1.A promessa da redenção
humana é a principal e a maior promessa de Deus para Humanidade.
2.A prosperidade material, a saúde
do corpo só serve enquanto estivermos nesta dimensão física.
3. A salvação da alma humana
extrapola o existencial terreno. Uma alma vale mais do que o mundo inteiro (Mc
8.36-37).
4.A doutrina da salvação
revela-nos quão grande é o amor e a graça de Deus para com todos os homens (Jo 3.16).
5.O sacrifício de Cristo na
cruz é a coluna central da redenção provida por Deus.
I.
A Promessa da Salvação
1. Uma maravilhosa salvação - No sentido geral, a palavra “salvação” – No
grego é soteria, traz um sentido de “livramento de perigo, de
ameaça” (Lc 1.69,71). E, portanto, livramento da condenação eterna, “não
perecerá”.
O
amor de Deus é revelado nas Escrituras de uma maneira que não se pode mensurar,
ao ponto de entregar o seu Único Filho para salvar aquele que crê (Jo 3.16).
O Salvador é Jesus – Ele veio buscar e salvar o que se havia
perdido – Ele morreu morte substitutiva e insubstituível, pagando pelos pecados
da humanidade.
Em Lc 2.11 – Está escrito acerca do seu advento: “Pois, na
cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor”.
Porém,
é uma preciosa promessa com duas realidades:
1)
a de que quem nele crê não será condenado (Jo 3.18);
2)
a de que quem nele não crê já está condenado (Jo 3.18).
II.
A Natureza da Promessa de Salvação
Há vários aspectos no âmago do projeto da salvação de Deus
para com todos os homens (Tito 2.11).
O evangelista Lucas escreveu: “E toda a carne (a humanidade)
verá a salvação de Deus” (Lc 3.6). Logo, a salvação vem de Deus, de cima.
Vejamos alguns aspectos da soteriologia bíblica:
1.Justificação – É um ato divino que coloca
o pecador arrependido em um novo patamar, na condição de justo, sem culpa
diante de Deus. Ou seja, aquele que crê no Filho de Deus, de todo coração, é declarado
absolvido, livre da culpa e do merecimento da punição divina. Ele não é mais um
condenado. Ganhou status de santo pelo sacrifício de Jesus na cruz (Rm 5.1).
2.Regeneração – O
homem na desobediência está morto em delitos e pecados diante de Deus (Ef 2.1).
Ao se arrepender e pela fé em Cristo, nasce de novo pela ação e no poder do
Espírito (Jo 3.5).
O
pecador se torna filho de Deus, o Espírito disso testemunha com o nosso espírito, e como nova criatura anda em novidade de vida (Rm 8.16,17; II Co 5.17).
Para
Nicodemos disse Jesus: Somente os que nascem de novo podem ter acesso ao Reino
de Deus.
João 3.3 – “Jesus respondeu
e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de
novo não pode ver o Reino de Deus”.
João 3.5 – “...Na
verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do
Espírito não pode entrar no Reino de Deus”.
Tito 3.5 – “Não pelas
obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos
salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo”.
Portanto,
a pessoa que nasce de novo passa por um processo de transformação do velho para
o novo, experimenta uma mudança interior radical por intermédio do Evangelho de
poder (Rm 1.16), mediante o convencimento do Espírito (Jo 16.7-11).
3.Santificação – Através da Justificação e da Regeneração, alcançamos
posição imediata de justos diante de Deus. Em segundo lugar, progredimos em santidade
por meio do relacionamento com Cristo, no caminhar com Deus (I Ts 5.23).
Portanto, aquele que está em
santificação, revelará crescimento contínuo em fé e obediência a Deus, sendo
moldado à imagem de Cristo ao longo da jornada espiritual.
Então,
eis os três tempos da salvação:
Fui salvo (justificação), sendo salvo (santificação) e serei salvo
(glorificação – ausência do domínio e da presença do pecado em corpo ressurreto).
III.
Promessa e Perseverança na Salvação.
1.A base da promessa – É o amor de Deus revelado no sacrifício de Cristo no
calvário (Jo 3.16). É a graça de Deus manifesta para salvar (Ef 2.8).
Desse
modo fazemos parte do Corpo de Cristo e isso só é possível por causa da redenção pelo seu sangue consumada no Calvário (Ef 1.7).
2.A
perseverança na fé em Cristo (At 14.21-22) – Faz-se necessária, uma vez que a salvação não é
incondicional, no automático como ensinam alguns.
