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quarta-feira, 16 de março de 2022

O Armagedom

 

A palavra “Armagedom” vem da palavra grega “Har-Magedone”, que significa Monte, Montanha Megido ou Meguido. Essa palavra passou a ser sinônimo da batalha futura na qual Deus vai intervir e destruir os exércitos do anticristo como predito em profecia bíblica (Apocalipse 16.12-16; 19.11-21;20.1-3). Muitos povos vão fazer parte da batalha do Armagedom e unirão suas forças para lutar contra aquele que vem montado no cavalo branco, o Fiel e Verdadeiro..., o Rei dos Reis, o Senhor dos Senhores (Ap 19.11-16) e seu exército (Ap 19.19).

Nota: O Armagedom não se trata de um dualismo de forças entre o bem o mal. Deus é o Soberano, não mede forças com satanás e nem com homens rebeldes.  A seu tempo executará todo o juízo sobre o mundo dos homens que não tiveram amor à verdade para se salvarem, e sobre o diabo e suas hostes infernais da maldade.  

Mt 24.29-30 – “E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória”.

Zc 13.8-9 – “E acontecerá em toda a terra, diz o SENHOR, que as duas partes dela serão extirpadas, e expirarão; mas a terceira parte restará nela. E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O SENHOR é o meu Deus”.

O texto profético supra pode ser uma revelação de que 2/3 do povo judeu serão exterminados. Entendo que ocorrerá durante o período da Tribulação de sete anos, especialmente nos três anos e meio últimos (Jr 30.7). Tempo de angústia para Jacó (Israel). Porém, será salvo. Disse Jesus, se aqueles dias não fossem abreviados nenhuma carne se salvaria (Mt 24.22).

O local do Armagedom

Ap 16.16 - Será na planície de Esdraelom, ao redor da colina chamada Megido, que fica no norte de Israel, a cerca de 32 quilômetros a sudeste de Haifa.

Jerusalém, a capital de Israel, a cidade com mais de 3.000 anos, estará no olho do furacão do Armagedom. 

Zc 12.2-3 – “Eis que eu farei de Jerusalém um copo de tremor para todos os povos em redor, e também para Judá, durante o cerco contra Jerusalém.  E acontecerá naquele dia que farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que a carregarem certamente serão despedaçados; e ajuntar-se-ão contra ela todo o povo da terra”.

Zc 12.9 – “E acontecerá naquele dia, que procurarei destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém”.

Zc 14.3-4 - “E o SENHOR sairá, e pelejará contra estas nações, como pelejou, sim, no dia da batalha. E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul”.

Ap 14.19-20;19.15 – Entretanto, quando Jesus vier para a peleja, irá pisar “o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso”, fora da cidade.

Quando ocorrerá o Armagedom?

De acordo com Daniel 11.40-45;12.1; Joel 3.1-2;9-17; Zacarias 14.1-4; Apocalipse 16.14-16, essa grande batalha acontecerá nos últimos anos da Grande Tribulação.

Há uma linha escatológica de que o Armagedom será uma série de campanhas bélicas até culminar com o dia "D", quando socorro virá do alto em favor de Israel.

As Escrituras têm profecias fartas a respeito do Armagedom. Ninguém se deixe enganar. Não é uma alegoria literária ou um mito. O Armagedom será um evento de proporções apocalípticas trágicas para Israel e aqueles que desafiam a Jeová, o Senhor!

O povo de Israel está em processo de restauração espiritual, até reconhecerem aquele a quem traspassaram.

Ap 1.7-8 – “Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso”.

Será que os capítulos de Ezequiel 38 e 39 se referem à Batalha do Armagedom? Tentarei, com ajuda do alto, responder a pergunta formulada.

Ez 38.1-3;14 – A profecia é contra Gogue e terra Magogue. Com ele virão muita gente que subirão do Norte. Gogue é também príncipe e chefe de Meseque e de Tubal (Ez 38.3).

Em Gn 10.2 – Magogue (citas e russos), Mesegue (Rússia) e Tubal (Turquia) são três dos sete filhos de Jafé – Então, podem ser seus descendentes que participarão desta batalha com Gogue. Jafé é pai das raças arianas e indo-europeias.

