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quinta-feira, 29 de junho de 2023

A Igreja diante do espírito da Babilônia

TEXTO ÁUREO - “E, na sua testa, estava escrito o nome: Mistério, a Grande Babilônia, a Mãe das Prostituições e Abominações da Terra” (Ap 17.5).

VERDADE PRÁTICA - A igreja deve resistir ao “espírito da Babilônia” presente no cenário atual. Isso deve ser feito por meio do compromisso inegociável com a autoridade da Palavra de Deus.

Objetivos da Lição:

I) Apresentar os significados de Babilônia;

II) Elencar os sistemas que formam o “espírito da Babilônia”;

III) Demarcar a posição que se espera da Igreja nesse contexto.

INTRODUÇÃO

- Observa-se um aparato ideológico na sociedade, fazendo oposição ao Cristianismo Bíblico, a partir do grito de uma minoria, em nome dos “meus direitos” e da “diversidade cultural”.

- A oposição à fé cristã vem ocorrendo nas esferas religiosa, política, econômica e cultural.

- Está constatada a busca pela desconstrução da ética e da moral cristãs, através da inversão de valores e contradições que agridem o bom senso e a inteligência humana (Is 5.20).

- O sexo não é biológico. É um construto social de cada indivíduo, assim apregoa a agenda LGBTQSe+.

- Pessoas vão às ruas defender a aplicação vacina pela vida, mas abortar uma criança é um direito da mãe.

- Pregam a “liberdade” para consumir drogas, opções sexuais sem levar em conta a destruição das famílias no tecido social.

- Há um afrouxamento das penas, manipulação do Código Processo Penal - CPP brasileiro, facilidades para os maus elementos, violadores da lei na sociedade, em detrimento da segurança social.

- O “espírito da Babilônia” não se restringe a uma localização geográfica, vai além de uma instituição e de uma cidade, é um sistema atuando, operante nas esferas religiosa, política, cultural e econômica/mercantilista, potencializado no mundo pelo maligno (I Jo 5.19; II Ts 2.7).  

Diante desse quadro, como a Igreja Cristã vai cumprir a sua missão de pregar o evangelho do arrependimento? Cumprir o seu papel de coluna e firmeza da verdade, até que Jesus venha?

I - BABILÔNIA E SEUS SIGNIFICADOS

A grande meretriz/prostituta – É uma personagem com a qual os reis da terra se prostituíram (Ap 17.1,2).

No AT a idolatria é tratada como prostituição e infidelidade espiritual (Na 3.4; Is 23.15; Jr 2.20; Os 2.5). Em Apocalipse também.

As muitas águas onde a prostituta se assenta simboliza povos, multidões (Ap 17.1;15) seduzidas pela idolatria, diga-se prostituição espiritual (Ap 14.8;17.5), paganismo (Ap 18.3) e sua oposição a fé cristã (Ap 17.6;19.2). 

Babilônia, a prostituta é identificada com três faces: Da moral imunda, um sistema religioso idolátrico (morada de demônios) e mercantilista (Ap 14.8; 17.3-5; 18.1-3;11-19).

A Mulher e a besta Escarlata (Ap 17.3) -  O que representam? A união entre o cavaleiro (mulher) e a montaria (besta) simboliza a nefasta força dos sistemas religioso, político e cultural.

A fera na qual a mulher está montada é a Besta que saiu do mar (Ap 13.1). Trata-se do Anticristo que, pelo poder de Satanás, faz oposição a Jesus (II Ts 2.4,9,10). Ele profere blasfêmias em consciente repulsa ao senhorio de Cristo (Ap 13.6; 17.3b).

Explicitando:

1.A mulher é identificada com uma cidade situada sobre sete montes (Ap 17.9-10). É a localização geográfica. Na política se revela através de sete reis. Ela é a grande cidade que reina sobre os reis da terra (Ap 17.18).

2.As sete cabeças e dez chifres simbolizam os poderes do mundo sob o espírito do anticristo na área religiosa, política, cultural e econômica (17.3c,10,12).

