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sexta-feira, 10 de maio de 2024

O perigo da murmuração


Texto: I Co 10.10 – “E não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor”.

Introdução

1.Ao deixar o Egito através de tantos sinais poderosos, ao invés de crescer na confiança em Deus, Israel temeu diante dos moradores de Canaã e murmurou, reclamou contra Moisés, Arão e contra o Senhor Jeová.

2.A murmuração não agrada a Deus e sua prática é danosa à vida espiritual e emocional do murmurador.

3.É muito sério questionar os planos e a fidelidade de Deus.

I – A murmuração na Bíblia

Do hebraico, o verbo liyn – resmungar, reclamar e murmurar (Nm 14.36).

Do grego, o verbo goggúzô – murmurar, resmungar, queixar-se, dizer algo contra alguém em tom baixo.

Segundo o dicionário Houaiss, a palavra murmuração significa: “ato ou efeito de murmurar, murmúrio, rumor infundado, boato, falatório depreciativo, detração, maledicência” (2011, p. 1982).

Segundo o comentarista da lição, Pr Osiel Gomes:

a) O murmurador é um insatisfeito, ingrato, queixoso e opositor.

b) O murmurar é um mal que revela comportamento inconveniente, temperamento inquieto e as vezes, sarcástico (crítico).

c) Muito cuidado com insatisfação doentia. Ela azeda a alma.

Depurando a Insatisfação - Num cenário de insatisfação definir o problema é o problema.

1.Descobrir sua causa. Nem sempre está explícita.

2.Será uma consequência do egoísmo inato?

3.Ela é justificável ou injustificável?

4.Vai construir? Levar-nos-á a desafios e mudanças de que precisamos?

5.Ela está sob controle ou dominando?

6.Tenha a sua lista de gratidões. Não seja um reclamão.

7.Entre defeitos e virtudes das pessoas, o que mais vejo?

8.Como está a qualidade de vida, a começar do homem interior?

9.Combata o vício social de estar se comparando aos outros. Avalie-se em torno de seus ideais. Compare, então, o eu de ontem com o eu de hoje.

10.Portanto, reflitamos diante da insatisfação antes de agirmos.

II – A Murmuração de Israel no deserto – Impedida a entrada da 1ª geração na Canaã prometida

O fato ocorreu após o retorno dos espias à terra de Canaã (Nm 13-1-33; 14.1-2).

Queixaram-se de Moisés e Arão, Deus tomou para si (Nm 14.2;27).

O foco na dificuldade e a incredulidade do povo deixou Deus indignado (Nm 14.11).

Moisés foi provado na vaidade de líder por Deus. E apontou para o cuidado com a glória de Deus. Deus disse que podia fazer dele um outro povo. Moisés rogou perdão pelo povo (Nm 14.12-20).

Lição: O medo e a ausência de fé em Deus limitam a visão de enxergar as suas ações em nossas vidas e no contexto onde estivermos inseridos.

Rm 15.4 – “Porque tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança”.

III – Murmuração – Um comportamento que atrelado à incredulidade, pode atrapalhar a entrada na Canaã Celestial

O fim dos murmuradores – A pedido de Moisés, Deus perdoou o povo (Nm 14.20). Porém, só as sementes de Josué e Calebe herdaria a terra de Canaã (Nm 14.24;14.38). Os murmuradores acima de 20 anos, ficariam prostados na peregrinação do deserto (Nm 14.29-35).

Os quarenta dias espiando a terra, Deus transformou em 40 anos de peregrinação no deserto (Nm 14.34).

Reflexão: O deserto, via de regra, é necessário na jornada. A peregrinação depende de nossas atitudes.

Os dez espias que infamaram a terra e fez murmurar a congregação, sobre eles veio uma praga e morreram perante o Senhor (Nm 14.36-37).

