Pesquisar

sábado, 25 de abril de 2015

TENTAÇÃO



Texto: I Co 10.13; Mt 4.3;
Introdução: A tentação deve ser entendida como um processo terrível, que pode ser da parte do homem, do mundo ou do Diabo, cuja finalidade é destruir a fé, a santidade e a comunhão com Deus, levando o cristão a pecar....

DISTINÇÃO ENTRE TENTAÇÃO E PROVAÇÃO: A tentação é sempre uma indução ao mal, ao pecado. Essa, Deus não pratica contra ninguém. A provação é um teste divino, mas nem toda provação é de Deus. E quando Deus prova a alguém, tem propósitos muito elevados. (Tg 1.12).

I – REFERÊNCIAS GERAIS SOBRE TENTAÇÃO E PROVAÇÃO.
“Não tentarás ao Senhor teu Deus....(Dt 6.16),  quer comunicar: Não prove a Deus, não o teste.
“Tentou Deus a Abraão...”(Gn 22.1). Significa, pois Deus Abraão à prova.
“ Porque me tentais...”.(Mc 12.15). Significa, porque estão me testando.
“Deus a ninguém tenta, nem pode ser tentado pelo mal. Tg 1.13
“Não veio sobre vós, tentação senão humana...”  I Co 110.13( a tentação é própria da natureza carnal do homem). Rm 7.5-8; Gl 5.13,19. O corpo físico não é mal em si mesmo.
“Jesus em tudo foi tentado, mas seu pecado”. (Hb 4.15).
“Não nos induzas à tentação; mas, livra-nos do mal.. (Mt 6.13). A tradução correta seria: E não nos deixe cair em tentação; mas, livra-nos do mal...(tradução contemporânea).
“Vigiai e orai para que não  entreis em  tentação...” Mc 14.38, Mt 26.41
“Quando tentados somos atraído e engodado pela própria concupiscência...)Tg 1.14
“É bem-aventurado o varão que suporta a tentação (provação). Tg 1.12. “ Feliz aquele que nas aflições continua fiel”. (tradução  linguagem de hoje).

II - AGENTES DA TENTAÇÃO:

1)    O MUNDO – O sistema que se opõe de forma persistente e sistemática ao Reino de Deus. I Jo 2.15-16).
2)    A CARNE – Ela tem seu aspecto pernicioso, incitador ao pecado. É o centro dos desejos pecaminosos (Rm 13.14; Gl 5.16-24). Dela vem o pecado e suas paixões. (Rm 7.5;Gl 5.17-21). Delimitando a nossa responsabilidade e a influência do maligno.
3)    O DIABO - É o agente mais cruel da tentação. Seu caráter é sempre destrutivo.

III - COMO SE PROCESSA A QUEDA NA TENTAÇÃO. Tg 1.14-15.
1ª) Vem a atração pelos sentidos. Visão ( I Jo 2.16). Audição (I Co 15.33). Olfato, paladar e tato
(Pv 6.17). São as entradas da alma.

2ª) Engodo(isca). A pessoa é atraída, seduzida e engodada pela própria concupiscência.(v.14b).

3ª) Concepção do desejo(da concupiscência. Na mente, nos pensamentos(cfe. Mc 7.21-23), o desejo é concebido. Só se faz o que se pensa(v. 15a). Nesse ponto, ainda se pode evitar o pecado.

4ª) O pecado é gerado. ”Depois, havendo a concupiscência concebida, dá à luz o pecado”(v.15). Ainda na mente, já nasce o pecado. Qualquer um de nós, pode adulterar a partir da mente. Mt 5.27-28.

5ª) A consumação do pecado. (v.15b). “e o pecado sendo consumado, gera a morte.” A morte aqui é espiritual. Nesse ponto, só há solução se houver arrependimento ainda em vida.

IV – OITO  PASSOS PARA A VITÓRIA SOBRE A TENTAÇÃO.
1)    Saber utilizar a palavra de Deus. A espada do Espírito.(Ef 6.17b).
2)   Através da oração. (Lc 22.40; IT 5.17; Mt 26.41).”O diabo ri da nossa sabedoria,  zomba das nossas pregações, mas treme diante de nossas orações”.
3)    Através da vigilância. (Mt 26.41a; I Pd 5.8-9).
4)  Através da disciplina pessoal. (I Co 9.27). muitos caem na área sexual, porque não sabem ou não controlam seus instintos.
5)    Resistindo ao diabo. (Tg 5.17; I Pd 5.8-9).
6)    Buscando santificação. (Hb12.14; I Pd 1.15).
7)    Ocupando a mente com o edificante ( I Ts 4.3-7; Fl 4.8).
8)    Enfim: reagindo, fugindo e se reavaliando.

FATORES INTERNOS DA TENTAÇÃO:

“O pecado não consiste apenas de ações isoladas, mas também é uma realidade, ou natureza, dentro da pessoa (Ef  2.3). O pecado como natureza indica a sede ou a sua localização no interior da pessoa, como origem imediata dos pecados”.

CONCEITO TEOLÓGICO(PR. ALTAIR GERMANO)

"Tentação" pode ser definida como uma influência interna ou externa, de origem divina (quando se refere ao fato de Deus "provar" o homem, 1 Pe 4.12), diabólica (Mt 4.7) ou humana (Tg 1.14), que embora, em si, não seja pecado, pode conduzir ao mesmo (Tg 1.15).

Observação: Embora a Bíblia, conforme Tiago cita, quando somos tentados, somos engodados pela própria concupiscência. Porém, esta pode ser externa ao tentado. Exemplos: A tentação de José e do próprio  Cristo.

