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domingo, 29 de dezembro de 2019

O mau uso do verbo adorar



Adorar significa reverenciar, prestar culto, dar glórias, expressar exaltação, venerar à Divindade.  No Brasil, em razão do linguajar, principalmente das novelas manipuladoras em inverter valores e crenças, o verbo adorar tem sido utilizado inadequadamente no lugar do verbo gostar, apreciar, desvirtuando o seu real sentido. E o verbo expressa ação, ato de fazer...

E quando consideramos o princípio bíblico e teológico da adoração exclusiva ao Deus Verdadeiro, revelado nas Escrituras, observamos pessoas afirmando que adoram tantas coisas, porém não o fazem em relação a Deus, a quem somente devem cultuar e prestar culto.

No mundo espiritual o diabo ri dessa ingenuidade e deturpação do verbo adorar, uma vez que as palavras têm o seu poder relativo.  E a ele muito interessa tirar, redirecionar a adoração do verdadeiro Deus.

Vejamos alguns textos com a severidade da afirmação bíblica no quesito adoração:

Deuteronômio 6.13;10.20

“Ao SENHOR teu Deus temerás; a ele servirás, e a ele te chegarás, e pelo seu nome jurarás”.
(O sentido do verbo servir é também adorar, pois envolve todo o culto mosaico no Antigo Testamento. Ou seja, devidamente contextualizado).

Daniel 3.18 – “E, se não, fica sabendo ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste”.

(Sadraque, Mesaque e Abenego, decidiram adorar só a Deus na corte babilônica e Deus os honrou, livrando-os da fornalha de fogo ardente).

Daniel 3.28

“Falou Nabucodonosor, dizendo: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego, que enviou o seu anjo, e livrou os seus servos, que confiaram nele, pois violaram a palavra do rei, preferindo entregar os seus corpos, para que não servissem nem adorassem algum outro deus, senão o seu Deus”.

Lucas 4.6-8 (Jesus tentado pelo diabo no deserto).

“E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero. Portanto, se tu me adorares, tudo será teu. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te para trás de mim, Satanás; porque está escrito: Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás”.

Apocalipse 14.6-7

“E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo, Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas”.

(Neste momento da história humana, estará ocorrendo a Grande Tribulação, com a trindade satânica (o dragão, a besta e o falso profeta) em ação, exigindo adoração, e Deus enviando juízos sobre a terra, no curso final desta era).

Apocalipse 14.9-10

“E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão, também este beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro”.

Apocalipse 22.8-9 (João Evangelista foi advertido pelo anjo que lhe dava as revelações para não o adorar. E sim a Deus).

“E eu, João, sou aquele que vi e ouvi estas coisas. E, havendo-as ouvido e visto, prostrei-me aos pés do anjo que me mostrava para o adorar. E disse-me: Olha, não faças tal; porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus”.

Então, amorosamente recomendamos, faça como o salmista e os profetas que, não andavam por aí, afirmando que adoravam qualquer coisa, pessoas ou imagens:

Salmos 29.1-2

“DAI ao SENHOR, ó filhos dos poderosos, dai ao SENHOR glória e força. Dai ao SENHOR a glória devida ao seu nome, adorai o SENHOR na beleza da santidade”.

Salmos 96.9 - “Adorai ao SENHOR na beleza da santidade; tremei diante dele toda a terra”.

Isaías 42.8
“Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura”.

(Obviamente, o louvor e glória, no contexto da adoração diz respeito diretamente a adoração ao Senhor Deus, independente do lugar).

Adoremos a Deus na forma bíblica e correta de João 4.23-24

“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”.

E seguem, em resumo, PRINCÍPIOS DA ADORAÇÃO BÍBLICA.

1.  Adore-o por causa da sua soberania. Sl 24.1
  (Adoração requer do adorador submissão irrestrita ao governo de Deus).
2.  Adore-o por causa dos feitos. Sl 98.1-3; Sl 95.6
3.  Adore-o pelo Deus que é.  Sl 90.2; 62.11
4.  Adore-o porque Ele é digno.  II Sm 22.4;  I Cr 16.25-34; Sl 18.3
5.  Adore-o em espírito e em verdade. João 4.23-24
6. E ao Deus filho foi-lhe dado todo o poder no céu e terra. Mt 28.18

Samuel P M Borges – Dezembro 2019.

