Todos nós, em alguma medida ou área, decepcionamos as pessoas. Somos decepcionados e, às vezes, decepcionamos. Decepcionar é desenganar, frustrar, desapontar, contrariar, desencantar. E a decepção aliada à tristeza gera um sentimento cruel, sombrio.
Há pessoas que se decepcionam
por fazer e alimentar uma ideia errada, ilusória da realidade. E o desenrolar
dos fatos existenciais não batem com suas conjecturas e imaginações e se
desencanta, fica contrariada, e diria, “de graça” pela própria ignorância introspectiva.
Aprendi que confiar, acreditar
plenamente só em Deus. Todas as demais credibilidades nas pessoas que nos
rodeiam, com quem convivemos são relativas, não podem ser absolutas. Temos que manter
uma pequena centelha de “desconfiança”, senão a decepção poderá ser intragável
e grandemente destrutiva.
Afirma-se que a decepção dói
mais porque ela nunca vem de um inimigo. Vem de quem menos esperamos. Ela fere,
apunhala a confiança. Uma boa medida para atenuar decepções é diminuir,
balancear o grau das expectativas.
No fator decepção, podemos ser
vítimas ou causa. O melhor caminho é exercer o perdão, se possível diariamente,
para não azedar a alma, afetando o volitivo, emoções e a mente. E tomar a
decisão de abençoar as pessoas, mesmo que elas lhe amaldiçoem. Paga-se o mal
com o bem. E acrescento: Não precisa ser um tolo, abestalhado para fazer isto.
Basta ser cristão, um pequeno Cristo. Façamos o certo de cabeça erguida, sem autopiedade.
Disseram: “A vida é dura para quem é mole”. Tem um fundo de verdade.
Para agradar pessoas é um erro
fantasiar a vida. E tentar agradar a todas é uma tolice. Sejamos sinceros e
usar de sabedoria na medida certa. Somos instruídos a não sermos demasiadamente
justos e nem sábios (Ec 7.16), porque poderá destruir a si mesmo.
Uma ironia que merece
reflexão:
“Sinceridade...é
uma arma perigosa. Se você a usa demais, as pessoas se afastam. Se você usa
pouco, os falsos se aproximam”.
Afirmou John Piper:
“Jesus
usava palavras duras para falar de realidades severas. É isso o que o amor faz,
o oposto da bajulação”.
Há perdão que se pratica a
distância e é sarador e os envolvidos seguem na vida. Há outras situações que
requerem uma tratativa presencial, arrependimento, mudança de atitude errada e
até deixar o pecado, do contrário, o perdão não será eficaz, não será
restaurador. Afirmar que o amor tudo suporta é bíblico, assim como também o
amor não é leviano, sem respeito, desonesto, não aceita tudo (I Co 13.4,7).
Na esfera da salvação, o perdão
de Deus para com o homem no pecado ocorre mediante o arrependimento. Não é
incondicional (Is 55.7; Mc 1.15). Deus chama e dá aos homens tempo e
oportunidades para arrependimento (At 17.30-31; Ap 2.21;3.20. E o papel do
Espírito Santo, nos que atentam para o evangelho, é o convencimento (Jo
16.8-11).
Examine-se, corrija-se, não
seja uma decepção para as pessoas. Exerça, pratique
princípios cristãos, plante boas sementes, ainda que vivamos numa sociedade doentia e de
valores invertidos. Não importa! E olhando para o autor e consumador
da nossa fé, Jesus Cristo. Ele é o referencial por excelência do cristão.
E enfim, em qualquer lugar,
seja na família, igreja ou na sociedade, pessoas bem de alma (vontade, emoções
e intelecto) interagem, constroem e mantém relacionamentos saudáveis.
Feliz 2023 – Que venha com os
seus desafios. E nos mantenhamos debaixo das misericórdias e da boa mão de Deus.
Amém!
Por Samuel Pereira de Macedo Borges
Bacharel em Direito e Teologia
Natal/RN – 29/12/2022.
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