muito mais amplo.
4.Significa literal do termo
anticristo - Contrário a Deus, a Cristo, a sua Igreja. “o qual se opõe, se
levanta contra tudo que se chama Deus, ou se adora...”
5.No discernimento de Paulo
o “mistério da injustiça” já atuava naqueles dias, embora retido, entende-se na
interpretação majoritária, pelo Espírito na Igreja, com a Igreja (II Ts 2.7).
6.Há dois termos citado por
Paulo, a considerarmos atentamente em II Ts 2.8, 12:
- Iníquo -
(homem sem lei, ou que a transtorna, torce as leis);
- Iniquidade – É
a prática, conduta própria do iníquo, maldade, desobediência, injustiças no
tecido social continuada e deliberada contra Deus.
No mundo contemporâneo, observa-se
líderes políticos, em complô com parlamentos, com o judiciário, viciados,
corrompidos, ‘rabos presos – sem autonomia’, se perpetuando no poder, descumprindo
as leis, torcendo as leis, tornando-se tiranos, sem transparência (sigilo processual e de arquivos oficiais determinados), fazendo julgamentos inquisitórios de opositores, a cada ano
aumenta a opressão sobre indivíduos, liberdade de expressão e de fé
criminalizadas, o dever de ofício de instituições, não cumprido mediante leis já
estabelecidas. E assim caminhamos para uma desordem social e geopolítica sem precedentes na
História.
7.Na perspectiva bíblica –
Esse personagem que se revelará no mundo dos homens, conforme a eficácia de Satanás,
com poder, sinais e prodígios de mentira e todo engano da injustiça, afetará
aqueles que não tiveram amor à verdade para salvação (Dn 7.25; II Ts 2.9-10).
8.Deus não luta, só vence. No
momento certo o anticristo será aniquilado pelo assopro de Cristo na sua vinda
(II Ts 2.8). E muitos outros acontecimentos escatológicos seguirão o seu curso
no Plano Divino da Redenção para com toda a sua Criação.
A Bíblia condena a justiça
pervertida.
A Lei de Deus, dada a Moisés para o povo de Israel, proibiu a aceitação de suborno, “porque o suborno cega até o perspicaz e perverte as palavras dos justos” (Êx 23.8).
“Não
torcerás a justiça, não farás acepção de pessoas, nem tomarás suborno;
porquanto o suborno cega os olhos dos sábios e subverte a causa dos justos” (Dt
16.19).
A justiça e o caráter de Deus em Deuteronômio 10.17
“Pois
o Senhor, o seu Deus, é o Deus dos deuses e o Soberano dos soberanos, o grande
Deus, poderoso e temível, que não age com parcialidade nem aceita suborno”.
A injustiça social dos dias
de Miquéias (740-710 a.C.)
Miquéias 7.2-3 – “Já pereceu
da terra o homem piedoso, e não há entre os homens um que seja justo; todos
armam ciladas para sangue; cada um caça a seu irmão com a rede, as suas mãos
fazem diligentemente o mal; assim demanda o príncipe, e o juiz julga pela
recompensa, e o grande fala da corrupção da sua alma, e assim todos eles tecem
o mal”.
“O
rei (governante) que exerce a justiça dá estabilidade ao país, mas o que gosta
de subornos o leva à ruína” (Pv 29.4). O suborno é uma característica de uma
sociedade corrupta.
E sendo assim, anelamos, enquanto Igreja, pela vinda de Jesus! Amém.
Fontes da Pesquisa:
Facebook Portal do Mundo – Publicado
em 27/12/2025.
Bíblia Sagrada.
Por Samuel Pereira de Macedo
Borges
Natal/RN, 28/12/2025.

Nenhum comentário:
Postar um comentário
INCLUIR COMENTÁRIO!