AD Natal RN


segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

O Dia da Bíblia



Celebrado no segundo domingo de dezembro, o Dia da Bíblia foi criado em 1549, na Grã-Bretanha pelo Bispo Cranmer, que incluiu a data no livro de orações do Rei Eduardo VI. O Dia da Bíblia é um dia especial, e foi criado para que a população intercedesse em favor da leitura da Bíblia.

No Brasil a data começou a ser celebrada em 1850, quando chegaram da Europa e EUA os primeiros missionários cristãos evangélicos. Porém, a primeira manifestação pública aconteceu quando foi fundada a Sociedade Bíblica do Brasil, em 1948, no Monumento do Ipiranga, em São Paulo (SP).

E, graças ao trabalho de divulgação das Escrituras Sagradas, desempenhado pela entidade, o Dia da Bíblia passou a ser comemorado não só no segundo domingo de dezembro, mas também ao longo de toda a semana que antecede a data. Desde dezembro de 2001, essa comemoração tão especial passou a integrar o calendário oficial do país, graças à Lei Federal 10.335, que instituiu a celebração do Dia da Bíblia em todo o território nacional.

Hoje, as celebrações se intensificaram e diversificaram. Realização de cultos, carreatas, shows, maratonas de leitura bíblica, exposições bíblicas, construção de monumentos à Bíblia e distribuição maciça de Escrituras são algumas das formas que os cristãos encontraram de agradecer a Deus por esse alimento para a vida.

A Bíblia

O livro de Deus escrito à humanidade. O livro dos livros. Nele se contém:

a) O maior romance da História –  O amor de Deus pela humanidade.

b) A maior pergunta da vida: “Que farei para herdar a vida eterna?”

c) A revelação de Deus aos homens, sendo o ápice a pessoa de seu bendito e unigênito Filho – Jesus Cristo. “O verbo que se fez carne e nós vimos a sua glória como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”.

Na Bíblia encontramos a realidade do pecado sobre todo o gênero humano. É o livro que afastará o homem do pecado ou o pecado afastará o homem da Bíblia. Escrita por cerca de 40 escritores, num espaço de tempo de quase 1500 anos. Porém, mantém a sua unidade consistente na revelação da Divindade, seus propósitos para com o homem na Terra e para a eternidade.

Não foi escrito para servir de objeto de magia. Nem tão pouco como uma espécie de amuleto, nem para ser objeto de idolatria e sim para ser obedecido e vivido. A Bíblia é o livro mais lido em todo o mundo.

Nos grandes meios acadêmicos atuais, é um intelectual completo quem conhece o mínimo necessário da Bíblia Sagrada.

Todos os humanos precisam examinar as Escrituras:

Para compreender o amor de Deus em Jesus (Ef 3.17-19).

Para ser sábio (Sl 111.10).

Para ser Bem-aventurado (Sl 119.1).

Para não pecar (Sl 119.11).

Para encontrar a verdade (Jo 14.6).

Para conhecer a Cristo (Jo 14.6).

Para evitar o inferno (Jo 5.24).

Para Refletir:
  
A. Monod – “A Bíblia é um livro perigoso: para a incredulidade, porque a confunde; para o pecado, porque o condena; para o mundo, porque o acusa; para satanás, porque o destrona; para as falsas religiões porque as desmascara”.

I. Simonetti – “A Bíblia é a revelação que renova o homem, ilumina sua mente, inclina seus desejos para o bem, enche-nos de santos afetos e prepara-nos para a vida celestial”.

John Wesley – “Você pode não entender tudo o que lê na Bíblia, mas pode obedecer a todos os ditames que compreender”.

Walter B. Knight – “Há homens que rejeitam a Bíblia, não porque ela se contradiz, mas porque ela lhes contradiz”.


Por Samuel P M Borges – Dezembro 2019.

Natal/RN - Revisão em Dezembro/2023.


domingo, 17 de novembro de 2019

A Ética Secular versus a Ética de Jesus!


1.Na Ética secular o homem precisa se encontrar consigo mesmo. Na Ética de Jesus o homem precisa se encontrar com Ele, negar-se a si mesmo, submeter-se ao seu senhorio e segui-lo (Mt 8.34).

2.Os homens secularizados vivem em torno do que possuem. Na Ética de Jesus “A vida de qualquer um não consiste na abundância daquilo que possui” (Lc 12.15). É o ser sobre o ter.

3.O homem na sociedade secularizada corre sempre atrás da vantagem sobre o outro. Jesus nos ensina: “O que vós quereis que os homens vos façam fazei-lhe também vós” (Mt 7.12).

