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domingo, 28 de dezembro de 2025

A autoridade e o rigor da Lei.

 

“No século VI a.C., sob o reinado de Cambises II da Pérsia, o juiz real Sisamnes cometeu o crime supremo de aceitar um suborno para proferir uma sentença injusta. Para os persas, a corrupção judicial era vista como uma violação da ordem sagrada do império, e a punição aplicada pelo rei foi de uma brutalidade simbólica sem precedentes:

Sisamnes foi executado por esfolamento público. A crueldade, porém, não terminou na morte; o rei ordenou que a pele do juiz fosse curtida e utilizada para forrar a cadeira do tribunal onde ele exercia suas funções, transformando o próprio corpo do traidor em um lembrete físico da autoridade da lei.

O desdobramento mais impactante da lição foi a nomeação de Otanes, filho de Sisamnes, para ocupar o cargo do pai. Ele foi obrigado a sentar-se sobre a pele do próprio progenitor em todos os julgamentos, servindo como um aviso constante sobre o preço da desonestidade.

Segundo os relatos de Heródoto, a estratégia funcionou, e Otanes exerceu a magistratura com integridade absoluta. Mais do que uma punição, o ato de Cambises II estabeleceu que a justiça estava acima de qualquer indivíduo e que o custo de vendê-la seria tornar-se, literalmente, a base sobre a qual o julgamento correto deveria repousar”.

Notas do Blog:

Cambises II - Foi um rei aquemênida da Pérsia (reinou de 529 a 522 a.C.), que conquistou o Egito em 525 a.C. Ele era o filho mais velho de Ciro II.

Heródoto (nascido em 484 a.C.?) em Halicarnasso, Ásia Menor (atual Bodrum, Turquia?), falecido por volta de 430–420 a.C. Foi o autor grego da primeira grande narrativa histórica produzida no mundo antigo, a História das Guerras Greco-Persas (britannica.com/biografias).

II Tessalonicenses 2.3-8 – “ORA, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com ele, que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto. Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus. Não vos lembrais de que estas coisas vos dizia quando ainda estava convosco? E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora o retém até que do meio seja tirado; E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo Espírito da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda”.

Comentário sucinto - Há no texto citado preciosas informações escatológicas, quando Paulo alertava a Igreja de Tessalônica no sentido de que Jesus só viria, voltaria outra vez a este mundo, após a manifestação do anticristo, o homem do pecado, o iníquo. Ou seja, não estava perto (II Ts 2.1-2).

Quero chamar atenção para os seguintes pontos:

1.Na linha de pensamento adventista, a aplicação do texto refere-se ao distanciamento do Cristianismo primitivo para o Romanismo (apostasia) entre os séculos IV e V, e o papado é a manifestação do anticristo. E Deus pegando uma queda de braço com diabo, uma luta entre o bem e o mal. Essa bipolaridade é completamente antibíblica.

2.Ainda no julgamento adventista, todas as denominações evangélicas por guardar o domingo, comemorar o Natal de Jesus em 25 de dezembro, etc. estão no pacote da “grande apostasia” (acréscimo do adjetivo pelo movimento), e eles são os remanescentes fiéis. 

3.Na visão pré-tribulacionista dispensacionalista existem várias profecias ainda a se cumprirem, em torno de Israel, a Igreja e os gentios. É num contexto escatológico muito mais amplo.

4.Significa literal do termo anticristo - Contrário a Deus, a Cristo, a sua Igreja. “o qual se opõe, se levanta contra tudo que se chama Deus, ou se adora...”

5.No discernimento de Paulo o “mistério da injustiça” já atuava naqueles dias, embora retido, entende-se na interpretação majoritária, pelo Espírito na Igreja, com a Igreja (II Ts 2.7).

6.Há dois termos citado por Paulo, a considerarmos atentamente em II Ts 2.8, 12:

- Iníquo - (homem sem lei, ou que a transtorna, torce as leis);

- Iniquidade – É a prática, conduta própria do iníquo, maldade, desobediência, injustiças no tecido social continuada e deliberada contra Deus. 

No mundo contemporâneo, observa-se líderes políticos, em complô com parlamentos, com o judiciário, viciados, corrompidos, ‘rabos presos – sem autonomia’, se perpetuando no poder, descumprindo as leis, torcendo as leis, tornando-se tiranos, sem transparência (sigilo processual e de arquivos oficiais determinados), fazendo julgamentos inquisitórios de opositores, a cada ano aumenta a opressão sobre indivíduos, liberdade de expressão e de fé criminalizadas, o dever de ofício de instituições, não cumprido mediante leis já estabelecidas. E assim caminhamos para uma desordem social e geopolítica sem precedentes na História.

7.Na perspectiva bíblica – Esse personagem que se revelará no mundo dos homens, conforme a eficácia de Satanás, com poder, sinais e prodígios de mentira e todo engano da injustiça, afetará aqueles que não tiveram amor à verdade para salvação (Dn 7.25; II Ts 2.9-10).

8.Deus não luta, só vence. No momento certo o anticristo será aniquilado pelo assopro de Cristo na sua vinda (II Ts 2.8). E muitos outros acontecimentos escatológicos seguirão o seu curso no Plano Divino da Redenção para com toda a sua Criação.

A Bíblia condena a justiça pervertida.

A Lei de Deus, dada a Moisés para o povo de Israel, proibiu a aceitação de suborno, “porque o suborno cega até o perspicaz e perverte as palavras dos justos” (Êx 23.8).

“Não torcerás a justiça, não farás acepção de pessoas, nem tomarás suborno; porquanto o suborno cega os olhos dos sábios e subverte a causa dos justos” (Dt 16.19).

A justiça e o caráter de Deus em Deuteronômio 10.17

“Pois o Senhor, o seu Deus, é o Deus dos deuses e o Soberano dos soberanos, o grande Deus, poderoso e temível, que não age com parcialidade nem aceita suborno”.

A injustiça social dos dias de Miquéias (740-710 a.C.) 

Miquéias 7.2-3 – “Já pereceu da terra o homem piedoso, e não há entre os homens um que seja justo; todos armam ciladas para sangue; cada um caça a seu irmão com a rede, as suas mãos fazem diligentemente o mal; assim demanda o príncipe, e o juiz julga pela recompensa, e o grande fala da corrupção da sua alma, e assim todos eles tecem o mal”.

“O rei (governante) que exerce a justiça dá estabilidade ao país, mas o que gosta de subornos o leva à ruína” (Pv 29.4). O suborno é uma característica de uma sociedade corrupta.

E sendo assim, anelamos, enquanto Igreja, pela vinda de Jesus! Amém.

Fontes da Pesquisa:

Facebook Portal do Mundo – Publicado em 27/12/2025.

Bíblia Sagrada.

 

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 28/12/2025.

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