Vejamos:
2.1
– As pessoas podem resistir à pregação do evangelho (Mc 16.15-16; Jo 3.18-20). A
graça de Deus não é imposta (Jo 7.37), é resistível assim como o é ao Espírito (At
7.51).
2.2
– Apostasia doutrinária - Os que receberam
a palavra, experimentaram o amor e o perdão de Deus, podem romper esse
relacionamento, por algum percalço pelo caminho (Lc 8.11-15; I Tm 6.10-12).
2.3
– Apostasia moral - Os que aos se desviarem, tornam-se novamente escravos da prática do pecado. “Mas, o justo viverá da
fé; e se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele” (Hb 10.38).
2.4
– Apostasia propriamente dita
- Implica em rebelião contra Deus, abandono pleno da fé que antes se pregava (I
Tm 4.1). Essa é irremediável (Hb 6.4-6). Não é mera parada no caminho. É o
fundo do povo da incredulidade.
Hb 2.1-4 – “Portanto,
convém-nos atentar, com mais diligência, para
as coisas que já temos ouvido, para que, em tempo algum,
nos desviemos delas. Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme,
e toda transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, como
escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a
qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos
que a ouviram, testificando
também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do
Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?
I Co 10.12 -
“Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para
que não caia!
Sejamos
daqueles que crêem para conservação da alma (Hb 10-39).
Enfim, a experiência da
salvação em Cristo, envolve mudança de conduta continuada, perseverante diante
de Deus e do mundo.
3. A Promessa e a Segurança da Salvação.
No
NT está afirmado que, em Cristo, há certeza da redenção – “É o ato ou efeito de
redimir ou remir, que significa libertação, reabilitação, reparo,
salvação. É o ato de adquirir de novo, de resgatar, de tirar do poder alheio,
do cativeiro. É livrar-se de um passo arriscado, é livrar-se das penas do
inferno” (significados.com.br).
É fundamental que estejamos
seguros quanto à redenção provida pelo Pai (Gn 3.15), através de seu filho Jesus
Cristo (Jo 3.16).
Destacamos três
características da redenção:
a) PERFEITA: “…pode também
salvar perfeitamente…” (Hb 7.25a);
b) ÚNICA: “…oferecendo-se uma
vez para tirar os pecados…” (Hb 9.28a).
c) ETERNA: “…por seu próprio
sangue… havendo efetuado eterna redenção” (Hb 9.12a);
Jesus foi entregue, padeceu
por nossos pecados e ressuscitou para nossa justificação (Rm 4.25).
“Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (Jo 5.24).
A vida eterna consiste, em
termos de fé, conhecer a Deus por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a
quem enviou ao mundo (Jo 17.3).
Reitera João Evangelista – “E
o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu
Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a
vida. Estas coisas vos escrevi, para que saibais que tendes a vida eterna e
para que creiais no nome do Filho de Deus” (I João 5.11-13).
Conclusão
1.Deus planejou, prometeu,
proveu por amor e garante salvação a todos que crerem no seu projeto redentivo.
2.Na presciência divina, a
solução para a pecaminosidade humana foi feita mesmo antes da Queda, pois o
“Cordeiro foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8).
3.A graça salvadora foi e é manifesta
a todos, porém resistível.
4.O sacrifício de *expiação na
cruz é um ato de amor por toda a Humanidade (Jo 1.29; 3.16; II Co 5.19; I Jo 2.2),
eficaz para quem crê no plano divino salvífico (I Tm 1.15; Hb 4.2). Jesus é a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem (Hb 5.9b).
*Expiação – Ato de remover a culpa por meio do
pagamento de uma penalidade ou da oferta de um sacrifício.
5.O homem é livre para decidir
se crê ou não (Mc 16.15-16; Jo 3.16), mediante a graça preveniente, na ação de
convencimento pelo Espírito (Jo 16.7-11), arcando com as consequências boas ou más da sua decisão. Se não é livre, não há responsabilidade individual, pessoal.
6.Todo salvo, mediante arrependimento e a fé, torna-se
um escolhido em Cristo Jesus! Ele é o agente da salvação. Não há merecimento
humano (At 4.12; Ef 2.8-9).
Eleição e Predestinação centradas
nos eleitos, não em Cristo, deforma as doutrinas da salvação nas Escrituras (Samuel
Borges).
Fontes da pesquisa:
Lição EBD/CPAD – 4º trimestre de
2024.
Bíblia Sagrada.
Rbc1 – ADPE.
Anotações pessoais.
Por Samuel Pereira de Macedo Borges
Bacharel em Direito e Teologia
Natal/RN, 02/11/2024.