Todos nós corremos atrás da
satisfação. E nem sempre distinguimos quando ela é lícita, ilícita, aprovável,
reprovável, legítima, ilegítima, construtiva, destrutiva, egoísta ou compartilhada
com aqueles que nos cercam. Gratifica-me
enquanto ofende a outrens? O prazer pelo prazer é hedonismo. O salmista
escreveu: O Senhor cumpre o desejo de seu servo. Podemos falar de uma tripla
relação entre Deus e o homem: Na perspectiva de Senhor, somos servos; enquanto
Deus (Divindade), somos adoradores; E enquanto Pai, somos filhos. “O Pai nosso
que estais nos céus”, quando verbalizado num condão de confiança e da entrega
total, traduz-se em intimidade. Sentimo-nos no colo do Pai. Aleluia!!!
Mas, voltemo-nos para o tema
que é o antônimo da satisfação: A insatisfação. Em geral, não temos nenhuma
dificuldade em lidar com a satisfação. O mesmo não sucede quando nossa vontade,
expectativas não são atendidas. Surge então, uma série de sentimentos, via de
regra, negativos em nosso existencial.
Há uma enorme quantidade de
sentimentos, gestos, atitudes, palavras, comportamentos que são, nada mais nada
menos, reflexos das insatisfações que colhemos, carregamos, com as quais nos
confrontamos ou fomos confrontados. De quantas
coisas nos acometem a insatisfação? Mau humor, ingratidão, tristeza,
negativismo, ira, inveja, vingança, violência, falar mal do semelhante,
opositor, crítico, maledicente, etc. É como se urubu houvesse pousado na cabeça
do sujeito. Nada presta. O
psicoemocional do ser azeda.
A questão é: como lidar,
conviver, administrar sabiamente a insatisfação, pois sabemos de que se trata
de uma experiência comum a todo ser humano, cristão ou não, pobre ou rico,
letrado ou iletrado. Alguns passos precisam ser seguidos, mediante indagações
intrapessoal e/ou interpessoal, bem como princípios da boa convivência, fazendo
uma introspecção da situação.
Num cenário de insatisfação definir o
problema é o problema.
1.Descobrir sua causa. Nem sempre está
explicita.
2.Será uma consequência do egoísmo inato?
3.Ela é justificável ou injustificável?
4.Vai construir? Levar-nos-á a desafios e
mudanças de que precisamos?
5.Ela está sob controle ou dominando?
6.Tenha listada sua relação de gratidões. Não
seja um reclamão.
7.Entre defeitos e virtudes das pessoas, o que
mais vejo?
8.Como está a qualidade de vida, a começar do
homem interior?
9.Combata o vício social de estar se comparando
aos outros. Avalie-se em torno de seus ideais. Compare, então, o eu de ontem
com o eu de hoje.
10.Portanto, reflitamos diante da insatisfação antes de
agirmos.
A insatisfação é útil, saudável e edificante quando nos chacoalha, nos desperta,
tira-nos da mesmice em que estamos vivendo e nos impulsiona com atitudes novas,
vendo novas possibilidades, horizontes que nunca antes víamos. Então, assumimos as omissões e saímos da
passividade à ação criativa.
É óbvio que nem tudo na vida ocorre como planejamos ou imaginamos. E
este fato gera insatisfações. É bom lembrar também que nem sempre estamos
certos em nossas conjecturas. Quantas vezes não somos ingênuos naquilo que projetamos.
O egoísta busca somente para si: A sua filosofia de vida é: Está bom para mim? Uau!
Ainda vibra. O egocêntrico vai mais além, ele pensa que tudo e todas as coisas
giram em torno do seu mundo. E cai na esparrela da comiseração, na autopiedade,
mergulhado na insatisfação. Mas, para
seguir a Cristo, começa com a renúncia do eu. Não é a anulação da pessoa, é
Deus no comando da vida.
Pare
e pense:
"Mostre-me
um homem 100% satisfeito e eu lhe mostro um estagnado”.
“Não
tenho tudo que quero, mas sou feliz com o que tenho”.
São Tomás de Aquino (1225-1274), frade italiano, teólogo, filósofo da Escolástica - “O homem nasceu para Deus; E ele só se realiza plenamente em Deus”.
Na satisfação somos agraciados. Alisamos nosso ego. Com a insatisfação vem o infortúnio, o mau humor, a contrariedade, a frustração, a sensação de derrota.
A convicção pessoal que tenho
é que lidamos com as insatisfações mais inconscientes do que conscientes. Nós
humanos, precisamos trabalhar nossas insatisfações de modo consciente e maduro,
tendo o controle sobre elas. E seja ela,
em qualquer área da vida: No trabalho, na igreja, num momento de recreação, na
família, na vida conjugal e em especial na atividade mental.
Recife/PE, 26/10/2010.
Por Samuel P M Borges
Natal/RN – Revisão
(05/12/2021)
Palavras vindas da parte do Pai diretamente por meu coração.
ResponderExcluirMuito bom e esclarecedora estas palavras que nos leva a refletir sempre. Abraão Borges.
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