1. Etimologia de “exegese”. O vocábulo “exegese” significa “exposição,
explicação”. O sentido de exegese é extrair, conduzir para fora como um
comentário crítico que analisa o texto no contexto original e o seu significado
na atualidade (Ne 8.8); não é simplesmente uma exposição textual. Os princípios
da exegese são conhecidos como hermenêutica, a ciência da interpretação. A
interpretação correta, por conseguinte, vem de dentro da Bíblia.
2. A falsificação chamada eisegese. A interpretação peculiar e tendenciosa de um texto
bíblico vem de fora para dentro. As seitas são especialistas nisso. A eisegese,
portanto, é o inverso da exegese. A preposição grega eis, “para dentro”, indica
movimento de “fora para dentro”. Trata-se de uma maneira de contrabandear para
o texto das Escrituras Sagradas as crenças e práticas particulares do
intérprete. A serpente, no Éden, argumentou com Eva algo que Deus não havia
falado (Gn 2.16,17; 3.1). Satanás citou fora do contexto o salmo 91.11 (Mt 4.5,6).
Isso é o que se denomina de eisegese. Da mesma forma, são os artifícios atuais
dos triunfalistas.
Eisegese: Método
que consiste em injetar no texto um significado estranho ao sentido do autor.
Exegese: Comentário
ou dissertação técnica do texto.
Formas pela quais
o Intérprete pratica a Eisegese
1) Quando força o texto a dizer o que não diz. O intérprete está cônscio de que a interpretação por
ele asseverada não está condizente com o texto, ou então está inconsciente
quanto aos objetivos do autor ou do propósito da obra. Entretanto, voluntária
ou involuntariamente, manipula o texto a fim de que sua loquacidade possa ser
aceita como princípio escriturístico.
2) Quando ignora o contexto, sob pretexto
ideológico. Ignorar o contexto é rejeitar
deliberadamente o processo histórico e lingüístico que deu margem ao texto. O
intérprete, neste caso, não examina com a devida atenção os parágrafos pré e
pós-texto, e não vincula um versículo ou passagem a um contexto remoto ou
imediato. Uma interpretação que ignora e contraria o contexto não deve ser
admitida como exegese confiável.
3) Quando não esclarece um texto a luz de outro. Os textos obscuros devem ser entendidos à luz de
outros e segundo o propósito e a mensagem do livro. Recorrer a outros textos é
reconhecer a unidade das Escrituras na correlação de idéias. Por vezes,
pratica-se eisegese por ignorar a capacidade que as Escrituras têm de
interpretar a si mesma.
4) Quando põe a ‘revelação’ acima da mensagem
revelada. Muitos intérpretes colocam a
pseudo-revelação acima da mensagem revelada. Quando assim asseveram, procuram
afirmar infalibilidade à sua interpretação, pois Deus, que ‘revelou’, autor
principal das Escrituras, não pode errar. Devemos ter o cuidado de não associar
o nome de Deus a mentira.
5) Quando está comprometido com um sistema ou
ideologia. Não são poucos os obstáculos que o exegeta
encontra quando a interpretação das Escrituras afeta os cânones doutrinários e
as tradições de sua denominação. Por outro lado, até as ímpias religiões e
seitas encontram falsas justificativas bíblicas para ratificar as suas
heresias. Kardec citava a Bíblia para defender a reencarnação! Muitos
movimentos sectários torcem as Escrituras. Utilizar as Escrituras para
apologizar um sistema ou ideologia pode passar de uma eisegese para uma heresia
aplicada”(BENTHO, E. C. Hermenêutica
fácil e descomplicada. 3.ed.,
RJ: CPAD, 2005, pp.69-72).
Fonte: Lição CPAD - O
Triunfalismo junho/2006 -
Esequias Soares
Esequias Soares
A paz do Senhor!
ResponderExcluirParabéns pelo blog.
Foi a melhor resposta que eu encontrei sobre a etimologia de exegese.
A paz do Senhor!
ResponderExcluirParabéns pelo blog.
Foi a melhor resposta que eu encontrei sobre a etimologia de exegese.