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quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Lidando com a Decepção!

 

Todos nós, em alguma medida ou área, decepcionamos as pessoas. Somos decepcionados e, às vezes, decepcionamos. Decepcionar é desenganar, frustrar, desapontar, contrariar, desencantar. E a decepção aliada à tristeza gera um sentimento cruel, sombrio.

Há pessoas que se decepcionam por fazer e alimentar uma ideia errada, ilusória da realidade. E o desenrolar dos fatos existenciais não batem com suas conjecturas e imaginações e se desencanta, fica contrariada, e diria, “de graça” pela própria ignorância introspectiva.

Aprendi que confiar, acreditar plenamente só em Deus. Todas as demais credibilidades nas pessoas que nos rodeiam, com quem convivemos são relativas, não podem ser absolutas. Temos que manter uma pequena centelha de “desconfiança”, senão a decepção poderá ser intragável e grandemente destrutiva.

Afirma-se que a decepção dói mais porque ela nunca vem de um inimigo. Vem de quem menos esperamos. Ela fere, apunhala a confiança. Uma boa medida para atenuar decepções é diminuir, balancear o grau das expectativas.

Outro ponto relevante, nos decepcionamos porque não sabemos ou nos esquecemos de que a natureza humana caída é enganosa. O profeta Jeremias, falando a respeito escreveu: “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem e faz da carne (da natureza humana) o seu braço (um suporte), e aparta o seu coração do Senhor” (Jr 17.5). Adiante, reitera: O coração humano é enganoso e perverso (Jr 17.9).

No fator decepção, podemos ser vítimas ou causa. O melhor caminho é exercer o perdão, se possível diariamente, para não azedar a alma, afetando o volitivo, emoções e a mente. E tomar a decisão de abençoar as pessoas, mesmo que elas lhe amaldiçoem. Paga-se o mal com o bem. E acrescento: Não precisa ser um tolo, abestalhado para fazer isto. Basta ser cristão, um pequeno Cristo. Façamos o certo de cabeça erguida, sem autopiedade.

Disseram: “A vida é dura para quem é mole”. Tem um fundo de verdade.

Para agradar pessoas é um erro fantasiar a vida. E tentar agradar a todas é uma tolice. Sejamos sinceros e usar de sabedoria na medida certa. Somos instruídos a não sermos demasiadamente justos e nem sábios (Ec 7.16), porque poderá destruir a si mesmo.

Uma ironia que merece reflexão:

“Sinceridade...é uma arma perigosa. Se você a usa demais, as pessoas se afastam. Se você usa pouco, os falsos se aproximam”.

Afirmou John Piper:

“Jesus usava palavras duras para falar de realidades severas. É isso o que o amor faz, o oposto da bajulação”.

Há perdão que se pratica a distância e é sarador e os envolvidos seguem na vida. Há outras situações que requerem uma tratativa presencial, arrependimento, mudança de atitude errada e até deixar o pecado, do contrário, o perdão não será eficaz, não será restaurador. Afirmar que o amor tudo suporta é bíblico, assim como também o amor não é leviano, sem respeito, desonesto, não aceita tudo (I Co 13.4,7).

Na esfera da salvação, o perdão de Deus para com o homem no pecado ocorre mediante o arrependimento. Não é incondicional (Is 55.7; Mc 1.15). Deus chama e dá aos homens tempo e oportunidades para arrependimento (At 17.30-31; Ap 2.21;3.20. E o papel do Espírito Santo, nos que atentam para o evangelho, é o convencimento (Jo 16.8-11).

Examine-se, corrija-se, não seja uma decepção para as pessoas. Exerça, pratique princípios cristãos, plante boas sementes, ainda que vivamos numa sociedade doentia e de valores invertidos. Não importa! E olhando para o autor e consumador da nossa fé, Jesus Cristo. Ele é o referencial por excelência do cristão.  

E enfim, em qualquer lugar, seja na família, igreja ou na sociedade, pessoas bem de alma (vontade, emoções e intelecto) interagem, constroem e mantém relacionamentos saudáveis.

Feliz 2023 – Que venha com os seus desafios. E nos mantenhamos debaixo das misericórdias e da boa mão de Deus. Amém!

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Bacharel em Direito e Teologia

Natal/RN – 29/12/2022.

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