Glossário pertinente:

Tentação: Indução para o mal, para coisas censuráveis, por sugestões do diabo ou da sensualidade. Biblicamente é um convite ao pecado.

Concupiscência: desejo, apetite carnal desordenado. 

Tentar: procurar corromper a fé, a fidelidade.

Sedução: 1.  Ato ou efeito de seduzir ou ser seduzido. 2. Qualidade de sedutor.
3. Atração, encanto, fascínio. Bras.  Jur.  Crime consistente em iludir mulher virgem, maior de 14 e menor de 18 anos, valendo-se da sua inexperiência ou justificável confiança para manter com ela conjunção carnal.

Seduzir: 1. Inclinar artificiosamente para o mal ou para o erro; desencaminhar: 2. Enganar ardilosamente.  3. Desonrar, recorrendo a promessas, encantos ou amavios: 4.  Atrair, encantar, fascinar, deslumbrar.    

Questões para debate:

1) Instabilidade no casamento. (conflitos, descrédito do amor de um pelo outro). Um casamento bastante desgastado.

2) Cônjuge carente de afeto e na condição de vida material. A tentação massagea o ego?. Sim, depois amassa e destrói. O cônjuge carente será alvo de sedução ou tentado por Satanás. (I Co 7.5).

3) O mito da grama mais verde.
a) Ver em outro parceiro, qualidades que gostaria que o seu cônjuge tivesse.
b) Há homens e mulheres que tem a maior facilidade de serem agradáveis para com outras pessoas, todavia não são com seus familiares e cônjuges.
c)Comportamento sexual pós-moderno: está nas revistas, jornais, televisão, nas ruas, no teatro,  na música,  no humor sujo, na internet...
d) Uma atração repentina ou trabalhada, alimentada...

4) Como se comportar diante da  tentação? Espero que não seja: “deixa a vida me levar, vida leva eu...”. Será que tem crente cantando: ”Eu boto ou não boto”?
a) Determinado(a) a não pecar.
b) Resistir no espírito. (I Pd 5.8,9; Tg 5.17).
c) Fugir...
d) Pare. Pense no futuro próximo, mais adiante...

Bibliografia:


  1. Bíblia do Estudo Pentecostal
  2. Dicionário Eletrônico Houaiss
  3. Lição CPAD/EBD 3º trimestre 2014

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Entenda o projeto que regulamenta as terceirizações

O Congresso brasileiro aprovou um projeto de lei que regulamenta e amplia a terceirização por empresas privadas e órgãos públicos.



© Fornecido por Deutsche Welle

Com isso, as empresas e o governo poderão contratar terceiros para executar uma etapa de produção ou prestar um serviço, desde que seja especializada naquela atividade.
Controverso, o Projeto de Lei 4330/2004 gerou protestos de entidades sindicais. Ele tramita na Câmara dos Deputados desde 2004 e vem sendo discutido desde 2011. Após aprovado pela Câmara, será enviado ao Senado.

Principal ponto

Um dos principais pontos do projeto é a possibilidade da contratação de funcionários terceirizados para executar atividades-fim da empresa. Até agora, as empresas só podem terceirizar atividades-meio. Por exemplo: uma empresa que produz carros só podia terceirizar a limpeza e o serviço de alimentação de seus funcionários, mas não a montagem dos automóveis.

O PL 4330 muda a relação entre as empresas que contratam serviços terceirizados e os funcionários das empresas contratadas. Hoje, a contratante e contratada são acionadas na Justiça pelo funcionário que pleiteia seus direitos, como o depósito do FGTS e da Previdência, bem como horas extras e o não pagamento do salário.

Segundo o projeto de lei, o funcionário somente poderá processar a contratante depois de já ter esgotado todos os meios legais para cobrar seus direitos da contratada.

Contribuição sindical

É também uma das principais polêmicas, já que envolve o dinheiro da contribuição dos funcionários aos sindicatos. Segundo o projeto de lei, a contribuição sindical deverá ser paga ao sindicato da categoria correspondente à atividade do terceirizado e não ao da empresa contratante. Para o trabalhador, não mudará nada. Porém, isso poderá enfraquecer os sindicatos ligados à indústria e fortalecer os ligados às prestações de serviço.

Direitos dos trabalhadores

A empresa que contrata os serviços poderá estender aos terceirizados os benefícios que oferece aos seus próprios empregados. Os funcionários terceirizados só podem entrar em serviço após receberem treinamento e, ainda, não poderão ser deslocados para outras funções ou tarefas que não estiverem descritas no contrato.

Terceirização em empresas públicas

De acordo com o projeto, todas as esferas do serviço público poderão ampliar a terceirização de funcionários. Porém, esses funcionários não poderão exercer atividades específicas do Estado, como a fiscalização e regulamentação. A contratação não poderá ser feita por meio de pregão caso a mão de obra, no serviço pretendido, superar 50% do valor total contratado.

O que dizem os críticos

Críticos da proposta afirmam que os direitos dos trabalhadores poderão sofrer retrocessos caso o ponto principal seja aprovado, já que um empregado contratado para prestar um serviço não estará coberto pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Já a Central Única dos Trabalhadores (CUT) afirma que, se o PL for votado como está, a precarização nas relações de trabalho será indiscriminada no Brasil, afetando milhões de trabalhadores e abrindo caminho para que outros tantos sejam prejudicados.

O que dizem os defensores

Os defensores da lei dizem que a aprovação deve aumentar a formalização dos empregados e acabar com a insegurança jurídica em relação aos profissionais terceirizados. Eles alegam que há muitos terceirizados que ainda estão na informalidade. Para a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), três milhões de vagas poderão ser gerados com a aprovação do projeto.

