Texto: I Co 10.10 – “E não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor”.
Introdução
1.Ao deixar
o Egito através de tantos sinais poderosos, ao invés de crescer na confiança em
Deus, Israel temeu diante dos moradores de Canaã e murmurou, reclamou contra
Moisés, Arão e contra o Senhor Jeová.
2.A murmuração não agrada a
Deus e sua prática é danosa à vida espiritual e emocional do murmurador.
3.É muito sério questionar os planos
e a fidelidade de Deus.
I – A murmuração na Bíblia
Do hebraico, o verbo liyn – resmungar, reclamar e murmurar (Nm 14.36).
Do grego, o verbo goggúzô –
murmurar, resmungar, queixar-se, dizer algo contra alguém em tom baixo.
Segundo o dicionário Houaiss,
a palavra murmuração significa: “ato ou efeito de murmurar, murmúrio, rumor infundado,
boato, falatório depreciativo, detração, maledicência” (2011, p. 1982).
Segundo o comentarista da
lição, Pr Osiel Gomes:
a) O murmurador é um insatisfeito,
ingrato, queixoso e opositor.
b) O murmurar é um mal que revela comportamento inconveniente, temperamento inquieto e as vezes, sarcástico (crítico).
c) Muito cuidado com
insatisfação doentia. Ela azeda a alma.
Depurando a Insatisfação - Num cenário de insatisfação definir o problema é o problema.
1.Descobrir sua causa. Nem
sempre está explícita.
2.Será uma consequência do
egoísmo inato?
3.Ela é justificável ou
injustificável?
4.Vai construir? Levar-nos-á a
desafios e mudanças de que precisamos?
5.Ela está sob controle ou
dominando?
6.Tenha a sua lista de
gratidões. Não seja um reclamão.
7.Entre defeitos e virtudes
das pessoas, o que mais vejo?
8.Como está a qualidade de
vida, a começar do homem interior?
9.Combata o vício social de
estar se comparando aos outros. Avalie-se em torno de seus ideais. Compare,
então, o eu de ontem com o eu de hoje.
10.Portanto, reflitamos diante
da insatisfação antes de agirmos.
II – A Murmuração de Israel no deserto – Impedida a entrada da 1ª geração na Canaã prometida
O fato ocorreu após o retorno
dos espias à terra de Canaã (Nm 13-1-33; 14.1-2).
Queixaram-se de Moisés e Arão,
Deus tomou para si (Nm 14.2;27).
O foco na dificuldade e a
incredulidade do povo deixou Deus indignado (Nm 14.11).
Moisés foi provado na vaidade
de líder por Deus. E apontou para o cuidado com a glória de Deus. Deus disse
que podia fazer dele um outro povo. Moisés rogou perdão pelo povo (Nm 14.12-20).
Lição: O medo
e a ausência de fé em Deus limitam a visão de enxergar as suas ações em nossas
vidas e no contexto onde estivermos inseridos.
Rm 15.4 – “Porque tudo que
dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para que, pela paciência e
consolação das Escrituras, tenhamos esperança”.
III – Murmuração – Um comportamento
que atrelado à incredulidade, pode atrapalhar a entrada na Canaã Celestial
O fim dos murmuradores – A
pedido de Moisés, Deus perdoou o povo (Nm 14.20). Porém, só as sementes
de Josué e Calebe herdaria a terra de Canaã (Nm 14.24;14.38). Os murmuradores
acima de 20 anos, ficariam prostados na peregrinação do deserto (Nm 14.29-35).
Os quarenta dias espiando a
terra, Deus transformou em 40 anos de peregrinação no deserto (Nm 14.34).
Reflexão: O deserto, via de regra, é necessário na jornada. A
peregrinação depende de nossas atitudes.
Os dez espias que infamaram a
terra e fez murmurar a congregação, sobre eles veio uma praga e morreram
perante o Senhor (Nm 14.36-37).
