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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Quem é o Espírito Santo?

II Co 3.17 – “Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade”.

Lição 9 - Introdução

1.É necessário primeiro conhecer a verdadeira identidade do Espírito Santo, à luz da Bíblia, para então poder defendê-la.

2.O Espírito Santo conhece, penetra até as profundezas de Deus (I Co 3.10).

3.É pelo Espírito Santo que Deus habita em nós, o Espírito com os mesmos atributos da deidade (I Co 3.16).

4.Identificamos o Espírito Santo na medida que pontuamos sua deidade, atributos e obras.

I – O outro Consolador (Jo 14.16)

1.Jesus ao se preparar para retornar ao Pai, prometeu enviar o consolador, o Paracleto (Jo 16.7) – significa defensor, advogado, intercessor, auxiliador, ajudador.

2.No grego “allos”, significa outro da mesma natureza, substância, espécie e com as mesmas qualificações, poder e glória do Pai e do Filho, eis porque é chamado de o outro Consolador.

3.Não se encontra na Bíblia o sentido de que o Espírito Santo seja uma mera força ativa de Deus, como ensinam no Jeovismo.

4.Portanto, o Consolador é enviado pelo Pai em nome de Jesus para ensinar os discípulos e fazer lembrar de tudo o que o Filho ensinou e para testificar dEle (Jo 15.26).

II – Sua Deidade, Atributos, Pessoa e Ações

1.Sua deidade – Tanto no AT como no NT encontramos uma alternância em torno dos nomes de Deus e do Espírito Santo.

2. Na experiência da presença de Deus na vida de Sansão, observa-se esse fato.

Jz 15.14 - “O Espírito do Senhor possantemente se apossou dele”. E quando traído por Dalila, Sansão “(...) não sabia que já o Senhor se tinha retirado dele” (Jz 16.20).

Assim, tanto o Espírito de Javé e Javé, ou seja, o Espírito do Senhor e o Senhor são nomes divinos usados alternadamente. Fica claro, no Antigo Testamento, que o Espírito Santo é o próprio Deus. 

O Espírito Santo não é uma parte da Divindade, mas, sim, Deus em toda a sua plenitude e, por isso mesmo, é incriado, autoexistente e absolutamente autônomo. 

2.Seus Atributos - Em toda a Bíblia, podemos observar claramente que o Espírito Santo é Deus; pois, além de possuir atributos divinos, Ele atua como somente Deus pode fazer. A Bíblia “mostra o Espírito de Deus com todas as qualidades divinas como: onisciência (Is 40.13), onipresença (Sl 139.7), onipotência (Is 34.16) e eternidade (Hb 9.14). O Espírito Santo, junto com o Pai e o Filho, é o Criador de todo o universo e do ser humano (Jó 26.13; 33.4)” (Barreto, 2024, p. 65).

Ele é eterno (Hb 9.14);

Ele é onisciente (I Co 2.10,11);

Ele é Todo-Poderoso (Lc 1.35; I Co 12.11);

Ele é mencionado junto com o Pai e o Filho (Mt 28.19; II Co 13.13);

Ele é criador (Jó 33.4; Sl 104.30);

Ele é mencionado na doutrina da unidade da fé cristã (Ef 4.4-6);

Ele estava presente quando todas as coisas foram criadas (Gn 1.1,2).

Ele é chamado “Deus” (At 5.3,4);

Ele é onipresente (Sl 139.7-10);

Ele inspirou a Palavra de Deus (I Pd 1.11; II Pd 1.21; II Tm 3.16).

 

É conhecedor do futuro (Lc 2.26; Jo 16.13; At 20.23), isso por ser Ele onisciente. Possui o atributo da eternidade, pois é chamado de “Espírito eterno” (Hb 9.14).

3.A Personalidade do Espírito Santo. A Bíblia ensina que o Espírito Santo é uma pessoa, pois, além de possuir sentimento, intelecto e vontade, Ele age como uma pessoa e faz coisas que uma força ou energia jamais poderiam fazer. Vejamos:

Ele fala (At 13.2; Ap 2.7);

Ele ama (Rm 15.30);

Ele guia (At 8.29; Rm 8.14);

Pode-se mentir a Ele (At 5.3,4);

Ele intercede (Rm 8.26);

Ele pode impedir (At 16.6,7);

Ele testifica (Jo 15:26);

Pode-se resistir a Ele (At 7.51);

Ele tem vontade própria (1Co 12.11);

Pode-se entristecê-Lo (Ef 4.30);

Ele ensina e faz lembrar (Jo 14.26);

Pode-se blasfemar contra Ele (Mt 12.31,32).

4.Suas Ações - São inúmeras as obras de Deus efetuadas pelo Espírito Santo. Ele gerou Jesus Cristo (Lc 1.35), dá a vida eterna (Gl 6.8), guia o seu povo (Sl 143.10; Is 63.14; Rm 8.14; Gl 5.18), é o Senhor da Igreja (At 20.28) e santificador dos fiéis (Rm 15.16;  I Pd 1.2).

O Espírito habita nos crentes (Jo 14.17; Rm 8.11; 1Co 3.16), é o autor do Novo Nascimento (Jo 3.5,6; Tt 3.5), da vida (Ez 37.14; Rm 8.11-13) e o distribuidor dos dons espirituais (1Co 12.7-11). Essas obras são exclusivas de Deus, realizadas pelo Pai, Filho e o Espírito Santo. Essas obras divinas evidenciam que o Espírito Santo é Deus igual ao Pai.