Autor: Fernando Caulyt

Edição: Rafael Plaisant


           Pesquisa em 08/04/2015.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Islã: religião de paz?

Alderi Souza de Matos


Os atentados terroristas verificados em Paris no início de janeiro de 2015, nos quais três extremistas islâmicos mataram dezessete pessoas, entre elas cinco cartunistas do periódico satírico “Charlie Hebdo”, suscitaram um intenso debate sobre a liberdade de expressão. Autoridades e articulistas se apressaram em isentar a religião islâmica de qualquer responsabilidade pelo ocorrido, buscando-se muitas explicações alternativas para as ações dos terroristas. Tanto líderes muçulmanos quanto não muçulmanos voltaram a insistir que o islamismo é uma religião pacífica. Os que expressaram opinião contrária foram tachados de islamofóbicos.

Porém, divergindo da maioria politicamente correta, alguns observadores têm questionado se o islã é de fato uma religião tolerante. Quando se olha para a história, verifica-se que nos primeiros séculos o movimento de Maomé, ao lado de seu caráter militante e conquistador, tornou-se uma importante força intelectual e cultural. Os antigos califados foram centros de cultivo das mais diferentes áreas do saber. A Espanha islâmica destacou-se por sua magnífica arquitetura e por suas contribuições na matemática, na medicina e na filosofia. Nomes como Ibn Rushd (Averróis), Ibn Sina (Avicena), al-Kindi, al-Farabi e outros estão entre os grandes intelectuais do período áureo islâmico (750-1250). Mais importante, em muitas das regiões conquistadas, os muçulmanos se mostraram bastante respeitosos de outros grupos religiosos, havendo entre eles uma convivência relativamente pacífica.

Todavia, em séculos mais recentes, por uma série de fatores ainda não suficientemente explicados, o islamismo tem experimentado forte declínio intelectual e ideológico. Na maioria dos países em que predomina, tornou-se uma religião fortemente conservadora e tradicionalista, controladora de todos os aspectos da vida e da sociedade, avessa à aceitação da diversidade religiosa e de cosmovisões alternativas. Essas atitudes foram exacerbadas durante o século 20 com o colonialismo europeu, a criação do Estado de Israel e um sentimento de inferioridade e injustiça em relação ao Ocidente cristão.

Não se pode negar que existem muitos muçulmanos de mentalidade aberta, respeitosos dos que pensam de modo diferente. Todavia, na atualidade a atitude predominante se volta para a direção oposta. Existem muitas coisas no islã que são passíveis de diferentes entendimentos, mas hoje prevalecem as interpretações rígidas e radicais. Um exemplo disso são as problemáticas representações visuais de Maomé. Não há nada no livro sagrado, o Corão, que proíba tais desenhos. No entanto, segundo a tradição islâmica (“hadith”), o profeta teria se oposto a essa prática para que não fosse idolatrado. Ao mesmo tempo, sabe-se que em certos contextos artistas islâmicos retrataram o seu fundador. Porém, essa questão se tornou tão essencial para os muçulmanos atuais, que tais representações são tidas como blasfêmia, como um supremo insulto que merece vingança, até mesmo a morte.

Quando se investiga a atitude do islã em relação à tolerância e à liberdade religiosa não basta olhar para os muçulmanos que vivem no Ocidente. Sendo grupos minoritários, eles são plenamente favoráveis a uma ampla liberdade, que muito os beneficia. Por outro lado, os defensores do islã dizem que o comportamento das turbas sanguinárias e de grupos extremistas como o Estado Islâmico e Boko Haram é totalmente excepcional, não fazendo justiça à corrente majoritária dessa religião. Porém, há uma terceira via de investigação, frequentemente esquecida pelos líderes e analistas ocidentais: a conduta dos países islâmicos em relação à liberdade religiosa. Aqui não se trata de movimentos periféricos e radicais, mas da maioria islâmica em sua atitude padrão diante de outros grupos.

A Missão Portas Abertas, que monitora a intolerância religiosa ao redor do mundo, informa que cerca de 65 nações praticam alguma forma de repressão contra os cristãos, com diferentes graus de intensidade. A maior parte desses países violadores da dignidade humana no âmbito religioso (e em outras áreas) é composta de nações islâmicas. O melhor exemplo é a Arábia Saudita, o berço e centro principal do islã. 

Nesse país, 97% da população é muçulmana, sendo a maioria sunita de linha salafista, ultraconservadora. Os poucos cristãos são trabalhadores estrangeiros. A liberdade religiosa é severamente restringida: nenhuma outra religião pode ser praticada, templos não islâmicos são proibidos, mesmo as devoções privadas são vedadas e a polícia religiosa investiga as casas de cristãos. A conversão de muçulmanos é passível de pena de morte. O sistema penal, baseado na lei islâmica (“sharia”), prescreve castigos brutais como decapitação, apedrejamento, açoites e amputação de membros. O país não aceita a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Sintomaticamente, o governo saudita alega o caráter islâmico especial do reino como justificativa para uma ordem social e política diferente.

Esse péssimo precedente se espalha por todo o mundo muçulmano, especialmente as chamadas repúblicas islâmicas, verdadeiros estados totalitários conhecidos por suas amplas e graves violações dos mais elementares direitos humanos. Mesmo nações outrora tolerantes, como Jordânia, Turquia e Indonésia, têm experimentado um recrudescimento da perseguição contra as minorias religiosas. Multiplicam-se em muitos lugares horríveis massacres de cristãos, como no Sudão, no Egito e, mais recentemente, na Nigéria e no Níger, sob o olhar complacente dos governantes ocidentais. Essa desumanidade é um dos fenômenos mais chocantes do mundo contemporâneo e torna insustentáveis as alegações de que o islamismo é uma religião de paz e harmonia.

