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terça-feira, 28 de janeiro de 2025

A origem do título “mãe de Deus”, atribuído à Maria e a Dupla Natureza de Jesus.

 

O título "Mãe de Deus", theotokos, literalmente, 'portadora de Deus' foi defendido por Cirilo de Alexandria (376-444). O fato se deu no século V quando se discutia sobre as duas naturezas de Jesus, a divina e a humana. A respeito de que a Bíblia é clara e objetiva. Religião sem Bíblia confunde o simples e mistura a verdade com mentiras. E infelizmente dá força e alimenta heresias.

Enquanto Nestório (380-451), bispo de Constantinopla entre 428-431 defendia o termo chistotokos, “mãe de Cristo”. Maria é mãe do Jesus humano (Mt 2.11,13,14,20-21), pois como Deus Ele não tem mãe. Deus é o eterno (Sl 90.2; 93.2; Is 40.28).

A expressão adotada por Cirilo, bispo de Alexandria, entre 412 a 444, era uma contradição teológica atabalhoada, sem base bíblica.  Embora a posição de Nestório fosse bíblica e teologicamente correta, o termo “mãe de Deus” se popularizou e prevaleceu sobre a visão e tese de Nestório. E assim se seguiu no romanismo. O Cristianismo pautado nas Escrituras nunca assumiu esse entendimento teológico e de fé.

O romanismo, ao longo dos séculos, vem definindo sua teologia e dogmas por decretos papais, ignorando o revelado na Bíblia, no vazio entendimento de que a autoridade da Instituição Igreja está acima das Escrituras. Daí, as consequências neste particular.

Os quatro dogmas marianos:

A maternidade divina (atribui-se ao Concílio de Éfeso, em 431).

A virgindade perpétua (atribui-se ao Concílio de Constantinopla, em 553).

A imaculada conceição (bula proclamado pelo Papa Pio IX em 1854). 

E a Assunção de Maria (dogma declarado por Pio XII no pós-guerra, em 1950).

E segundo o site pt.aleteia.org, “os dogmas sobre Maria são verdades de fé declaradas por um Concílio ou por um Papa e nas quais o fiel católico é obrigado a acreditar e professar” - (pesquisa em 18/01/2025).

As Duas Naturezas de Jesus – A Divina e a Humana. Várias heresias surgiram até se definir bíblica e teologicamente a respeito.

Gnosticismo – Vem do grego “gnosis”, cujo termo significa conhecimento. Não um conhecimento racional, científico e sim intuitivo, esotérico, de caráter místico com forte influência pagã. Desde o primeiro século da era cristã, esse movimento se debateu com o Cristianismo primitivo. Considerando má e corrupta a matéria. O mundo material foi criado por deus inferior, de nome demiurgo. Defendem um dualismo entre o mundo espiritual e o material. Pelo “gnosis”, liberta-se o homem do material. Não reconheciam Jesus ter vindo em carne E, portanto, negavam a humanidade de Jesus.

Arianismo – É uma heresia defendida no século IV por Ário, um presbítero de Alexandria, no Egito. Ele postulava a ideia de que Jesus foi criado por Deus como o primeiro e mais importante ato da Criação. Era a crença de que Jesus era um ser criado com atributos divinos, mas não era divindade em Si mesmo. Contrariamente, Jesus mesmo proclamou a sua auto existência e eternidade (João 8.58; 10.30). João 1.1-2 nos declara que Jesus “estava com Deus”. O Concílio de Niceia, em 325, condenou o arianismo. Ainda hoje perdura a visão ariana no Jeovismo/russelismo.

Apolinarismo – Apolinário foi bispo da igreja de Laodicéia e que originou esse ensinamento em 361 d.C. O apolinarismo foi rejeitado nos vários concílios da Igreja Primitiva, incluindo o 1º Concílio de Constantinopla em 381. Ele acreditava que Jesus tinha um corpo e uma alma humanos, mas a mente de Jesus foi substituída pelo Logos. Assim como o cinza é um meio termo entre preto e branco, a mistura resultante de divino e humano, de acordo com o Apolinário, não era nem totalmente divina nem totalmente humana. Então, negava a verdade bíblica de que Jesus Cristo tem duas naturezas distintas (humana e divina) unidas em uma Pessoa. O apolinarismo, como o Docetismo negavam a humanidade de Cristo, deve ser rejeitado porque é uma visão antibíblica da natureza de Jesus, diminui sua santidade e diminui a suficiência de Sua expiação.

