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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Aspectos nas Relações entre as Pessoas da Trindade

 

A doutrina da Trindade bíblica consiste em um só Deus que subsiste eternamente em três pessoas distintas, presente no AT como no NT.

O monoteísmo bíblico do AT, por exemplo Dt 6.4 – “Ouve Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor”. A palavra hebraica ‘echad’, traduzida como ‘único’ indica uma unidade composta. Não contradiz a doutrina da Trindade.

O Que hoje se entende por Subordinacionismo?

É um ensino herético que declara ser o Filho subordinado ao Pai ou um deus secundário ou menos divino que o Pai. Os monarquianistas dinâmicos (adocionistas) e os arianistas são os principais representantes dessa heresia. Orígenes de Alexandria (185-254), foi o seu principal mentor e muito escreveu em torno da evidência, da razão e das Escrituras. Elevou a teologia cristã a alta categoria científica e combateu o apocaliptismo da época. Sua filosofia é essencialmente neoplatônica e sua ética, estóica. Ele exerceu grande influência no Oriente por mais de 100 anos.

Orígenes defendia que o Filho é subordinado ao Pai em natureza e substância, ou seja, ignorou, negava os aspectos ontológicos do ser e da Divindade absoluta de Jesus Cristo com o Pai (Jo 1.1-2;10.30).

O mistério da unidade na Trindade em três pessoas distintas em essência, caráter e forma está presente nas Escrituras desde o Gênesis 1.1-2,26.

Distinção entre Subordinação funcional e a ontológica

Subordinação funcional - Segundo Benjamin Breckinridge Warfield (1851-1921), “não há dúvida que nas “formas de operação”, como é tecnicamente conhecido — isto é, nas funções atribuídas às várias pessoas da Trindade, no processo de redenção, e, mais amplamente, em toda a matéria das relações de Deus com o mundo — se exprime, de forma evidente, o princípio da subordinação”.

Subordinação *Ontológica - (Relacionada ao ser, ao estudo da realidade do ser – Diz respeito à natureza essencial de Jesus em relação ao Pai. A doutrina bíblica da Trindade afirma que Pai, Filho e Espírito Santo são um único Deus em três pessoas distintas, em essência, natureza e substância divina.

*A ontologia cristã aponta para o Ser de Deus: “Deus é o ser infinito, pessoal (triúno), transcendente e imanente, onisciente, onipotente, onipresente, soberano, Criador do universo. Deus infinito-pessoal é o que significa ser.

“...O que o Pai faz, o faz mediante o Filho (Rom. 2.16; 3.22; 5:1,11,17,21; Ef. 1.5; I Tes. 5.9; Tito 3.5), por meio do Espírito”.

No conselho divino nos céus, no Plano da redenção, Jesus, Deus o Filho, se disponibilizou para ser o enviado do Pai. Isaías 6.8 tem sido interpretado em alusão a sua decisão na eternidade, fora do tempo dos humanos. Ele é o Cordeiro de Deus que foi morto desde a fundação do mundo, ou seja, estava na presciência divina o seu sacrifício na cruz pela humanidade (I Pd 1.18-20; Ap 13.8).

Jesus para vir ao mundo e padecer na cruz, recebeu uma missão do Pai. A sua morte foi uma doação do Pai (Jo 3.16). Porém, Jesus ao dar a sua vida o fez voluntariamente, sob comando do Pai. Ninguém podia tirar a sua vida. Ele a deu (Jo 10.17-18).

João 5.30; 6.38-40; Hb 10.9 - Jesus veio para fazer a vontade do Pai, não a sua vontade. E quando uma das pessoas da Trindade expressa a sua vontade, jamais contraria as outras na unidade da Deidade.

Foi muito duro para Cristo, enfrentar a dor da separação do Pai, por um momento na execução da expiação no gólgota. E chegou a orar: “Pai, se possível passa de mim este cálice sem que eu beba....mas, seja feita a tua vontade”.

