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quinta-feira, 6 de março de 2025

Lição 10 – O pecado corrompeu a natureza humana.

Rm 3.23 – “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”.

Introdução

1.Em Gn 3.1-24, encontramos o primeiro casal no Éden, onde ela e ele foram tentados e caíram, perderam a comunhão com Deus. Foram expulsos do Jardim do Éden.

2.A problemática do pecado foi introduzida no mundo dos homens, mas Eva e Adão não são os autores do pecado (Gn 3.1-7).

3.Adão e Eva foram vítimas com suas responsabilidades, mediante o que Deus lhes havia recomendado a obedecer: Podiam comer de qualquer árvore do jardim, menos da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.16). A consequência: Morte espiritual e física.

4.É inegável que a queda pela desobediência distorceu a imagem de Deus no homem e causou graves problemas em todo o existencial humano na história. Porém, Deus proveu um meio para resgatar o homem. Foi anunciada a vinda do Redentor (Gn 3.15).

5.E como todos os humanos vieram do primeiro casal, herdamos a natureza degenerada do pecado (Sl 51.5;58.3; Is 1.6; Rm 5.12).

Objetivos da Lição:

I) Explicar a doutrina bíblica do pecado e sua extensão;

II) Mostrar a heresia que nega o advento do pecado;

III) Pontuar o perigo dessa heresia para a vida do crente e da Igreja.

I – A Doutrina Bíblica do Pecado e a sua Extensão

1.O autor do pecado - Quando identificamos quem foi o tentador, através da serpente, na verdade, o próprio diabo, cujo identidade em Ap 12.9, chama-o de a antiga serpente.

2.Era originalmente o querubim ungido, perfeito em sabedoria e formosura (Ez 28.12-15) que se rebelou contra Deus e foi expulso do céu (Is 14.12-15). Com sua queda, vieram com ele os anjos que aderiram à rebelião, e uma parte deles continua em prisão (II Pd 2.4; Jd 6).

3.Em João 8.44 – Jesus identifica o diabo desde o começo como assassino, enganador, mentiroso e pai da mentira.

“...Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira”.

Não há qualquer linguagem figurada em Gênesis 3 que suplante o fato histórico relatado naquela passagem, inclusive são inegáveis as consequências no mundo dos homens. Desde a queda convivemos com dois males no seio da Humanidade: Do diabo e do homem. 

2.“Foram abertos os olhos de ambos” (Gn 3.7). Quando o casal comeu do fruto proibido, ambos perceberam que estavam nus, envergonharam-se e procuraram se esconder da presença de Deus (Gn 3.7,8). Era a ruptura imediata da comunhão com o Criador, morte espiritual. Aliás, morte na Bíblia sempre significa separação (Is 59.2).

3.A consequência da Queda no Éden. A Bíblia afirma essa realidade sobre todo o gênero humano: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5.12).

4.Extensão do pecado. Estende-se a todas as pessoas e corrompeu na sua totalidade, espírito, alma e corpo (Rm 2.9; 8.10; II Co 7.1), intelecto e vontade (Is 1.3; Jr 17.9), consciência e razão (1Tm 4.2; Tt 1.15). Tudo isso diz respeito à extensão, dos pés à cabeça (Is 1.5,6), não se refere à intensidade.

A incapacidade humana de conhecer a Deus por seus próprios esforços – Deus se revela pela Criação, na consciência humana, pelas Escrituras e o ápice foi vir à terra e se fazer homem, no seu Filho Jesus Cristo. Todos os indivíduos dependem do convencimento pelo Espírito e da graça de Deus (Jo 16.8-11; Ef 2.8). Pela pregação do evangelho chama os homens ao arrependimento para crê (Mt 21.32). São respostas humanas na dinâmica da salvação (Mc 1.15; 16.15-16).

A Corrupção do Gênero Humano – “A Queda no Éden arruinou toda a humanidade tão profundamente que transmitiu a todos os seres humanos a tendência ou inclinação para o pecado. Não somente isso, contaminou toda a humanidade: “não há um justo sequer” (Rm 3.10)”. Todas as pessoas estão mortas em ofensas e pecados (Ef 2.1,5). E aquele que vive na prática do pecado, escravo dele é (Jo 8.34).