No dia 12 de setembro de 2006, o papa Bento XVI fez um corajoso discurso na Universidade de Ratisbona, na Alemanha, em defesa da liberdade religiosa, no qual conclamou os muçulmanos a condenarem a violência como meio de impor a fé. As reações negativas foram intensas, tanto de líderes islâmicos quanto de ocidentais que se recusam a denunciar uma dolorosa realidade. Usando argumentos que a cada dia parecem mais convincentes, o pontífice apelou aos seguidores de Maomé para buscarem, dentro de seus próprios recursos espirituais e intelectuais, argumentos islâmicos que defendam a tolerância religiosa e a distinção entre autoridade religiosa e autoridade política.

A história cristã não está livre de tristes manifestações de violência como as cruzadas, a inquisição, as perseguições contra os judeus e a escravidão. Todavia, com o passar do tempo a cristandade evoluiu e hoje, de modo coerente com os ensinos de Jesus, defende plenamente a liberdade, a democracia e os direitos da pessoa humana. Esse é o grande desafio para o islã nesta grande encruzilhada da história, para o seu próprio bem-estar futuro e para a segurança e paz da humanidade.

• Alderi Souza de Matos é doutor em história da igreja pela Universidade de Boston e professor no Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper. É autor de “Erasmo Braga, o Protestantismo e a Sociedade Brasileira”, A Caminhada Cristã na História e “Fundamentos da Teologia Histórica”. Outros artigos de sua autoria estão disponíveis neste site.


Fonte: Revista Ultimato março/abril 2015

segunda-feira, 30 de março de 2015

Adriano Nobre: Um dos pioneiros da Assembleia de Deus em Pernambuco

É interessante como a história é passiva de manipulações e omissões, refém dos interesses pessoais ou coletivos de quem a conta.

Joel Carlson não foi, como muitos afirmam, o pioneiro das Assembléias de Deus em Pernambuco. Este mérito pertence a Adriano Nobre, "um crente presbiteriano, filho de seringalistas paraenses e comandante de navio da Companhia Port of Pará" (DANIEL, 2004, p. 73). Observe o que nos narra alguns historiadores:

(Nascido em 1883, Pacatuba CE - falecido em 1938, Rio de Janeiro RJ)

 "Como ocorreu em tantos outros lugares do Brasil, Pernambuco também recebeu as primeiras chamas do Movimento Pentecostal graças ao espírito evangelizador e o pioneirismo que caracterizaram o trabalho da igreja em Belém do Pará. Foi graças à larga visão espiritual daquela igreja que um de seus membros, Adriano Nobre, foi enviado a Recife, em 1916, com o objetivo de testificar de Jesus e verificar as possibilidades de estabelecer um trabalho de evangelização na capital de Pernambuco. [...] Em uma dessa visitas ele encontrou um crente chamado João Ribeiro da Silva, que pertencia a outra denominação. [...] João Ribeiro creu na promessa pentecostal e começou a buscá-la. Dessa data em diante os cultos passaram a ser realizados na casa de João Ribeiro, à Rua Ponte Velha, 27, no bairro dos Coelhos. [...] Porém, em 1917,Adriano Nobre batizou nas águas do rio Capibaribe duas pessoas, a irmã Lulu e o irmão Francisco Ramos. Foi esse o primeiro batismo de crentes da Assembléia de Deus efetuado em Pernambuco. Logo depois a irmã Lulu foi batizada com o Espírito Santo; a primeira, portanto, no Estado de Pernambuco. [...] Adriano Nobre voltou ao Pará, e os poucos crentes que havia em Recife sem assistência espiritual. José Domingos, que também pertencia a Assembléia de Deus em Belém, e tinha ido trabalhar em Jaboatão, voluntariamente prestou alguma assistência ao novel rebanho, dirigindo a Escola Dominical e os cultos à noite. No princípio, em 1918, o missionário Otto Nelson, que trabalhava em Alagoas, visitou Recife e efetuou o segundo batismo nas águas. Os batizados foram as irmãs Felipa, Mariquinha e João Ribeiro, o 'anfitrião' da igreja que iniciava suas atividades" (CONDE, 2003, p. 141-142)

Observe que Emílio Conde reconhece o trabalho de Adriano Nobre, já como atividade da Assembléia de Deus no Estado.

Em sua obra "História da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil", Silas Daniel escreve que;

"Foi Adriano Nobre quem também ministrou aos pioneiros as primeiras lições de língua portuguesa, tendo se tornado depois um obreiro valoroso a serviço do Movimento Pentecostal. Ele, por exemplo, antecedeu o missionário Joel Carlson em Recife, tendo evangelizado aquele Estado de 1916 a 1918, chegando a batizar dois crentes no Rio Capibaribe, entre eles a irmã Luli Ramos. Em 1933, porém, já havia algum tempo que Nobre se envolvera com novas doutrinas." (DANIEL, 2004, p. 73-74)

Silas Daniel também confirma o pioneirismo de Adriano Nobre, declarando que ele "antecedeu o missionário Joel Carlson em Recife".