Quanto à simbologia de Gogue, existem duas interpretações predominantes:

a) Gogue representa o governante russo e Magogue ex-repúblicas socialistas soviéticas, (URSS foi dissolvida em 1991), e outras nações europeias e orientais.

b) Gogue é a representação da iniquidade, ou do iníquo (II Ts 2.1-12) em oposição a Deus, no fim dos tempos. 

Em relação à batalha de Ez 38 e 39 e a narração de Ap 20.7-9, não existe conexão.  Ap 20.7-9, ocorrerá após o Milênio e no texto Gogue e Magogue figuram, respectivamente, o seu líder e as nações pagãs contra Deus. Na primeira tentação para o mal, cedem ao diabo. Na tentativa de batalhar contra o povo de Deus, o juízo divino será repentino e fulminante, fogo do céu os devorará.

Países aliados às forças de Gogue:

Pérsia – atual Irã - capital Teerã, com 82,7 milhões de habitantes (2022).

Etiópia – povo de raça etíope (Dn 11.43).

Pute – Líbia – ao norte da África (Dn 11.43) - Capital Trípoli. Com a onda da primavera árabe, caiu o ditador Muammar Gaddafi (1942-2011).

Ez 38.6 - Gômer e suas tropas (nação situada ao norte do mar negro.  Togarma – Armênia – “suas tropas e muitos povos contigo”.

Ap 16.12;14, faz menção aos reis do Oriente (China e outros), e demais reis de todo o mundo, inflamados pelos poderes do mal e irão se congregar para a batalha no grande Dia do Deus Todo-Poderoso, no Armagedom (Ap 16.16).

Poderão fazer parte também dos aliados os dez reis, representados nos dez dedos que ressurgiram do antigo Império Romano, simbolizado tanto na imagem de Dn 2.40-4, com no quarto animal de Dn 7.7. A ponta pequena de Dn 7.8 é o anticristo. E em Dn 2.44 faz menção de que o Deus do céu levantará um reino que jamais terá fim, corroborando com Dn 7.13-18.

Dr. Wim Malgo (1922-1992, escritor cristão holandês, fundador da Obra Missionária Chamada da Meia Noite): “Devemos procurar dez estruturas de poder que se desenvolverão por iniciativa europeia, mas serão globais”.

O Império Romano na História e na Escatologia Bíblica.

A Roma Republicana:

“No ano de 509 a.C., a monarquia etrusca que controlava Roma foi derrubada com a deposição do rei Tarquínio. Em seu lugar, vemos a instituição da República, um tipo de governo marcado pela criação de vários cargos políticos e controlado pela elite proprietária de terras romana”.  E se estendeu até 27 a.C., quando se tornou um Império.

Império Romano Ocidental – capital Roma - 146 a.C. a 395 d.C.

Império Romano do Oriente – capital Constantinopla – 395-1453 d.C.

O Império Romano foi dividido em duas partes – simbolizado nas duas pernas da estátua de Dn 2. O Imperador Constantino assim o fez quando fundou Constantinopla (hoje Istambul) e ali estabeleceu a sua capital, deixando o Ocidente a cargo do bispo de Roma.

O império foi se deteriorando, porém religiosamente se manteve coeso pela Igreja mundial na época, a Igreja Católica (universal) Romana.

No ano 1.054, houve o cisma numa disputa sobre quem seria o chefe da Igreja. O papa Leão IX de Roma excomungou Miguel Cerulário, Patriarca de Constantinopla, separando o Catolicismo Romano da Igreja Ortodoxa do Oriente, divisão que existe até hoje.

Finalmente, o Império Romano caiu, foi destruído ou não? Como ele pode ressurgir? Segundo os especialistas em Escatologia, ele continuou a existir em estado latente há séculos.