3. Os dez chifres na besta serão dez reis (Ap 17.12). Quem destruirá a grande prostituta?

4. Deus não luta, só vence! Vai usar de sua soberania diretiva e jogar os dez reis contra a prostituta e a destruirá, ficará desolada e nua...e a queimarão no fogo (Ap 17.16-17).

5. Esses reis entregarão o poder e autoridade à besta, ou seja, seus reinos (Ap 17.13;17).

6. Os dez reis unidos com a besta (anticristo), combaterão contra o Cordeiro e o Cordeiro os vencerá com o seu povo, porque é o Senhor dos senhores e Rei dos reis (Ap 17.14).

7. Finalmente, Apocalipse de 17 a 20 apresentam três quedas no cenário escatológico:

Ap 17 e 18 – A queda grande da Babilônia, mãe das prostituições e abominações da terra. E foi anunciada em Ap 14.8 e 16.19.

Ap 19.1-10 – Descreve a celebração no céu, pelo julgamento da grande prostituta, justiça feita aos santos perseguidos, e adentra-se ao chamado para as Bodas do Cordeiro. 

Ap 19.11-21 -  A descrição da vitória de Cristo sobre os poderes do mal, a queda do anticristo e seu “reinado” na terra.

Ap 20 - Relata o julgamento e condenação final de Satanás e de todos os que o seguiram, de alguma forma, em todas as épocas, em todos em tempos.

II. O ESPÍRITO DA BABILÔNIA

Na área religiosa

Seduzem as pessoas pelo germe da “prostituição e infidelidade espiritual” (Ap 17.2).

Tem levado o ser humano a se tornar amante de si mesmo, do dinheiro e dos deleites (II Tm 3.2-4). Casa-se a fé com o cifrão($).

Em favor de “liberdade” estimula a devassidão, libertinagem por meio do afrouxamento da moral (II Pd 2.19).

O ecumenismo doutrinário é um meio de contaminação da ortodoxia e da fé bíblica (Gl 1.6,8).

O relativismo rejeita a doutrina dos apóstolos e a autoridade bíblica (II Tm 4.3) e deságua no liberalismo teológico.

O humanismo se sobrepõe a Deus, às Escrituras e atua para ressignificar os mandamentos divinos. É a criatura querendo corrigir o Criador. E ao tentar fazer será para sua própria perdição (II Pd 3.16).

O sincretismo mistura o sagrado e o profano, o falso com o verdadeiro no mundo das crenças (II Co 6.16,17).

Assim, tudo passa a ser permitido e a verdade é desconstruída (II Tm 3.7). Em consequência disso, cristãos são taxados de quadrados, idiotas por intolerantes à religião e a perseguição tende a piorar (Mt 24.9).

Na esfera política e cultural (Mt 13.38; I Jo 5.19).

O “espírito da Babilônia” é identificado em Pautas Progressistas pela inversão de valores, tais como: apologia ao aborto, ideologia de gênero, legalização das drogas, da prostituição...na verdade é um retrocesso humano exponencial, descomunal, monstruoso.

O patrulhamento ideológico estigmatiza como “fundamentalista”, retrógado quem ousa discordar dessas pautas (Mt 5.10-11; I Pd 4.4). Porém, “...hão de dar conta ao que está preparado para julgar os vivos e os mortos (I Pd 4.5).

Vem se acentuando a censura contra quem defende os valores bíblicos (Lc 12.11,12; I Tm 6.3-5); a grande mídia, as artes, a literatura e na educação promovem ideologias contrárias à fé cristã (Jo 15.19;21), sem bases científicas, meras concepções sociais e sob a bandeira do ativismo de minorias.

Desde a década de 1980, nos EUA, empresas, políticos vem sendo confrontados, provocados a aderir ao lgbtismo, a uma falsa revolução sexual, sob pena de sofrerem com lobbys contra seus produtos, negócios e atuações parlamentares (Livro: A estratégia, do Rev. Louis P. Sheldon -  2005 - EUA). 

Pelo “politicamente correto”, a sociedade assimila e defende a “nova cultura” (I Jo 4.5,6). Nesse contexto, cristãos são perseguidos e julgados (Lc 21.12-13;16-17).

