Ariovaldo Ramos
Quando o poder não é vigiado, o
governo é exposto à corrupção.
Há governo corrupto porque há
corruptores.
Os corruptores são os dispostos a
trocar o bem por seus interesses, E a corrupção vira modo de governo.
E esse modo de governo se impõe ao
mais simples cidadão, Que fica condenado à exploração
econômica, à ignorância e à alienação midiática.
Pois não tem dinheiro para acessar o
que deveria ter por direito.
E acaba desejando poder corromper, e
sendo corrupto e corruptor onde consegue. E, assim, a corrupção passa a ser um
modo de viver.
Um governo que pode ser comprado não
tem força moral.
Um governo sem moral não tem como
enfrentar facínoras.
Um governo que teme bandidos não
protege o cidadão,
Mesmo os que o compram por seus
interesses.
E os corruptores terão de pagar
também aos trânsfugas.
E assim o mal se impõe ao bem.
Os meliantes passam a
controlar até a sua punição.
E os nossos filhos são, impunemente, viciados.
Os miseráveis são cooptados pela
força.
Os canalhas organizados instrumentalizam a nação.
Juízes, governadores, polícia e
imprensa passam a servir a malfeitores.
Todos, de alguma forma,
tornam-se cínicos.
Até Deus passa a ser apresentado como
corruptível.
Porque até os sacerdotes se
fizeram malévolos.
Pois a corrupção se fez parte da
cultura.
Que santos e profetas clamem ao Pai
por misericórdia.
Mesmo que seja o grito do sangue
caindo na terra,
Como o sangue de Abel que clamou por
justiça.
Os homens de bem resistem.
Os homens de bem instam
por ética.
Os homens de bem organizam-se para vigiar o
poder.
Os homens de bem exigem as reformas
que permitirão a vigilância.
Os homens de bem não
veem a miséria como natural.
Os homens de bem conclamam que a riqueza
seja distribuída.
Que os homens de bem lutem para que a
justiça corra como rio perene.
Que os homens sejam éticos:
Mesmo que seja num simples cruzamento
no trânsito,
Mesmo que seja no jogar um papel no
lixo...
Só o amor ao bem pode vencer o vício
do mal.
Que
sejamos homens de bem!
• Ariovaldo Ramos é escritor,
conferencista e presbítero na Comunidade Cristã Reformada, em São Paulo, SP.
Foi, por quatro anos, membro do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional (Consea) e é presidente da Visão Mundial no Brasil. É autor
de Pare de Conjugar o Verbo Sofrer.
Fonte: Revista Ultimato julho agosto 2016
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