Rm 8.28 - Paulo faz menção
direta aos que amam a Deus – Então, estava falando dos filhos da obediência (Jo
14.15,21), de salvos em Cristo, daqueles que já compunham a Igreja Cristã,
pessoas arrependidas, e portanto, que haviam crido na pregação do evangelho (Mc
16.15-16; Rm 1.16). O Apóstolo Paulo não dissecava, na inspiração do Espírito
Santo, sobre uma realidade passada ou futura, pelo contrário, estava presente
no exercício do seu apostolado.
Pela hermenêutica contextual,
consideramos a pregação do evangelho (Mc 16.15-16; Atos 3.19), a mensagem da
grande comissão dada à Igreja (Mt 28.18-20), começando por Jerusalém até os
confins da terra (Atos 1.8), o decreto divino da chamada à salvação, no Plano Divino
Através dos Séculos, projetado por Ele, soberanamente, extensivo a todos os
homens.
Note-se que o Espírito Santo
foi enviado para convencer o mundo (a humanidade, a todo homem) e serão salvos
os que atentarem à mensagem da cruz, arrependidos e mediante a fé (Jo
16.8-11;Rm 10.8-10;16-17; Ef 2.8).
Rm 8.29; I Pd 1.2 - Os salvos
foram conhecidos por Deus de antemão e dessa forma, prossegue o seu plano
salvífico, uma vez que para Deus tudo está no presente. E assim sendo, todo crente
é um eleito, em Cristo (Ef 1.3-5,13).
Rm 8.30 – A predestinação
envolve a chamada, a justificação e a glorificação na dinâmica da redenção.
Tanto a eleição (quem?) como a
predestinação (para que?), referem-se ao corpo coletivo de Cristo, a Igreja, composta de judeus e gentios. Israel tem em Abraão, tem uma chamada específica que visava a salvação para todos os povos, tribos e línguas.
Deus não ama a pecadores
incrédulos no pecado (Jo 3.36), e segundo João 3.16 Deus amou a humanidade
caída, enquanto projeto de redenção, quando decidiu na eternidade, livre e
espontaneamente em absoluto (Ef 1.5,9,11) propor o meio de resgatar o homem. E por
essa razão Jesus é o Cordeiro de Deus (Jo 1.29; Ef 1.4; Hb 2.9) que foi morto
desde a fundação do mundo (I Pd 1.18-20; Ap 13.8). Veja artigo http://samuca-borges.blogspot.com/2020/07/quem-sao-os-escolhidos-ou-eleitos-de.html
De acordo com Efésios 1.5-6;11-12
– Todos os salvos em Cristo, são predestinados a: Adoção de filhos, para louvor
e glória da sua graça.
Paulo menciona três aspectos
dessa escolha:
(1) Em quem fomos escolhidos?
Em Jesus, por isso ela é Cristocêntrica;
(2) Em que tempo se deu essa
escolha? O tempo é dito como “antes da fundação do mundo”;
(3) E qual a finalidade? Para
que fôssemos “santos e irrepreensíveis”.
A Eleição – Coletiva é ou
Particular?
Quando a Bíblia faz menção a
Eleição, trata do tema referindo-se à Igreja, corpo de Cristo, edifício,
lavoura de Deus, e portanto, coletiva.
É particular no que tange a
decisão de cada indivíduo, frente à pregação do evangelho de dá ou não crédito
a sua mensagem de salvação (Jo 3.16; Rm 1.16).
Atos 2.47 - Faz menção ao agir
de Deus, na ação do Espírito Santo (Jo 16.8-11), acrescentando, dia a dia, os
que iam sendo salvos, ou seja, na medida em que criam na mensagem do evangelho.
Síntese da mecânica da
salvação em Cristo, no tocante ao homem é um processo, envolvendo o passado,
presente e futuro de todo aquele que crê.
1.Arrependimento, fé, confissão e Novo Nascimento – Passos simultâneos primários para salvação (Mc 1.15; 16.15-16; Rm 10.10; At 3.19).
2.Novo Nascimento – Instantâneo (João 3.3-8; II Co 5.17).
3.Entendo ser a conversão um processo, e tem níveis de pessoas para pessoas. Depende da sede e da entrega de cada indivíduo aos pés do calvário.
4.Filiação por adoção – Imediato
status de filho (João 1.11-12; Rm 8.14-16; Ef 1.5).
5.Reconciliação pelo calvário
– Deus em Cristo na cruz, deu esta condição a todo o mundo (II Co 5.19), isto
é, a toda humanidade (II Co 5.18-20).
6.Justificação – Status de
justo, santo em Cristo - fui salvo, pela autoridade da ressurreição de
Cristo (Rm 4.25).
7.Santificação – É uma progressão rumo à santidade no curso da fé cristã, sendo salvo (I Ts 5.23; Hb 12.14).
8.Glorificação será no céu, em corpo
imortal e ausência plena do pecado - Serei salvo (Rm
8.17,22-25,30; I Co 15.19,51-54; Ap 7.16-17).
É perfeitamente discernível o
Plano da Salvação na eternidade, no primeiro momento, foi por decisão soberana
e amor incondicional. Já na oferta da salvação, como uma dádiva divina, é
condicional ao arrependimento e a fé (Mc 1.15;16.15-16; Rm 1.16), para que o
homem receba de Deus salvação, sem nenhum mérito humano.
O ministério da morte e da
condenação era a Lei e é passado, pois tinha natureza transitória (II Co 3.7,9,11).
Enfim, o texto sagrado de Rm 8.28-30,
não ensina um determinismo divino e inconsequente, separando a humanidade em
dois grandes grupos, dos salvos e dos perdidos.
Presb. Samuel P M Borges
Natal – Outubro/2020