4.O homem secular quando muito faz ama ao que o ama. Na Ética de Jesus devemos “amar até os inimigos”, os que nos maltratam e perseguem...(Mt 5.43-44).

5.Na sociedade mundana o homem paga mal por mal. Na Ética de Jesus devemos pagar o mal com o bem (Rm 12.17ª,21).

6.Na Ética secular os homens vivem se acusando uns aos outros, apontando-lhes os defeitos.Na Ética de Jesus ninguém pode apontar o arqueiro no olho do seu semelhante ou irmão, com uma trave (uma falta maior), no seu olho (Mt 7.3-5).

7.O homem na sociedade secularizada perdeu o valor da vida. Estamos nos matando de múltiplas formas por causa do ter, cobiça, ganância, ódio, avareza, egoísmo, etc. Na Ética de Jesus, em Mt 16.26, “O valor de uma alma vale mais do que o mundo inteiro”.

Aplicação

1.Que tipo de Ética estamos vivendo? A secularizada ou a de Jesus, o Cristo?

2.A vida que vivemos, como nos relacionamentos com amigos, família e semelhantes, no tratamento e na consideração com o outro, atesta qual Ética praticamos.

3.Não é verdade que quem ama sempre concorda. Com respeito, podemos discordar no convívio social.  Amando, posso discordar, ter divergências de ideias, princípios, valores e crenças.

4.Não falamos da Moral. Ela é pessoal. De cada indivíduo. Porém, os limites da Moral individual em sociedade, estão na Ética Coletiva.

5.De uma verdade tenho certeza: A Ética de Jesus faz e fará toda diferença em nossas vidas.

6. A Ética de Jesus não é produto de filosofias humanas. Ela é divina! Siga a Cristo. E somente nele, podemos nos tornar novas criaturas (II Co 5.17). E só Ele tem palavras de vida terna (João 6.68). 

7. Assim sendo, aprendemos acerca da Ética de Jesus, ciente de que o moralismo humano não nos torna aptos à salvação. E sim, pela sua graça redentora (Ef 2.8).

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Bacharel em Direito e Teologia

Natal/RN – Novembro/2019 - Revisada em 19/01/2024.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

O Quando de Deus


                    

Condicionante:

Hebreus 11.6
“Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam”.

Quando o sonho se desfaz, Deus reconstrói;
Quando se acabam as forças, Deus renova;
Quando é inevitável conter as lágrimas, Deus dá alegria;
Quando não há mais amor, Deus o faz nascer;
Quando a maldição é certa, Deus transforma em bênção;
Quando parecer ser o final, Deus dá novo começo;
Quando a aflição quer persistir, Deus nos envolve com a paz;
Quando a doença assola, Deus é quem cura;
Quando o impossível se levanta, Deus o torna possível;
Quando faltam as palavras, Deus sabe o que queremos dizer;
Quando tudo parece se fechar, Deus abre uma nova porta;
Quando você diz: não vou conseguir, Deus diz: não temas, pois estou contigo;
Quando o coração é machucado por alguém, Deus é quem derrama o bálsamo curador;
Quando não há possibilidade, Deus faz o milagre;
Quando só há morte, Deus nos faz persistir;
Quando a noite parece não ter fim, Deus faz nascer o amanhecer;
Quando caímos num profundo abismo, Deus estende sua mão e nos tira de lá;
Quando tudo é dor, Deus dá o refrigério;
Quando o calor da provação é grande, Deus dá a sombra da sua presença;
Quando o inverno parece infinito, Deus traz o verão;
Quando a fé vacila, ore como os discípulos, “Senhor! aumenta-nos a fé”;
Quando estamos a um passo do inferno, Deus nos dá a direção do céu;
Quando não temos nada, Deus nos dá tudo;
Quando alguém diz que não somos nada, Deus nos diz que somos mais que vencedores;
Quando difícil se torna o caminhar, Deus nos carrega no seu colo."

(Autor desconhecido).

Assim acontece com quem tem um relacionamento pessoal com Deus, mediante a pessoa bendita de seu filho Jesus Cristo.

(Habacuque 3.17,18) -  "Porquanto, ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide, e o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas; Todavia eu me alegrarei no Senhor: Exultarei no Deus da minha salvação".

