"Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" - Rm 3.23
A consciência e a divulgação
de que todo mundo é tão humano quanto todo mundo produz bons frutos. Ninguém
pode se considerar melhor ou pior do que os outros, porque ele e os outros são
iguais no que diz respeito ao eixo do mal – todos são tentados pela carne
(problema interno), pelo mundo (problema ambiental) e pelas potestades do ar
(problema etéreo). Porque o próprio Tiago acrescenta: “Todos nós [ninguém
escapa] sempre [e não uma vez ou outra] cometemos erros [outra vez ele se
inclui]” (Tg 3.2). Todos passamos por provações e dificuldades. Todos temos
crise de fé, crise de ânimo, crise de alegria. Se é assim, não há lugar para
sentimentos de superioridade nem para sentimentos de inferioridade. Essa
constatação, que começa com a descoberta da nossa própria humanidade e termina
com a confissão pública dessa humanidade, diminui tanto a possibilidade de
jactância como a possibilidade de inveja.
Para não deixar que o
orgulho das grandezas, que o Senhor nos permite fazer em nome da graça,
danifique ou destrua a nossa carreira, Deus continua a nos oferecer um presente
muito estranho, mas capaz de resolver o problema. Essa foi a experiência de
Paulo com o irremovível “espinho na carne”: aquele mensageiro de Satanás veio
“para me dar bofetadas e impedir que eu ficasse orgulhoso” (2 Co 12.7-10).
Quando o apóstolo suplicou a Deus a remoção daquele incômodo diário, ele
respondeu: “Para você basta a minha graça, pois é na fraqueza que a força
manifesta todo o seu poder” (2 Co 12.9, EP). É da fraqueza que nasce a
fortaleza!
Apesar da degeneração global
– todo mundo é tão humano quanto todo mundo – e da maravilhosa graça, ninguém
está dispensado de negar-se a si mesmo quantas vezes forem necessárias. Nem os
profetas nem os apóstolos engavetaram o antiquíssimo “sejam santos” de Deus (Lv
11.44; 1 Pe 1.16). O alvo continua sendo guardar o coração para não pecar
contra o Senhor (Sl 119.11) e fugir do pecado (1Jo 2.1). As palavras de Jesus
Cristo merecem respeito: “Vocês devem ser perfeitos, como o seu pai celestial é
perfeito” (Mt 5.48) – mesmo sendo uma coisa quase impossível!
Fonte: Revista Ultimato Novembro-dezembro
2015
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