Não podemos afirmar:
1.Jesus esteve entre nós 100%
Deus, 100% homem. Porém, não plenamente humano, considerando-se o seu
nascimento sobrenatural (Is 7.14; Mt 1.18-25). Do contrário, poderá ser acusado do
pecado original da queda humana (Rm 5.12; Hb 4.15).
2.Jesus despiu-se da sua
glória junto ao Pai (Jo 17.4-5), não da sua divindade, de modo que se fez
homem, sem nunca deixar de ser Deus. Eis o mistério da encarnação do verbo (Jo
1.1-2).
3.Jesus revelou-se entre nós
com duas naturezas distintas, uma divina e outra humana (I Tm 3.16). Unir essas
duas naturezas incorre-se no erro da heresia monofisista, defendida por seu
principal expoente Êutico (378-454 - monge de Constantinopla). O Monofisismo
foi discutido e condenado no Concílio de Calcedônia em 451.
4.Jesus como Deus, fez-se
homem, com duas naturezas, sendo uma só pessoa, um único ser. Quem ensinou
erradamente foi Nestório (380-451, bispo de Constantinopla). No seu pensamento as
duas naturezas de Jesus, a humana e a divina, eram duas pessoas. A afirmação
nestoriana foi condenada como heresia no Concílio de Éfeso em 431 e em 451 na
Calcedônia.
5.Jesus veio ao mundo, entre
outros fins, para consumar a redenção em prol da Humanidade. E sendo Deus,
adquiriu a natureza humana, o título de Filho do homem, o Cordeiro de Deus (Jo
1.29;At 20.28). E permanece Deus e homem simultaneamente, seja na terra ou no
céu. Estevão o viu em visão identificado como o Filho do homem no céu, à destra
do Pai (Mt 19.28; At 7.55-56), e várias referências do Apocalipse faz menção ao
Cordeiro de Deus na eternidade (Ap 5.11-14;7.17;14.4;21.22-23).
6.Jesus ao ressuscitar recebeu
corpo glorificado, identificado com o seu corpo pessoal, inclusive com as marcas
do que sofreu no calvário (Jo 20.24-29). Como o espírito e alma não morrem, a
ressurreição bíblica é sempre do corpo. Não é descartável. O corpo humano faz
parte da personalidade do indivíduo. Quando formos ressuscitados, o corpo
incorruptível do salvo, com capacidade de se materializar e se desmaterializar terá
identidade com cada pessoa. Entretanto, sem defeitos (I Co 15.42-43). No
inferno nem no céu se perde a identidade corporal do homem. O ímpio
ressuscitará com corpo não glorificado, preparado para enfrentar a condenação.
7.No céu a natureza humana de
Jesus não é obstáculo para exercer a sua divindade. Especialmente, em corpo
ressurreto, não despido da sua glória. E em Cristo continua a habitar
corporalmente toda a plenitude da divindade (Cl 2.9).
Por Samuel Pereira de Macedo Borges
Bacharel em Direito e Teologia
Natal/RN, 13/02/2025.
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