A doutrina da Trindade bíblica consiste em um só Deus que subsiste eternamente em três pessoas distintas, presente no AT como no NT.
O monoteísmo bíblico do AT,
por exemplo Dt 6.4 – “Ouve Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor”. A
palavra hebraica ‘echad’, traduzida como ‘único’ indica uma unidade composta.
Não contradiz a doutrina da Trindade.
O Que hoje se entende por Subordinacionismo?
É um ensino herético que declara ser o Filho subordinado ao Pai ou um deus secundário ou menos divino que o Pai. Os monarquianistas dinâmicos (adocionistas) e os arianistas são os principais representantes dessa heresia. Orígenes de Alexandria (185-254), foi o seu principal mentor e muito escreveu em torno da evidência, da razão e das Escrituras. Elevou a teologia cristã a alta categoria científica e combateu o apocaliptismo da época. Sua filosofia é essencialmente neoplatônica e sua ética, estóica. Ele exerceu grande influência no Oriente por mais de 100 anos.
Orígenes defendia que o Filho
é subordinado ao Pai em natureza e substância, ou seja, ignorou, negava os
aspectos ontológicos do ser e da Divindade absoluta de Jesus Cristo com o Pai
(Jo 1.1-2;10.30).
O mistério da unidade na
Trindade em três pessoas distintas em essência, caráter e forma está presente
nas Escrituras desde o Gênesis 1.1-2,26.
Distinção entre Subordinação
funcional e a ontológica
Subordinação funcional - Segundo
Benjamin Breckinridge Warfield (1851-1921), “não há dúvida que nas “formas de
operação”, como é tecnicamente conhecido — isto é, nas funções atribuídas às
várias pessoas da Trindade, no processo de redenção, e, mais amplamente, em
toda a matéria das relações de Deus com o mundo — se exprime, de forma
evidente, o princípio da subordinação”.
Subordinação *Ontológica -
(Relacionada ao ser, ao estudo da realidade do ser – Diz
respeito à natureza essencial de Jesus em relação ao Pai. A doutrina bíblica da
Trindade afirma que Pai, Filho e Espírito Santo são um único Deus em três
pessoas distintas, em essência, natureza e substância divina.
*A ontologia cristã aponta para o Ser de Deus: “Deus é o
ser infinito, pessoal (triúno), transcendente e imanente, onisciente,
onipotente, onipresente, soberano, Criador do universo. Deus infinito-pessoal é
o que significa ser.
“...O que o Pai faz, o faz
mediante o Filho (Rom. 2.16; 3.22; 5:1,11,17,21; Ef. 1.5; I Tes. 5.9; Tito 3.5),
por meio do Espírito”.
No conselho divino nos céus,
no Plano da redenção, Jesus, Deus o Filho, se disponibilizou para ser o enviado
do Pai. Isaías 6.8 tem sido interpretado em alusão a sua decisão na eternidade,
fora do tempo dos humanos. Ele é o Cordeiro de Deus que foi morto desde a
fundação do mundo, ou seja, estava na presciência divina o seu sacrifício na
cruz pela humanidade (I Pd 1.18-20; Ap 13.8).
Jesus para vir ao mundo e
padecer na cruz, recebeu uma missão do Pai. A sua morte foi uma doação do Pai
(Jo 3.16). Porém, Jesus ao dar a sua vida o fez voluntariamente, sob comando do
Pai. Ninguém podia tirar a sua vida. Ele a deu (Jo 10.17-18).
João 5.30; 6.38-40; Hb 10.9 - Jesus
veio para fazer a vontade do Pai, não a sua vontade. E quando uma das pessoas
da Trindade expressa a sua vontade, jamais contraria as outras na unidade da Deidade.
Foi muito duro para Cristo,
enfrentar a dor da separação do Pai, por um momento na execução da expiação no
gólgota. E chegou a orar: “Pai, se possível passa de mim este cálice sem que eu
beba....mas, seja feita a tua vontade”.
João 7.16-17 - A sua doutrina é
do Pai.