No campo das ideias e da política estamos assistindo frequentes coações à liberdade de pensamento e crenças, e ao arrepio da Constituição do Brasil. Uma tal diversidade não comporta cristãos bíblicos, mesmo com devido respeito a crenças e valores do seu semelhante. A mensagem do evangelho de arrependimento é de amor, não de ódio.

Na área econômica

Na sociedade hodierna, o “espírito da Babilônia” está presente e atuante:

No enriquecimento de poucos por meio da exploração dos meios de produção, empregos e cargos públicos de altos salários e uma grande maioria do povo à margem do progresso, na miséria. São “mercadores” dominados e dominando pelo “espírito da Babilônia” (Ap 18.3).

Nos Poderes, nas Instituições onde há membros que subornam os cidadãos por avareza, dinheiro e poder (Êx 23.8; Ec 7.7; Mq 2.1-3)

Onde as pessoas são motivadas a levar vantagem financeira, ilícita e imoral em prejuízo do próximo (Pv 16.29; Is 5.23; Mq 3.10-11).

A sociedade é comprimida sob pesados impostos, tributos e multas para benefícios, privilégios de alguns, em detrimento do povo que os mantém (Mt 5.6; Tg 2.6,7).

Há uma busca material pela satisfação dos prazeres pecaminosos e um consumismo desenfreado (Is 55.2; Lc 12.15). Os deleites e a autossuficiência conduzem o ser humano a confiar no dinheiro (I Tm 6.9,10,17).

III. A POSIÇÃO DA IGREJA FRENTE AO ESPÍRITO DA BABILÔNIA

Não negociar a ortodoxia bíblica -  Ortodoxia é a boa, a sã doutrina, o ensino correto. A ortopraxia é a aplicação da sã doutrina, ou a prática do ensino correto na vivência cristã.

Reafirmar as verdades bíblicas como valor universal e imutável (Sl 100.5; Ec 12.13-14; II Tm 3.16). Não pode fugir desse compromisso, seja na vida ou na morte.

Cristãos! Vivamos o caráter de Cristo Jesus – É pelo fruto que se conhece uma árvore (Mt 12.33). O melhor antídoto contra o veneno e o jugo do pecado é andar no Espírito (Gl 5.16,17). A falha na formação moral do caráter produz pseudocristãos escravizados pela impiedade (Jd 1.12,13).

Cada um saiba responder a razão da sua fé – “Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (I Pd 3.15).

Conclusão

1.“O espírito da Babilônia” vem exercendo forte influência social e busca ter completo domínio religioso, político, cultural e econômico, em oposição aos valores da fé cristã.

2.Há movimentos, segmentos de minorias com proposituras, sem nenhum escrúpulo, forçam a barra para fazer valer suas reivindicações, algumas anticristãs, e ora provocativas chamando atenção social para si.

3.Como cristãos, precisamos aprender a assumir posições, não ficar em cima do muro e ser um propagador e defensor da fé cristã, sem desrespeitar direitos e deveres em sociedade. E em tudo movidos pelo amor, sem ingenuidades.

4.Quanto a sofrer por amor a Causa Cristo é uma insígnia, um selo do cristão.

5. A Palavra de Deus é a verdade absoluta e imutável. Disse Jesus: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mt 24.35). Terão fiel e cabal cumprimento. Doa a quem doer! Viva quem viver! Morra quem morrer!

6. II Co 13.8 – “Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade”. Ou seja, a mentira, distorções da verdade não prevalecerão contra a verdade. Chegará a hora em que a verdade contestada persistirá como luz dissipando as trevas. 

Fonte da Pesquisa:

Bíblia Sagrada.

Lição EBD/CPAD – 3º trimestre de 2023.

EBD/Podcast - Open.spotify.com - Para Escola Bíblica Dominical.

Livro – A Estratégia – Editora Central Gospel – Edição 2012.

Anotações pessoais.

 

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Bacharel em Direito e Teologia

Natal/RN, 29/06/2023.


sábado, 24 de junho de 2023

A amizade de Jesus com uma família de Betânia.

 Lição 13 –  EBD/CPAD - 2º Trimestre 2023.

 

Tema Geral: Relacionamentos em Família — Superando desafios e problemas com exemplos da Palavra de Deus.