Refutação à Depravação Total – O que significa? Nada mais, nada menos do que uma verdade bíblica levada ao extremo. Ensinam que o homem perdeu totalmente a imagem e semelhança com o seu Criador. Ou seja, os atributos de moralidade, racionalidade e espiritualidade foram ofuscados. E logo, perdeu também o livre arbítrio. E de nada adianta dá outros nomes (livre agência, livre escolha) e continuar negando o livre arbítrio humano.

A imagem de Deus no ser humano caído – Ela não foi erradicada, está desfigurada, maculada, mas não aniquilada (Gn 9.6; Tg 3.9). E o homem, mesmo no pecado possui o livre-arbítrio, tem a capacidade de fazer escolhas (Js 24.15; Jo 7.17; II Pd 3.5; Ap 22.17).

Consequências do extremismo doutrinário – A negação do livre arbítrio no homem (a capacidade de tomar decisões e fazer escolhas), desemboca no monergismo, o progenitor do calvinismo e concluem que só Deus é o responsável para redimir o homem, independentemente de qualquer ação da sua parte. E Deus soberanamente, como causa primária, determina tudo no homem e no seu destino final. E salvará somente “os seletos eleitos”. É como está escrito: “Um abismo chama outro abismo...” (Sl 42.7).

“A Eleição e a Predestinação centradas nos eleitos, não em Cristo, deforma as doutrinas da salvação (da soteriologia) nas Escrituras” (Samuel Borges).

II. A Heresia que Nega o Advento do Pecado

1.O Pelagianismo – É a heresia mais antiga no tocante à pecaminosidade no gênero humano. O nome vem de Pelágio, monge erudito britânico (360-420) que se transferiu para Roma em 409. Foi contemporâneo de *Agostinho de Hipona (354-430).

*Influenciado pela gnose maniqueísta onde passou cerca de dez anos, antes de se converter ao Cristianismo, Agostinho é o maior responsável por introduzir a depravação total (é uma doutrina teológica derivada do conceito agostiniano de pecado original), a negação do livre arbítrio no homem, o batismo de crianças e defender a dupla predestinação nos seus últimos escritos da sua vida, afetando a fé cristã, a partir do Romanismo.

O que ensinavam no Pelagianismo? O ser humano não nasce em pecado, a transgressão de Adão não afeta diretamente os outros, não existe pecado original, não existe a corrupção geral do gênero humano. São alguns pontos do pensamento deles. O Pelagianismo foi condenado no Concilio de Éfeso em 431.

Resposta Bíblica:

Um pouco da Hamartiologia – Doutrina do Pecado.

1.O Pecado Imputado (imputar acusar, atribuir culpa, crime...).

Transmissão do pecado: Transmitido por Adão a cada membro da raça humana. E por conseguinte todos pecaram e destituídos estão da glória e da presença de Deus (Rm 3.23).

Significado por extensão: O resultado da contaminação pelo pecado da queda no Éden. Ou seja, em razão de sermos e havermos herdado a mesma natureza caída.

Texto-chave: Romanos 5.12 – Toda a humanidade estava em Adão, e todos nós enfermamos espiritualmente e moralmente. Hoje todos somos propensos a pecar. Logo, respondemos pelos nossos atos, pecados e culpabilidades.

Responsabilidade Individual – “A alma que pecar, essa morrerá...” (Ez 18.20ª). Não respondemos pelos pecados pessoais de Eva e Adão.

Penalidade: Morte física e espiritual.

Remédio: A Justiça imputada de Cristo (II Co 5.18-21). “...Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo...”.

Pr. Batista, Glênio Fonseca Paranaguá, afirmou:

“A cruz é o instrumento cirúrgico que, amputando o pecado do ímpio e imputando a justiça do santo, restaura a glória perdida com o pecado”.

2.Pecado - Resumido em três aspectos:

a) Um ato - Violação ou falta de obediência para com a vontade de Deus.

b) Um estado - Ausência de justiça e pureza.

c) Uma natureza - Inimizade contra Deus, uma barreira que impede o homem de se relacionar com Deus.