Presb. Samuel P M Borges – Outubro 2019.
Natal/RN

Qualidade Pessoal


Reflitamos sobre aqueles fatores que influenciam a maneira pela qual as pessoas que nos cercam percebem as nossas QUALIDADES PESSOAIS.


1.    Minha habilidade para evitar erros.
2.    Meu comprometimento.
3.    Minha lealdade.
4.    Minha capacidade para cumprir acordos.
5.    Minha capacidade de assistência e cooperação.
6.    Minha integridade.
7.    Minha produtividade.
8.    Minha pontualidade.
9.    Minha flexibilidade.
10. Meu senso de ordem.
11. Minha atenção aos custos.
12. Minha competência profissional.
13. Minha capacidade de comunicação.
14. Minha capacidade de acompanhamento.
15. Minha tolerância.
16. Meu interesse e respeito pelos outros.
17. Minha higiene pessoal.
18. Minha autodisciplina e perseverança.
19. A força de minhas convicções.

“Aquilo que vale a pena ser feito, vale a pena ser bem feito”

Fonte: Extraído do livro “O Lado Humano da Qualidade”.
Autor: Claus Moller

domingo, 13 de outubro de 2019

Normal e Anormal

O que é normal? O que é anormal? Quem vai fazer a diferença entre o normal e o anormal? Quem vai preparar a lista do que é normal? Quem vai preparar a lista do que é anormal? Precisamos mesmo dessas listas?
O normal é aquilo que gostamos de fazer? O normal é aquilo que os formadores de opinião dizem que é? O normal é aquilo que a mídia espalha? O normal é aquilo que a sociedade aprova? O normal é aquilo que o governo oficializa? O normal é aquilo que a igreja tolera?

É normal engravidar uma adolescente que mal saiu da puberdade? É normal gerar filhos sem a proteção de um lar?

É normal abandonar o esposo ou a esposa por causa de outro homem ou de outra mulher? É normal deixar o filhinho só com a mãe ou só com o pai, depois da separação?

É normal seduzir um homem casado ou solteiro e levá-lo pra cama? É normal violentar uma mulher casada ou solteira? É normal abusar sexualmente de uma criança, maltratando-a para sempre?

É normal deixar o homem o contato natural de mulher e se inflamar com outro homem? É normal deixar a mulher o contato natural do homem e se inflamar com outra mulher? É normal o casamento de homem com homem e de mulher com mulher?

É normal o porte individual de armas de fogo? É normal o crime organizado? É normal a matança organizada? É normal o ódio? É normal a vingança?

É normal deixar livre o criminoso de colarinho branco e pôr na cadeia o criminoso de cueca? É normal deixar livre o assassino e pôr na cadeia aquele que maltratou um animal ou derrubou uma árvore?

É normal a concentração de riqueza? É normal a concentração de pobreza? É normal a política econômica do “salve-se quem puder”? É normal os bloqueios econômicos? É normal o imperialismo?

É normal a lentidão da reforma agrária? É normal a construção da favela? É normal morar debaixo da ponte e das marquises? É normal o consumismo? É normal o desperdício? É normal a proliferação de médicos na orla marítima e nas grandes cidades em detrimento do interior pobre e das nações pobres?

É normal a mentira? É normal a calúnia? É normal a exploração sensacionalista da vida privada? É normal a tortura? É normal a ditadura? É normal a opressão? É normal a discriminação social, política, racial e religiosa? É normal o fanatismo religioso?



No texto acima não há afirmativas. Só perguntas. Cinquenta perguntas ao todo. Responda você mesmo. Uma por uma. Vai ser um exercício formidável de avaliação. E de introspecção. Lembre-se que Deus usa muitas vezes esse método. Ele perguntou a Adão: “Onde estás? ”, “Quem te fez saber que estavas nu?”, “Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses?” (Gn 3.9-11). Ele perguntou a Caim: “Por que andas irado?”, “Onde está Abel, teu irmão?”, “Que fizeste?” (Gn 4.6-10). Ele perguntou a Elias: “Que fazes aqui, Elias?” (1 Rs 19.9). Ele perguntou a Jonas: “É razoável essa tua ira?” (Jn 4.4). Jesus perguntou à mulher adúltera: “Onde estão aqueles teus acusadores?”, “Ninguém te condenou?” (Jo 8.10). Jesus perguntou a Saulo: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9.4). Deus quer que você pense!


Elben César

Fonte: Revista Ultimato – Julho-Agosto de 1998.

sábado, 7 de setembro de 2019

Aos que sofrem...