Betânia (Gr. casa de tâmaras ou de figos) – Era uma aldeia da antiga Judeia. Uma pequena vila e estava na estrada para Jericó, perto de Betfagé.

João 11.18 - A cerca de 15 estádios (sistema judaico 178m) de Jerusalém. Quase 3 km a leste da Cidade Velha de Jerusalém e do Monte das Oliveiras.

Objeto de estudo:  A relação de amizade de Jesus com a família de Marta, Maria e Lázaro, uma família hospitaleira e amada por Jesus (Jo 11.3-5).

A amizade é caracterizada por uma relação de afinidade, reciprocidade, respeito e confiança entre duas ou mais pessoas.

Êx 33.11 - Deus falava com Moisés como a um amigo.

2Cr 20.7; Tg 2.23 - Abraão, é citado nas Escrituras, o amigo de Deus.

Lc 7.34 - Jesus se fez amigo de publicanos e pecadores para alcançá-los.

Alerta! Provérbio inglês: “Não há pior inimigo do que o amigo falso”.

I – A vida social de Jesus

Revela aspectos da sua humanidade – Criado na cidade de Nazaré com seus pais, logo após o retorno de Egito. Tinha irmãos e irmãs. E como filho mais velho, aprendeu com seu pai a profissão de carpintaria.

Na vida e no seu ministério desenvolveu, cultivou amizades.

Mulheres que serviam a Jesus com seus bens (Lc 8.1-3)

O homem que preparou o cenáculo para Jesus na última Páscoa (Mc 14.12-16).

Dava atenção às crianças e as amava (Mc 10.14; Lc 18.16).

A relação de Jesus com a família de Lázaro: Uma casa que o acolhia e com quem Ele cultivava uma amizade sincera.

1) Jesus amava a família de Lázaro (Jo 11.5);

2) Jesus tratou a Lázaro como um amigo. “...o nosso amigo dorme, mas vou despertá-lo do sono”(Jo 11.11).

3) O Senhor Jesus sentiu a dor da família de Lázaro e chorou a sua morte (Jo 11.33,35).

II – Frutos da amizade com Jesus

Atitudes de Maria, irmã de Lázaro e Marta, em relação ao Senhor Jesus:

1.Primeiro, quando Jesus visitou a família, Maria assentou-se aos pés de Jesus para ouvi-lo (Lc 10.39).

2.Segundo, na ocasião de tristeza pela morte de seu irmão, Lázaro, ela lançou-se aos pés de Jesus e chorou sua tristeza (Jo 11.32).

3.E, por último, em Betânia, na casa de Simão, o leproso (Mt 26.6; Mc 14.3), Maria adorou Jesus derramando sobre Ele um recipiente de unguento de nardo puro, ungindo seus pés e enxugando-os com os seus cabelos (Jo 12.3).  

Importante realçar:  Fazer amizade com Jesus, não diminui e nem “apaga” o seu Senhorio.

João 11.40 – Quando Marta se dirigiu a Jesus, pedindo apoio de Maria nas tarefas domésticas, “...aproximando-se disse: Senhor, não te importas que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe, pois, que me ajude”.

Se com Maria aprendemos uma espiritualidade profunda, com Marta aprendemos a importância das tarefas domésticas na família.

As preocupações de Marta com as atividades do lar indicam a intenção de agradar a Cristo, oferecendo-Lhe uma hospitalidade especial (Jo 12.2).

Jesus não culpou Marta por estar executando as tarefas domésticas. Na oportunidade Ele orientou Marta a estabelecer corretamente as prioridades no tempo e espaço (Lc 10.40-42).

Sendo assim, “Amigo verdadeiro não é aquele que não nos corrige, mas que nos ajuda a crescer como pessoa”.

Já na casa de Simão, o leproso, em João 12.2, Marta adequou esse serviço na perspectiva ensinada pelo Senhor Jesus.

Aplicação para nós:  

1.Um cristão maduro serve a Deus sem exageros, sem ativismo desprovido de devoção.

2.Ele não confunde as atividades do reino com o Deus do reino. Diante de Deus é um adorador; Diante de o Senhor é servo; Diante de Deus Pai, porta-se como um filho.