João 10.30 - Jesus disse que
Ele e o Pai, são um (Jo 10.30). Declara a unidade da deidade com o Deus Pai.
João 13.16 – O enviado é menor
do que aquele que o enviou.
João 14.28 - Jesus afirmou que
o Pai é maior do que Ele, tendo em vista que assumiu voluntariamente a condição
de servo e para cumprir o papel messiânico.
O Apóstolo Paulo diz-nos que
Cristo é de Deus, assim como nós somos de Cristo (I Co 3.23), e que, assim como
Cristo é “a cabeça de todo o varão”, também “Deus é a cabeça de Cristo” (I Co
11.3).
Acerca do Espírito Santo:
João 14.16 – Jesus rogou ao
Pai, para Ele nos dá outro consolador, em seu lugar, em continuidade na missão
da Igreja.
João 16.7 – Jesus tinha que
ascender ao Pai e enviar o Espírito Santo, o Consolador. Em Jo 14.26, o
Espírito Santo é enviado do Pai, em seu nome.
João 16.13 – O Espírito Santo,
o guia de toda a verdade, não veio para falar de si mesmo.
João 16.14 – O Espírito Santo
veio para glorificar ao Filho e anunciar o que dele recebeu.
E enfim, em Mateus 28.18 – A Jesus ressuscitado foi dado todo o poder no céu e na terra pelo Pai (Jo 3.35).
Chegará o momento, na
plenitude dos tempos, quando o Filho de Deus entregará tudo ao Pai (I Co
15.24-28).
Conforme a Declaração de Fé da AD Brasil, pág. 24 – Edição Novembro
2016 advoga:
“A subordinação do Filho não compromete a sua deidade
absoluta e, da mesma forma, a subordinação do Espírito Santo ao ministério do
Filho e ao Pai não é sinônimo de inferioridade”.
E, portanto, “...não compromete a deidade absoluta do Filho:
“porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9), nem
a igualdade de essência e de substância das três Pessoas da Trindade”.
Após consumada a redenção humana,
Deus o Filho, ascendeu aos céus, assentou-se à destra do Pai (At 7.55-56; Rm
8.34). É oportuno indagarmos, porque não se faz menção direta ao Espírito Santo junto
ao trono de Deus?
No AT Deus foi se manifestando
pela Criação, na consciência do homem, pelas próprias Escrituras proféticas, utilizando-se
de Teofanias e ora por ação esporádica do Espírito Santo.
No NT Jesus veio em carne,
100% Deus, 100% homem e se manifestou entre nós, revelou o Pai, instituiu a sua
Igreja, cumpriu o seu ministério, ao ressuscitar ascendeu aos céus, deixando a
promessa da descida do Espírito Santo para estar com a Igreja. E cumpriu-se no
Dia de Pentecostes.
Deus é Espírito, uma das
definições teológica da Divindade nas Escrituras (Jo 4.23-24). Sendo Ele em
Essência Espírito soberano em excelência, no céu, no seu trono, estará
literalmente presente na plenitude da Divindade, não como a 3ª pessoa da
Trindade que nos conduz na presente Era da Igreja.
Ap 4.5,10-11– Na visão do
trono da majestade divina, faz referência aos sete Espíritos divinos, como sete
relâmpagos ardendo em fogo. Aos quatro seres viventes e aos vinte e quatro anciãos.
Os sete Espíritos de Deus têm sido interpretados, representando a presença plena
da Deidade no seu trono de glória e da sua habitação, digna de honra e adoração,
aquele que vive para todo o sempre. Amém!
Fontes da Pesquisa:
Bíblia Sagrada – ARC –
Atualizada, Revista e Corrigida.
Declaração de Fé da AD Brasil.
Lição EBD/CPAD – 1º trimestre
de 2025. Comentário Pr Esequias Soares.
Artigo Subordinacionismo – Tiago
Rosas.
Doutrina da Trindade – Por Benjamin
Breckinridge Warfield.
Por Samuel Pereira de Macedo
Borges
Natal/RN, 07/02/2025.
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