Aos que sofrem...

A natural expectativa de quem passa pelo sofrimento é ver a rápida e final intervenção de Deus. Quando a enfermidade chega à nossa casa, o desemprego torna-se uma realidade ou as crises pessoais se avolumam, nosso clamor é por livramento. Há sofrimentos públicos, conhecidos e lamentados por todos; e sofrimentos particulares, que destroçam o coração, mas passam desapercebidos até pelo amigo mais chegado. Mais importante do que o calibre do sofrimento é como passamos por ele. O fim do sofrimento pode ser uma alma amargurada, um coração incrédulo e uma mente frustrada. Há, porém, um outro caminho.

O Salmo 63 foi escrito por Davi no deserto de Judá em um dos momentos mais angustiantes de sua vida. Possivelmente ele escapava de Saul antes de se tornar rei ou fugia de seu filho Absalão, quando esse se revoltou contra o próprio pai. Em ambas as situações, Davi havia perdido a reputação, a liberdade e importantes laços familiares. 

Essa inspiradora canção do deserto revela as mais profundas convicções de Davi. No verso 1, ele indica que a sede de Deus era maior do que a sede de água. Nos versos 2 a 5, ele louva a Deus reconhecendo sua força e glória, e agradece pela graça, que é melhor que a vida. Faz também um compromisso de louvá-lo enquanto viver. Nos versos 6 a 8, Davi busca o descanso no Eterno e usa verbos que estão no presente, como “recordo”, “canto” e “medito”. Davi crê e canta o descanso em Deus enquanto sofre – não apenas planeja fazê-lo amanhã. Nos versos 9 a 11, ele declara sua confiança na força e na vitória de Deus sobre seus inimigos.

O sofrimento pode ser um caminho que nos leva à amargura ou ao louvor, à incredulidade ou ao fortalecimento da fé. A qualidade da nossa fé será determinante para a maneira como passamos pelo deserto. 

À medida que cremos, descansamos – vemos o mundo com as lentes da graça e nos alegramos naquele que controla a vida. Crer que a presença de Deus é melhor que a vida parece ser o exercício mais transformador – da mente, do coração e da visão de mundo – que qualquer pessoa possa experimentar no dia mau. Guarde a sua fé enquanto anda e chora. Não perca a alegria, a mansidão, a oração e a paz. E não deixe de semear no sofrimento, pois há promessa de frutos para os que semeiam na dor. Também não dê ouvidos àqueles que dizem que o Eterno o abandonou, que a semente não frutificará, que o caminho não tem fim. Eles não sabem que o Cordeiro de Deus é também o Leão de Judá. 

Hoje, em meio ao seu sofrimento, confesse a fé em Deus, quem ele é e o que ele faz. Esse é o verdadeiro louvor. Peça fé suficiente para descansar, com alma e mente pacificadas, e louvar, com sincero agradecimento pelo amor e presença do Senhor.

À semelhança de Davi, às vezes, experimentamos a solidão do deserto, o constrangimento nos relacionamentos e a incerteza sobre o amanhã. A vida nesses momentos torna-se mais lenta, opaca e pesada. E nosso coração, inclinado ao pecado, pode se apegar a uma erva daninha da espiritualidade: o descontentamento. Davi possuía diversos motivos para abraçar o profundo descontentamento, mas tomou outro caminho: o da confiança, da gratidão e do louvor. Nenhum descontentamento, por mais enraizado que esteja, resiste à sincera gratidão e ao louvor a Deus. 

Em nossa vivência cristã experimentamos dois momentos bem demarcados e Jesus Cristo estará conosco em ambos:
O primeiro é breve e passa como o vento. O segundo é eterno.
O primeiro é marcado pela esperança e o segundo, pelo esplendor.
No primeiro buscamos a Deus e no segundo estamos ao seu lado.
No primeiro enfrentamos quebras, lutas, enfermidades e angústias; no segundo não haverá choro, decepções, dor nem morte.
No primeiro somos peregrinos, caminhantes e forasteiros; não temos morada certa. No segundo chegamos ao lar.

Enquanto caminhamos no sofrimento, que a nossa alma tenha mais sede de Deus do que de água. Que Ele seja o nosso tudo. Então, nada nos faltará.

 
• Ronaldo Lidório é teólogo e antropólogo, missionário (APMT e WEC) entre grupos pouco ou não evangelizados.

Fonte: Revista Ultimato setembro/outubro 2019.
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