A influência do romanismo europeu está impregnada em todos os Continentes, pela língua, cultura e pela ciência jurídica romano-europeias.

a) nas Américas todas as 35 nações falam línguas e raízes europeias.

b) na África 53 nações foram estabelecidas ou influenciadas pelos poderes coloniais europeus.

c) para o leste da Europa está a Ásia. A maior parte do Continente, foi em um momento ou outro, subjugado pelos poderes coloniais europeus.

d) o Continente Australiano, membro da Comunidade Britânica, até a década de 1960, a imigração era limitada aos europeus.

e) a diversidade nas nações europeias tem sido determinante no seu poder de domínio e conquistas. 

Portanto, não é de estranhar o ressurgimento do Império Romano, a partir de sua influência colonial e cultural.

Ez 38.19-20 – “Porque disse no meu zelo, no fogo do meu furor, que, certamente, naquele dia haverá grande tremor sobre a terra de Israel; de tal modo que tremerão diante da minha face os peixes do mar, e as aves do céu, e os animais do campo, e todos os répteis que se arrastam sobre a terra, e todos os homens que estão sobre a face da terra; e os montes serão deitados abaixo, e os precipícios se desfarão, e todos os muros desabarão por terra”.

Ez 38.8;11-12;16-20 - O inimigo comum na batalha será o povo de Israel, que se ajuntou de muitas nações, e que estará habitando seguro, sem portas, sem ferrolhos e sem muros (Ez 38.11), dá entender que nesses dias Israel terá feito um acordo de paz e se sentirá seguro. Será uma paz aparente.  E bem como toda a humanidade incrédula será ludibriada com a farsa de promessas enganosas de uma liderança mundial (I Ts 5.3). “...quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição...”.

Quando lemos os capítulos de Ezequiel 38 e 39, com todo o seu simbolismo, livro escrito no 6º século a. C., encontramos motivos para crê que ainda não se cumpriu, e não se trata de outra batalha, senão a do Armagedom apocalíptico (Ap 16.16). 

Os oponentes de Israel serão derrotados por um fortíssimo terremoto como nunca houve, pela peste, sangue, grandes pedras de saraiva, fogo e enxofre, aves e animais comerão as carnes dos poderosos naqueles dias, etc. (Ez 38.19-23;39.4;12;17-19), a glória e a ira de Deus manifestada sobre as nações, muita mortandade, corroboram com os textos de Ap 14.20;16.12-21;19.17-21.

Ez 38.16 – O próprio Deus se identifica com Israel, o meu povo e a sua terra, o território de Israel, “contra a minha terra”, face ao ataque bélico de Gogue e seus aliados.

Joel 3.1-2 – Deus fala através do profeta Joel que entrará em juízo com todas nações no vale de Josafá (em hebraico, onde o Senhor julga) por causa do seu povo e sua herança, Israel, a quem espalharam entre as nações e “repartiram a minha terra”.

(Em 29 de novembro de 1947, a Resolução 181 da ONU dividiu os 23% que restaram da “Palestina”, depois da retirada de 77% para criar a Jordânia. Desse reduzido território, 56% (13% do mandato original) foram designados para a criação do Estado Judeu, e 42% para a criação do Estado Árabe, e 2% ficaram como uma zona internacional, envolvendo os lugares santos situados dentro e nos arredores de Jerusalém. Os seis delegados árabes do Iraque, Síria, Líbano, Egito, Arábia Saudita e Yêmem deixaram a ONU irritados e rejeitaram a proposta).

Fato é: Sem adentrar aos antecedentes históricos (muitas perseguições, humilhações, lágrimas, sangue e mortes por extermínios...) em direção ao fim da dispersão judaica, com base na Resolução 181 da ONU, Israel declarou a sua Independência, em 14 de maio de 1948, em cumprimento a Isaías 66.8-10, a restauração Nacional de Israel.

Em Joel 3.1-21, entre outras passagens bíblicas, encontramos uma descrição profética da restauração Espiritual de Israel.

Ez 38.18;21-23 - Naquele dia a indignação do Senhor Jeová subirá aos seus narizes e pelejará em favor de Israel, com livramentos sobrenaturais, engrandecerá e santificará o seu nome perante muitas nações e saberão que Ele é o Senhor.

