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domingo, 31 de outubro de 2021

O agir do Espírito Santo versus a atuação demoníaca

 

Quem é o diabo? Era um querubim ungido (Ez 28.12-15), criado perfeito, formoso e cheio de sabedoria, estava no Jardim de Deus, andava no meio das pedras afogueadas, até que se achou iniquidade nele. Em Ap 12.7-9, é identificado como a antiga serpente, o diabo e Satanás, enganador de todo o mundo. Segundo Is 14.12-15, o seu pecado foi se orgulhar, exaltar o seu trono e pensou em ser semelhante ao Altíssimo e por essa razão foi expulso do seu lugar. Por enquanto, habita nos lugares celestiais com seus principados e potestades, hostes espirituais da maldade (Ef 6.12). Foi ele quem tentou a Jesus, quando impelido ao deserto pelo Espírito e lá esteve por 40 dias (Lc 4.1-13).  O seu caráter corrompido é contrário à verdade, homicida, mentiroso e pai da mentira (Jo 8.44). A sua agenda, por analogia de um ladrão, é matar, roubar e destruir (Jo 10.10). Ele anda em derredor dos homens, como um leão, buscando a quem possa tragar (I Pd 5.8). Ele é o principal dos demônios (Mt 12.24). A ele não se deve dá lugar (Ef 4.27). Deve-se a ele resisti e fugirá de nós (Tg 4.7).

Quem são os demônios? Segundo Ap 12.7-9, o diabo, figurado no dragão e seus anjos, pelejaram contra Miguel numa batalha no céu e foram derrotados e não mais se achou o seu lugar no céu, e de lá foram precipitados, ele e seus anjos (demônios, espíritos malignos). No ministério terreno de Jesus era frequente serem expulsos de pessoas possessas (Lc 8.27-28), e sabiam (Mt 8.29) que chegaria o dia de serem lançados no lago de fogo, segundo Ap 20.10. Eles têm inteligência superior aos homens e distinguem quem age em nome de Deus, ou não (At 19.13-16).

Jesus veio, entre outros fins, para salvar e libertar os oprimidos do maligno (Lc 4.18-19; Mt 11.28; 17.18; At 10.38).

O que é opressão demoníaca? É a presença de demônios em determinados ambientes e sua influência direta e indireta sobre as pessoas e de alguma forma, causando aflições, desassossego e sofrimentos (Lc 4.18-19; At 10.38). As áreas mais afetadas são: Moral, física, material e espiritual. E ocorre de fora para dentro do ser.

O que é possessão demoníaca? A possessão é a presença, incorporação de um ou mais demônios dentro da pessoa (Mc 5.9-13). A possessão ocorre de dentro para fora. É sinal de que o diabo alcançou grande domínio sobre a vida do indivíduo. E passa a controlar suas ações, reações, emoções, a mente, etc... Pode, inclusive, manter a pessoa enferma, além de ausência de paz.

1. O Espírito Santo é Deus, Onipotente, Onisciente e Onipresente. Os demônios são seres espirituais caídos, fora do plano de Deus. São limitados em ação e poder. O Espírito Santo considera a individualidade humana e não usurpa a sua personalidade (Ap 3.20). Os demônios procuram se impor sobre aqueles que dão lugar a eles, usurpando, violentando a liberdade do ser, uma vez que são opressores.   

2. O Espírito Santo sabe que devemos ter o controle de nossas vidas e sejamos responsáveis por nossas ações. Os demônios querem o controle total. Eles frequentemente levam pessoas ao estado de confusão e de inconsciência, para delas dispor como desejarem (Mt 17.14-18).

3. O Espírito Santo é gentil. Opera, atua no ser humano delicadamente, ao ponto de, muitas vezes, não se distinguir as atitudes e ações, se vem da pessoa ou o Espírito Santo (Lc 11.13). Os demônios são rudes, grosseiros. É possível perceber a diferença entre o espírito maligno e a pessoa possuída. O demônio é sempre uma entidade separada da mente consciente da pessoa.

