Pesquisar

terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Movimento Pietista - Avivamento Irmãos Morávios e Missões – Século XVII - Alemanha

 

Fontes históricas apontam que por causa da ortodoxia morta na Igreja Luterana, anos após a Reforma Protestante (31/10/1517 – data histórica da deflagração), havia necessidade de o avivamento espiritual.

Cenário teológico na Igreja - Imperava o monergismo, a predestinação calvinista, ênfase na graça para salvação dos eleitos, sem obras, a expiação limitada, ausência de visão missionária, ou seja, amor, compaixão pelas almas, quase zero. 

Em 1666, Philip Spener (1635-1705) separou um grupo de irmãos da sua igreja para reuniões regulares de estudo bíblico e oração em sua própria casa. Foi o marco do início do movimento Pietista na Alemanha.

Pietista destacados

August Hermann Francke (1663-1727) - Professor da Universidade de Halle, na Alemanha - Ali ele se esforçou para trazer os alunos de volta à Bíblia e à piedade. Ele definiu o Pietismo como “uma vida mudada, uma igreja reavivada, uma nação reformada e um mundo evangelizado”. Halle passou a ser um importante centro do Pietismo e também uma prolífera agência missionária. Naquela época vários estudantes da Universidade de Halle partiram como missionários para África, América, Ásia, Ilhas do Pacífico, Índia dentre outros.

A universidade Halle fez parceria com o rei da Dinamarca. Frederico IV decidiu começar uma obra missionária no Oriente e pediu que Halle lhe enviasse missionários. Bartolomeu Zingenbalg e Heinrich Plütschau foram os primeiros obreiros transculturais da Missão Dinamarquesa Tranquebar. Sobre essa missão, Justo González diz que:

“O trabalho desses missionários foi variado, pois além de ministrar aos colonos dinamarqueses e alemães, trabalhavam entre católicos que falavam português e entre os índios”.

O conde Nicolau von Zinzendorf (1700-1760), quando jovem estudou na Universidade de Halle, onde teve Spener e Francke como professores, sendo profundamente influenciado pelo Pietismo. Em uma de suas viagens se deparou com o quadro “Ecce Homo”, onde Cristo era retratado dizendo as seguintes palavras: “Dei minha vida por você; o que você faz por mim?”. Sensibilizado por essa obra de arte, Zinzendorf passou a se dedicar ao trabalho de Cristo.

1722 - O conde Nicolau Zinzendorf deu abrigo em sua propriedade chamada “Herrnhut” (cabana do Senhor) a um grupo de 300 pessoas que estavam sendo perseguidas na Morávia (Áustria e Leste Europeu) por serem adeptas da sã doutrina pregada por John Huss (1369-1415). Ele foi o grande reformador da Boêmia (Tchéquia), martirizado em 1415. Os "os irmãos boêmios" passaram por séculos de perseguição.

Esse grupo de imigrantes acolhidos pelo conde deu origem aos conhecidos Irmãos Morávios.

Avivamento e Missões Irmãos Morávios - Século XVIII – Alemanha

1727 - Zinzendorf, o único líder e porta-voz humano notável, chamou-o de "o dia do derramamento do Espírito Santo sobre a congregação". E o descreveu da seguinte forma: "O Salvador permitiu que viesse sobre nós um Espírito do qual até então não tínhamos nenhuma experiência ou conhecimento. Até agora nós tínhamos sido os líderes e ajudantes. Agora o próprio Espírito Santo assumiu o controle total de tudo e de todos".

Resultados: Uma grande fome depois que a Palavra de Deus tomou posse de nós, três cultos todos os dias, a saber, 5:00 e 7:30 e 21:00 horas. “Todos desejavam acima de tudo que o Espírito Santo pudesse ter pleno controle. O amor-próprio e a obstinação, assim como toda a desobediência, desapareceram e uma inundação avassaladora de graça nos arrastou para o grande oceano do Amor Divino”. E missões.

1731 - O conde Zinzendorf teve um encontro com cristãos nativos da Groelândia e da Índia (frutos do trabalho missionário de Halle) e ficou chocado com o apelo deles para que tivessem mais missionários em suas terras. O conde levou este apelo aos morávios que habitavam em Herrnhut e estes abraçaram a causa com paixão por almas.

1732 – A Igreja Morávia começou a realizar Missões Transculturais.

Cinquenta anos antes do início das modernas Missões Estrangeiras por William Guilherme Carey (1761-1834), ministro batista inglês, a Igreja Morávia já pregava a povos pagãos. A Revista Missionária Inglesa "Periodical Accounts" inspirou o Dr. William Carey e em uma reunião de seus irmãos batistas ele jogou uma cópia do jornal sobre uma mesa com estas palavras memoráveis ​​e históricas:

"Veja o que os Morávios fizeram! Não podemos seguir o exemplo deles e, em obediência ao nosso Mestre Celestial, sair pelo mundo e pregar o Evangelho aos pagãos?"

Em 150 anos de missões, a Igreja Morávia, enviou 2.158 missionários, ao redor do mundo.

Quando o Pietista Zinzendorf foi questionado sobre o real motivo para tão expressivo e sacrificial movimento missionário, baseado em Is 53.11 –“O trabalho da sua alma ele verá e ficará satisfeito...” respondeu: “Estamos indo buscar para o Cordeiro o galardão do Seu sacrifício”.

Fontes pesquisadas:

https://www.lagrimasportuacausa.com.br/2012/12/aviva-mento-moravios.html

https://www.reavivamentos.com/revivals/moravian_revival.php.

Pesquisa em 27/12/2022.

http://moravios.org/moravios-heber-negrao/. Pesquisa em 01/01/2023.

Samuel Pereira de Macedo Borges

Bacharel em Direito e Teologia

Natal/RN, 28/02/2023

Nenhum comentário:

Postar um comentário

INCLUIR COMENTÁRIO!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...