Lição 6 - CPAD/EBD - De 11/02/2024.
A Igreja é um organismo vivo. Contudo, como toda estrutura viva, precisa ser organizada.
Introdução
1.A lição 6 visa evidenciar a importância da organização
eclesiástica, diferenciando-a do institucionalismo e legalismo.
2.A Igreja Primitiva, embora possuísse uma estrutura organizacional
simples e ainda em desenvolvimento, era visível e eficaz.
3.
Diferentes formas de governo eclesiástico ao longo dos séculos se desenvolveu
na tradição cristã. Todos os modelos têm pontos positivos e negativos...nenhum perfeito.
4.
A experiência da Igreja dos primórdios nos legou um manual de conduta que é a
Palavra de Deus e com ajuda do Espírito Santo, considerando-o, temos direção
certa, exitosa.
5.Qual o modelo eclesiástico adotado
na AD Brasil? Veremos no estudo.
I. A ESTRUTURA DA IGREJA CRISTÃ
1.A Igreja - um organismo. O
que é um organismo? É um conjunto de
órgãos que constituem um ser vivo. É como um corpo com as diferentes funções de
seus órgãos e membros.
2.A metáfora da Igreja como “o
corpo de Cristo” (I Co 12.27) - Um organismo vivo, cuja
cabeça é Cristo (Ef 5.23). Assim como um corpo funciona pela harmonia de seus
membros, da mesma forma também a Igreja (I Co 12.12).
3.A Igreja - uma organização -
Alguns acreditam que a Igreja existe somente na forma de organismo e rejeitam
toda forma de organização para ela. Sem sentido os que assim pensam.
Conceito de Organização: “É uma
entidade social composta de pessoas e de recursos, deliberadamente estruturada
e orientada para alcançar um objetivo comum” (Chiavenato (2011, p. 26).
A Igreja como Organização - É visível,
local, humana, imperfeita (tem defeitos e problemas), e é temporária (pode vir
a desaparecer).
A Igreja como Organismo - É invisível,
universal, divina, perpétua e perfeita.
Havia organização na Igreja
Primitiva? Sim! Como funcionava?
A Igreja seguia a liderança centralizada dos apóstolos (At 16.4-5) - “E, quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem observados, os decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém, de sorte que as igrejas eram confirmadas na fé e cada dia cresciam em número”.
Os apóstolos doutrinavam a Igreja (At 2.42) - “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações”.
Cuidavam da parte administrativa (At 4.37) - “possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos apóstolos”.
Instituíam lideranças locais (At 6.3-6; At 14.23) - “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos”.
Reuniam-se em Concílio (At
15.1-6) - A questão acerca do rito mosaico (Se os crentes gentios deveriam
ser circuncidados ou não). A assembleia de Jerusalém e sua decisão: Não os
submeter a circuncisão, mas se absterem de coisas sacrificadas ao ídolos, do
sangue, da carne sufocada e da fornicação (At 15.28-29).
Entendamos: A Igreja Organizada versus Igreja Institucionalizada:
A
organização é saudável, o institucionalismo, não.
A
organização permite à igreja, como estrutura social, se movimentar; o
institucionalismo a enrijece e a neutraliza.
Uma
Igreja organizada se mantém viva; uma igreja institucionalizada caminha para a
morte.
Evitando os extremos:
Uma igreja
sem nenhum tipo de liderança visível; ou uma igreja estruturada em um
institucionalismo rígido que acaba por sacrificar a Igreja e sua Missão.
Se a agenda da Igreja Local está lotada de atividades, disputando espaço/tempo entre as quatro paredes do Templo, e pouca ação evangelística e social, é possível que a sua agenda não esteja batendo com a do Reino de Deus.
II. IGREJA: UM ORGANISMO VIVO E ORGANIZADO
No
seu aspecto local - No NT a Igreja
existe localmente como organismo e comunidade organizada. Daí, conhecermos a Igreja
que estava em Roma, Corinto, Éfeso etc.