Dave Hunt (1926-2013, escritor americano, profundo conhecedor das profecias bíblicas, um dispensacionalista pré-tribulacionista) – “Não houve uma intervenção milagrosa em favor das vítimas do holocausto, mas ela acontecerá no Armagedom”.

Ez 39.4 - Gogue e seus aliados cairão nos montes de Israel e servirão às aves de rapina e demais aves e aos animais do campo, serão dados por pasto. Estas aves comerão a carne dos poderosos e beberão a carne dos príncipes até se fartarem (Ez 39.17-19). 

É oportuno lembrar que anualmente passam por Israel aves de toda espécie, fazendo migrações naquela região, rica em alimentos, e ali permanecem por cerca de 60 dias. É provável e possível que essas aves atendam ao convite angelical de Ap 19.17-18.

Ez 39.7 – O nome santo do Senhor será conhecido em Israel e nunca mais deixará ser o seu nome profanado e saberão as nações que Ele o Senhor, é o Santo de Israel. Observa-se que o texto aponta para uma batalha final contra Gogue e os povos gentílicos.

Ez 39.11-12 – Os judeus levarão sete meses sepultando cadáveres e diz o Senhor: Em Israel dará um lugar de sepultura à Gogue e toda a sua multidão e chamarão o lugar o Vale da Multidão de Gogue.

Qual o Propósito do Armagedom? Ratificar a Soberania de Deus:

a) Ocasião em que, do alto, virá livramento para o povo judeu (Zc 12.1-9;13.8-9;14.2-4; Mt 24.21-22;29-30; Ap 1.7).

b) Ao demonstrá-la sobre os governos gentios de homens rebeldes (Is 66.15-16,18; At 17.30-31; II Ts 1.7-8). E sobre a trindade satânica (O dragão, a besta e o falso profeta (Ap 19.19-20;20.1-3). 

Naquele dia Jesus Cristo, com todo o poder no céu e na terra (Mt 28.18; Jo 3.35; At 17.30-31; I Co 15.24-28) julgará todo mal reinante e estabelecerá um reino universal de justiça, paz e prosperidade”. 

A Babilônia política e a eclesiástica – Babel significa confusão

Importante destacar, brevemente, a figura da Babilônia em Ap 16.19 e capítulos 17 e 18. Ela terá duas faces no fim dos tempos: Uma política (Ap 17.8-17) e outra religiosa/eclesiástica (Ap 17.1-7;18.1-24).

Nas Escrituras, muitas vezes, as profecias proferidas apontam para uma perspectiva presente e/ou outra futura. E ricas em símbolos.  

a) A Babilônia eclesiástica é a grande meretriz (Ap 17.1,15) e será destruída pela Babilônia política (Ap 17.15-18), para que só a primeira besta (o anticristo) seja objeto de culto (II Ts 2.3-4).

b) A segunda besta é o falso profeta, promovendo a primeira besta e sua imagem (Ap 13.11-15).

c) A Babilônia política é o império confederado da besta, a última forma de domínio mundial gentílico/pagão.

d) O poder da Babilônia política será destruído pelo Senhor Jesus quando descer em glória (II Ts 2.8; Ap 16.19;17.12-14;18.21), no contexto da Batalha do Armagedom.

e) E a mulher de Ap 17.9,18 é a grande cidade, “a mãe das meretrizes e das abominações da terra” (Ap 17.4-6), a qual já teve em alto grau domínio sobre os reis da terra, e hoje em menor grau, é muito provavelmente Roma. Universalmente, Roma é conhecida como a cidade das sete colinas (Ap 17.9).

Prostituição e luxúria (Ap 18.3;19.1-2) foram as suas práticas: Disseminação da idolatria, feitiçarias, propagação do falso culto com inúmeros mediadores e medianeiras entre Deus e os homens, quando só Jesus Cristo é o mediador legítimo (I Tm 2.5;At 4.12), poder papal e riquezas, venda de indulgências, inquisições responsáveis pelos milhares de assassinatos de inocentes, cristãos e judeus, sob a bandeira de uma cristandade corrompida e nos últimos dias, ecumênica.