Vejamos também, o que escreveu o pastor Eraldo Omena, ministro da Assembléia de Deus em Recife;

"Quando tudo parecia fomentar a continuidade de uma situação mórbida e sem perspectiva de vida, os pernambucanos tiveram a felicidade de ver chegar à capital de seu Estado um servo de Deus procedente de Belém do Pará, chamado Adriano Nobre, que servia ao Senhor, como cooperador do missionário Gunnar Vingren, e pregava o evangelho às polpulações justafluviais da bacia amazônica. [...] Enviado pelo missionário Gunnar Vingren, Adriano Nobre chegou a Recife, capital do Estado de Pernambuco, no ano de 1916, com o objetivo de anunciar o evangelho pleno, por ter em seu contexto a doutrina sobre os dons espirituais e as orações proferidas em grupo, também era chamado de Movimento Pentecostal." (OMENA, 1993, p. 10-11)

O pastor Omena confirma também os fatos, afirmando que Adriano Nobre foi enviado por Gunnar Vingren. Dou ênfase a isto, em virtude de haver uma tentativa de se fazer uma ligação direta da origem da Assembléia de Deus em Pernambuco com a Igreja Evangélica Filadélfia em Estocolmo, Suécia, sem passar pela Igreja em Belém do Pará.

Araújo (2007, p. 156) é enfático ao afirmar que Joel Carlson e sua esposa Signe, chegaram ao Pará em 12 de janeiro de 1918, enviados pela Igreja Filadélfia de Estocolmo, Suécia, e que "depois de terem estudado o idioma e se acostumado um pouco com a cultura e os costumes do país, viajaram, em 14 de outubro, para Recife (PE), onde substituíram o pioneiro Adriano Nobre, que havia sido enviado, dois anos antes, pela AD de Belém, para iniciar a AD local."

Omena (1993, p. 13) confirma: "[...] tendo retomado o destino, desembarcou em belém do Pará, em janeiro de 1918, de onde foi enviado pelo missionário Gunnar Vingren para Recife, 9 meses depois."

Na obra "Diário do Pioneiro" (CPAD, 2000, 5. ed., p. 150), escrita por Ivar Vingren, sobre a vida do seu pai, o missionário Gunnar Vingren, lemos que "No princípio do mês de abril de 1928, Vingren viajou, com a esposa, para o Recife. Haviam sido convidados pelo missionário Joel Carlson. Esse querido irmão estava trabalhando agora arduamente naquele Estado, mas quem iniciara o trabalho ali fora o irmão Adriano Nobre, que se convertera no tempo que Vingren estava no Pará. Adriano Nobre foi também um dos evangelistas pioneiros da igreja em Belém do Pará".

Parece-me que alguns líderes estaduais aqui em Pernambuco, se sentem desonrados por serem também fruto da divisão da Igreja Batista de Belém, divisão esta que resultou na criação da Assembléia de Deus naquela cidade. 

Parece-me também, que estes mesmos líderes esqueceram que os primeiros crentes da Assembléia de Deus em Pernambuco eram oriundos de outra igreja evangélica, em cuja casa, a Assembléia de Deus em Pernambuco iniciou os primeiros cultos, dando continuidade a esses cultos o missionário Joel Carlson;

"Em 24 de outubro de 1918, 4 dias após a chegada do missionário Joel Carlson a Recife, teve lugar na residência do irmão João Ribeiro, sita na rua Velha, nº 27, bairro da Boa Vista, nesta cidade, a primeira reunião que fincou os marcos do Movimento Pentecostal em Pernambuco, com perspectiva de extensão por todo o Estado" (OMENA, 1993, p. 14)

Perceba que por "primeira reunião", Omena está se referindo à presidida por Joel Carlson, visto que: "Os primeiros cultos foram dirigidos (por Adriano Nobre em 1916) em casas de algumas pessoas [...]. João Ribeiro e Filipa Ribeiro, residentes na Rua Velha, nº 27, bairro da Boa Vista, nas proximidades da antiga Ponte Velha, que liga os bairros da Boa Vista ao de São José" (Idem, p. 11)

É provável ainda, que o interesse no desconhecimento da história completa por parte de alguns, seja decorrente do fato de que o pioneiro das Assembléias de Deus em Pernambuco, Adriano Nobre, tenha posteriormente seguido "novas doutrinas", vindo inclusive a ser afastado e não mais aceito na Convenção Geral das Asembléias de Deus no Brasil, conforme registra Daniel (2004, p. 74):

"No texto, Nobre pedia a sua readmissão ao ministério. [...] Depois de largamente debatida a questão, 'em um ambiente quase unanimente contra a readmissão de Adriano Nobre, ficou resolvido que não devemos fechar a porta das Assembléias de Deus a quem quer que seja, desde que os que querem voltar se mostrem arrependidos e renunciem a todos os erros passados'. [...] A tal retratação nunca foi publicada. Adriano Nobre permanceu desligado das Assembléias de Deus."

É amados, a história da Assembléia de Deus em Pernambuco, embora digna de todos os seus méritos, não é tão romântica quanto parece. Não é tão perfeita como se deseja apresentar. Não está isenta dos problemas que outras igrejas vivenciaram e vivenciam. O próprio Joel Carlson pensou em desistir do trabalho em Pernambuco:

"O povo não demonstrava interesse pela Palavra de Deus. Um ou outro se convertia, mas não era o bastante para animar os missionários. Joel Carlson, nessa época, visitou a Paraíba e o Rio Grande do Norte, verificando que nesses lugares se convertiam muitas pessoas. Ficou tão entusiasmado com o que vira, que desejou mudar-se para um daqueles Estados. Ao retornar a Recife e comunicar a resolução a João Ribeiro, este o aconselhoou, dizendo: 'Não faça isso! Jesus fará uma grande obra também em Recife'" (ARAÚJO, 2007, p. 156). Ver também CONDE (2003, p. 142-143).

