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sábado, 10 de fevereiro de 2024

Igreja: Organismo e Organização

 Lição 6 - CPAD/EBD - De 11/02/2024.

A Igreja é um organismo vivo. Contudo, como toda estrutura viva, precisa ser organizada.

Introdução

1.A lição 6 visa evidenciar a importância da organização eclesiástica, diferenciando-a do institucionalismo e legalismo.

2.A Igreja Primitiva, embora possuísse uma estrutura organizacional simples e ainda em desenvolvimento, era visível e eficaz.

3. Diferentes formas de governo eclesiástico ao longo dos séculos se desenvolveu na tradição cristã. Todos os modelos têm pontos positivos e negativos...nenhum perfeito.

4. A experiência da Igreja dos primórdios nos legou um manual de conduta que é a Palavra de Deus e com ajuda do Espírito Santo, considerando-o, temos direção certa, exitosa.

5.Qual o modelo eclesiástico adotado na AD Brasil? Veremos no estudo.

I. A ESTRUTURA DA IGREJA CRISTÃ

1.A Igreja - um organismo. O que é um organismo?  É um conjunto de órgãos que constituem um ser vivo. É como um corpo com as diferentes funções de seus órgãos e membros.

2.A metáfora da Igreja como “o corpo de Cristo” (I Co 12.27) - Um organismo vivo, cuja cabeça é Cristo (Ef 5.23). Assim como um corpo funciona pela harmonia de seus membros, da mesma forma também a Igreja (I Co 12.12).

3.A Igreja - uma organização - Alguns acreditam que a Igreja existe somente na forma de organismo e rejeitam toda forma de organização para ela. Sem sentido os que assim pensam.

Conceito de Organização: “É uma entidade social composta de pessoas e de recursos, deliberadamente estruturada e orientada para alcançar um objetivo comum” (Chiavenato (2011, p. 26).

A Igreja como Organização - É visível, local, humana, imperfeita (tem defeitos e problemas), e é temporária (pode vir a desaparecer).

A Igreja como Organismo - É invisível, universal, divina, perpétua e perfeita.

Havia organização na Igreja Primitiva? Sim! Como funcionava?

A Igreja seguia a liderança centralizada dos apóstolos (At 16.4-5) - E, quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem observados, os decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém, de sorte que as igrejas eram confirmadas na fé e cada dia cresciam em número.

Os apóstolos doutrinavam a Igreja (At 2.42) - E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. 

Cuidavam da parte administrativa (At 4.37) - “possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos apóstolos”.

Instituíam lideranças locais (At 6.3-6; At 14.23) - “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos”.

Reuniam-se em Concílio (At 15.1-6) - A questão acerca do rito mosaico (Se os crentes gentios deveriam ser circuncidados ou não). A assembleia de Jerusalém e sua decisão: Não os submeter a circuncisão, mas se absterem de coisas sacrificadas ao ídolos, do sangue, da carne sufocada e da fornicação (At 15.28-29).

Entendamos: A Igreja Organizada versus Igreja Institucionalizada:

A organização é saudável, o institucionalismo, não.

A organização permite à igreja, como estrutura social, se movimentar; o institucionalismo a enrijece e a neutraliza.

Uma Igreja organizada se mantém viva; uma igreja institucionalizada caminha para a morte.

Evitando os extremos: 

Uma igreja sem nenhum tipo de liderança visível; ou uma igreja estruturada em um institucionalismo rígido que acaba por sacrificar a Igreja e sua Missão.

Se a agenda da Igreja Local está lotada de atividades, disputando espaço/tempo entre as quatro paredes do Templo, e pouca ação evangelística e social, é possível que a sua agenda não esteja batendo com a do Reino de Deus.

II. IGREJA: UM ORGANISMO VIVO E ORGANIZADO

No seu aspecto local - No NT a Igreja existe localmente como organismo e comunidade organizada. Daí, conhecermos a Igreja que estava em Roma, Corinto, Éfeso etc.

No seu aspecto litúrgico - Toda Igreja organizada possui sua liturgia, normas e pastoreio.

a) A organização, portanto, é necessária para uma igreja viva, mantida com decência e a ordem no culto (I Co 14.40).

b) Hábitos e costumes surgem naturalmente (I Co 11.16). Não pode os costumes, normas da Igreja se sobreporem à doutrina bíblica.

III. O GOVERNO DA IGREJA – DIFERENTES MODELOS NA HISTÓRIA CRISTÃ

1.Episcopal  

a) O episcopalismo defende que Cristo confiou o governo da Igreja a uma categoria de oficiais denominados de “bispos” ou “supervisores”.

b) Com o tempo, esse sistema passou a defender a primazia de um bispo sobre o outro e terminou culminando no papado romano.

c) É o modelo seguido pelo Catolicismo, por algumas denominações protestantes e pentecostais.

2.Presbiteral

a) O ofício de presbítero (gr. presbyteros) é encontrado no Novo Testamento (At 11.30; At 15.2). Contudo, no atual sistema presbiteral a Igreja elege os presbíteros para um Conselho.

b) O Conselho eleito possui autoridade para conduzir a Igreja local. As decisões eclesiásticas são colegiados.

c) É o sistema seguido pelas Igrejas reformadas e algumas Igrejas pentecostais na América do Norte.