Em 1929 foi criado o Estado do Vaticano Independente pelo Tratado de Latrão, assinado pelo Papa Pio XI e o ditador Benito Mussolini. A Igreja Católica recebeu uma indenização pela perda de território durante a unificação alemã. Em contrapartida abriu mão das terras conquistadas na Idade Média e reconheceu Roma como capital da Itália.

Em 1947, o Tratado de Ladrão passou a fazer parte da Constituição e o Papa teve que jurar neutralidade sobre temas e termos políticos.

Em 1978 o Tratado foi reformulado e o Catolicismo Romano deixou ser a religião oficial da Itália.

E com perda de influência política e religiosa, o romanismo procurou se abrir para dialogar com outras Igrejas, tratando de temas relacionados à realidade humana, buscando se contextualizar na Sociologia Contemporânea. 

Enfim, restará ser executado o Juízo do Grande Trono Branco de Ap 20.11-15, antes do novo céu e nova terra, a nova Jerusalém e se estabelecerá o Estado Eterno.

Então, considerando as profecias de Daniel dos capítulos 2, 7, 9 ao 12, os profetas Zacarias e Isaías 13, o sermão profético de Jesus, os escritos escatológicos paulino e o Apocalipse, é possível e razoável se crê que a batalha profetizada em Ezequiel 38 e 39, trata-se do Armagedom e não uma guerra de menor potencial ofensivo contra Israel, antes da grande Batalha do Armagedom.  

Em Síntese:

Este estudo segue a linha da Escatologia Bíblica que de a Septuagésima Semana de Daniel (a Tribulação – sete anos de aflição sobre Israel e afetará todo o mundo), é citada no livro do Apocalipse a partir do capítulo 6 (abertura dos selos).  E seguem-se os relatos proféticos, incluindo alguns parêntesis correlacionados, porém a descrição da chamada Grande Tribulação começa no capítulo 11 até o 19, culminando com o Armagedom.

Entendo que o Tempo dos Gentios (período do povo judeu debaixo do jugo das nações pagãs) se iniciou a partir dos cativeiros assírios sobre Israel – Reino do Norte (722 a.C.) e babilônico sobre Judá – Reino do Sul (586 a.C.). E em Ap 11.2 explica-se que os últimos três anos e meio da GT encerrará o Tempo dos Gentios, e portanto, deixará o povo judeu de ser pisado pelos gentios (Lc 21.24).

Mt 24.1-2, “...Em verdade vos digo que não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada”. E Lucas 21.20 – “Mas, quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei, então, que é chegada a sua desolação”.

No ano 70 d.C. Jerusalém e o Templo Judaico foram destruídos e o Tempo dos Gentios de agravou sobre o povo judeu. Além da grande mortandade na luta contra os romanos, os judeus ficaram proibidos de acesso à Jerusalém.

Por volta do ano 132 d.C. os romanos começaram a reconstruir Jerusalém para ser uma cidade pagã dedicada ao Imperador Adriano (76-138 d.C.), com um templo sobre as ruínas do antigo Templo judeu, para adoração a Júpiter. Diante da profanação do lugar santo, os judeus resistiram por 2 anos e vencidos no ano 135 d.C., os romanos, cheios de indignação, mudaram o nome Canaã para Palestina, terra da Filístia ou terra dos filisteus. E expulsarem os judeus da região. Daí, começa a tentativa inimiga e histórica, tanto na dimensão física, política como espiritual, para fazer Israel perder a identidade com o seu território. 

Ap 16.12-16 – Estes versículos narram a trindade satânica, fazendo prodígios de mentira (II Ts 2.9), e se dirige para reunir governos do Oriente e de toda a Terra para a batalha, no grande dia do Deus Todo-Poderoso, no lugar que em hebraico se chama Armagedom.

Ap 19.11-21 – É uma bela descrição da vinda de Jesus em glória, com exércitos do céu, para:

1.Guerrear, ferir e vencer o confronto final contra a besta e os reis da terra e seus exércitos (Ap 19.19; II Ts 2.8).

