O título "Mãe de Deus", theotokos, literalmente, 'portadora de Deus' foi defendido por Cirilo de Alexandria (376-444). O fato se deu no século V quando se discutia sobre as duas naturezas de Jesus, a divina e a humana. A respeito de que a Bíblia é clara e objetiva. Religião sem Bíblia confunde o simples e mistura a verdade com mentiras. E infelizmente dá força e alimenta heresias.
Enquanto Nestório (380-451), bispo de Constantinopla
entre 428-431 defendia o termo chistotokos, “mãe de Cristo”. Maria é mãe do
Jesus humano (Mt 2.11,13,14,20-21), pois como Deus Ele não tem mãe. Deus é o
eterno (Sl 90.2; 93.2; Is 40.28).
A expressão adotada por Cirilo, bispo de Alexandria, entre 412 a 444, era uma contradição teológica atabalhoada,
sem base bíblica. Embora a posição de
Nestório fosse bíblica e teologicamente correta, o termo “mãe de Deus” se
popularizou e prevaleceu sobre a visão e tese de Nestório. E assim se seguiu no romanismo. O Cristianismo
pautado nas Escrituras nunca assumiu esse entendimento teológico e de fé.
O
romanismo, ao longo dos séculos, vem definindo sua teologia e dogmas por decretos
papais, ignorando o revelado na Bíblia, no vazio entendimento de que a
autoridade da Instituição Igreja está acima das Escrituras. Daí, as
consequências neste particular.
Os quatro dogmas marianos:
A maternidade divina
(atribui-se ao Concílio de Éfeso, em 431).
A virgindade perpétua
(atribui-se ao Concílio de Constantinopla, em 553).
A imaculada conceição (bula proclamado pelo Papa Pio IX em 1854).
E a Assunção de Maria (dogma declarado por Pio XII
no pós-guerra, em 1950).
E segundo o site pt.aleteia.org, “os dogmas sobre Maria são
verdades de fé declaradas por um Concílio ou por um Papa e nas quais o fiel
católico é obrigado a acreditar e professar” - (pesquisa em 18/01/2025).
As Duas Naturezas de Jesus – A Divina e a Humana. Várias heresias surgiram até se definir bíblica e teologicamente a respeito.
Gnosticismo – Vem
do grego “gnosis”, cujo termo significa conhecimento. Não um conhecimento
racional, científico e sim intuitivo, esotérico, de caráter místico com forte
influência pagã. Desde o primeiro século da era cristã, esse movimento se
debateu com o Cristianismo primitivo. Considerando má e corrupta a matéria. O
mundo material foi criado por deus inferior, de nome demiurgo. Defendem um
dualismo entre o mundo espiritual e o material. Pelo “gnosis”, liberta-se o
homem do material. Não reconheciam Jesus ter vindo em carne E, portanto, negavam
a humanidade de Jesus.
Arianismo – É uma heresia defendida no século IV por Ário, um presbítero de Alexandria, no Egito. Ele postulava a ideia de que Jesus foi criado por Deus como o primeiro e mais importante ato da Criação. Era a crença de que Jesus era um ser criado com atributos divinos, mas não era divindade em Si mesmo. Contrariamente, Jesus mesmo proclamou a sua auto existência e eternidade (João 8.58; 10.30). João 1.1-2 nos declara que Jesus “estava com Deus”. O Concílio de Niceia, em 325, condenou o arianismo. Ainda hoje perdura a visão ariana no Jeovismo/russelismo.
Apolinarismo – Apolinário
foi bispo da igreja de Laodicéia e que originou esse ensinamento em 361 d.C. O
apolinarismo foi rejeitado nos vários concílios da Igreja Primitiva, incluindo
o 1º Concílio de Constantinopla em 381. Ele acreditava que Jesus
tinha um corpo e uma alma humanos, mas a mente de Jesus foi substituída pelo
Logos. Assim como o cinza é um meio termo entre preto e branco, a mistura
resultante de divino e humano, de acordo com o Apolinário, não era nem
totalmente divina nem totalmente humana. Então, negava a verdade bíblica de que
Jesus Cristo tem duas naturezas distintas (humana e divina) unidas em uma
Pessoa. O apolinarismo, como o Docetismo negavam a humanidade de Cristo,
deve ser rejeitado porque é uma visão antibíblica da natureza de Jesus, diminui
sua santidade e diminui a suficiência de Sua expiação.
