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sexta-feira, 14 de março de 2025

A Eleição, Presdestinação, a Graça, Fé e a Expiação em poucas linhas.

 

Primeiro, é relevante compreender à luz das Escrituras que a eleição é coletiva, ou seja, para o corpo de Cristo, a Igreja (Ef 1.4-5; Jo 3.16; I Tm 2.4-6; Tito 2.11). De modo que todo salvo é um eleito em Cristo, filhos por adoção (Jo 1.12; Ef 1.5).

I Pd 1.2-5 - A eleição é segundo a presciência de Deus Pai, isto é, o conhecimento antecipado, desde a eternidade, daqueles que viriam a ter crédito ao evangelho. Não se trata de predeterminar quem vai ser salvo e de quem vai ser condenado, antes de vir ao mundo.

Predestinação – “Teologicamente diz respeito a: “propósito determinado por Deus desde a eternidade para os que estão em Cristo”. Desse modo, é bom que se destaque que embora estejam intimamente relacionadas, eleição e predestinação são institutos bíblico distintos. Eleição significa escolha, enquanto predestinação tem a ver com o fim dado aos escolhidos. Eleição é o ato pelo qual Deus escolhe homens para si mesmo; predestinação é o ato determinativo de Deus quanto ao destino dos que Ele escolheu. Predestinação, na Bíblia, não tem a ver com escolha, mas com o destino dado àqueles que já foram escolhidos (DANIEL, 2017, pp. 424,425)”.  

Os objetivos da Predestinação – Segundo a teologia Paulina, três são os objetivos da predestinação bíblica em relação aos salvos em Cristo:

a) serem filhos de adoção (Ef 1.5);

b) serem coerdeiros com Cristo (Ef 1.11); e

c) serem conforme a imagem de Cristo (Rm 8.29).

“Predestinação à luz da Bíblia, não tem por objeto a fé (não define se alguém vai crer ou não) […] trata-se da definição divina daquilo em que aqueles que estão em Cristo se tornarão ao final (DANIEL, 2017, p. 424)”.

Constatamos na Bíblia chamadas específicas para salvação e serviço no Plano Divino Redentivo. Assim foi com Israel, a partir de Abraão. Em primeiro plano deles é: A adoção de filhos, e a glória, os concertos, e a lei, e o culto e as promessas (Rm 9.4). São filhos por eleição. Não significa que todo judeu é automaticamente salvo em Cristo Jesus. Pesa a responsabilidade individual, conforme a época e grau da revelação divina.

Judas Iscariotes é um caso notório. Debaixo de uma chamada específica, entre os doze, e se deixou ser usado pelo diabo (Mt 22.3; Ef 4.27). Desviou-se do caminho (At 1.25). Aliás, desde o início ele comportou como um mau caráter. Porém, as profecias não o predestinaram à perdição, apenas revelou antecipadamente (Jo 6.70-71).

A Teologia Reformada está centrada nos eleitos, não em Cristo. Daí, surgiram os extremos, do conceito espichado da depravação total, a perda da imagem de Deus no homem e do livre arbítrio, a dupla predestinação etc., tendo o seu maior expoente Agostinho de Hipona (354-430), que mais tarde, no século XVI, muito influenciou o teólogo francês João Calvino (1509-1564), na sua obra As Institutas.

A graça capacita a crer todas as pessoas que ouvem atentamente a pregação do evangelho. A vontade perfeita, plena de Deus é salvar (sempre no presente) a todos os homens, vindo ao conhecimento da verdade (I Tm 2.4). No cronos humano, sabemos que muitos já partiram sem esperança de salvação, sem haver crido em Cristo.

A graça de Deus precisa ser estudada em três aspectos: Preveniente, subsequente e universal.  Sem a graça de Deus, o homem caído só poderia externar a pobre fé natural, genérica, não a salvífica.  

