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quarta-feira, 19 de março de 2025

Plágio na Bíblia? Moisés plagiou a *Epopeia de Gilgamesh?

 

*Epopeia de Gilgamesh, considerada o livro mais antigo do mundo, escrito lá na Mesopotâmia por volta de 2100 a.C. E narra a estória de uma grande inundação.

Certamente não! Primeiro porque Moisés (+-1525-1405 a.C.), o escritor inspirado por Deus para escrever o Pentateuco (os 5 primeiros livros da Bíblia, para os judeus a Torah), além de narrar o dilúvio, o juízo divino sobre a terra primitiva, foi magistral quanto às origens do céu e a terra, do homem e demais seres vivos, nos legou um tratado Criacionista, em consonância com a Ciência, bem como a narração do êxodo judaico, verdadeiros compêndios de leis morais, civis e cerimonias de um povo, por revelação e de fontes seguras. Embora a Bíblia não seja um livro científico, não a contradiz. Por todo o Pentateuco está estampada a sua autoridade literária, a coerência textual, histórica e a inspiração divina.

A cronologia no Gênesis (livro das origens)

Nota 1 - A cronologia bíblica é antropológica, não é geológica - É variável nos cálculos de época/tempo, a depender do ponto de partida da contagem. A data base regressiva da criação de Adão, conta-se a partir de 4.000 a.C.

Nota 2 - Em Gn 6.3 – Nos dias de Noé, Deus estabeleceu uma média de 120 anos para o homem sobre a terra, por causa da pecaminosidade e maldade humana (Gn 6.5-6). E essa média etária, gradativamente foi se consolidando na temporariedade humana. Por volta do ano 1.000 a.C., o salmista dizia que se vivia entre 70 a 80 anos e melhor deles era canseira e enfado (Sl 90.10).

Gn 5.5 - Adão morreu aos 930 anos. Por volta de 3.070 a.C.

Gn 5.28-29 – Nóe era filho de Lameque. Lameque viveu 777 anos.

Gn 5.32 - Era Noé da idade de 500 anos e gerou Noé seus filhos: Sem, Cam e Jafé.

Gn 7.6 – Era Noé da idade de 600 anos quando o dilúvio veio sobre a terra.

Gn 9.28-29 – Morreu Noé com 950 anos (2.950-2.000 a.C.), vivendo 350 destes, depois do dilúvio. E partir de seus filhos (Sem, Cam e Jafé), se povoou toda a terra, após o dilúvio (Gn 10.1-32).

Gn 11.10-11 – Depois do dilúvio (+-2.350 a.C.), aos 102 anos, Sem, filho de Noé, gerou a Arfaxade, oitava geração antes de Abrão. E viveu mais 500 anos. Logo, no mínimo, viveu 602 anos, morrendo por volta de 1.850 a.C. Deduz-se que Sem foi contemporâneo de Abrão (2.166-1.991 a.C) e viveu até os dias de José bisneto de Abraão. Considere-se que a transmissão de conhecimentos era oral à época, de geração a geração.  

Nota 3 – Embora não seja encontrado quando morreram Cam e Jafé, filhos de Noé, das gerações antediluvianas, porém do próprio Noé e de Sem temos os dados no texto sagrado. E fica evidente que a longevidade das gerações pós-diluvianas desabou, caiu, drasticamente.

Nascimento de Isaque deu-se por volta de 2.066 a.C. (Gn 21.2,5; 17.21). Isaque falece aos 180 anos (Gn 35.28), cerca de 1.886 a.C.

Gn 25.24-26 - De Rebeca e Isaque, nascem Esaú e Jacó (+-2.006 a.C.).

Gn 47.28 - Jacó morre aos 147 anos (1.859 a.C.). 17 anos viveu no Egito.

José, filho de Jacó, bisneto de Abraão, nasce por volta de 1.960 a.C. E governador do Egito em 1930 a.C., aos 30 anos.

Nas palavras de José, sua venda (Gn 45.5), foi providência de Deus. E tinha certeza do retorno do povo hebreu à sua terra, Canaã (Gn 50.20,25). José morre aos 110 anos (+-1.850 a.C.).

O Cativeiro hebreu no Egito (+-1.845-1.445 a.C.). Há cerca de 290 anos revelado por Deus a Abraão (Gn 15.13-14).