3.Enfim, onde Jesus está se faz presente, é o centro, há desenvolvimento espiritual equilibrado.

III – LIÇÕES QUE APRENDEMOS COM A AMIZADE DE JESUS

Marta, Maria e Lázaro, antes de amigos, eram fiéis discípulos de Jesus. Eles amavam Jesus e eram amados por Ele (João 11.5). 

“Para a amizade ocorrer, fluir não precisa ser perfeita. Basta ser verdadeira”.

No meio familiar é de vital importância ter disposição para conhecer, compreender e se relacionar de forma sábia, respeitosa e amorosa com cada tipo de personalidade que compõe uma família.  

Marta e Maria tinham perfis distintos. Uma agia mais com o “coração” e outra mais com as “mãos”.

Quanto aos cuidados da vida: A vida não é só trabalho. O homem não é só matéria. É espírito e alma também. Requer levar a sério a sua espiritualidade e desenvolver relacionamentos saudáveis.

“A amizade torna os nossos momentos difíceis suportáveis e os bons em memoráveis”.

Em Mateus 4.4 – Disse Jesus: “...Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”.

Vida social agitada sem uma vida espiritual de raízes profundas é viver no vazio. A devoção e o fervor se vão.

Conclusão:

1.A amizade é de grande valor e poderá exceder as afinidades de sangue: “...Há amigo mais chegado do que um irmão” (Pv 18.24b).

Iara França – “Curta a vida e os bons amigos. A vida porque é curta e os bons amigos porque são poucos”.

2.Observemos no evangelho de João a progressão da afinidade de Jesus com os seus discípulos:

Em João 13.13 – São servos.

João 15.15 – Já não os chama servos e sim amigos.

E em João 20.17 – Já ressuscitado, dirige-se a Maria Madalena, dizendo: “...vai e dizei aos meus irmãos...”.

3.Que a nossa experiência de fé seja como diz o hino: “Achei o bom amigo, Jesus o salvador, o escolhido entre milhares para mim”. Amém!

 

Fontes da pesquisa:

Bíblia Estudo Pentecostal.

Lição EBD/CPAD – 2º trimestre 2023.

Anotações pessoais.

 

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 24/06/2023.

segunda-feira, 12 de junho de 2023

O caso Ananias e Safira em Atos 5.1-11

 A verdade sobre a mentira na Bíblia

a) Levítico 19.11 – A mentira viola o mandamento de Deus

b) Nm 23.19; Tito 1.2; H 6.18 - Deus não pode mentir.

A mentira é incompatível com a sua natureza, sendo Ele pois o Deus da verdade (Sl 31.5), o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviou ao mundo (João 17.3).

c) João 8.44 – Disse Jesus sobre o diabo: ”...ele foi homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira”.

d) João 14.6 – Jesus é o caminho exclusivo para o Pai; Ele é a personificação da verdade. Ele é a vida. E vida eterna só por Jesus Cristo (João 3.36).

e) Tiago 3.14 – A mentira e a verdade estão sempre em oposição.

Quem pratica a verdade vem para luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus (João 3.21).


Exortações contra a mentira, o engano e a falsidade

Salmos 15.1-2 – “Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte? Aquele que anda em sinceridade, e pratica a justiça, e fala verazmente segundo o seu coração”.

Salmos 101.7 – “O que usa de engano não ficará dentro da minha casa; o que profere mentiras não estará firme perante os meus olhos" (Sl 1.5-6).

Salmos 119.30 – “Escolhi o caminho da verdade; propus-me seguir os teus juízos”.

Provérbios 2.7 – “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; escudo é para os que caminham na sinceridade”.

Provérbios 12.17 – “O que diz a verdade manifesta (promove) a justiça, mas a testemunha falsa engana”.

Efésios 6.14 – “Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça” (A verdade e a justiça são componentes da armadura de Deus para o cristão).

Efésios 4.23-24 – O velho homem se corrompe pelas concupiscências do engano. Já o novo homem, segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.

Efésios 4.25 – “Pelo que deixai a mentira e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros”.

Colossenses 3.9 – “Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos”.

I João 1.6 – “Se dissermos que temos comunhão com ele e andarmos em trevas, mentimos e não praticamos a verdade”.

