Rm 3.23 – “Porque todos
pecaram e destituídos estão da glória de Deus”.
Introdução
1.Em Gn 3.1-24, encontramos o
primeiro casal no Éden, onde ela e ele foram tentados e caíram, perderam a comunhão com
Deus. Foram expulsos do Jardim do Éden.
2.A problemática do pecado foi
introduzida no mundo dos homens, mas Eva e Adão não são os autores do pecado
(Gn 3.1-7).
3.Adão e Eva foram vítimas com
suas responsabilidades, mediante o que Deus lhes havia recomendado a obedecer:
Podiam comer de qualquer árvore do jardim, menos da árvore do conhecimento do
bem e do mal (Gn 2.16). A consequência: Morte espiritual e física.
4.É inegável que a queda pela
desobediência distorceu a imagem de Deus no homem e causou graves problemas em
todo o existencial humano na história. Porém, Deus proveu um meio para resgatar
o homem. Foi anunciada a vinda do Redentor (Gn 3.15).
5.E como todos os humanos
vieram do primeiro casal, herdamos a natureza degenerada do pecado (Sl 51.5;58.3;
Is 1.6; Rm 5.12).
Objetivos da Lição:
I) Explicar a doutrina bíblica
do pecado e sua extensão;
II) Mostrar a heresia que nega
o advento do pecado;
III) Pontuar o perigo dessa
heresia para a vida do crente e da Igreja.
I – A Doutrina Bíblica do
Pecado e a sua Extensão
1.O autor do pecado - Quando
identificamos quem foi o tentador, através da serpente, na verdade, o próprio
diabo, cujo identidade em Ap 12.9, chama-o de a antiga serpente.
2.Era originalmente o querubim
ungido, perfeito em sabedoria e formosura (Ez 28.12-15) que se rebelou contra
Deus e foi expulso do céu (Is 14.12-15). Com sua queda, vieram com ele os anjos
que aderiram à rebelião, e uma parte deles continua em prisão (II Pd 2.4; Jd
6).
3.Em João 8.44 – Jesus
identifica o diabo desde o começo como assassino, enganador, mentiroso e pai da
mentira.
“...Ele foi homicida desde o
princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele
profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da
mentira”.
Não há qualquer linguagem figurada em Gênesis 3 que suplante o fato
histórico relatado naquela passagem, inclusive são inegáveis as consequências no mundo dos
homens. Desde a queda convivemos com dois males no seio da Humanidade: Do diabo e do homem.
2.“Foram abertos os olhos de ambos” (Gn 3.7). Quando o casal comeu do fruto proibido,
ambos perceberam que estavam nus, envergonharam-se e procuraram se esconder da
presença de Deus (Gn 3.7,8). Era a ruptura imediata da comunhão com o Criador, morte
espiritual. Aliás, morte na Bíblia sempre significa separação (Is 59.2).
3.A consequência da Queda no Éden. A Bíblia afirma essa realidade sobre todo
o gênero humano: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo
pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que
todos pecaram” (Rm 5.12).
4.Extensão do pecado. Estende-se a todas as pessoas e corrompeu na sua
totalidade, espírito, alma e corpo (Rm 2.9; 8.10; II Co 7.1), intelecto e vontade
(Is 1.3; Jr 17.9), consciência e razão (1Tm 4.2; Tt 1.15). Tudo isso diz
respeito à extensão, dos pés à cabeça (Is 1.5,6), não se refere à intensidade.
A
incapacidade humana de conhecer a Deus por seus próprios esforços – Deus se revela pela Criação, na consciência
humana, pelas Escrituras e o ápice foi vir à terra e se fazer homem, no seu
Filho Jesus Cristo. Todos os indivíduos dependem do convencimento pelo Espírito
e da graça de Deus (Jo 16.8-11; Ef 2.8). Pela pregação do evangelho chama os
homens ao arrependimento para crê (Mt 21.32). São respostas humanas na dinâmica da
salvação (Mc 1.15; 16.15-16).
A
Corrupção do Gênero Humano – “A
Queda no Éden arruinou toda a humanidade tão profundamente que transmitiu a
todos os seres humanos a tendência ou inclinação para o pecado. Não somente
isso, contaminou toda a humanidade: “não há um justo sequer” (Rm 3.10)”. Todas
as pessoas estão mortas em ofensas e pecados (Ef 2.1,5). E aquele que vive na prática
do pecado, escravo dele é (Jo 8.34).