2.Jesus virá pessoalmente, “ele mesmo” (Ap 19.15), para julgar e pelejar com justiça, e arruinará as nações aliadas ao anticristo, pisará o lagar fora da cidade, com furor e ira do Deus Todo-Poderoso (Ap 14.20).

3.Mt 25.31-46 – Narra o Julgamento das Nações gentílicas, representadas na coalizão de opositores à Israel. Como se trata de um texto escatológico e profético, o que se julgará é o tratamento dado à nação de Israel naqueles dias e em todos os tempos da sua trajetória terrena. Não tem a ver com obras de caridade religiosa. O caráter do Julgamento das Nações é geopolítico. Jesus, o justo juiz, saberá como fazê-lo e separará os bodes das ovelhas.

4.A besta e o falso profeta serão lançados vivos no lago de fogo (Ap 19.20). E demais oponentes, mortos com a espada que saia de sua boca (Ap 19.21).

5.Ap 20.1-3 – Um anjo desce do céu e prende, aprisiona ao dragão, a antiga serpente, que é diabo, satanás por mil anos. E lança-o no abismo.

6.Jesus, ele mesmo, logo após o Armagedom, passará a reger as nações com cetro de ferro, como Reis dos Reis e Senhor dos Senhores (Ap 19.15-16). O Milênio estará estabelecido na terra.

É relevante ressaltar que o livro de Apocalipse revela e descreve três agrupamentos de juízos divinos no contexto da grande tribulação: Dos Selos, das Trombetas e das Taxas da Ira de Deus. Segundo Ap 15.1 com as Taxas da Ira de Deus a sua cólera estará plenamente consumada. E na sétima taxa dos flagelos divinos sobre a terra (Ap 16.17-21), à semelhança dos relatos de Ez 38.18-23, no Apocalipse identifica como Deus fará acontecer os seus juízos no Armagedom, um forte terremoto como nunca houve e uma grande saraivada de pedras com cerca de um talento (cerca de 20kg, um talento grego), caindo sobre os inimigos do povo judeu.

O enfoque de Ezequiel 38 e 39 é em torno dos inimigos vindo do Norte e muitos povos com Gogue e Magogue. Enquanto que no Apocalipse faz referência direta de que o Eufrates secará e dará caminho aos reis do Oriente (Ap 16.12) que se aliarão a todos os reis da terra naqueles dias, na grande batalha do Armagedom.

Zc 14.12 – Faz menção aos inimigos de Israel naqueles dias: ”a sua carne se apodrecerá estando eles de pé, apodrecer-se-lhes-ão os olhos nas suas órbitas e lhes apodrecerá a língua na boca”. Parece-nos indicar o uso de armas químicas, biológicas e atômicas no conflito final do Armagedom.

Finalmente, a batalha do Armagedom é o cumprimento da pedra lançada sem auxílio de mãos de Dn 2.34-35. Detonou os quatros impérios mundiais e se fez um Reino Eterno (Dn 7.13-14;17-18). Assim seja, para Glória de Deus, o Todo Poderoso. Amém!

 

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Bacharel em Direito e Teologia

Natal/RN – 16/03/2022.

 

Fontes:

Bíblia de Estudo Pentecostal - BEP - CPAD – Edição 1995.

Bíblia de Estudo Com Referências e Anotações do Dr. C.I. Scofield 2ª Edição 1987. Edição Revista e Atualizada no Brasil.

O Plano Divino Através dos Séculos – N. Lawrence Olson – CPAD -6ª Edição – 1981.

Site: www.chamada.com.br/mensagens/verdade_armagedom.html - Por Thomas Ice e Timothy Demy. Pesquisa em 10/03/2022.

A democracia invade o Islã – Arno Froese – 1ª Edição 2011- Actual Edições.

O Dia do Juízo – o Islã, Israel e as Nações – Dave Hunt – Actual Edições - 2007.

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Roma – Período Republicano"; Brasil Escola. Disponível em:https://brasilescola.uol.com.br/historiag/roma-periodo-republicano.htm. Acesso em 16 de março de 2022.

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