No seu aspecto litúrgico - Toda Igreja
organizada possui sua liturgia, normas e pastoreio.
a) A organização, portanto, é
necessária para uma igreja viva, mantida com decência e a ordem no culto (I Co
14.40).
b) Hábitos e costumes surgem
naturalmente (I Co 11.16). Não pode os costumes, normas da Igreja se sobreporem à doutrina bíblica.
III. O GOVERNO DA
IGREJA – DIFERENTES MODELOS NA HISTÓRIA CRISTÃ
1.Episcopal
a) O episcopalismo defende que Cristo confiou o governo da Igreja a uma categoria de oficiais denominados de “bispos” ou “supervisores”.
b) Com o tempo, esse sistema passou
a defender a primazia de um bispo sobre o outro e terminou culminando no papado
romano.
c) É o modelo seguido pelo
Catolicismo, por algumas denominações protestantes e pentecostais.
2.Presbiteral
a) O ofício de presbítero
(gr. presbyteros) é encontrado no Novo Testamento (At 11.30; At 15.2).
Contudo, no atual sistema presbiteral a Igreja elege os presbíteros para um
Conselho.
b) O Conselho eleito possui
autoridade para conduzir a Igreja local. As decisões eclesiásticas são
colegiados.
c) É o sistema seguido pelas Igrejas
reformadas e algumas Igrejas pentecostais na América do Norte.
3.Congregacional
a) No modelo atual, primeiro ocorre
a formação de pastores em Teologia, sob supervisão da Convenção da Igreja de âmbito
Estadual e Nacional.
b) O Pastor quando vai assumir
uma Igreja Local, submete-se uma sabatina de perguntas bíblicas por membros da
Convenção Estadual.
c) A Igreja Local tem autonomia
decisória para eleger o seu Pastor ou pede substituição na continuidade das
sucessões.
d) Cabe ao Pastor seguir o
credo ministerial da Convenção Estadual e Nacional. É o modelo seguido pelas
Igrejas Batistas.
4.O Governo da Assembleia de
Deus Brasileira
a) Segundo a lição, em estudo,
a nossa denominação começou no modelo congregacional. Hoje somos um modelo de
governo eclesiástico híbrido. Reúne elementos congregacional e episcopal.
b) A partir da criação da
Convenção Geral de 1930 o nosso modelo
de governo sofreu modificações, incluindo elementos do modelo episcopal.
c) O atual modelo na AD Brasil
funciona basicamente assim:
1.As Igrejas afiliadas mantém
certa autonomia administrativa em relação as convenções Geral e Estadual;
2.As Igrejas possuem um modelo
de liderança regional e local centralizado;
3.A autoridade de estabelecer
lideranças pastorais nas igrejas locais pertence às Convenções Estaduais;
4.Em alguns Estados, essa
função cabe a uma Igreja-Sede que preside sobre um conjunto de congregações
locais a ela filiadas.
Conclusão
1. Vimos que nenhum dos modelos
de governo eclesiástico é mal em si mesmo. Porém, como tudo o que é humano,
estão sujeitos a acertos e erros.
2.
No que se refere a Modelo de Liderança Assembleiana no Brasil, não comporta o
conceito rígido de episcopado formal, optando por certa autonomia
administrativa e ministerial nos Estados.
3. Ao
estudarmos sobre Igreja Organismo e Organização, devemos aprender pelo NT, onde
vemos a Igreja Primitiva como uma expressão de fé, convivência harmônica, sadia
e frutífera sob a direção do Espírito Santo.
4.Há
outras nuances no aspecto material no Governo Eclesiástico que merecem ser discutidas
em foro apropriado, visando ser a Igreja Cristã um modelo de justiça social e
hombridade, exemplo dos fiéis e para demais instituições públicas seculares.
Amém!
Um exemplo: Numa determinada
Igreja assembleiana nada pode ser falado ou colocado sobre o Pastoreio Local, em desacordo
do que pensa o Pastor-Presidente. E quem assim agir "a sua cabeça vai rolar". É razoável concluir que algo está errado nesse Governo Eclesiástico.
Fonte
das pesquisas:
Lição
EBD/CPAD – 1º trimestre de 2024.
Bíblia
Sagrada.
Por
Samuel Pereira de Macedo Borges - Natal/RN, 08/02/2024.