4. O Espírito Santo é puro. Com ele em nós, vencemos o pecado (Gl 5.16). Os demônios são imundos (Mt 8.31), totalmente corruptos. Eles levam o endemoniado cada vez mais a afundar no pecado e toda espécie de impureza, tanto física, como espiritual (Lc 11.24-26).

5. O Espírito Santo sempre exalta e glorifica a Jesus (Jo 16.13-14). Os demônios odeiam e não suportam o nome de Jesus (Mc 16.17-18). Eles glorificam o ego da pessoa em quem estão habitando, levando-a práticas carnais, contrariando os ensinamentos de Jesus.

6. O Espírito Santo nunca esvazia a nossa mente. Pelo contrário, Ele coloca pensamentos santos, bíblicos, guindo-nos em toda a verdade (Jo 14.16-17;16.13). Os demônios têm dificuldades em prevalecer sobre a mente ativa e forte. Por isso, frequentemente procuram esvaziar a mente da pessoa, tomando-a passiva e assim ter o controle sobre ela. As meditações orientais e ocultistas sempre envolvem técnicas de relaxamento para esvaziar a mente. Daí, a advertência bíblica: Não deis lugar ao diabo (Ef 4.27). Muito perigoso na dimensão espiritual.

7. O Espírito Santo veio para convencer a humanidade do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.7-11). E a convicção que ele nos dá não é destrutiva. Conduz-nos ao arrependimento, ao perdão, à reconciliação com Deus.  Os demônios fazem duas coisas: Instiga as pessoas a se justiçarem dos seus pecados ou trazem sobre elas culpas esmagadoras, destrutiva, sem esperança de perdão e redenção.

8. O Espírito Santo jamais nos falará algo que contradiga a Palavra de Deus. Os demônios distorcem e adulteram as Escrituras e a usam fora de contexto para enganar e justificar o pecado, assim foi no Éden com o primeiro casal (Gn 3.1-7). Portanto, o ditado: “Cuidado com a Bíblia na boca do diabo e dos demônios”.

9. O Espírito Santo não é controlado pelo cristão. Ele age, opera quando, como e onde quiser. Porém, o fará gentil e educadamente, jamais forçadamente. Os Espíritos demoníacos enganam as pessoas sob as quais atuam para que pensem que podem controlá-los. Eles atuarão onde achar lugar, poderão fazer prodígios de mentiras para ludibriar as pessoas (II Ts 2.9-10).

10. Enfim, o poder de Satanás, das trevas (Lc 22.53; At 26.18) são limitados pelo poder de Deus e sua soberania (Jó 1.12;2.6; Lc 22.31-32; I Jo 5.18). A Igreja Cristã tem autoridade para expulsar demônios em nome de Jesus (Mc 16.17). E as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja do Senhor Jesus (Mt 16.18). Aleluia!!

 

Por Samuel P M Borges

Natal – RN, 31/10/2021.

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Jesus foi rejeitado como o Messias de Israel? Quem o matou?

São perguntas aparentemente simples de responder e na verdade escondem mentiras que se perpetuaram na História, afetando duramente a civilização judaica, com o advento do Cristianismo.  

Os fariseus, os saduceus, os escribas e Jesus

Mateus 12.1-14 – Os fariseus formaram conselho contra Jesus, para o matarem porque Ele e seus discípulos estavam violando a guarda do sábado. Não sabiam eles, Jesus era maior do que o templo e até do sábado é Senhor (Mt 12.6-8).

Mateus 12.22-24 – Os fariseus blasfemam de Jesus, dizendo que Ele expulsava demônios em nome de Belzebu (o principal dos demônios). Como Jesus fazia no poder do Espírito Santo, a blasfêmia foi atribuída ao Espírito Santo e era imperdoável (Mt 12.31-32).

Mateus 15.1-20 – Alguns escribas e fariseus acusam os discípulos de Jesus de estarem transgredindo a tradição dos anciãos, não lavar as mãos antes de comer. E Jesus responde com outra, porque eles estavam violando e invalidando o mandamento de Deus, de honrar a pai e mãe, pela vossa tradição. E Jesus concluiu dizendo: Em vão adoravam a Deus e suas doutrinas eram preceitos de homens. E o que realmente contaminava o homem é que sai da boca, não o que vai para o seu ventre. Portanto, cuidem do coração no sentido de mente, pensamentos, imaginações, etc.

