II Co 3.17 – “Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade”.
Lição 9 - Introdução1.É
necessário primeiro conhecer a verdadeira identidade do Espírito Santo, à luz
da Bíblia, para então poder defendê-la.
2.O
Espírito Santo conhece, penetra até as profundezas de Deus (I Co 3.10).
3.É
pelo Espírito Santo que Deus habita em nós, o Espírito com os mesmos atributos
da deidade (I Co 3.16).
4.Identificamos o Espírito Santo na medida que pontuamos sua deidade, atributos e
obras.
I – O outro Consolador
(Jo 14.16)
1.Jesus
ao se preparar para retornar ao Pai, prometeu enviar o consolador, o Paracleto
(Jo 16.7) – significa defensor, advogado, intercessor, auxiliador, ajudador.
2.No
grego “allos”, significa outro da mesma natureza, substância, espécie e com as
mesmas qualificações, poder e glória do Pai e do Filho, eis porque é chamado de
o outro Consolador.
3.Não
se encontra na Bíblia o sentido de que o Espírito Santo seja uma mera força
ativa de Deus, como ensinam no Jeovismo.
4.Portanto, o Consolador é enviado pelo Pai em nome de Jesus para ensinar os
discípulos e fazer lembrar de tudo o que o Filho ensinou e para testificar dEle
(Jo 15.26).
II – Sua
Deidade, Atributos, Pessoa e Ações
1.Sua
deidade – Tanto no AT como no NT
encontramos uma alternância em torno dos nomes de Deus e do Espírito Santo.
2.
Na experiência da presença de Deus na vida de Sansão, observa-se esse fato.
Jz
15.14 - “O Espírito do Senhor possantemente se apossou dele”. E quando traído por
Dalila, Sansão “(...) não sabia que já o Senhor se tinha retirado dele” (Jz
16.20).
Assim,
tanto o Espírito de Javé e Javé, ou seja, o Espírito do Senhor e o Senhor são
nomes divinos usados alternadamente. Fica claro, no Antigo Testamento, que o
Espírito Santo é o próprio Deus.
O Espírito Santo não é uma parte da Divindade, mas, sim, Deus em toda a sua plenitude e, por isso mesmo, é incriado, autoexistente e absolutamente autônomo.
2.Seus Atributos - Em
toda a Bíblia, podemos observar claramente que o Espírito Santo é Deus; pois,
além de possuir atributos divinos, Ele atua como somente Deus pode fazer. A
Bíblia “mostra o Espírito de Deus com todas as qualidades divinas como:
onisciência (Is 40.13), onipresença (Sl 139.7), onipotência (Is 34.16) e eternidade
(Hb 9.14). O Espírito Santo, junto com o Pai e o Filho, é o Criador de todo o
universo e do ser humano (Jó 26.13; 33.4)” (Barreto, 2024, p. 65).
Ele é
eterno (Hb 9.14); |
Ele é
onisciente (I Co 2.10,11); |
Ele é
Todo-Poderoso (Lc 1.35; I Co 12.11); |
Ele é
mencionado junto com o Pai e o Filho (Mt 28.19; II Co 13.13); |
Ele é
criador (Jó 33.4; Sl 104.30); |
Ele é
mencionado na doutrina da unidade da fé cristã (Ef 4.4-6); |
Ele
estava presente quando todas as coisas foram criadas (Gn 1.1,2). |
Ele é
chamado “Deus” (At 5.3,4); |
Ele é
onipresente (Sl 139.7-10); |
Ele
inspirou a Palavra de Deus (I Pd 1.11; II Pd 1.21; II Tm 3.16). |
É conhecedor do futuro (Lc 2.26; Jo 16.13; At 20.23), isso por ser Ele onisciente. Possui o atributo da eternidade, pois é chamado de “Espírito eterno” (Hb 9.14).
3.A Personalidade do Espírito
Santo. A Bíblia ensina que o Espírito Santo é uma pessoa, pois,
além de possuir sentimento, intelecto e vontade, Ele age como uma pessoa e faz
coisas que uma força ou energia jamais poderiam fazer. Vejamos:
Ele
fala (At 13.2; Ap 2.7); |
Ele ama
(Rm 15.30); |
Ele guia
(At 8.29; Rm 8.14); |
Pode-se
mentir a Ele (At 5.3,4); |
Ele
intercede (Rm 8.26); |
Ele
pode impedir (At 16.6,7); |
Ele
testifica (Jo 15:26); |
Pode-se
resistir a Ele (At 7.51); |
Ele tem
vontade própria (1Co 12.11); |
Pode-se
entristecê-Lo (Ef 4.30); |
Ele
ensina e faz lembrar (Jo 14.26); |
Pode-se
blasfemar contra Ele (Mt 12.31,32). |
4.Suas Ações - São inúmeras as obras de Deus efetuadas pelo Espírito Santo. Ele gerou Jesus Cristo (Lc 1.35), dá a vida eterna (Gl 6.8), guia o seu povo (Sl 143.10; Is 63.14; Rm 8.14; Gl 5.18), é o Senhor da Igreja (At 20.28) e santificador dos fiéis (Rm 15.16; I Pd 1.2).
O Espírito habita nos crentes
(Jo 14.17; Rm 8.11; 1Co 3.16), é o autor do Novo Nascimento (Jo 3.5,6; Tt 3.5),
da vida (Ez 37.14; Rm 8.11-13) e o distribuidor dos dons espirituais (1Co
12.7-11). Essas obras são exclusivas de Deus, realizadas pelo Pai, Filho e o
Espírito Santo. Essas obras divinas evidenciam que o Espírito Santo é Deus
igual ao Pai.