Blaise Pascal (1623-1662), afirmou: “O homem é um amontoado de misérias e de grandezas.  Um rei sem trono, mas sempre rei. O homem é um complexo do bem e do mal, digno, ao mesmo tempo de respeito e de desprezo”.

3.Principais Significados de Pecado na Bíblia

Transgressão – Infração da lei, limite divino entre o bem e o mal (Sl 51.1; Rm 2.23).

Iniquidade – Um ato inerentemente errado, quer expressamente proibido ou não (Rm 1.21-23).

Erro – Um afastamento do bem (Rm 1.18; I Jo 3.4).

Errar o alvo – Um fracasso em atingir o padrão divino (Rm 3.23).

Delito – Invasão da vontade própria na esfera da autoridade divina (Ef 2.1).

Rebeldia – Anarquia espiritual, confrontar a Deus (I Tm 1.9).

Incredulidade – Um insulto à veracidade divina (Jo 16.9).

4.A Doutrina do Pecado em cinco pontos:

1 - Originou-se em Satanás (Is 14.12-14; Ez 28.14-15).

2 - Entrou no mundo humano por Adão (Rm 5.12).

3 - É universal, com a única exceção de Cristo (Rm 3.23; I Pd 2.22).

4 - Está sob a pena da morte espiritual, física e condenação eterna

(Gn 2.17; 3.19; Ez 18.4,20; Rm 6.23).

5 - Não tem remédio a não ser na morte sacrificial de Cristo (Jo 3.16; At 4.12; Hb 9.26).

III – O Perigo atual da negação do Pecado sobre a raça humana

a) As religiões reencarnacionistas negam a queda do homem no Éden;

b) O movimento religioso denominado Ciência Cristã nega a existência do pecado;

c) No Mormonismo, a transgressão de Adão não passou para a raça humana. Ou seja, negam a natureza humana caída. Obviamente, o pecado é individual, porém, pecamos por somos pecadores por natureza.

Rm 3.10-12 - Todos se extraviaram, não há quem faça o bem.

d) No iluminismo também havia alguns teóricos, negando o pecado original. A luz da razão era o que podia levantar o homem socialmente e fazê-lo próspero em tudo.

Consequências: Descentralizam a fé do calvário, da necessidade humana de redenção pelos méritos de Cristo, bem como desmerece sua morte vicária. Portanto, é uma ignorância gritante à Graça de Deus.

“Quem acha que merece o céu, depõe contra si, prova que não nasceu de novo”.

A Igreja como coluna e firmeza da verdade – Importa identificar o ensino antibíblico, para apresentar no contraponto o Evangelho que conduz à salvação, porque Jesus morreu por todos na cruz (Jo 3.16; I Co 15.3; I Tm 1.15). E nessa missão, temos a ajuda do Espírito Santo (Lc 12.12; At 1.8).

O analfabetismo bíblico tem levado muitas pessoas ao erro doutrinário. E mais além, ao inferno, e muitos deles, com o zelo cego da religiosidade.

Conclusão

1.Há esperança em Jesus para todo o crê, apesar da degeneração espiritual do homem.

2.O maligno no seu engano tem feito de tudo, inclusive pela religião e seitas, para o homem caído não encontrar o caminho de volta para Deus.

"Não é possível tornar o inferno atraente, então o diabo torna atraente o caminho que leva até lá" - Basílio de Cesareia.

3.Que preguemos o evangelho com amor e ousadia, levando vidas a Cristo Jesus.

4.Em apologia da fé o CACP (Centro Acadêmico Cristão de Pesquisa), tem o lema:

“Fazendo pela verdade o que as seitas fazem pela mentira”. Um exemplo a seguir.

Fontes da pesquisa:

Lição EBD/CPAD – 1º trimestre de 2025.

Bíblia Sagrada.

Declaração de Fé AD Brasil. Edição 2016.

www.pt.wikipedia.org

Anotações pessoais.


Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 06/03/2025.

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