Mateus 16.1 – Fariseus e saduceus para tentarem a Jesus pedem um sinal do céu e são enquadrados compondo uma geração má e adúltera.  E Jesus ainda adverte aos discípulos para se guardar da doutrina dos fariseus (Mt 16.12).

Mateus 23.1-39 – Numa série de censuras e admoestações diretas aos escribas e fariseus, uma vez que ensinavam e não praticavam, Jesus sintetiza assim em Mt 23.27: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia”.

Marcos 12.18-27 – Os saduceus que não acreditavam na ressurreição dos mortos apresentaram uma sucessão de casamentos de uma viúva e queriam saber quem ficaria com aquela mulher, quando ressuscitasse, numa total ignorância do mundo espiritual. Simplesmente Jesus respondeu: Nos céus não se casa e nem se dá em casamento, seremos como anjos (Mc 12.24-25).

Jesus era o Messias profetizado para Israel?

Lucas 2.25-32 – Simeão viu cumprida a visão de que não morreria sem antes ver o Cristo profetizado e o toma em suas mãos no templo e ora: “Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra, pois já os meus olhos viram a tua salvação. Luz para alumiar as nações (gentios) e para glória de teu povo Israel”.

Mateus 15.21-28 – No episódio pelas terras de Tiro e Sidom, com a mulher cananeia, em meio ao seu clamor em favor da filha endemoniada, Jesus declara: “Eu não fui enviado senão as ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 15.24). Entretanto, sabemos que um dos pontos fundamentais na relação do homem com Deus é a fé. E usando de misericórdia, Jesus honrou a grande fé e humildade daquela mulher gentílica (Mt 15.28).

Mateus 16.16-17 – Jesus ratifica a resposta de Pedro de que Ele era o Cristo, o Filho do Deus vivo. Porém, recomendou, naquele momento, a ninguém dissessem que Ele era o Cristo (Mt 16.20).

João 1.35-51 – Relata João que André seguiu a Jesus e informou a seu irmão Simão Pedro ser ele o Messias, o Cristo. E Filipe achou Natanael e lhe disse haver achado aquele de quem escreveu Moisés na Lei e de quem escreveram os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José. E do encontro e diálogo com Jesus, Natanael concluiu: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel” (Jo 1.49).

João 4.25-26 – A samaritana em diálogo com Jesus junto a fonte de Jacó disse-lhe “...Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará tudo. E Jesus lhe diz: “Eu sou o que falo contigo”.

Lucas 19.41-44 – Na entrada triunfal de Jerusalém, aclamado Rei pelas multidões, Jesus chora sobre a cidade, centro religioso judaico, antever o juízo que viria sobre ela, porque não conheceu o tempo da sua visitação. 

João 1.11 - “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam”.

Nos quatro evangelhos existem vários momentos no ministério de Jesus onde ele procurou restringir, abafar a sua popularidade e detinha o entusiasmo do povo diante dos sinais, curas e milagres. Na verdade, estava escondendo o fato de ser o Messias, pois o seu ministério ainda não estava plenamente cumprido (Mt 8.1-4; Lc 4.41;8.56; Mc 7.36).

Jesus se antecipa aos fatos e revela aos discípulos que morreria crucificado

Mateus 16.21 – Jesus declara aos discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitaria ao terceiro dia.

Mateus 26.21-25 –  Jesus faz declaração antecipada acerca da traição de Judas. Não havia surpresas (Mt 26.45-46). Ele era e é onisciente (Mt 9.4;12.25).

Mateus 26.1-2 – Após Jesus pregar os sermões proféticos, Ele anuncia que daqui a dois dias, era a Páscoa, e o Filho do Homem seria entregue para ser crucificado.

Quem julgou e condenou Jesus?