Refutação
à Depravação Total – O que
significa? Nada mais, nada menos do que uma verdade bíblica levada ao extremo.
Ensinam que o homem perdeu totalmente a imagem e semelhança com o seu Criador. Ou
seja, os atributos de moralidade, racionalidade e espiritualidade foram ofuscados.
E logo, perdeu também o livre arbítrio. E de nada adianta dá outros nomes
(livre agência, livre escolha) e continuar negando o livre arbítrio humano.
A
imagem de Deus no ser humano caído –
Ela não foi erradicada, está desfigurada, maculada, mas não aniquilada (Gn 9.6;
Tg 3.9). E o homem, mesmo no pecado possui o livre-arbítrio, tem a capacidade
de fazer escolhas (Js 24.15; Jo 7.17; II Pd 3.5; Ap 22.17).
Consequências
do extremismo doutrinário – A negação
do livre arbítrio no homem (a capacidade de tomar decisões e fazer escolhas),
desemboca no monergismo, o progenitor do calvinismo e concluem que só Deus é o
responsável para redimir o homem, independentemente de qualquer ação da sua
parte. E Deus soberanamente, como causa primária, determina tudo no homem e no
seu destino final. E salvará somente “os seletos eleitos”. É como está escrito:
“Um abismo chama outro abismo...” (Sl 42.7).
“A
Eleição e a Predestinação centradas nos eleitos, não em Cristo, deforma as
doutrinas da salvação (da soteriologia) nas Escrituras” (Samuel Borges).
II. A Heresia que Nega o Advento do Pecado
1.O Pelagianismo – É a heresia mais antiga no tocante à pecaminosidade no gênero
humano. O nome vem de Pelágio, monge erudito britânico (360-420) que se
transferiu para Roma em 409. Foi contemporâneo de *Agostinho de Hipona
(354-430).
*Influenciado pela gnose maniqueísta
onde passou cerca de dez anos, antes de se converter ao Cristianismo, Agostinho
é o maior responsável por introduzir a depravação total (é uma doutrina teológica derivada do conceito
agostiniano de pecado original), a negação do livre arbítrio no homem, o batismo de crianças e defender a dupla predestinação nos seus últimos
escritos da sua vida, afetando a fé cristã, a partir do Romanismo.
O
que ensinavam no Pelagianismo?
O ser humano não nasce em pecado, a transgressão de Adão não afeta diretamente
os outros, não existe pecado original, não existe a corrupção geral do gênero
humano. São alguns pontos do pensamento deles. O Pelagianismo foi condenado no
Concilio de Éfeso em 431.
Resposta
Bíblica:
Um
pouco da Hamartiologia – Doutrina do Pecado.
1.O Pecado Imputado (imputar
acusar, atribuir culpa, crime...).
Transmissão do pecado: Transmitido por Adão a cada membro da raça humana.
E por conseguinte todos pecaram e destituídos estão da glória e da presença de
Deus (Rm 3.23).
Significado por extensão: O resultado da contaminação pelo pecado da queda no
Éden. Ou seja, em razão de sermos e havermos herdado a mesma natureza caída.
Texto-chave: Romanos 5.12 – Toda a humanidade estava em Adão, e
todos nós enfermamos espiritualmente e moralmente. Hoje todos somos propensos a
pecar. Logo, respondemos pelos nossos atos, pecados e culpabilidades.
Responsabilidade Individual – “A alma que pecar, essa morrerá...” (Ez 18.20ª).
Não respondemos pelos pecados pessoais de Eva e Adão.
Penalidade: Morte física e espiritual.
Remédio: A Justiça imputada de Cristo (II Co 5.18-21).
“...Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo...”.
Pr. Batista, Glênio Fonseca
Paranaguá, afirmou:
“A cruz é o instrumento
cirúrgico que, amputando o pecado do ímpio e imputando a justiça do santo,
restaura a glória perdida com o pecado”.
2.Pecado - Resumido em três aspectos:
a) Um ato - Violação
ou falta de obediência para com a vontade de Deus.
b) Um estado - Ausência
de justiça e pureza.
c) Uma natureza - Inimizade
contra Deus, uma barreira que impede o homem de se relacionar com Deus.
