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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

O que podemos afirmar e o que não podemos afirmar sobre as duas naturezas de Jesus

Não podemos afirmar:

O que podemos afirmar, explicitando sobre as duas naturezas de Jesus

1.Jesus esteve entre nós 100% Deus, 100% homem. Porém, não plenamente humano, considerando-se o seu nascimento sobrenatural (Is 7.14; Mt 1.18-25). Do contrário, poderá ser acusado do pecado original da queda humana (Rm 5.12; Hb 4.15).

2.Jesus despiu-se da sua glória junto ao Pai (Jo 17.4-5), não da sua divindade, de modo que se fez homem, sem nunca deixar de ser Deus. Eis o mistério da encarnação do verbo (Jo 1.1-2).

3.Jesus revelou-se entre nós com duas naturezas distintas, uma divina e outra humana (I Tm 3.16). Unir essas duas naturezas incorre-se no erro da heresia monofisista, defendida por seu principal expoente Êutico (378-454 - monge de Constantinopla). O Monofisismo foi discutido e condenado no Concílio de Calcedônia em 451.

4.Jesus como Deus, fez-se homem, com duas naturezas, sendo uma só pessoa, um único ser. Quem ensinou erradamente foi Nestório (380-451, bispo de Constantinopla). No seu pensamento as duas naturezas de Jesus, a humana e a divina, eram duas pessoas. A afirmação nestoriana foi condenada como heresia no Concílio de Éfeso em 431 e em 451 na Calcedônia.

5.Jesus veio ao mundo, entre outros fins, para consumar a redenção em prol da Humanidade. E sendo Deus, adquiriu a natureza humana, o título de Filho do homem, o Cordeiro de Deus (Jo 1.29;At 20.28). E permanece Deus e homem simultaneamente, seja na terra ou no céu. Estevão o viu em visão identificado como o Filho do homem no céu, à destra do Pai (Mt 19.28; At 7.55-56), e várias referências do Apocalipse faz menção ao Cordeiro de Deus na eternidade (Ap 5.11-14;7.17;14.4;21.22-23).

6.Jesus ao ressuscitar recebeu corpo glorificado, identificado com o seu corpo pessoal, inclusive com as marcas do que sofreu no calvário (Jo 20.24-29). Como o espírito e alma não morrem, a ressurreição bíblica é sempre do corpo. Não é descartável. O corpo humano faz parte da personalidade do indivíduo. Quando formos ressuscitados, o corpo incorruptível do salvo, com capacidade de se materializar e se desmaterializar terá identidade com cada pessoa. Entretanto, sem defeitos (I Co 15.42-43). No inferno nem no céu se perde a identidade corporal do homem. O ímpio ressuscitará com corpo não glorificado, preparado para enfrentar a condenação.

7.No céu a natureza humana de Jesus não é obstáculo para exercer a sua divindade. Especialmente, em corpo ressurreto, não despido da sua glória. E em Cristo continua a habitar corporalmente toda a plenitude da divindade (Cl 2.9).


Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Bacharel em Direito e Teologia

Natal/RN, 13/02/2025.

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