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domingo, 16 de outubro de 2022

Império Bizantino - Resumo

 

Em 395 d.C., o Império Romano estava em declínio e o imperador Teodósio propôs uma solução para a crise: dividir o imenso território de Roma em duas partes. Assim, o império foi dividido em ocidente, capital Roma e ao oriente, capital Constantinopla.  

A antiga cidade de Bizâncio, fundada pelos gregos em 667 a.C., havia sido conquistada pelos romanos em 330 d.C. E anexada ao império. Naquele ano, o imperador Constantino (306-337 d.C.) decidiu rebatizar a cidade com o nome de Constantinopla.

Voltando no tempo, nos dois primeiros séculos da Era Cristã, a Igreja Primitiva esteve sob perseguição serrada do Império Romano. Os apóstolos não comungavam do culto aos césares. Tinham respeito às autoridades constituídas. O Cânon sagrado do Novo Testamento estava em formação. Muitos cristãos pagaram com suas vidas a fé que professavam. E só quando foi promulgado, por volta de 313, o Édito de Milão é que foi proibida à perseguição dos cristãos. E por volta de 380 d.C. o imperador Teodósio oficializou o Cristianismo religião do Império Romano.

A Igreja Cristã recebeu o nome de Católica somente no ano 381, no concílio de Constantinopla com o decreto “CUNCTOS POPULOS’ dirigido pelo imperador romano Teodósio (documentário o Estado do Vaticano – Pr. Lauro de Barros Campos).

A divisão do Império, levou Constantinopla, do lado oriental, a ganhar importância e se desenvolveu economicamente pelo comércio. Enquanto o Império Romano do Ocidente caia junto à Roma, que era saqueada pelos bárbaros, a parte oriental, Constantinopla permanecia praticamente intacta.

Com a queda de Roma, em 476 d.C. o Império Bizantino passou a ser o herdeiro das tradições romanas e sobreviveu mais mil anos.

O Império Bizantino atingiu seu apogeu durante o reinado de Justiniano. De 527 até 565, Justiniano governou o império oriental e tratou de expandir o território bizantino, chegando mesmo a reconquistar o que havia sido perdido pelos romanos ocidentais com a invasão bárbara. As tropas bizantinas reconquistaram Roma, o norte da África e a península Ibérica, que haviam sido conquistados pelos germânicos.

O governo bizantino se concentrava nas mãos do imperador. Ele detinha o poder absoluto. O Senado perdeu sua força política e se tornou apenas um conselho honorário.

A Cultura

A cultura bizantina era uma mistura de influências romanas, helenísticas e orientais. A cidade de Constantinopla era um importante centro comercial e cultural, e foi dali que o cristianismo se expandiu. Adotaram o grego como idioma oficial no século VII e mantiveram constantes relações com os povos asiáticos.

A Sociedade

A sociedade bizantina era patriarcal e não abria espaço para a participação das mulheres, que eram a metade da população. As classes sociais eram os pobres, os camponeses, os soldados e os comerciantes. Os integrantes da Igreja Ortodoxa tinham participação efetiva na administração do império. Os funcionários públicos gozavam de prestígio na sociedade em razão do cargo que ocupavam na estrutura burocrática do império.

A Arte

A arte bizantina teve influência do cristianismo em suas produções. Com o poder do imperador atingindo o âmbito religioso, ele também se tornou uma figura marcante e presente nas obras artísticas feitas no império. Nas pinturas, o imperador era retratado ao lado da figura de Jesus Cristo, uma alusão a ele ser o mensageiro entre os homens e o céu.

A Religião

O imperador bizantino teve papel ativo nas atividades eclesiásticas. Ele era o pontífice máximo e considerado o mensageiro de Jesus Cristo e responsável pela propagação da mensagem cristã. Surgia assim o cesaropapismo, ou seja, o imperador era chefe político e da Igreja. A crise de Roma fez com que Constantinopla se transformasse no centro da cristandade. A doutrina cristã estava atrelada às ordens do imperador, que publicava decretos regulando sobre a crença dos seus súditos.

A questão da veneração das imagens foi uma das grandes polêmicas religiosas do Império Bizantino. A Igreja Oriental não admitia a veneração às imagens de santos, e os ícones deveriam ser bidimensionais. Por conta dessa disputa, várias imagens foram destruídas.

Faz-se necessário citar também um grave surto de iconolatria (adoração de imagens) nos domínios do Império Bizantino. O que levou ao movimento iconoclasta. Biblicamente não há diferença entre iconolatria e idolatria, assim como não existe diferença entre venerar e adorar. São argumentos falsos do romanismo para defender o culto às imagens de esculturas religiosas.

Foi o período chamado de Iconoclastia (726-843 d.C.). Assim, muitas obras de arte se perderam enquanto não se chegou um acordo sobre a relação da veneração das imagens.

A Igreja Oriental utilizava a língua local nos seus cultos e não admitiam as imagens tridimensionais. Já a Igreja no Ocidente não reconhecia o Imperador como um chefe, empregava o latim nas suas cerimônias e veneravam esculturas.

As diferenças culturais entre Oriente e Ocidente e as disputas pelo poder entre o Papa e o Imperador, culminaram na divisão da Igreja, em 1054, criando uma cristandade ocidental, chefiada pelo Papa; e uma oriental, chefiada por um colegiado de bispos e o imperador. Esse fato recebeu o nome de Cisma do Oriente. Foi a primeira divisão da cristandade. Então, passaram a coexistir a Igreja Católica Romana e no Oriente a Igreja Católica Ortodoxa.

A Igreja Católica Ortodoxa foi responsável por cristianizar lugares como a Rússia, Bulgária, a Península do Balcãs, entre outros.

A Queda do Império Bizantino

Após o auge do governo Justiniano, no século VI, o Império Bizantino não expandiu mais seu território. Seguiram-se anos de prosperidade, onde os bizantinos desenvolveram um dos maiores impérios da Idade Medieval.

Por outro lado, com a conversão dos árabes ao islamismo, no séc. VII, vários monarcas muçulmanos passam a atacar as fronteiras do Império Bizantino e ocupá-lo.

Durante a Baixa Idade Média (séculos X a XV), além das pressões dos povos e impérios nas suas fronteiras orientais e perdas de territórios, o Império Bizantino foi alvo da retomada expansionista ocidental. A Quarta Cruzada foi particularmente nociva à Constantinopla. Ao invés dos cruzados atacarem Jerusalém, preferiram guerrear contra um império cristão e ainda instalaram ali o Patriarcado Latino.

Com a expansão dos turcos-otomanos no século XIV, tomando os Bálcãs e a Ásia Menor, o império acabou reduzido à cidade de Constantinopla.

O predomínio econômico das cidades italianas ampliou o enfraquecimento Bizantino, que chegou ao fim em 1453, quando o sultão Maomé II destruiu as muralhas de Constantinopla com poderosos canhões.

Os turcos transformaram-na em sua capital, passando a chamá-la de Istambul, como é conhecida hoje. O que restou do império turcos-otomanos (1300-1923) é atualmente o território da Turquia.

Fontes:

Crédito editorial

[1] AlpKaya / Shutterstock.com

Por Carlos César Higa

Professor de História

HIGA, Carlos César. "Império Bizantino"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/imperio-bizantino.htm. Acesso em 11 de outubro de 2022."

Juliana Bezerra - Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.

Com adendos do Blog samuca-borges.blogspot.com.br

 

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Bacharel em Direito e Teologia

Natal/RN, 16/10/2022

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