A Graça Preveniente – É o meio pelo qual Deus, antes de qualquer ação humana, atrai graciosamente o pecador e o capacita espiritualmente para que se arrependa e creia em Cristo. O homem está morto em delitos e pecados (Rm 3.9-25; Ef 2.1;2.8), é no sentido de separação de Deus, corrompido, não significa completamente destruída, aniquilada a imagem de Deus no homem. E bem como o livre arbítrio afetado pela queda, mas não perdido, não arruinado na sua plenitude (Gn 4.7). A graça de Deus habilita a consciência moral do pecador para tomar a decisão pessoal e espontânea a fim de dá crédito ou não, ao evangelho (Mc 16.15-16; Rm 1.19-22;10.10-17).

A Graça Subsequente – É a segunda operação da graça de Deus que se segue ao estágio inicial da graça preveniente, complemente da parte de Deus. Enquanto que a graça subsequente é cooperante, e vai produzir, construir um relacionamento entre Deus e o novo homem. Neste estágio já convencido pelo Espírito é nova criatura em Cristo (II Co 5.17).

A Graça Universal

João 3.16 – Deus não amou a alguns para salvar. Amou o mundo (a humanidade), providenciou o meio, quem vier a crê tem a vida eterna, não perecerá.

Mateus 26.28 – Faz menção do sangue da Nova Aliança, derramado por muitos para remissão dos pecados. Isto é, sacrifício eficaz para com aqueles que viessem a crer no evangelho de Jesus.

Atos 2.47 – Assim sendo, os que iam crendo na Palavra pregada (At 2.41), eram acrescentados ao Corpo de Cristo, a Igreja (At 3.19).

A Fé para Salvação

Judas 3 – “Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos”.

A fé dada aos santos em Judas não é a fé para salvação individual, em si mesma.  Fé aqui, considerando o contexto neotestamentário, trata-se de todo o arcabouço doutrinário da Igreja Cristã em formação debaixo de severas lutas e perseguições.

A salvação é efetivada pela fé em Jesus, o salvador. O homem é salvo porque creu e será condenado se ficar na condição de incrédulo (Mc 16.15-16). Então, a fé salvífica (para salvação), é meio, resposta humana à graça redentora de Deus. A fé não tem natureza meritória humana, é causa instrumental. Somos salvos pela graça mediante a fé (Ef 2.8). Arremata Paulo, salvação é dádiva gratuita divina e não vem de boas ações humanas para que ninguém se glorie (Ef 2.9).

A responsabilidade de responder positivamente ao chamado de Deus pela graça é individual. Jesus disse: “Se alguém tem sede, que venha a mim e beba” (Jo 7.37-38).

O homem natural é instruído a buscar a Deus, o Senhor, enquanto se pode achar (Is 55.6-7). O homem precisa assumir o seu estado, confessá-lo e deixá-lo para alcançar misericórdia (Pv 28.13). Nestes termos, diz respeito à responsabilidade individual que no seu bojo, o pai não responde pelo filho, nem o filho pelo pai (Ez 18.20). "A alma que pecar, essa morrerá".

Sem sombra de dúvidas, a graça divina tem efeito eficaz quando a pregação do evangelho é recepcionada nos corações dos que a ouvem para segui-la e obedecê-la (Mc 16.15-16; Hb 4.2).

Quanto à expiação? É por toda a Humanidade e eficaz para quem crê (Jo 3.16).

Expiação - Ato ou efeito de substituir ou assumir a culpa do outro. Por meio de Cristo, na cruz, todo crente é purificado da mancha e da culpa dos seus pecados e reconciliados com o Pai Celestial.

João 1.29 - Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do Mundo (humanidade).

João 16.8-11 - O Espírito Santo veio para convencer o mundo (humanidade), do pecado da justiça e do juízo.

II Coríntios 5.19 - Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo.

Em I João 2.2 – “E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo”. Isto é, o sacrifício de amor por todo o mundo (humanidade) de João 3.16 é suficiente para salvar a todos que crerem no Evangelho. As Escrituras não comportam o ato da *expiação limitada. Voltemo-nos às Escrituras. 

Fontes de Pesquisas:

A Bíblia Sagrada.

Anotações pessoais.

As Parábolas de Jesus e a Resposta Humana – Uma análise a partir da soteriologia arminiana – Carlos Kleber Maia – Editora Santorini 2022. 1ª Edição.

Lição 03 - EBD/CPAD – A Eleição e Predestinação - 2º Trimestre de 2020 - RBC1 / ADPE.

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 14/03/2025. 

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