Nestorianismo - Na visão e discussão teológica acerca das duas naturezas de Jesus, estava errado. No seu pensamento as duas naturezas de Jesus, a humana e a divina, eram duas pessoas. A afirmação nestoriana foi condenada como heresia no Concílio de Éfeso em 431 e em 451 na Calcedônia. Quanto ao termo Chistotokos - "mãe de Cristo", estava teologicamente correto. Todavia, não lhe foi dada a oportunidade de fazer a defesa da tese. Foi consumariamente condenado.
Monofisismo - Defendido
por seu principal expoente Êutico (378-454 - monge de Constantinopla) também
foi discutido e desqualificado. Essa doutrina ensinava que as duas naturezas de
Jesus, a humana e a divina, se fundiam em uma só, não unidas, e sim uma fusão,
misturadas. Nem totalmente Deus nem totalmente homem. Porém, as Escrituras são
evidentes, Jesus é perfeito quanto à sua divindade e perfeito quanto a sua
humanidade (Rm 9.5; Fp 2.5-11). O Monofisismo foi discutido e condenado no Concílio
de Calcedônia em 451.
A União Hipostática – As duas
naturezas de Jesus, o Cristo - Foi definida no Concílio de
Calcedônia, a humana e a divina, obviamente, em uma só pessoa. Assim foi
declarada: “as propriedades de cada natureza permanecem intactas, concorrendo
para formar uma só pessoa e subsistência; não dividido ou separado em duas
pessoas, mas um só e mesmo Filho Unigênito, Deus Verbo, Jesus Cristo Senhor”.
O Kenoticismo - A
teologia quenótica foi introduzida pela primeira vez no final do século XIX
pelo teólogo alemão Gottfried Thomasius (1802-75), ensinava que Jesus havia se
esvaziado de atributos divinos para se tornar humano. E se apresentou entre nós
como um ser menos do que Deus, vazio da Deidade.
Jesus despiu-se da sua glória que tinha junto ao Pai (Jo 17.5) - Não de seus atributos divinos como
ensina o kenoticismo. É autoexistente (Jo 5.26;8.58). Uma unidade com o Pai (Jo
10.30). Jamais deixou de ser Deus. E legitimamente recebeu adoração (Mt
8.2;9.18;15.25; Jo 9.38), perdoou pecados (Mc 2.5-7; Lc 7.48), repreendeu a
fúria do mar (Mt 8.26; Mc 4.39). E como o Cordeiro de Deus efetuou o sacrifício
eficaz, perfeito e único, em favor da Humanidade (Jo 1.29).
Jesus encarnou e manifestou-se 100% Deus, 100% homem. Porém, não era 100% humano, uma vez que nasceu de modo sobrenatural e de uma virgem (Mt 1.18-25). Do contrário, seria apontado com o pecado da queda do gênero humano (Rm 5.12;Hb 4.15). José foi pai de Jesus no sentido adotivo. A vida do casal José e Maria seguiu o curso normal, gerando filhos e formando uma família de vários membros como constam nos evangelhos (Mt 13.54-57;Jo 7.1-6; Mc 6.1-4).
Eis o mistério da
encarnação: Deus pôde se tornar homem, sem deixar de ser Deus.
Fontes da pesquisa:
Lição 3 e 7 EBD/CPAD – 1º
trimestre de 2025.
Bíblia Sagrada.
Pt.aleteia.org
Gotquestions.org
Porto Editora – Arianismo na Infopédia [em
linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-01-18 23:25:29]. Disponível
em https://www.infopedia.pt/$arianismo
Por Samuel Pereira de Macedo
Borges
Bacharel em Direito e Teologia
Natal/RN, 28/01/2025.
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