Nestorianismo - Na visão e discussão teológica acerca das duas naturezas de Jesus, estava errado. No seu pensamento as duas naturezas de Jesus, a humana e a divina, eram duas pessoas. A afirmação nestoriana foi condenada como heresia no Concílio de Éfeso em 431 e em 451 na Calcedônia. Quanto ao termo Chistotokos - "mãe de Cristo", estava teologicamente correto. Todavia, não lhe foi dada a oportunidade de fazer a defesa da tese. Foi consumariamente condenado.

Monofisismo - Defendido por seu principal expoente Êutico (378-454 - monge de Constantinopla) também foi discutido e desqualificado. Essa doutrina ensinava que as duas naturezas de Jesus, a humana e a divina, se fundiam em uma só, não unidas, e sim uma fusão, misturadas. Nem totalmente Deus nem totalmente homem. Porém, as Escrituras são evidentes, Jesus é perfeito quanto à sua divindade e perfeito quanto a sua humanidade (Rm 9.5; Fp 2.5-11). O Monofisismo foi discutido e condenado no Concílio de Calcedônia em 451.

A União Hipostática – As duas naturezas de Jesus, o Cristo - Foi definida no Concílio de Calcedônia, a humana e a divina, obviamente, em uma só pessoa. Assim foi declarada: “as propriedades de cada natureza permanecem intactas, concorrendo para formar uma só pessoa e subsistência; não dividido ou separado em duas pessoas, mas um só e mesmo Filho Unigênito, Deus Verbo, Jesus Cristo Senhor”.

O Kenoticismo - A teologia quenótica foi introduzida pela primeira vez no final do século XIX pelo teólogo alemão Gottfried Thomasius (1802-75), ensinava que Jesus havia se esvaziado de atributos divinos para se tornar humano. E se apresentou entre nós como um ser menos do que Deus, vazio da Deidade.

Jesus despiu-se da sua glória que tinha junto ao Pai (Jo 17.5) - Não de seus atributos divinos como ensina o kenoticismo. É autoexistente (Jo 5.26;8.58). Uma unidade com o Pai (Jo 10.30). Jamais deixou de ser Deus. E legitimamente recebeu adoração (Mt 8.2;9.18;15.25; Jo 9.38), perdoou pecados (Mc 2.5-7; Lc 7.48), repreendeu a fúria do mar (Mt 8.26; Mc 4.39). E como o Cordeiro de Deus efetuou o sacrifício eficaz, perfeito e único, em favor da Humanidade (Jo 1.29). 

Jesus encarnou e manifestou-se 100% Deus, 100% homem. Porém, não era 100% humano, uma vez que nasceu de modo sobrenatural e de uma virgem (Mt 1.18-25). Do contrário, seria apontado com o pecado da queda do gênero humano (Rm 5.12;Hb 4.15). José foi pai de Jesus no sentido adotivo. A vida do casal José e Maria seguiu o curso normal, gerando filhos e formando uma família de vários membros como constam nos evangelhos (Mt 13.54-57;Jo 7.1-6; Mc 6.1-4). 

Eis o mistério da encarnação: Deus pôde se tornar homem, sem deixar de ser Deus.

Fontes da pesquisa:

Lição 3 e 7 EBD/CPAD – 1º trimestre de 2025.

Bíblia Sagrada.

Pt.aleteia.org

www.hermisten.com.br.

Gotquestions.org

Porto Editora – Arianismo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-01-18 23:25:29]. Disponível em https://www.infopedia.pt/$arianismo

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Bacharel em Direito e Teologia

Natal/RN, 28/01/2025.

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