Lição 7 - Texto áureo - Ez 36.26 – “E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne”.
Introdução
1.Por que se faz necessário um
coração novo, tanto para a comunidade de Israel como para o crente em Jesus? A
expressão coração novo nos remete ao novo nascimento na Nova Aliança,
instituída por Jesus, pelo seu sangue.
2.Aprendemos que um dos propósitos
da lei (a velha Aliança) dada por Deus no monte Sinai, através do legislador
Moisés, era deixar estampado o pecado humano e a incapacidade de o homem
cumpri-la (Rm 3.19-20).
3.É relevante destacar que
todo aquele que está justificado diante de Deus, seja no AT ou no NT, é pela fé
(Rm 3.28; 4 e 5; 10.4; Hb 11).
4.Na Bíblia é usado o vocábulo
coração de forma metafórica, com vários significados, em especial, no bojo, na
essência da Nova Aliança.
5.A palavra hebraica ‘lev’
para se referir ao coração inclui a mente.
Dt 6.5 - instrui o povo hebreu
amar a Deus de todo o coração, alma e poder, enquanto que nos evangelhos esse
ensino é repetido três vezes.
Objetivos da lição 7
1.Conceituar a palavra coração,
extraindo o sentido conforme o texto e contexto.
2.Colocar em destaque a nova
perspectiva de vida de quem tem um novo coração.
3. Listar promessas de Deus para
quem teve o coração mudado no encontro pessoal com Cristo.
I – O Coração na Perspectiva
Bíblica
1.Obviamente, não trataremos
da palavra coração pelo olhar da cardiologia. E sim, o coração como o centro da
razão e das emoções humanas, isto é, a realidade interior das pessoas.
2.O coração na fisiologia é órgão
vital físico, uma bomba complexa e sofisticada, a qual bombeia sangue para
circular por todo o corpo humano. Na metáfora bíblica é o centro da vida humana
e abarca o espírito e a alma.
3.Então, o coração na Bíblia
revela a vida mental, emocional e espiritual do ser humano. Daí, a
recomendação:
Pv 4.23 – “Sobre tudo o
que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as
saídas da vida”. Ao que chamo de mente blindada.
4.Quando falamos de vida
mental, é importante distingui-la do cérebro, um membro do corpo. A mente é abstrata,
imaterial.
5.No AT a circuncisão era um
ato físico, um sinal entre Deus e os descendentes de Abraão. Enquanto a
circuncisão do coração no NT, é o operar do Espírito de Deus em nós, desde o
convencimento ao novo nascimento, e através de Cristo Jesus, estabelecemos uma
relação filial com Deus.
II – O coração de quem está em
Deus
No AT Deus fez uma Aliança com
o povo hebreu, de ordenanças, marcas físicas e rituais externos. Os fins foram
atingidos em parte. Já no NT temos a Nova Aliança, com a transformação no homem
interior, produzindo em nós um novo coração.
Escreveu Paulo: “E não vos
conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso
entendimento (mente), para que experimenteis qual seja a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2).
Efésios 4.23 – “E vos renoveis
no espírito da vossa mente...”
Jonh Stott (1921-2011): "Se
a degradação dos pagãos é devida à futilidade das suas mentes, a retidão cristã
depende da constante renovação da nossa mente".
1.Como age um coração
inclinado, voltado para Deus? - É participante ativo do
reino de Deus, consequemente se inclina para valores espirituais, a fim de
viver de acordo com os preceitos divinos. Diferente do homem natural:
Rm 8.5-6 – “Porque os que são
segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os
que são segundo o Espírito, para as coisas do
Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação
do Espírito é vida e paz”.
2.Coração consciente – Não
é como o do homem morto em delitos e pecado (Ef 2.1), insensível à voz de Deus,
andando no curso carnal do mundo. Não! Pelo contrário, conduz-se como disse o
salmista:
Sl 119.11 – “Escondi a tua
palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti”.
Embora o termo ‘coração’ se
faça presente no ato de crê (Lc 24.25; Rm 10.8-10; At 8.37), com significados
diversos, conforme a exegese do texto e contexto, na Teologia as duas
faculdades do espírito humano são: A consciência e a fé.