Num recente artigo do Jornal Mensageiro da Paz (Órgão Oficial das Assembleias de Deus no Brasil), número 1.492, setembro de 2009, p. 27, assinado pelo pastor Isael Araújo, nos é informado que:

"Em 1907 o despertamento pentecostal alcançou crentes metodistas e batistas em Estocolmo, a caoital sueca. em 1909, mediante a situação em que muitos crentes batistas estavam se afastando de suas igrejas por aceitarem o batismo com o Espírito Santo, o comerciante batista Albert Engzell mobiliou um salão em sua residência, na Rua Uppsala 11, em Estocolmo, para servir como local de pregação. O grupo de crentes que começou a se reunir nesse local, chamado salão filadéfia, organizou-se, em 1910, como Sétima Igreja Batista de Estocolmo, tendo como pregador E. W. Olsson, da Escola Missionária de Örebro, que era totalmente a favor do despertamento pentecostal. E. W. Olsson, pouco tempo depois, desejou regressar a Örebro, a fim de dar prosseguimento a seus estudos. Assim, a igreja, que contava com 70 membros, considerou a necessidade de um pregador cheio do poder de Deus e com seriedade para continuar o trabalho. A escolha recaiu sobre Lewi Pethrus, que ainda servia como pregador na Igreja Batista de Lidköping. ele recebeu o convite em 14 de setembro de 1910, e assumiu o trabalho da igreja no ano seguinte, em 8 de janeiro de 1911, aos 26 anos de idade. No fim de 1913, a Convenção Batista Sueca expulsou ostensivamente Pethrus e toda a sua congregação, porque eles praticavam a ceia aberta. As reais causas de sua expulsão, porém, foram a teologia e a liturgia pentecostal. Surge então, a Filadefiakirkan (Igreja Filadelfia)."

Lendo o texto acima, percebemos que assim como aconteceu no Brasil, com as Assembleias de Deus. a Igreja Filadélfia (que enviou o missionário Joel Carlson) nasceu dos problemas surgidos pela aceitação da mensagem pentecostal por parte de crentes e igrejas batistas, que culminaram com a sua expulsão. do ponto de vista batista, tais crentes e igrejas eram "rebeldes" e "hereges".

Depois de todos esses fatos aqui narrados, concluímos afirmando que na Igreja de Jesus, há um só tronco legítimo, ele mesmo. O que sobra, são ramos.

Somos todos ramos, meros ramos, misericordiosamente ramos, graciosamente ramos.

"Eu sou a videira verdadeira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer." (Jo 15.5)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

A memória do Saudoso Missionário Joel Carlson. Antonio Torres Galvão. TIPOGRAFIA OSÉIAS LIMA
Diário do Pioneiro Gunnar Vingren. Ivar Vingren. CPAD.
Dicionário do Movimento Pentecostal. Isael de Araújo. CPAD.
História da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil. Silas Daniel. CPAD.
História das Assembléias de Deus no Brasil. Emílio Conde. CPAD.
Mensageiro da Paz, ano 79, número 1.492, setembro de 2009, Isael de Araújo.
Síntese Histórica da Assembléia de Deus em Abreu e Lima. Roberto José dos Santos, Altair Germano da Silva, Dário José de Souza e Esdras Cabral de Melo. FLAMAR
Síntese Histórica da Assembléia de Deus em Pernambuco. Eraldo Omena. GRÁFICA FIGUEIRA E LEAL

Um dos pioneiros da Assembleia de Deus em Pernambuco

Um pouco sobre Joel Carlson
                   (23 de junho 1889 - 08 de setembro 1942)

 Conheça,  em rápidas palavras, a história do missionário fundador da Assembléia de Deus em Pernambuco.


Joel Frans Adolf Carlson nasceu no dia 23 de Junho de 1889 em Estocolmo, na Suécia, filho de John Albert Carlson e Emma Lovisa Carlson Fez seus estudos bíblicos na Escola Bíblica de Estocolmo, dirigindo-se, em 1917, para Nova York, onde se iniciou na prática evangélica, exercendo também a sua atividade depois em Chicago. 

Era casado com Signe Charlotta Hedlund Carlson e teve 4 filhos: Börje, Ruth, Ragnar e Elsa Carlson.

No dia 12 de Janeiro de 1918 chegava Joel Carlson ao Brasil, instalando-se em Belém do Pará onde familiarizou-se com a Língua Portuguesa e fez os primeiros trabalhos evangelísticos.

 No dia 20 de Outubro de 1918 chegava ao Recife, realizando o primeiro culto no dia 24, no bairro de Coelhos, onde fez as primeiras pregações para cinco crentes, número que logo se desdobrou consideravelmente. Dali passou para o bairro de Afogados, onde fundou, na rua Imperial, um templo no qual entre outros trabalhos, realizou uma grande convenção.


Em 1923, Carlson iniciou a pregação do Evangelho no bairro da Encruzilhada, onde inaugurou em 15 de Abril de 1928 o grande templo pentecostal naquela localidade. Essa igreja era considerada a maior da época no Brasil.


Ora trabalhava em Recife, ora se transportava para os Estados da Paraíba e Rio Grande do Norte, onde realizou importantes trabalhos, quer nas capitais, quer no interior. Abriu trabalhos nas cidades de Escada, Palmares, Ribeirão, Serinhaém, Garanhuns e outras localidades pernambucanas.

Joel Carlson adormeceu no Senhor depois de uma vida exemplar, na manhã do dia 8 de Setembro de 1942, tendo a família pentecostal prestado ao seu querido pastor uma verdadeira honra, por ocasião do seu enterro, no cemitério de Santo Amaro.