João 11.47-48 – Após a repercussão da ressurreição de Lázaro, diante de muitos sinais que Jesus fazia, fariseus e principais dos sacerdotes se sentiram ameaçados no poder religioso e político, formam um conselho para enfrentar a situação, temendo perder status e posição com a reação do Império Romano. 

Mateus 21.45-46 – A parábola dos dois filhos e dos lavradores maus consta do texto sagrado que os príncipes dos sacerdotes e os fariseus, ouvindo entenderam que falava deles e não se arrependeram para crer (Mt 21.32), continuaram no intento de prender Jesus, mas receavam o povo.

Mateus 26.3 – O sumo sacerdote era Caifás (no cargo de 18-36 d. C.), era genro de Anás (Jo 18.13). Caifás se reuniu com os líderes religiosos, escribas, anciãos e discutiram a trama mútua de prender Jesus com dolo e levaram à morte (Mt 26.4).  E sempre evitando o povo (Mt 26.5; Mc 14.1-2).

Mateus 26.57-59 – Sendo Jesus preso, os discípulos fogem (Mt 26.56), e conduzido à casa de Caifás, onde todo o conselho do Sinédrio se reuniu. Não tendo de que o acusar, buscavam falsas testemunhas para o incriminar e levá-lo à morte.

Marcos 14.56-57 – O evangelista Marcos narrou que as acusações contra Jesus foram inventadas e falsas. E mesmo assim os depoimentos eram incoerentes (Mc 14.59).

Marcos 14.60-64 – Jesus não se “preocupou” com as acusações falsas contra Ele. Perante o Sinédrio apenas confirmou a pergunta do sumo sacerdote: És tu o Cristo, o Filho do Deus bendito?  E ele, falando a verdade, disse “Eu o sou”. O que consideraram uma blasfêmia e todos o culparam de morte. E alguns dos presentes passaram a agredi-lo cuspindo-lhe o rosto, zombando dele e davam-lhe bofetadas (Mt 26.57-68).

João 18.19-21 – Quando Jesus, já preso, foi interrogado pelo sumo sacerdote acerca dos seus discípulos e da sua doutrina, Ele respondeu que ensinava abertamente ao mundo e nada em oculto, nas sinagogas e no templo, então pergunta aos que me ouviram o que lhes ensinei. Obviamente, Jesus sabia que naquela trama o povo estava de fora e desinformados.

Marcos 15.1 – Jesus foi julgado, na calada da noite, fora da vista do povo, pelos chefes dos sacerdotes, líderes religiosos, mestres da lei e todo o Sinédrio chegaram a uma decisão: Condenação. Amarrando Jesus, levaram-no e entregaram a Pilatos.

Nenhum julgamento que envolvesse execução era permitido à noite. Jesus foi julgado e condenado entre uma hora e três horas da manhã da sexta-feira, sem defesa alguma, um julgamento com dolo intencional.

Quem matou Jesus?

Marcos 11.15-18 – Na purificação do templo em Jerusalém, Jesus meteu o chicote nos maus adoradores (Jo 2.15), derrubou mesas e cadeiras dos cambistas porque o que era casa de oração, transformaram em covil de ladrões. Indignados escribas e principais dos sacerdotes buscavam ocasião para o matar, mas o temiam porque toda a multidão estava admirada da sua doutrina. E os meninos clamando no templo diziam: “Hosana ao Filho de Davi” (Mt 21.15-16).

Lucas 22.1-2 – Perto da Festa da Páscoa principais dos sacerdotes e os escribas andavam procurando como o matariam, porque temiam o povo. E o acordado com Judas Iscariotes, o traidor, era para o entregar sem alvoroço público (Mt 22.6). Não era o povo judeu que queria matar Jesus.

Mateus 27.17-20,25 -  Quando Pilatos pergunta qual destes quereis que vos solte? Barrabás ou Jesus, chamado o Cristo? A frase “caia o seu sangue sobre nós e nossos filhos”, foi consequência da persuasão dos principais dos sacerdotes e anciãos (Mt 27.20), para que o povo pedisse a soltura de Barrabás e que Jesus fosse condenado à morte.