III. Heresias Antigas e Novas sobre o Espírito Santo

Não havia consenso sobre o Espírito Santo no Oriente nas primeiras décadas depois do Concílio de Niceia (325 d.C.). Havia diversas interpretações.

1.Heresias primitivas sobre o Espírito Santo:

a) Os arianistas - Ário considerava o Espírito Santo como criatura, ou seja, um ser criado, tal qual pensava da pessoa de Jesus.

Eunômio, um dos arianistas mais radicais, considerava o Espírito Santo como a mais nobre das criaturas produzidas pelo Filho a pedido do Pai, dizia que “o Filho é o criador do Espírito”.

b) Tropicianos - Eram uma seita do Egito, cujo nome vem de tropos, “figura”. Atanásio assim o denominou por causa da exegese figurada deles, diziam ser o Espírito Santo um anjo e uma criatura.

c) Pneumatomacianos - Surgem depois dos tropicianos. Eustáquio de Sebaste (300-380 d.C.) foi o principal defensor dessa heresia, o movimento negava a divindade do Espírito Santo.

2.O Espírito Santo em outras religiões na atualidade:

a) O grupo religioso das Testemunhas de Jeová – Segue a antiga linha teológica dos arianistas. Seus líderes negam a divindade e a personalidade do Espírito Santo.

Tradução do Novo Mundo (TNM) substitui o “Espírito de Deus” por “força ativa de Deus” (Gn 1.2) e usa a expressão: “e todos ficaram cheios de espírito santo” (At 2.4). A expressão hebraica rûach ’ĕlōhîm, “Espírito de Deus”, aparece 11 vezes no Antigo Testamento e somente nessa passagem é traduzida na TNM por “força ativa de Deus”.

b) No Islã – Seus teóricos confundem a palavra grega periklytós, “renomado ao redor, ilustre”, com paraklētos (Jo 14.16,26; 15.26; 16.7). Assim, concluem equivocamente que Maomé é o Consolador prometido por Jesus. Convém lembrar que periklytós não é uma palavra bíblica, não aparece em lugar algum da Bíblia Sagrada, nem no Novo Testamento grego nem na Septuaginta.

Resposta bíblica:

a) Jesus disse que o Consolador é o próprio Espírito Santo (Jo 14.26).

b) A promessa do Senhor Jesus é “para que fique convosco para sempre” (Jo 14.16).

c)Trata-se de um ser que não morre, mas sim que vive para sempre, pelos séculos dos séculos.

d) Jesus disse também que o Consolador “habita convosco e estará em vós” (Jo 14.17).

e) E que, “quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, testificará de mim” (Jo 15.26). E, portanto, o Espírito Santo testifica de Cristo, o nosso Senhor.

IV - O Espírito Santo na Experiência Humana

1. A atuação do Espírito Santo no Antigo Testamento. O “Espírito Santo atuava, principalmente, na vida dos juízes, profetas, sacerdotes e reis, como por exemplo:

Josué (Nm 27.18-21); Otoniel (Jz 3.9-10; José (Gn 41.38-40); Bezaleel (Êx 35.30-31); Moisés (Nm 11.16,17); Gideão (Jz 6.34), Jefté (Jz 11.29); Sansão (Jz 13.24,25); Saul (1Sm 10.6); Davi (1Sm 16.13) e outros.

A sua atuação era de maneira específica e temporária, sobre pessoas e para obras específicas. O derramamento geral do Espírito é mencionado como um evento futuro (Jl 2.28,29) que aconteceu seu cumprimento em Atos dos Apóstolos (At 2).

2. A atuação do Espírito Santo no Novo Testamento. Este período descreve diversas atividades do Espírito Santo na experiência humana, de maneira que, podemos afirmar que seria impossível o homem ser salvo, sem a ação do Espírito em sua vida.

a) Ele convence - Em João 16.7-11 Jesus descreve a obra do Consolador em relação ao mundo (humanidade), convencendo-o do pecado, da justiça e do juízo;

b) Ele regenera - A regeneração é o mesmo que “nascer de novo”, ou seja, o milagre que ocorre na vida de todo aquele que teve um encontro com Cristo, tornando-o participante da natureza divina. Através da regeneração, o homem passa a desfrutar de uma nova realidade espiritual, tornando-se uma nova criatura em Cristo (Jo 3.5-8; Tt 3.5);

c) Ele habita - No ato da regeneração, o Espírito Santo passa a habitar no crente, mantendo uma relação pessoal com o indivíduo. Esta união com Deus é chamada de habitação ou morada do Espírito em nós (Jo 14.17; Rm 8.9; 1Co 6.19; 2Tm 1.14; 1Jo 2.27; 3.24).

Conclusão

1.Que estejamos atentos a qualquer ensino que diminua, reduza a pessoalidade e o caráter divino do Espírito Santo.

2.Como o Espírito Santo não é uma mera força impessoal, um fluído etéreo, é Ele quem nos capacita a realizar qualquer ação em prol do Reino de Deus.

3.Sem o Espírito Santo, a Igreja jamais seria uma agência do sobrenatural.

4.Devemos reconhecer que sendo o Espírito Santo Deus, não é possível defini-Lo ou descrevê-Lo em Sua plenitude. E também cientes de que as atuações desse supremo Ser, não se limita às experiências que foram registradas nas páginas das Sagradas Escrituras.

Fontes da Pesquisa:

Bíblia Sagrada.

Lição EBD/CPAD – 1º trimestre de 2025

Lições RBC1 - ADPE


Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 28/02/2025.

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