III. Heresias Antigas e Novas sobre o Espírito Santo
Não havia consenso sobre o
Espírito Santo no Oriente nas primeiras décadas depois do Concílio de Niceia
(325 d.C.). Havia diversas interpretações.
1.Heresias primitivas sobre o
Espírito Santo:
a) Os arianistas - Ário
considerava o Espírito Santo como criatura, ou seja, um ser criado, tal
qual pensava da pessoa de Jesus.
Eunômio, um dos arianistas
mais radicais, considerava o Espírito Santo como a mais nobre das criaturas
produzidas pelo Filho a pedido do Pai, dizia que “o Filho é o criador do
Espírito”.
b) Tropicianos - Eram
uma seita do Egito, cujo nome vem de tropos, “figura”. Atanásio assim o
denominou por causa da exegese figurada deles, diziam ser o Espírito Santo um
anjo e uma criatura.
c) Pneumatomacianos - Surgem
depois dos tropicianos. Eustáquio de Sebaste (300-380 d.C.) foi o
principal defensor dessa heresia, o movimento negava a divindade do Espírito
Santo.
2.O Espírito Santo em outras religiões na atualidade:
a) O grupo religioso das Testemunhas de
Jeová – Segue a antiga linha
teológica dos arianistas. Seus líderes negam a divindade e a personalidade do
Espírito Santo.
A Tradução do Novo Mundo (TNM)
substitui o “Espírito de Deus” por “força ativa de Deus” (Gn 1.2) e usa a
expressão: “e todos ficaram cheios de espírito santo” (At 2.4). A expressão hebraica rûach ’ĕlōhîm, “Espírito de Deus”, aparece 11 vezes no Antigo Testamento e
somente nessa passagem é traduzida na TNM por “força ativa de Deus”.
b) No Islã
– Seus teóricos confundem a palavra grega periklytós,
“renomado ao redor, ilustre”, com paraklētos (Jo 14.16,26; 15.26; 16.7). Assim,
concluem equivocamente que Maomé é o Consolador prometido por Jesus. Convém
lembrar que periklytós não é uma palavra bíblica, não aparece em
lugar algum da Bíblia Sagrada, nem no Novo Testamento grego nem na Septuaginta.
Resposta bíblica:
a)
Jesus disse que o Consolador é o próprio
Espírito Santo (Jo 14.26).
b)
A promessa do Senhor Jesus é “para que fique convosco para sempre” (Jo 14.16).
c)Trata-se
de um ser que não morre, mas sim que vive para sempre, pelos séculos dos
séculos.
d)
Jesus disse também que o Consolador “habita convosco e estará em vós” (Jo
14.17).
e)
E que, “quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar,
aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, testificará de mim” (Jo 15.26).
E, portanto, o Espírito Santo testifica de Cristo, o nosso Senhor.
IV - O Espírito Santo na
Experiência Humana
1. A atuação do Espírito Santo
no Antigo Testamento. O “Espírito Santo atuava, principalmente, na
vida dos juízes, profetas, sacerdotes e reis, como por exemplo:
Josué (Nm 27.18-21); Otoniel
(Jz 3.9-10; José (Gn 41.38-40); Bezaleel (Êx 35.30-31); Moisés (Nm 11.16,17);
Gideão (Jz 6.34), Jefté (Jz 11.29); Sansão (Jz 13.24,25); Saul (1Sm 10.6); Davi
(1Sm 16.13) e outros.
A sua atuação era de maneira
específica e temporária, sobre pessoas e para obras específicas. O derramamento
geral do Espírito é mencionado como um evento futuro (Jl 2.28,29) que aconteceu
seu cumprimento em Atos dos Apóstolos (At 2).
2. A atuação do Espírito Santo
no Novo Testamento. Este período descreve diversas atividades do
Espírito Santo na experiência humana, de maneira que, podemos afirmar que seria
impossível o homem ser salvo, sem a ação do Espírito em sua vida.
a) Ele convence - Em
João 16.7-11 Jesus descreve a obra do Consolador em relação ao mundo
(humanidade), convencendo-o do pecado, da justiça e do juízo;
b) Ele regenera - A
regeneração é o mesmo que “nascer de novo”, ou seja, o milagre que ocorre na
vida de todo aquele que teve um encontro com Cristo, tornando-o participante da
natureza divina. Através da regeneração, o homem passa a desfrutar de uma nova
realidade espiritual, tornando-se uma nova criatura em Cristo (Jo 3.5-8; Tt
3.5);
c) Ele habita - No
ato da regeneração, o Espírito Santo passa a habitar no crente, mantendo uma
relação pessoal com o indivíduo. Esta união com Deus é chamada de habitação ou morada
do Espírito em nós (Jo 14.17; Rm 8.9; 1Co 6.19; 2Tm 1.14; 1Jo 2.27; 3.24).
Conclusão
1.Que estejamos atentos a
qualquer ensino que diminua, reduza a pessoalidade e o caráter divino do
Espírito Santo.
2.Como o Espírito Santo não é
uma mera força impessoal, um fluído etéreo, é Ele quem nos capacita a realizar
qualquer ação em prol do Reino de Deus.
3.Sem o Espírito Santo, a
Igreja jamais seria uma agência do sobrenatural.
4.Devemos reconhecer que sendo
o Espírito Santo Deus, não é possível defini-Lo ou descrevê-Lo em Sua
plenitude. E também cientes de que as atuações desse supremo Ser, não se limita
às experiências que foram registradas nas páginas das Sagradas Escrituras.
Fontes da Pesquisa:
Bíblia Sagrada.
Lição EBD/CPAD – 1º trimestre
de 2025
Lições RBC1 - ADPE
Por Samuel Pereira de Macedo
Borges
Natal/RN, 28/02/2025.
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