3.Congregacional

a) No modelo atual, primeiro ocorre a formação de pastores em Teologia, sob supervisão da Convenção da Igreja de âmbito Estadual e Nacional.

b) O Pastor quando vai assumir uma Igreja Local, submete-se uma sabatina de perguntas bíblicas por membros da Convenção Estadual.

c) A Igreja Local tem autonomia decisória para eleger o seu Pastor ou pede substituição na continuidade das sucessões.

d) Cabe ao Pastor seguir o credo ministerial da Convenção Estadual e Nacional. É o modelo seguido pelas Igrejas Batistas.

4.O Governo da Assembleia de Deus Brasileira

a) Segundo a lição, em estudo, a nossa denominação começou no modelo congregacional. Hoje somos um modelo de governo eclesiástico híbrido. Reúne elementos congregacional e episcopal.

b) A partir da criação da Convenção Geral de 1930 o  nosso modelo de governo sofreu modificações, incluindo elementos do modelo episcopal. 

c) O atual modelo na AD Brasil funciona basicamente assim:

1.As Igrejas afiliadas mantém certa autonomia administrativa em relação as convenções Geral e Estadual;

2.As Igrejas possuem um modelo de liderança regional e local centralizado;

3.A autoridade de estabelecer lideranças pastorais nas igrejas locais pertence às Convenções Estaduais;

4.Em alguns Estados, essa função cabe a uma Igreja-Sede que preside sobre um conjunto de congregações locais a ela filiadas.

Conclusão

1. Vimos que nenhum dos modelos de governo eclesiástico é mal em si mesmo. Porém, como tudo o que é humano, estão sujeitos a acertos e erros.

2. No que se refere a Modelo de Liderança Assembleiana no Brasil, não comporta o conceito rígido de episcopado formal, optando por certa autonomia administrativa e ministerial nos Estados.

3. Ao estudarmos sobre Igreja Organismo e Organização, devemos aprender pelo NT, onde vemos a Igreja Primitiva como uma expressão de fé, convivência harmônica, sadia e frutífera sob a direção do Espírito Santo.

4.Há outras nuances no aspecto material no Governo Eclesiástico que merecem ser discutidas em foro apropriado, visando ser a Igreja Cristã um modelo de justiça social e hombridade, exemplo dos fiéis e para demais instituições públicas seculares. Amém!

Um exemplo: Numa determinada Igreja assembleiana nada pode ser falado ou colocado sobre o Pastoreio Local, em desacordo do que pensa o Pastor-Presidente. E quem assim agir "a sua cabeça vai rolar". É razoável concluir que algo está errado nesse Governo Eclesiástico.

Fonte das pesquisas:

Lição EBD/CPAD – 1º trimestre de 2024.

Bíblia Sagrada.

Por Samuel Pereira de Macedo Borges - Natal/RN, 08/02/2024.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

O Pote Rachado

 

Um carregador de água da Índia, diariamente, levava dois potes grandes pendurados em cada ponta de uma vara atravessada ao seu pescoço.

Um dos potes tinha uma rachadura, enquanto o outro era perfeito e sempre chegava cheio de água no fim do caminho entre o poço e a casa do seu senhor.

Enquanto isso, o pote rachado chegava apenas pela metade. Foi assim por dois anos, o carregador entregando um pote e meio de água na casa do seu senhor. E se sentia insatisfeito e envergonhado com o seu trabalho.

Desanimado o carregador desabafou com um homem que estava à beira do poço:

Estou frustrado porque nesses dois anos só fui capaz de entregar apenas metade da minha carga, por causa dessa rachadura no pote a água vaza pelo caminho até a casa do meu senhor.

O homem sentindo pena do carregador convidou para que ele o acompanhasse pela estrada… E, à medida que eles subiam a montanha, foram reparando nas lindas flores que brotavam no caminho.

O carregador percebeu então que o velho pote rachado que vazava permitia aquela maravilha… porque só havia flores, o verde no lado em que a água ia pingando e regando o chão…

             (autor desconhecido)

Quantas lições podemos tirar dessa narrativa pitoresca? Certamente muitas.

1.No agir de Deus nada se perde. Não tenhamos medo dos defeitos.

2.Cada ser humano tem virtudes e defeitos e isso não desmerece ninguém. O erro está em não os reconhecer.

3.Obviamente, não somos potes inanimados. Somos seres pensantes e reflexivos.

4.Todos nós temos um lado que é meio “pote rachado”. Porém, com paciência e compreensão, dá para encontrar flores no caminho.

5.Das nossas fraquezas, Deus nos capacita e transforma em força e modelo de persistência (Hb 11.34).

6.Somos vasos de barros, o Espírito Santo pode e sabe nos usar para embelezar a Casa do Pai e a glória é Dele. Vai brilhando até se tornar dia perfeito (Pv 4.18).

7. Enfim, amo observar o trabalhar de Deus:

I Coríntios 1.26-29

“Irmãos, considerem a vocação de vocês. Não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento. Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes. E Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são, a fim de que ninguém se glorie na presença de Deus”.

 

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 06/02/2024.

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