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segunda-feira, 23 de agosto de 2021

O Brasil, a Política, o Judiciário e a Igreja Cristã

 

Diante das informações e desinformações, pandemia em curso, o país dividido em ideologias de esquerda e direita, os políticos com pouca credibilidade, continuam olhando só para os seus umbigos, com raras exceções, os Poderes da República Brasileira se digladiando em função de agendas opostas, interesses escusos e obtusos, a imprensa brasileira, em grande parte, “vendida” aos seus interesses editoriais nacionais e internacionais. E no meio dessa panaceia está a Sociedade Civil, bastante desigual no econômico, na cultura, em consciência social, educação e uma fé mística das mais variadas crenças. Pergunta-se: Onde? como está se articulando a Igreja Cristã no Brasil?

O atual Governo Federal, longe de ser o ideal político de um povo, no enfrentamento de uma Pandemia, luta com suas forças e fraquezas contra "o câncer" da corrupção pública, é pela família heterossexual e monogâmica, contra o aborto em favor da vida, atua em vários segmentos de minorias, tais como: idosos, pessoas com deficiências, os índios, e outros vulneráveis. Defende abertamente a Soberania Nacional e o meio ambiente sustentável, respeita as diferenças no segmento social com o direito natural de poder opinar, discordar sem discriminar.

O Governo Federal também tem uma batalha contra todos aqueles que querem manter os privilégios, em detrimento da população do país, no objetivo de reduzir o custo e o tamanho do Estado Brasileiro, onde se verificam desperdícios há décadas e assim redirecionar recursos do erário para investimentos estruturais. Por outro lado, o quarto poder, boa parte da imprensa silencia na realização da agenda positiva, ora em razão da linha de esquerda ou porque os seus privilégios econômicos foram atingidos e abrem o verbo só para fazer oposição ou apontar erros do governo. 

Quando frisamos a Igreja Evangélica Brasileira neste contexto, e com propriedade, uma vez que somos cerca de 60 milhões de brasileiros, não se cogita fundir a Igreja com o Estado. Longe disso! Entretanto, ela é e faz parte da vida social, não é antissocial. Muito menos alienada da realidade.

O que se quer discutir em tom de alerta? Onde estão, como, quando e quem irá preservar as liberdades de culto e crenças, direitos fundamentais individuais e coletivos, na atual conjuntura política, jurídica e social? Sabemos que estão contidos na Constituição Federativa do Brasil. As perguntas que se sucedem é como, quando e quem irá preservá-los. Vamos deixar essa tarefa a cargo dos políticos ou da politicalha do país? Basta que só alguns deem as caras às tapas em suas defesas? O Poder Judiciário é suficiente para manter estes direitos e liberdades? A Igreja Cristã basta orar a Deus, e fica na abstração social, alienada da realidade e tudo se resolve?

A História ensina que na vivência social e na política quem é mais visto e ouvido, certos ou errados, são aqueles que se manifestam, defendem direitos, se posicionam quando se sentem afetados. E nem sempre agem com condutas, estratégias éticas e difusas. O  que se tem observado são minorias, procurando impor práticas questionáveis, modos comportamentais à maioria de forma leviana.

No judiciário, em geral, em razão do princípio da inércia, só atua quando provocado via petição dos interessados. Exceto, quando a ação é pública e incondicionada.

A bem da verdade, não temos um “papado evangélico” no Brasil e nem o queremos. Entretanto, indagamos, onde estão as entidades representativas dos pastores, das Denominações Evangélicas Brasileiras? Além das armas espirituais que temos, a oração, a Palavra de Deus, a fé, etc., que ação politizada, unida, consistente, permanente e vigilante a cada ameaça, se tem planejado em defesa do legítimo exercício da cidadania, dos valores e princípios cristãos, sob a bandeira do Evangelho e do Estado de Direito?

Acredito que todos nós já aprendemos: O que faz a diferença no sofrimento e provações da vida é a postura ética e fé resiliente nas ações que adotarmos no seu enfrentamento.  Do contrário, é só esperar para sermos vítimas do meio.

A liderança evangélica, considerando a nossa representatividade na sociedade brasileira, tem o dever de se posicionar em favor da Democracia, da liberdade de fé, expressão do pensamento e Direitos Fundamentais, quando ameaçados, e contribuir para que haja, efetivamente, peso e contrapesos entre os Três Poderes da República Brasileira. E certamente vivemos dias com riscos de ruptura institucional. 

O Estado Democrático de Direito é uma construção dinâmica e continuada. Manifestos, Notas de Repúdios dos anos atrás, de décadas passadas, podem não valer, não ter a autoridade necessária para os novos desafios contemporâneos. Carecemos de organização, união, estratégias e vigilância com zelo às Liberdades e Direitos Fundamentais Individuais e Coletivos, à Justiça Social, sedimentados na Constituição do país, se é que ela é justa e é cumprida em prol do povo.  

“A Constituição certamente não é perfeita. Ela própria o confessa, ao admitir reformas. Quanto a dela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca. […]. A persistência da Constituição é a sobrevivência da democracia”.

Deputado Federal constituinte Ulysses Guimarães (1916-1992).

Está escrito em Pv 12.16 - “O tolo tem pavio curto e explode na hora, mas o prudente ignora o insulto e mantém a calma”. Verdade! Porém, não se pode é confundir prudência com passividade, após muitos insultos e falta de respeito ao indivíduo e ao coletivo.

Quando a causa é justa, devemos agir com moderação, sabedoria e imparcialidade pelo bem-estar de todos (II Ts 3.13), ponderando os riscos e consequências. Todavia, jamais se omitir. 

“Porque o Senhor é justo e ama a justiça; o seu rosto está voltado para os retos” (Sl 11.7).

As Escrituras também nos ensinam: Não pagar o mal por mal e procurar andar honestamente perante todos os homens e no que depender de nós, manter a paz na vivência social (Rm 12.17-18; Mt 5.9).

Em Tiago 1.27 - A religião que Deus considera é a conjugação da prática de duas virtudes cristãs: Piedade e santidade.

Os bem-aventurados têm, no presente, fome e sede de justiça (Mt 5.6), e chegará o dia quando seremos fartos. Sejamos corretos nos deveres, lutemos por nossos direitos. Nada nos aproveita sermos politiqueiros, e sim cidadãos de fé e politizados.  A Igreja Cristã não é uma abstração social.

Aquele que sabe fazer o bem e não o faz, peca (Tg 4.17).

Como, quando atuar a Aliança Cristã Evangélica Brasileira? A voz das Igrejas Históricas? A CGADB? As demais Convenções de Pastores Cristãos? A Bancada Evangélica nas duas Casas Legislativas? Membros do Judiciário, Membros dos Ministérios Públicos, de Procuradorias, etc., de confissão cristã? Não, de mera cristandade.

Ficar em cima do muro, a História tem mostrado, é vergonhoso para sociedade civil, líderes e instituições.

Chega um momento em que a tolerância deixa de ser uma virtude, passa a ser omissão, uma covardia. 

Que o Senhor Jesus, a cabeça da Igreja, continue cuidando e intercedendo por nós, até que venha nos buscar (Jo 14.1-3; Rm 8.34; Hb 7.25).

 

Samuel P M Borges

Assembleiano de nascimento.

Natal RN – 23/08/2021.

 

 

Um comentário:

  1. Acima de tudo temos que tet serenidade para analisarmos os fatos e emitirmos as nossas opinioes, nunca acuados perante os fatos sociais.

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