Murmuração não é relato de
fatos, é mero queixume – Na Igreja local a murmuração pode
trazer muitos males: desânimo espiritual, contendas, rebeldias, desvios da fé e
divisões. E pode resultar em:
Difamar - Atribuir fato negativo que não seja crime;
Injuriar - Atribuir palavras ou qualidades negativas, é o xingar;
Caluniar - É dizer de forma mentirosa que alguém cometeu
crime.
IV - A murmuração no Novo Testamento
Em João 5.16-47, Jesus havia se declarado Filho de Deus, enviado do Pai e igual ao Pai e tinha curado um homem no sábado, por isso fariseus e os principais dos sacerdotes queriam matá-lo, contrariando a Lei (Jo 7.19). E mandaram guardas do templo para o prender (Vv. 32). E voltaram sem o prender e extasiados, perplexos, cativados com o discurso de Jesus (Jo 7.46) – “...Nunca homem algum falou assim como este homem”.
João 7.12,32 - No contexto o murmurar eram comentários da multidão dividida em torno da identidade de Jesus. Quem realmente era Ele? Jesus subiu em oculto a festa, no meio do evento ensinava no templo (Jo 7.14-16). E no último dia, o grande dia da festa clamou dizendo: “Se quem tem sede, que venha a mim e beba (Jo 7.37).
E, portanto, outras traduções preferem usar variantes linguísticas.
João 7.32 - “Quando os fariseus ouviram que as multidões sussurravam essas coisas, eles e os principais sacerdotes enviaram guardas do templo para prendê-lo” (NVT).
João 7.32 – “Os fariseus ouviram a multidão comentando essas coisas sobre Jesus, e por isso eles e os chefes dos sacerdotes mandaram guardas para o prenderem” (NTLH).
Atos 6.1-7 – A murmuração (queixa) dos gregos aos hebreus foi na verdade uma crítica justa, em razão do desprezo às viúvas no nascedouro da Igreja. E os apóstolos tiveram a humildade de recebê-la e tomaram providências.
Do tema em estudo, precisamos tirar lições para não cairmos no erro e pecados de Israel no AT e assim Paulo nos exorta em I Co 10.10.
Pontos chaves - Deus, o homem e a murmuração:
a) Deus nada deve aos homens - O que dele recebemos é pelo seu amor, graça e misericórdia. Quem somos nós para se queixar, murmurar contra Deus?
Murmurar contra Deus é uma insanidade humana (Jó 9.4).
Lm 3.39 – “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados”.
b) Para o cristão é importante se autoexaminar, identificar a motivação de estar reclamando, queixando-se, porque pode estar doente na alma. A insatisfação pode ser justa ou não cabível, pode estampar ingratidão e precisa ser tratada e corrigida.
Lm 3.26 – “Bom é ter esperança e aguardar em silêncio a salvação do Senhor”. Ao invés de se portar com resmungos e reclamações.
c) Em relação à liderança na Igreja - Muito cuidado com o que diz, fala e as atitudes, pois pode estar causando danos no Reino de Deus. E não respeitando as autoridades delegadas por Deus.
d) As autoridades delegadas por Deus são humanos e podem falhar, errar e até pecar. Diferente de murmurar, o cristão maduro pode discordar, dá sugestões, feedback, um conselho bíblico, em clima fraterno e respeitoso, sem ironias ou chacotas, sempre visando edificação no corpo de Cristo. E que o líder tenha humildade, seja acessível para ouvir.
Conclusão
1.A murmuração é prejudicial
tanto da vida espiritual de quem pratica como no meio do povo de Deus.
2.Ao invés da murmuração, queixas, havendo espaço e oportuno, faça sugestões, apresente ideias, seja cooperativo. E estando de pé, cuide para que não caia (I Co 10.12).
3.Enfim, Deus não nos dá
provação além das nossas forças, antes dá também o escape, lutas na jornada do
crente jamais justifica a murmuração (I Co 10.13).
Fontes da pesquisa:
Lição EBD/CPAD – 2º trimestre
de 2024.
Bíblia Sagrada.
Por Samuel Pereira de Macedo
Borges
Natal/RN, 19/05/2024 (revisão).
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