Apocalipse 21.8 – “...e a todos os mentirosos a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte”. Bem como não entrarão na cidade santa qualquer que ama e pratica a mentira (Ap 22.15).


I Tm 3.15 - A Igreja é coluna e firmeza da verdade.

João 17.17 – Fomos santificados na verdade da palavra de Deus. E Espírito Santo veio para nos guiar em toda a verdade (João 16.13).

II Coríntios 13.8 (NVT) – “Pois não podemos resistir à verdade, mas devemos sempre defendê-la”.

II Coríntios 13.8 (ARA) – “Porque nada podemos contra a verdade, senão em favor da própria verdade”.

II Coríntios 13.8 (Versão Católica) – “Contra a verdade não temos poder algum; temo-lo apenas em prol da verdade”.


O que aprendemos do caso Ananias e Safira em Atos 5.1-11


1.O relato de Atos 4.32-37 e 5.1-11 dar-nos entender que Ananias e Safira tiveram certa inveja para se apresentarem tal qual Barnabé na Igreja Primitiva, o qual havia vendido seus bens e entregue para Igreja local.

2.A competitividade seja na sociedade, na família como na Igreja, pode levar pessoas ao caminho do falso e da mentira.

3.O casal foi irreverente em relação ao sagrado, no nascedouro da Igreja Primitiva e entendeu Deus deixar essa lição corretiva na coletividade. E, portanto, reprovou a mentira e enalteceu a verdade.

Atos 5.11 – A repercussão do caso, trouxe sobre a Igreja temor a Deus.

4.A mentira não bate com os fatos e leva a perda da confiança, confunde e causa engano da realidade.

5.Há filhos que se tornam mentirosos por causa dos pais, os quais mentem com certa naturalidade, como se não fosse nada de mais: “Se alguém me procurar diga que não estou”.

6.Existem pessoas que acham que pequenas mentiras não ofendem ou que não faz mal algum...e se tornam mentirosos funcionais.

7.Pais devem ensinar aos filhos a investir no Reino de Deus, ter visão de futuro, a serem poupadores para imprevistos ou com objetivos, contudo sem colocar confiança no que possui ou venha possuir (Lc 12.15). E sim fé no Deus a quem serve e cultua.

8. A mentira, meias verdades como meio de se autopromover, se auto afirmar quem não é, ou sem corresponder a realidade, assumir créditos de algo que não realizou, seja por cargo ou função na casa de Deus, é muito sério!

Deus não aprovou a mentira de Raabe. Porém, está escrito: “Pela fé, Raabe, a meretriz, não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz os espias” (Hb 11.31). Ela reconheceu o Deus de Israel e fez um acordo com os espias e cumpriu a sua parte. E o líder Josué considerou o acordado (Js 2.10-21;6.22-23).

Para Deus fazer acontecer não precisa de que pessoas saiam por aí mentindo. Deus não corrobora com o falso, com trapaças para conceder vitória ao seu povo.

O hábito de mentir é um defeito no caráter de quem mente (Samuel Borges).

Lucas 16.10 – “Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito”.

9.A exposição excessiva do que se faz ou é exercido, pode se tornar autopromoção irrelevante e “barata” diante dos homens e de Deus.

10. O episódio também nos ensina sobre a liberalidade no ato da generosidade. Onde investimos nossos recursos revelam desapego às coisas materiais, como também demonstra amor aos valores eternos.

Mateus 6.24 - Não se pode servir a dois senhores. Ou a Deus ou as riquezas.

Lucas 12.34 -  porque, onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”.

É importante observar que esse ponto tanto se aplica às ovelhas, bem como aos líderes no contexto da Igreja Organização (I Tm 6.3-11; II Tm 2.4-6; I Pd 5.1-4). Infelizmente, há casos reprováveis na gestão das finanças na Igreja Organização em determinadas denominações.

Para Deus faz diferença a atitude interior de desprendimento e não propriamente a quantidade em si quando se recebe ou se doa na Causa do Evangelho.

11. O sagrado não diz respeito diretamente ao ambiente físico religioso. E sim a reverência nos atos solenes no culto e no serviço a Deus, tais como: A leitura da Bíblia, o teor das orações, o louvor ministrado, a explanação da palavra, ministérios não censurados, com a devida honra a Deus no exercício da fé.