João 18.38-40;19.1-7 – No relato do evangelho de João, onde Jesus é apresentado como o verbo divino, o Filho de Deus, com base nos costumes judaicos um preso era solto na Páscoa. E Pilatos ao interrogar Jesus, não via nele crime algum. E indaga os judeus: “Quereis que vos solte o rei dos judeus? ” E todos gritam para soltar a Barrabás, um ladrão. Jesus é trazido perante o público. “Vendo-o, pois, os principais dos sacerdotes e os servos, gritaram, dizendo: Crucifica-o! Crucifica-o! Disse-lhe Pilatos: Tomai-o vós e crucificai-o, porque nenhum crime acho nele”. Os líderes religiosos insistiram em acusar a Jesus (Mt 27.11-12), e segundo sua lei deveria morrer, porque se fez Filho de Deus igual ao Pai (Jo 5.16-18;19.7).

Lucas 18.31-33 – Jesus anuncia a sua morte vicária e tudo que dele estava profetizado se cumpriria em Jerusalém. Julgamento numa tramoia do Sinédrio, sem a participação do povo e entregue aos gentios (os romanos), e escarnecido, injuriado, cuspido e açoitado, o matarão. E ao terceiro dia, ressuscitaria. Então, quem matou Jesus foram os romanos. Ele foi crucificado às 9 horas da manhã e expirou na cruz por volta das 15 horas da tarde.

A rigor Jesus era imatável. Por diversas vezes quando quiseram atentar contra a sua vida no seu ministério terreno, ele saía do ambiente, do local, de forma imperceptível e milagrosa, sem nenhum enfrentamento.

João 10.17-18 – “Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém a tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai”.

Mateus 26.45b – No Getsêmani, disse Jesus: “...Eis que é chegada a hora, e o Filho do Homem será entregue nas mãos dos pecadores”.

Foi Ele quem se entregou para ser “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29; Is 53.4-7).

João 3.16 – A sua morte foi doação do Pai movido por amor sacrificial pela humanidade, em prol da redenção de todo o que crê.

Conclusão:

1. Jesus foi rejeitado pelos principais dos sacerdotes, pelos anciãos, escribas e fariseus, não pela grande massa do povo judeu. Tudo que fizeram para julgar, condenar e entregá-lo aos romanos, e morto pelos gentios (Lc 18.31-33), foi feito de forma leviana. E sempre evitando a reação do povo.

2. Houve uma conspiração para a crucificação de Jesus. Ela foi feita sob a condução do sumo sacerdote Caifás, que de maneira nenhuma representava a vontade do povo judeu (Mt 26.1-5).  Durante o reinado de Herodes o Sinédrio não foi nada mais do que o tribunal religioso impotente. Caifás foi nomeado por Herodes para fazer a vontade de Roma. Era ilegítimo e não escolhido pelo povo judeu.

João 19.15 – Quando Pilatos perguntou hei de crucificar o vosso rei? “Responderam os principais dos sacerdotes, não temos rei, senão o César”.

3. Mateus 27.15-26 – Jesus após ser julgado e condenado pelo Sinédrio de forma desonesta e fora da vista do povo judeu, é entregue a Pilatos e diz o texto sagrado: Pilatos sabia que por inveja o haviam entregue. Por várias vezes, não vendo crime nele, o queria soltar, mas os principais líderes religiosos insistiram em o acusar, tanto perante Herodes Antipas como diante de Pilatos (Lc 23.10;20-24).

Pôncio Pilatos foi governador/procurador da Judéia de 26 a 36 d.C.

Herodes Antipas reinou na Galileia e na Pereia de 4 a 39 d.C.

Tibério César foi imperador romano de 14 a 37 d.C.

4. Estatísticas da época constam que 2/3 do povo judeu estava disperso, fora da terra de Canaã. Dos 1/3 restantes, cerca de 10.000 judeus residiam em Jerusalém quando Jesus foi crucificado pelos romanos. E os demais, em outras localidades sob o Império Romano.