Hoje, a igreja por ele iniciada é presidida pelo pastor Ailton José Alves, líder da AD e presidente da Convenção da AD em Pernambuco.

A Assembléia de Deus em Pernambuco agradece ao Senhor pela vida do missionário Joel Carlson e sua família, e por seu trabalho realizado nesse Estado, onde podemos ver o resultado com milhares de membros, centenas de templos e um avivado corpo ministerial espalhado pelas terras pernambucanas, composto por auxiliares, diáconos, presbíteros, evangelistas e pastores consagrados ao Senhor e dispostos a continuar o trabalho iniciado pelo nobre sueco, o irmão Joel.

A-BD®
Publicado por Tharsis Kedsonni às 12:38, em 03/08/2008.

domingo, 22 de março de 2015

Não Cobiçarás... Lição 12 EBD/CPAD



(Aula ministrada na EBD ADCandel Natal RN, em 22/03/2015 - Classe dos Senhores)

Slide I - Ex 20.17 - Não cobiçarás...

1.Todo ser humano tem desejos e vontades, e não existe nenhum mal nisso. O que o décimo mandamento proíbe é a ambição, o desejo ardente de possuir ou conseguir a todo custo o que pertence ao próximo.
2.Cobiçar?Desejar o que pertence a outro é o pecado que o décimo mandamento condena. Trata-se de cobiçar a casa do outro, a mulher do próximo e em seguida o mandamento inclui servo e serva, boi e jumento, e termina com as palavras “nem coisa alguma do teu próximo”.

Slide II - Objetivos da Lição

I. Tratar a abrangência e objetivo do último mandamento.
II. Mostrar o real significado da cobiça.
III. Ressaltar as consequências nefastas da cobiça mediante o exemplo da vinha de Nabote.

Slide III - O DÉCIMO MANDAMENTO

  • Abrangência. Diz respeito à proibição da concupiscência da carne, da concupiscência dos olhos e da soberba da vida (Gn 3.6; 1Jo 2.16). Isso envolve muitos tipos de pecado como sensualidade, luxúria, busca desenfreada por possessões ilícitas, obsessão pelo poder, ostentação esnobe e orgulho.
  • Objetivo. O propósito divino é estabelecer limites à vontade humana, para que haja respeito mútuo entre as pessoas e seus bens. Muitos outros vícios acompanham a cobiça, como lascívia, concupiscência, inveja e avareza, entre outros (Gl 5.20,21; Tg 4.2). 
  • A cobiça é a raiz da qual surge todo pecado contra o próximo, tanto em pensamento como na prática. Ou seja, a cobiça, desencaminha, transtorna a direção certa.
Slide IV - O vocábulo cobiça no AT

1.Significado. O verbo hebraico hamad indica o ato de desejar aquilo que é gerado pela emoção, que começa com a impressão visual pela coisa ou pessoa desejada.
2.Tudo isso se resume a “desejar, tentar adquirir, almejar, cobiçar”.
3.O segundo verbo empregado para “cobiçar” é awah, que significa “desejar ardentemente, ansiar, almejar, cobiçar”. Aparece ao lado de hamad (Gn 3.6)
4.Cobiça - desejo ardente de possuir ou conseguir alguma coisa. Desejo imoderado de bens, riquezas ou honras; ambição. (Dic. Houaiss)

Slide V - O vocábulo Cobiça na Septuaginta

1.A Septuaginta traduz pelo verbo epithymeo, literalmente, “fixar desejo sobre”; de epi, “sobre”, e thymos, “paixão, ira”.
2.O termo em ambas as línguas pode se referir a coisa boa ou coisa má, dependendo do contexto (Mt 5.28; 13.17).
3.Exemplo lamentável: Davi cobiça Batseba, mulher de Urias, o heteu.

Slide VI - A Cobiça na Bíblia

Gn 3.6 - A queda do homem começou com a cobiça daquilo que não era seu.
Pv 6.25 - A beleza é também uma porta para a entrada da cobiça.
Mt 5.28 - A cobiça é um pecado que gera outros tipos de pecado.(Da cobiça ao adultério).
Rm 7.7 - O apóstolo Paulo mencionou a cobiça como fonte da concupiscência.
Tg 1.14,15 - Ninguém é suficientemente forte para brincar com o pecado e sair ileso.

Slide VII - A Cobiça na Bíblia

1.Como a avareza que procede do coração (Mc 7.21-23), a cobiça aprisiona a alma:
  Pv 1.19 – “Tais são as veredas de todo aquele que se entrega à cobiça; ela prenderá a alma(vida),  dos que a possuem.”
3.Leva a amar o dinheiro. I Tm 6.10
4.Pode levar a tentação de que os fins justificam os meios.
5.Pode levar o cidadão cristão ou não  a cometer injustiças,ferir a ética.

Slide VIII - A cobiça, ambições, avareza na Bíblia

  • Marcos 4.19 - Mas os cuidados do mundo, e o enganos das riquezas,  e as ambições de outras coisas , entrando, sufocam a palavra, e ela fica infrutífera.
  • Lucas 12.15 (ARA) – Então lhes respondeu: tende cuidado e  guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui.
  • Tiago 4.2 - Cobiçais e nada tendes; logo matais. Invejais, e não podeis alcançar; logo combateis e fazeis guerras. Nada tendes, porque não pedis.
Slide IX - Cobiça e pecados relacionados