Moisés, neto de Coate e filho de Anrão, sua mãe Joquedebe, filha de Levi (Êx 6.20; Nm 26.58-59).

Moisés e a saída dos hebreus do Egito (1.445 a.C.), 40 anos pelo deserto, rumo à terra de Canaã.

Moisés viveu (+-1525 -1405 a.C.) e aos 120 anos, morre na terra de Moabe (Dt 34.7).

Moisés foi preparado na corte egípcia, capacitado por Deus para ser um dos canais da sua revelação aos homens desde o AT.

A Bíblia (conjunto de livros), não é uma obra humana. Escrita num espaço de 1.500 anos, tem cerca de 40 escritores, de diferentes épocas, profissões, de níveis intelectuais variados, mas um só autor Deus, quem os inspirou. Do contrário, a Bíblia seria uma panaceia de profecias, relatos históricos e ensinos indecifráveis, sobretudo cheia de contradições. A sua preservação e a sua imparcialidade em descrever as qualidades e defeitos dos homens, demonstra ser um livro sobre-humano. O Antigo Testamento é o evangelho oculto, o NT, o evangelho revelado. De Gênesis a Apocalipse, o seu tema central é o Senhor Jesus Cristo, em quem Deus se revelou, em carne e osso, à Humanidade. Agora, é para quem crê. Não há nenhuma promessa nas Escrituras para quem não crê. Deus nada impõe, não se impõe, se revela aos que buscam conhecê-lo. Ele procura adoradores, para que o adorem em espírito e em verdade.

A Bíblia não é o relato de homens tentando encontrar Deus - É o registro do próprio Deus, quanto ao seu trato com os homens, revelando-se a si mesmo à raça humana. É a vontade revelada do Criador do homem, transmitida ao homem por Ele próprio, para lhe servir de instrução e direção nos caminhos da vida com proposta de redenção e promessa de Vida Eterna.

O dilúvio foi um fato histórico, ocorrido por volta de 2.350 a.C. – E reverberou entre muitas outras civilizações posteriores, não só na Epopeia de Gilgamesh, por volta de 2.100 a.C., já nos dias de Abraão, o Pai dos hebreus e da Fé. Babilônios, assírios, egípcios, persas, hindus, gregos, chineses, frígios, os insulares de Fiji, esquimós, aborígenes, americanos, índios brasileiros, peruanos...têm tradições, as percepções escritas da grande inundação que destruiu toda a raça humana, menos uma família, fato que ficou gravado nas memórias dos ancestrais de todas essas raças. Sendo assim, uma crença universal, não procedendo da ação instintiva da natureza, deve realmente está fundamentada num fato histórico passado. Não é mito. Foi juízo de Deus sobre aquela geração, tal qual como narrado com riquezas de detalhes no Gênesis.

E observa-se que da mesma forma, várias civilizações antigas fizeram o mesmo com o relato da Criação no Gênesis, fazendo suas próprias narrativas da criação do mundo.

É digno de nota que Jesus, no sermão profético, fez menção aos dias de Noé, como um fato histórico passado, tal qual será na vinda do Filho do homem, no Fim dos Tempos desta geração (Mt 24.37-39).

Dados históricos de Noé são ainda mencionados nas Escrituras em: Is 54.9; Ez 14.14,20; Lc 3.36; 17.26-27; Hb 11.7; I Pd 3.20; II Pd 2.5.

A escrita já estava em uso continuado, pois há cerca de 1.750 a.C. foi escrito o código de Hamurabi, na babilônia.

E Moisés com sua formação, utilizou-se da escrita, habilidosamente, não ficou só na transmissão oral, sendo ele educado em todo a ciência do Egito, um intelectual à altura dos seus escritos, além da inspiração divina recebida. Moisés é o maior vulto do AT, nunca mais se levantou um profeta como Moisés, que falava com Deus, cara a cara. Ou seja, esteve muitas vezes, diante da glória manifesta de Deus, na tenda da congregação, no meio do povo hebreu.

Então, nem de longe é plágio - E não existe nenhum mito que se aproxime das linhas do Gênesis, revelando o Criador e o verdadeiro Deus, em meio o politeísmo pagão.


Fontes base: Bíblia de Estudo Cronológico e o Manual Bíblico de H. H. Haley.

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Bacharel em Direito e Teologia

Natal/RN, 19/03/2025.

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