3.A Bíblia, o manual do fabricante, tem as
credenciais da cardiologia espiritual
Jesus censurou a tradição dos
anciãos - Havia excessiva preocupação com a higiene externa, ritos
como o lavar as mãos para se alimentar.
Ao invés do exterior, Jesus
apontou para o homem interior, dizendo: “Mas o que sai da boca procede do
coração, e isso contamina o homem” (Mt 15.18).
Em Mt 15.19 Ele afirma: “Porque
do coração (da mente) procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios,
prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias”. O pensamento é o pai
das ações.
O profeta Jeremias trata do
coração humano, referindo-se à natureza do homem caído.
Jr 17.5 – “Assim diz
o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço,
e aparta o seu coração do Senhor!”.
Jr 17.9 – “Enganoso é o
coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?”.
III – Advertências acerca do coração
1.Deus vê o coração – De
modo que não adianta tentar enrolar Deus, porque ele vê diferente do homem.
Ninguém se esconde da sua presença.
Jr 20.12 - Deus é aquele que
prova o justo e vê os pensamentos e o coração.
O homem vê o que está diante
de seus olhos; Deus olha para o coração, o homem interior (I Sm 16.7).
Jr 17.10 – “Eu, o Senhor,
esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isso para dar a cada um
segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações”.
III – Promessas e características
do novo coração, transformado pelo Espírito Santo.
1.O Espírito Santo na Nova
Aliança - Jesus disse que se eu não for, o consolador não virá.
Então, quem sucedeu a Cristo no seio da Igreja foi o Espírito Santo. Se sem
Jesus não dá, assim também, não teremos vida espiritual sem o atuar do Espírito
na Igreja.
Jo 16.13 – Aquele que viria
para nos guiar em toda a verdade.
Rm 8.14 – “Porque todos os que
são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus”.
Rm 8.16 – “O mesmo Espírito
testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus”.
E por causa dele e seu
trabalhar em nós, no cristão, temos:
2.Um coração saudável que
revela felicidade - Sl 1.1-2 – “Bem-aventurado o varão que não anda
segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se
assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem o seu prazer na
lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite”.
Tem coração saudável aqueles
que fazem a higiene mental, não apenas do corpo, mediante a paz de Deus em nós.
Higiene mental? Sim! remete à
saúde social e espiritual – É fazer a
gestão da mente, inibindo, fazendo contra pontos a pensamentos destrutivos,
doentios como medo, ansiedade e outros. Significa gerar impulsos positivos na alma e no espírito, aplicando
a receita paulina de Filipenses 4.7-8.
As
três faculdades da alma são: A vontade, intelecto e as emoções. Todavia,
cuidado! A Psicologia está limitada a esse entorno. Na área do espírito, via de
regra, é cega. Mensagens seculares e evangélicas psicologizadas, não alcançam,
não tratam do espírito.
3.É um coração regido pelo
amor
– Ao invés de ódio, egoísmo e tantas outras mazelas do homem secular, não
regenerado.
a) É imprescindível a prática
do amor pelo cristão, pois é a essência do Cristianismo. Amar deve ser parte
do estilo de vida do cristão.
b) O amor é o mais poderoso
lubrificante nas relações humanas. Evita atritos, vital no entendimento entre
as pessoas, cobre nossas faltas, no sentido de nos tornamos mais tolerantes, uns
com os outros, etc.
Conclusão
1.Permitamos o agir do
Espírito em nós. Que vivamos despojados do velho homem e suas práticas (Ef 4.22-24).
2.Como está a sua mente? Confusa?
Um depósito de lixo? Em que nível avaliamos as imaginações e maquinações dos nossos
pensamentos?
3.Administre a sua mente e as
emoções. Não as deixe vagar, divagar sem rumos. Combatemos as imaginações, as emoções
supérfluas e inúteis. Cultivemos conteúdos edificantes, fora devaneios de
aculturamento! Conte com o Espírito Santo. Amém!
Por Samuel Pereira Macedo Borges
Natal RN, 01/11/2024.
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