  • Ambição - forte desejo de poder ou riquezas, honras ou glórias. Cobiça. Anseio veemente de alcançar determinado objetivo, de obter sucesso; aspiração, pretensão.
  • Luxúria - comportamento desregrado com relação aos prazeres do sexo; lascívia, concupiscência.
  • Egoísmo - amor exagerado aos próprios interesses a despeito dos de outrem.
  • Avareza – qualidade ou característica de quem é avarento, de quem tem apego excessivo ao dinheiro, às riquezas.apego exagerado a bens materiais.
  • Ganância - em sentido positivo: ação ou efeito de ganhar. Negativamente é:ânsia por ganhos exorbitantes; avidez, cobiça, cupidez. Desejo exacerbado de ter ou de receber mais do que os outros. (Dic. Houaiss).
  • Torpeza - qualidade, condição ou ato que revela indignidade, infâmia, baixeza. Ato ou qualidade de indecente, de obsceno. Qualidade daquilo que é repulsivo.(Dic. Houaiss).
  • Inveja – desejo doentio de possuir o que pertence aos outros ou ser o que eles são. Sentimento de infelicidade, pela felicidade do outro, etc...
  • Amor ao dinheiro (I Tm 6.10). É  o fundo do poço da cobiça.
Para refletir: “Quando o demônio da cobiça agarra o coração humano, só morto o deixa” – Araújo Porto Alegre.

Slide X - A satisfação humana

  • É uma verdade que muitas pessoas, mesmos sendo ricas, não se satisfazem com o que têm. Querem mais e mais, e assim mesmo não conseguem encontrar satisfação. (1 Rs 18.45,46).
  • Até onde é salutar a satisfação do ego?
  • Resp.:Até onde não infringir preceitos divinos e nem prejudicar o nosso semelhante.
  • “ O homem nasceu para Deus e só se realiza em Deus”.  Tomás de Aquino
Slide XI - Acabe e sua cobiça I Rs 21.1-16

  • O rei ficou “desgostoso e indignado [...] deitou-se na sua cama, e voltou o rosto, e não comeu pão” (v.4). O rei Acabe adoeceu, pois a cobiça por algo que não lhe pertencia o havia dominado. 
  • O objeto de sua cobiça: A vinha de Nabote.
  • Exemplo positivo: “De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem a veste.” At 20.33
Slide XII – Para refletir...

  • Jean-Jacques Rousseau (1712-1778 - filósofo, teórico político, escritor e compositor autodidata suíço).
  • "A espécie de felicidade de que preciso não é tanto a de fazer o que eu quero, mas a de não fazer o que eu não quero.“
Slide XIII  - Cobiça – é uma transgressão

  • A cobiça é o desejo excessivo de possuir aquilo que pertence ao outro. A descrição deixa claro que não se trata de simplesmente almejar uma casa ou um boi, etc.
  • O condenável são  desejos incontroláveis de possuir a casa e o boi que já tem dono, e isso por meio ilícito (At 20.33; 1Co 10.6; Tg 4.2). É o mesmo que roubar (Mq 2.2).
Slide XIV – Para pensar...
“Há o suficiente no mundo para todas as necessidades humanas; não há o suficiente para a cobiça humana.”  
                                  Mahatma Gandhi(1869-1948)

Slide XV - A Ética secular x a Ética de Jesus

1.O homem precisa se encontrar consigo mesmo. Na Ética de Jesus, o homem precisa se encontrar com Ele e negar-se a si mesmo. Mt 8.34
2.Os homens vivem em torno do que possuem. Na Ética de Jesus “ A vida  de qualquer homem não consiste na abundância daquilo que ele possui”. É o ser sobre o ter. Lc 12.15
3.O homem na sociedade secularizada corre sempre atrás da vantagem sobre o outro. Jesus ensina:”O que vós quereis que os homens vos façam fazei-lho também vós”. Mt 7.12
4.O homem secular quando muito faz ama o que o ama. Na Ética de Jesus, devemos “amar até os inimigos”. Mt 5.43-44
5. Na sociedade mundana o homem paga mal por mal. Na Ética de Jesus, devemos pagar o mal com o bem. Rm 12.17a, 21.
6.Os homens vivem se acusando uns aos outros, apontando-lhes os defeitos. Na Ética de Jesus ninguém pode apontar o arqueiro no olho do seu semelhante ou irmão, com uma trave (uma falta maior), no seu olho. Mt 7.3-5
7.O homem na sociedade secularizada perdeu o valor da vida. Estamos nos matando de múltiplas formas por causa do ter, a cobiça, a ganância, avareza, egoísmo, etc. Na Ética de Jesus “ o valor de uma alma vale mais do que o mundo inteiro”. Mt 16.26

Slide XVI - O antídoto contra a cobiça

  • Desprendimento: abnegação, altruísmo, desambição, desapegamento, desapego, desinteresse, despego, despretensão, generosidade, modéstia, enfim renúncia aos valores da terra, pelos valores do céu...
  • “...se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima...Cl 3.1ª
  • “Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra”. Cl 3.2
Slide XVII – CONCLUSÃO

1.Êxodo 20.17 - "Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo." (Rm 13.9).
2. Esta lição certamente serviu para distinguirmos o desejo natural da cobiça, que é um anseio exagerado pelo bem alheio e tantos outros pecados relacionados a ela.
3. Guardemo-nos da cobiça, ela coloca qualquer um fora da rota divina, transtorna a alma, com muitas dores aqui e pode deixar a Palavra infrutífera em nós. Fujamos da cobiça gananciosa.(I Tm 3.3)

Slide XVIII – Fontes de pesquisa

  • Lição nr. 12 - EBD/CPAD 1º trimestre 2015
  • Bíblia Sagrada
  • Internet
  • Dic. Houaiss – Língua Portuguesa
  • (Pesquisa e organização – Pb. Samuel Borges)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...