5. Jesus foi aclamado o Rei em Israel, na entrada triunfal em Jerusalém, por volta do ano 33 da era cristã (Mt 21.1-11). O povo clamava: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito ao que vem em nome do Senhor! Hosanas nas alturas! E alguns fariseus mesmo diante daquela cena gloriosa, no seu farisaísmo queriam que Jesus repreendesse a multidão, ao que disse Jesus: “Se estes se calarem, as próprias pedras clamarão” (Lc 19.39-40).

6. Lucas 23.27 – Quando Jesus seguia ao caminho do Gólgota, seguia-o uma grande multidão de povo e de mulheres, as quais batiam aos peitos e o lamentavam, em razão da sua condenação à pena de morte romana na cruz do calvário. 

7. Pelo escopo geral das profecias e principalmente dos evangelhos, era Jesus o Messias que havia de vir. E escondia essa sua face, para ter condições de se expor às multidões na pregação do Evangelho do Reino de Deus, no ensino e cumprir o seu ministério terreno. O povo judeu queria aclamá-lo o Messias libertador político e econômico do jugo romano. Ele não admitiu o que tanto desejavam, uma vez que o seu reino não é deste mundo (Jo 18.36-37). Porém, chegará o momento na História, quando reinará sobre toda a Terra, com Israel e a Igreja.

8. Uma grande mentira se perpetua na História: O povo judeu são os assassinos de Jesus. Assim pensava o Historiador Eusébio (263-340 d.C.), Gregório de Nissa (340-394 d.C.), pároco na Capadócia. O bispo bizantino João Crisóstomo (347-407 d.C.) foi quem cunhou em sermões a expressão deicide Jews (assassinos de Cristo). Eram prédicas carregadas de ódio aos judeus. Eis, portanto, a origem do antissemitismo, que começou no meio cristão primitivo, prosseguiu na cristandade e contaminou: Concílios eclesiásticos, o Protestantismo, as Universidades Teológicas, algumas Denominações e Institutos cristãos, até os dias atuais.

9. A mentira do deicídio (homicídio de Deus) desencadeou outra inverdade histórica e teológica: A Teologia da Substituição – A Igreja cristã tomou o lugar de Israel no Plano de Deus. E tem servindo como uma base para as atrocidades cometidas em nome do cristianismo contra o povo judeu, séculos após séculos. E milhões de vidas judaicas foram ceifadas de formas perversas, brutais e covardes. E os algozes, o clero, os cruzados, monarcas, czares, nazistas, etc., todos travestidos de uma falsa legalidade, ora política, ora religiosa, com interesses escusos, têm se beneficiado da propagação de uma mentira mundial, vergonhosa e imoral, uma vez que tem sido usada para lhes impor a fé cristã, julgá-los em tribunais de inquisições, assassinar judeus, explorar e extorquir suas riquezas em quase todo o mundo. Em consequência, até hoje muitos judeus não veem na cruz um símbolo de salvação. Na verdade, é como uma cadeira elétrica de execução. Porém, registramos também que já existem irmãos judeus que tem crido em Jesus como o Messias que havia de vir, reconhecendo a canonicidade do Novo Testamento.

10. Jesus, “Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina”. (Atos 4.11; Lc 20.17; I Pd 2.27). E ensejou o parêntese escatológico (Dispensação da Igreja) entre o advento do Messias e a Grande Tribulação (Dn 9.24-27; Rm 11.1-12). Juízo viria sobre o povo judeu (Lc 23.27-31), no geral, pelo legalismo (Mt 15.8-10; Mc 7.6), pela incredulidade e endurecimento de coração (Mt 21.31-32; Jo 5.39-40;12.34-43).

11. A verdade: É uma injustiça histórica crônica perseguir, julgar e condenar, séculos após séculos, toda a civilização judaica, pela rejeição e morte de Jesus, quando se observa nas Escrituras que a grande massa do povo ficou de fora da trama orquestrada pelos líderes religiosos da época. Entretanto, a porta da graça foi aberta a todas as gentes, mediante o arrependimento e a fé (At 3.17-19;17.30-31). A salvação vem dos judeus (Jo 4.21-22).