Hebreus 10.31 – “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus Vivo”.

12. A submissão à Palavra de Deus, orar e vigiar poderá nos guardar do germe enganoso da mentira. Não precisamos ser santarrões. Sejamos santos em toda a nossa maneira de viver porque Deus é santo. E que o Senhor Deus rico em misericórdias seja conosco. Amém!

Um ditado popular: “Torneira muito apertada, pode estar escondendo vazamento”.

Fontes de Pesquisa:

Bíblia Sagrada

Lição 11 EBD/CPAD - 2º trimestre de 2023

Pod EBD - Lição 11 - Os Prejuízos da Mentira na Família

Anotações Pessoais 


Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Bacharel em Direito e Teologia

Natal/RN, 12/06/2023.

domingo, 4 de junho de 2023

DAVI, UM HOMEM SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS?

I Samuel 13.14 - “…já tem buscado o SENHOR para si um homem segundo o seu coração…”.

Para compreendermos essa afirmação bíblica, faz-se necessário nos perguntarmos em que aspecto? Para que foi Davi classificado um homem conforme o coração de Deus? Certamente Davi não foi exitoso, virtuoso, temente a Deus em todas as áreas de sua vida.

No texto citado o Senhor Jeová, através do profeta Samuel, não está dizendo que buscou para si um homem sem falhas e sem pecados. Porém, um homem que atenderia toda a sua vontade na direção de um propósito (At 13.22).

Davi foi “segundo o coração de Deus”, veio a ser o maior Rei da História de Israel (1.010 a 970 a.C.). Ele fortaleceu a monarquia recém surgida no contexto político da nação judaica, após o conturbado período dos juízes (1.375 a 1.050 a.C.), sucede o Rei Saul, sendo o segundo monarca em Israel aos trinta anos de idade (II Sm 5.4-5).

Como guerreiro, chefe de tropas, líder público foi um vencedor consciente da dependência de Deus. O Senhor lhe deu descanso de todos os inimigos em redor e fez grande o nome de Davi em Israel (II Sm 7.1;8-9).

A expressão “um homem segundo o coração de Deus”, requer ser vista e interpretada no bojo do propósito divino para com a nação, visando solidificar Israel como povo eleito, escolhido, em meio as nações pagãs (I Cr 16.13-18). E de tamanha envergadura foi essa escolha que o Senhor Jeová fez com Davi uma Aliança profética/escatológica, firmando o seu trono para sempre, pela sua posteridade e veio a ser contado na linhagem messiânica.

II Sm 7.16 – “...a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre”.

E ao ouvir essa promessa de Deus, Davi se recolhe e foi orar ao Senhor, não como rei e sim como servo a quem o Senhor conhecia e estava cheio de gratidão (I Cr 17.16-27). Não era digno.

Davi – Qualidades para ser rei em Israel

Davi desde a mais tenra idade aprendeu a confiar em Deus diante de qualquer circunstância enfrentada (I Sm 17.32-51).

O Deus que escolheu Saul, primeiro Rei em Israel, o rejeita por fazer o que não era de sua competência (I Sm 13.8-14) e por desobediência (I Sm 15.1-29). E Davi foi ungido para reinar em Israel, a partir daí apoderou-se dele o Espírito Senhor (I Sm 16.13), ao tempo em que se retirou de Saul (I Sm 16.14). Ou seja, perdeu a capacitação do alto para ser Rei em Israel.

Em I Sm 16.18 está escrito sobre Davi -“Eis que tenho visto a um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar e é valente e vigoroso, e homem de guerra, e prudente em palavras, e de gentil presença; o Senhor é com ele”.

Tinha grande respeito a autoridades delegadas por Deus. Este fato ficou evidente lidando com o Rei Saul, já rejeitado por Deus (I Sm 13.13-14), por diversas vezes, tentando o matar (I Sm 24.4-5). 

Como líder, para tomar decisões, buscava diligentemente a direção de Deus (I Sm 23.2,4;30.8; II Sm 2.1;5.19,23).