João 7.16-17 - A sua doutrina é do Pai.

João 10.30 - Jesus disse que Ele e o Pai, são um (Jo 10.30). Declara a unidade da deidade com o Deus Pai.

João 13.16 – O enviado é menor do que aquele que o enviou.

João 14.28 - Jesus afirmou que o Pai é maior do que Ele, tendo em vista que assumiu voluntariamente a condição de servo e para cumprir o papel messiânico.

O Apóstolo Paulo diz-nos que Cristo é de Deus, assim como nós somos de Cristo (I Co 3.23), e que, assim como Cristo é “a cabeça de todo o varão”, também “Deus é a cabeça de Cristo” (I Co 11.3).

Acerca do Espírito Santo:

João 14.16 – Jesus rogou ao Pai, para Ele nos dá outro consolador, em seu lugar, em continuidade na missão da Igreja.

João 16.7 – Jesus tinha que ascender ao Pai e enviar o Espírito Santo, o Consolador. Em Jo 14.26, o Espírito Santo é enviado do Pai, em seu nome.

João 16.13 – O Espírito Santo, o guia de toda a verdade, não veio para falar de si mesmo.

João 16.14 – O Espírito Santo veio para glorificar ao Filho e anunciar o que dele recebeu. 

E enfim, em Mateus 28.18 – A Jesus ressuscitado foi dado todo o poder no céu e na terra pelo Pai (Jo 3.35).

Chegará o momento, na plenitude dos tempos, quando o Filho de Deus entregará tudo ao Pai (I Co 15.24-28).

Conforme a Declaração de Fé da AD Brasil, pág. 24 – Edição Novembro 2016 advoga:

“A subordinação do Filho não compromete a sua deidade absoluta e, da mesma forma, a subordinação do Espírito Santo ao ministério do Filho e ao Pai não é sinônimo de inferioridade”.

E, portanto, “...não compromete a deidade absoluta do Filho: “porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9), nem a igualdade de essência e de substância das três Pessoas da Trindade”.

Após consumada a redenção humana, Deus o Filho, ascendeu aos céus, assentou-se à destra do Pai (At 7.55-56; Rm 8.34). É oportuno indagarmos, porque não se faz menção direta ao Espírito Santo junto ao trono de Deus?

No AT Deus foi se manifestando pela Criação, na consciência do homem, pelas próprias Escrituras proféticas, utilizando-se de Teofanias e ora por ação esporádica do Espírito Santo.

No NT Jesus veio em carne, 100% Deus, 100% homem e se manifestou entre nós, revelou o Pai, instituiu a sua Igreja, cumpriu o seu ministério, ao ressuscitar ascendeu aos céus, deixando a promessa da descida do Espírito Santo para estar com a Igreja. E cumpriu-se no Dia de Pentecostes.

Deus é Espírito, uma das definições teológica da Divindade nas Escrituras (Jo 4.23-24). Sendo Ele em Essência Espírito soberano em excelência, no céu, no seu trono, estará literalmente presente na plenitude da Divindade, não como a 3ª pessoa da Trindade que nos conduz na presente Era da Igreja.

Ap 4.5,10-11– Na visão do trono da majestade divina, faz referência aos sete Espíritos divinos, como sete relâmpagos ardendo em fogo. Aos quatro seres viventes e aos vinte e quatro anciãos. Os sete Espíritos de Deus têm sido interpretados, representando a presença plena da Deidade no seu trono de glória e da sua habitação, digna de honra e adoração, aquele que vive para todo o sempre. Amém!

Fontes da Pesquisa:

Bíblia Sagrada – ARC – Atualizada, Revista e Corrigida.

Declaração de Fé da AD Brasil.

Lição EBD/CPAD – 1º trimestre de 2025. Comentário Pr Esequias Soares.

Artigo Subordinacionismo – Tiago Rosas.

Doutrina da Trindade – Por Benjamin Breckinridge Warfield.

 

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 07/02/2025.

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