12. A acusação desonesta da morte de Jesus contra toda a civilização judaica, ofusca verdades proféticas do modo como padeceria na cruz sob o poder romano e ao terceiro dia ressuscitaria (Lc 18.31-33). E verdadeiramente, Ele não ficou na sepultura, ressuscitou, ascendeu aos céus, está vivo à direita do Pai, intercedendo pela sua Igreja. A morte de Jesus no calvário, não foi a morte do um homem comum, foi a do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). “...O castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas as suas pisaduras fomos sarados (Is 53.5).

13. Atos 4.10,27;6.8-13;7.1,52 – Pela narração dos primeiros dias da Igreja Cristã, aqueles que se opuseram a Jesus, principais dos sacerdotes, escribas, fariseus e saduceus, continuavam em oposição à pregação do evangelho pelos apóstolos e tinham inveja deles (Atos 5.17-18). E por isso, apontados nas pregações dos apóstolos, responsáveis pela crucificação e morte de Jesus. A Igreja Primitiva logo caiu na graça de todo o povo (At 2.47). Nos líderes religiosos do judaísmo, persistia o temor ao povo (Atos 5.12-16,26). “E a multidão dos que criam em Jesus, tanto homens como mulheres, cresciam cada vez mais” (Atos 5.14). E frisamos de acordo com Atos 6.7, registra que "grande parte dos sacerdotes obedecia à fé". Estava havendo mudança no meio judaico.

14. Atos 3.17-19 – O que fizeram os principais dos sacerdotes, líderes religiosos e demais do povo (Atos 3.13-15), foi por ignorância e para que se cumprisse o que acerca de Jesus estava profetizado (Mt 26.51-54). Deus não leva em conta o tempo da ignorância, se houver arrependimento (At 17.30-31). E agora, todos (judeus e gentios) somos chamados a arrepender-se e crê na mensagem do evangelho (Mc 16.15-16; Rm 1.16-17). Oportuno frisar, o pecado imperdoável é aquele praticado contra o Espírito Santo (Mt 12.31-32).

15. Por volta do ano 33-34 d. C., instituída a Igreja, entrou em curso a transição do Judaísmo (sombras) para o Cristianismo (profecias cumpridas), o que não significa dizer que um judeu para ser cristão tem que renegar a sua cultura e deixar de ser judeu. O divisor de águas é a manifestação, o advento do Messias encarnado e Deus revelado aos homens, em Cristo Jesus (João 1.14; 14.6-11; Atos 4.12).  O Antigo Testamento é o Plano Divino da salvação oculta; O Novo Testamento é o Plano Divino da salvação revelada e extensiva a todos os povos (Lc 2.29-32;3.6; Mc 16.15-16). E Deus escolheu e capacitou o Apóstolo Paulo para ser o maestro da fé judaica à fé cristã (At 9.15).

16. Deus não rejeitou e nem baniu Israel do seu Plano através dos séculos (Rm 11.1-2). A sua queda espiritual é a riqueza do mundo, a sua diminuição a riqueza dos gentios, como não será a sua plenitude! (Rm 11.11-12). Pelas Escrituras entendo que o jugo gentílico começou com os Assírios, ano 722 a.C. e se estenderá até o término da Grande Tribulação (Septuagésima semana de Daniel) quando toda a nação clamará pelo Messias libertador (Zc 12.9-10; Mt 23.39), e ele virá dos céus em glória com os seus anjos para socorrer, salvar Israel entrincheirado no vale do Armagedom, e quando julgará as nações no trato para com a nação Israelita, estabelecerá o Milênio, etc. (Zc 14.1-5; Mt 25.31-46; Ap 1.7).

Fontes da pesquisa:

A Bíblia Sagrada.

Em Defesa de Israel – John Hagee - 1ª edição 2009 – CPAD.

História Eclesiástica – Eusébio de Cesaréia – 12ª impressão 2011 – CPAD.

História dos Hebreus – Flávio Josefo – 1ª edição 1990 – CPAD.

 

Por  Samuel P M Borges

Bacharel em Direito e Teologia

Natal/RN, 04/10/2021.

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