Davi tinha grande prazer em adorar a Deus e assim instruía a nação (I Crônicas capítulos 15 e 16), com essa finalidade. É oportuno lembrar, a ideia do Templo Judaico foi de Davi, e coube a Salomão, seu filho, executar (I Cr 17.1-15).

Davi era temente, porém falho, e mesmo assim apregoava o temor a Deus (Sl 34.7).

Sl 34.17-19; Sl 51.1-19 - Davi descobriu a graça de Deus antes de ser revelada em pormenores na pessoa bendita de Jesus Cristo no NT (Jo 1.17).

Davi tinha plena consciência de que a monarquia em Israel estava sob o dedo de Deus, podia intervir no governo das nações gentias, julgar e exercer benignidade pela sua Soberania (I Cr 16.31-34).

Davi tinha três qualidades de caráter destacadas: Humildade (I Sm 17.37; Sl 34.4-7), sinceridade (II Sm 12.13; 24.10; Sl 51) e exímio adorador (II Sm 7.1-29; II Sm 22.1-51 e muitos salmos escritos de exaltação e louvores a Deus).

Davi - Suas falhas e pecados

Em II Sm 11 e 12 – narra o mais grotesco, o mais viu pecado de Davi contra Urias o heteu – Adultério e homicídio. E foi repreendido por Deus na cara, pelo profeta Natã.

Davi, incitado por satanás mandou numerar o povo (I Cr 21.1), o que dar-nos a entender, por vaidade humana. Não agradou a Deus (I Cr 1.7). E vem juízo sobre o povo. Davi, na sua sinceridade assume o erro e pede a mão de Deus contra ele e sua casa, não sobre o povo (I Cr 21.17). Ao interceder, Deus lhe dá orientação para levantar um altar na eira de Ornã, o Jebuseu. Ele ofereceu holocaustos e sacrifícios pacíficos. Deus recebe e manda o anjo meter a espada na bainha (I Cr 21.26-27).

Quando estudamos a família do Rei Davi e sua conduta de genitor e pai, vemos que não foi diligente e disciplinador para com a família. Dedicou-se muito a vida pública e negligenciou a família.

Davi foi um homem sensível ao sagrado, na adoração a Deus, porém de moralidade frágil. Foi um polígamo, adúltero e assassino (II Sm 11.1-27). E acredito que teve acesso ao Pentateuco para consultar e por ele se instruir.

II Sm 3.2-6; 5.13 – Davi teve muitas mulheres. Não soube lidar com a barra da saia. Foi permissivo na poligamia e amargou frutos indesejados. Foi pai de mais de vinte filhos.

A monarquia em Israel foi revelada a Moisés e passadas instruções, preceitos divinos a seu respeito antes de ser estabelecida (Dt 17.14-20).

Deuteronômio 17.17 (deveres do rei) – “Tampouco para si multiplicará mulheres, para que o seu coração se não desvie; nem prata nem ouro multiplicará muito para si”.

Em determinados momentos, a poligamia no Antigo Testamento não foi taxativamente condenada, embora claro o padrão divino para o matrimônio monogâmico exposto desde o Gênesis 2.24.

Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne”.

Na História, no decurso do progresso civilizatório da raça humana se permitiu a poligamia. Mulher sem marido na antiguidade tinha basicamente três destinos: Passar fome, ser escrava ou prostituta.

Conclusão:

Na família Davi experimentou as consequências de sua fraca moralidade, um pai não exemplar, amou demais (II Sm 18.33) e faltou com a disciplina sobre os filhos. Colheu adultério, assassinato, incesto, morte, perseguições e lágrimas na família.

Davi reconheceu que Deus o confirmou rei sobre Israel e que exaltara o seu reinado por amor do seu povo (II Sm 5.12).

Então, a expressão “um homem segundo o coração de Deus” não tem caráter personalíssimo em torno de um Davi impecável, e sim quanto ao propósito que Deus alcançaria através dele, como Rei de Israel.

 

Fonte de pesquisa:

Bíblia de Estudo Pentecostal

Lição EBD/CPAD – 2º trimestre de 2023.

Anotações Pessoais

 

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Bacharel em Direito e Teologia

 

Natal/RN, 04/06/2023.

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