Blaise Pascal (1623-1662),
afirmou: “O homem é um amontoado de
misérias e de grandezas. Um rei sem trono, mas sempre rei. O homem é um
complexo do bem e do mal, digno, ao mesmo tempo de respeito e de desprezo”.
3.Principais Significados de
Pecado na Bíblia
Transgressão – Infração da lei, limite divino entre o bem
e o mal (Sl 51.1; Rm 2.23).
Iniquidade – Um ato inerentemente errado, quer
expressamente proibido ou não (Rm 1.21-23).
Erro – Um afastamento do bem (Rm 1.18; I Jo 3.4).
Errar o alvo – Um fracasso em atingir o padrão divino (Rm
3.23).
Delito – Invasão da vontade própria na esfera da
autoridade divina (Ef 2.1).
Rebeldia – Anarquia espiritual, confrontar a Deus (I Tm
1.9).
Incredulidade – Um insulto à veracidade divina (Jo 16.9).
4.A Doutrina do Pecado em cinco
pontos:
1 - Originou-se em Satanás (Is
14.12-14; Ez 28.14-15).
2 - Entrou no mundo humano por
Adão (Rm 5.12).
3 - É universal, com a única
exceção de Cristo (Rm 3.23; I Pd 2.22).
4 - Está sob a pena da morte
espiritual, física e condenação eterna
(Gn 2.17; 3.19; Ez 18.4,20; Rm 6.23).
5 - Não tem remédio a não
ser na morte sacrificial de Cristo (Jo 3.16; At 4.12; Hb 9.26).
III – O Perigo atual da
negação do Pecado sobre a raça humana
a)
As religiões reencarnacionistas negam a queda do homem no Éden;
b)
O movimento religioso denominado Ciência Cristã nega a existência do pecado;
c)
No Mormonismo, a transgressão de Adão não passou para a raça humana. Ou seja, negam
a natureza humana caída. Obviamente, o pecado é individual, porém, pecamos por
somos pecadores por natureza.
Rm 3.10-12 - Todos se
extraviaram, não há quem faça o bem.
d)
No iluminismo também havia alguns teóricos, negando o pecado original. A luz da
razão era o que podia levantar o homem socialmente e fazê-lo próspero em tudo.
Consequências: Descentralizam a fé do calvário, da
necessidade humana de redenção pelos méritos de Cristo, bem como desmerece sua
morte vicária. Portanto, é uma ignorância gritante à Graça de Deus.
“Quem
acha que merece o céu, depõe contra si, prova que não nasceu de novo”.
A
Igreja como coluna e firmeza da verdade
– Importa identificar o ensino antibíblico, para apresentar no contraponto o
Evangelho que conduz à salvação, porque Jesus morreu por todos na cruz (Jo
3.16; I Co 15.3; I Tm 1.15). E nessa missão, temos a ajuda do Espírito Santo
(Lc 12.12; At 1.8).
O
analfabetismo bíblico tem levado muitas pessoas ao erro doutrinário. E mais
além, ao inferno, e muitos deles, com o zelo cego da religiosidade.
Conclusão
1.Há
esperança em Jesus para todo o crê, apesar da degeneração espiritual do homem.
2.O
maligno no seu engano tem feito de tudo, inclusive pela religião e seitas, para
o homem caído não encontrar o caminho de volta para Deus.
"Não é possível tornar o inferno atraente, então o diabo torna atraente o caminho que leva até lá" - Basílio de Cesareia.
3.Que
preguemos o evangelho com amor e ousadia, levando vidas a Cristo Jesus.
4.Em
apologia da fé o CACP (Centro Acadêmico Cristão de Pesquisa), tem o lema:
“Fazendo
pela verdade o que as seitas fazem pela mentira”. Um exemplo a seguir.
Fontes
da pesquisa:
Lição
EBD/CPAD – 1º trimestre de 2025.
Bíblia
Sagrada.
Declaração de Fé AD Brasil. Edição 2016.
www.pt.wikipedia.org
Anotações
pessoais.
Por Samuel Pereira de Macedo
Borges
Natal/RN, 06/03/2025.