Murmuração não é relato de fatos, é mero queixume – Na Igreja local a murmuração pode trazer muitos males: desânimo espiritual, contendas, rebeldias, desvios da fé e divisões. E pode resultar em:

Difamar - Atribuir fato negativo que não seja crime;

Injuriar - Atribuir palavras ou qualidades negativas, é o xingar;

Caluniar - É dizer de forma mentirosa que alguém cometeu crime.

IV - A murmuração no Novo Testamento

Em João 5.16-47, Jesus havia se declarado Filho de Deus, enviado do Pai e igual ao Pai e tinha curado um homem no sábado, por isso fariseus e os principais dos sacerdotes queriam matá-lo, contrariando a Lei (Jo 7.19). E mandaram guardas do templo para o prender (Vv. 32). E voltaram sem o prender e extasiados, perplexos, cativados com o discurso de Jesus (Jo 7.46) – “...Nunca homem algum falou assim como este homem”.

João 7.12,32 - No contexto o murmurar eram comentários da multidão dividida em torno da identidade de Jesus. Quem realmente era Ele? Jesus subiu em oculto a festa, no meio do evento ensinava no templo (Jo 7.14-16). E no último dia, o grande dia da festa clamou dizendo: “Se quem tem sede, que venha a mim e beba (Jo 7.37).

E, portanto, outras traduções preferem usar variantes linguísticas.

João 7.32 - “Quando os fariseus ouviram que as multidões sussurravam essas coisas, eles e os principais sacerdotes enviaram guardas do templo para prendê-lo” (NVT).

João 7.32 – “Os fariseus ouviram a multidão comentando essas coisas sobre Jesus, e por isso eles e os chefes dos sacerdotes mandaram guardas para o prenderem” (NTLH).

Atos 6.1-7 – A murmuração (queixa) dos gregos aos hebreus foi na verdade uma crítica justa, em razão do desprezo às viúvas no nascedouro da Igreja. E os apóstolos tiveram a humildade de recebê-la e tomaram providências. 

Do tema em estudo, precisamos tirar lições para não cairmos no erro e pecados de Israel no AT e assim Paulo nos exorta em I Co 10.10.

Pontos chaves - Deus, o homem e a murmuração:

a) Deus nada deve aos homens - O que dele recebemos é pelo seu amor, graça e misericórdia. Quem somos nós para se queixar, murmurar contra Deus?

Murmurar contra Deus é uma insanidade humana (Jó 9.4). 

Lm 3.39 – “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados”.

b) Para o cristão é importante se autoexaminar, identificar a motivação de estar reclamando, queixando-se, porque pode estar doente na alma. A insatisfação pode ser justa ou não cabível, pode estampar ingratidão e precisa ser tratada e corrigida.

Lm 3.26 – “Bom é ter esperança e aguardar em silêncio a salvação do Senhor”. Ao invés de se portar com resmungos e reclamações.

c) Em relação à liderança na Igreja - Muito cuidado com o que diz, fala e as atitudes, pois pode estar causando danos no Reino de Deus. E não respeitando as autoridades delegadas por Deus.

d) As autoridades delegadas por Deus são humanos e podem falhar, errar e até pecar. Diferente de murmurar, o cristão maduro pode discordar, dá sugestões, feedback, um conselho bíblico, em clima fraterno e respeitoso, sem ironias ou chacotas, sempre visando edificação no corpo de Cristo. E que o líder tenha humildade, seja acessível para ouvir. 

Conclusão

1.A murmuração é prejudicial tanto da vida espiritual de quem pratica como no meio do povo de Deus.

2.Ao invés da murmuração, queixas, havendo espaço e oportuno, faça sugestões, apresente ideias, seja cooperativo. E estando de pé, cuide para que não caia (I Co 10.12).

3.Enfim, Deus não nos dá provação além das nossas forças, antes dá também o escape, lutas na jornada do crente jamais justifica a murmuração (I Co 10.13).

Fontes da pesquisa:

Lição EBD/CPAD – 2º trimestre de 2024.

Bíblia Sagrada.

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 19/05/2024 (revisão).

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