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sexta-feira, 11 de julho de 2025

A Igreja de Jerusalém, um modelo a ser seguido.

Atos 2.42 - “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações”.

Introdução

1.A Igreja de Jerusalém, nascida no pentecoste, tinha quatro pilares básicos: Doutrina, comunhão, oração e piedade. Nasceu forte, no fogo do Espírito.

2.No relato de Atos fica muito evidente o impacto da Igreja em sua geração. Seguia na adoração, no louvor e caindo na graça do povo. Porém, surgia os primeiros opositores (At 2.47; 5.17-18,26;6.7;8-12).

3.Logo se estabeleceu as duas ordenanças bíblicas aos convertidos a Cristo: O Batismo em águas e a Ceia do Senhor (At 2.41).

4.Havia compromisso com a Palavra, no ensino, na comunhão e uma fé prática. E hoje são prioridades na Igreja hodierna? Ou estamos mais focados em eventos, agendas, num evangelho institucionalizado? Discutiremos...

5.É praticamente unânime a afirmação de que megas templos tende a fazer da Igreja ovelhas solitárias, desconhecidas na multidão, usuários do consumo da fé. Como crescer sem nos tornamos dispersos?

I – Uma Igreja com Alicerces Sólidos

1.“Perseveravam na doutrina dos apóstolos” (At 2.42). 

A palavra “doutrina” traduz o termo grego didaquê, que significa “ensinar” e “instruir”. Tudo a ver, portanto, com o discipulado cristão.

Uma igreja só pode ser considerada genuinamente cristã quando ela consegue ensinar e doutrinar seus membros de tal forma que eles passem a refletir o caráter de Cristo.

O discípulo é alguém que consegue reproduzir, isto é, levar adiante o que aprendeu de seu Mestre.

A tragédia da igreja acontece quando ela não consegue ser discipulada, nem tampouco discipular.

2.Uma igreja Relacional e Piedosa. A igreja de Jerusalém perseverava na “comunhão” (At 2.42). A maioria dos intérpretes entende que a palavra grega koinonia, traduzida aqui como “comunhão” é uma referência às relações interpessoais dos primitivos cristãos.

Sem o cultivo de relações interpessoais fortes, a igreja cai em um mero ativismo. Há muita atividade, mas sem o calor humano que caracteriza a verdadeira vida cristã.

“No partir do pão” - Esta expressão pode estar se referindo:

a) simplesmente, às refeições feitas nas casas, uns dos outros;

b) ou à refeição do amor ágape (I Co 11.21, nota da BEP);

c) ou ao momento da comunhão na Ceia do Senhor, propriamente dita.

3.Uma Igreja que Orava (At 2.42;3.1;6.4;12.5) - Apesar de todo empenho da liderança, hoje temos várias atividades, afetando a oração, a Palavra e a missão de evangelizar.

II – Uma Igreja Observadora dos Símbolos Cristãos

O batismo era uma das ordenanças de Jesus no bojo da pregação do evangelho (Mc 16.15-16).

O Batismo em Águas – Era o meio de admissão formal e testemunho público da confissão de fé do convertido, adentrando à Igreja, no Corpo de Cristo (At 2.41).

Pelo batismo os cristãos de Jerusalém mostravam à sociedade que tinham uma nova vida, um Senhor e uma identidade com Ele.

A Ceia do Senhor – “no partir do pão” (At 2.42). Estudiosos concordam que esse texto é uma referência à prática da Ceia do Senhor entre os primeiros cristãos.

Donald Gee, dizia sobre a Ceia – “Ela leva a Igreja ao próprio coração de sua fé; ao próprio centro do Evangelho; ao objeto supremo do amor de Deus, quando dela se participa corretamente”.

No diário de John Wesley - Pr metodista inglês – Ele conta que enfrentou processo num tribunal, porque tinha pessoas abastardas na Igreja que queriam participar da Ceia do Senhor de qualquer jeito.

III – A Igreja em Jerusalém - Uma Igreja Modelo

1. Uma igreja reverente e cheia de dons - Lucas destaca que “muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos” (At 2.43). “Sinais (gr. Téras) e maravilhas (gr. Sémeion)” são as mesmas palavras usadas pelo apóstolo Paulo para se referir aos dons do Espírito Santo que se manifestavam em suas ações missionárias (Rm 15.19). Os dons espirituais estavam presentes na vida da Igreja Primitiva.

“Em cada alma havia temor” (At 2.43 – do grego phóbos) – Temor no sentido de: Reverência, respeito pelo sagrado, um forte sentimento da presença de Deus e um clima da presença do sagrado.

2.Uma Igreja acolhedora. É praticamente impossível ser uma igreja relevante, sem ser acolhedora, não ter atenção e não cuidar de pessoas.  Uma Igreja, para se tornar relevante, necessariamente deve ser acolhedora. Da Igreja de Jerusalém diz o texto bíblico: “todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum” (At 2.44).

Segundo o comentarista: “Não é fácil partilhar, muito menos acolher”. Temos que nos desprender das amarras do ego humano.

3.Uma Igreja adoradora. Aquela Igreja local era também uma igreja adoradora: “...louvando a Deus” (At 2.47). O louvor é uma expressão de júbilo e gratidão. Muito mais que apenas cantar, é uma expressão de rendição e total entrega.

A última frase em At 2.47 - “...E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”. Segundo o comentário bíblico Beacon – CPAD 2024, pg. 225, é uma tradução completamente injustificável.

O texto grego expressa claramente: “todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que estavam sendo salvos”.

At 5.14 – “E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais”.

At 6.7 – “E crescia a palavra de Deus e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos e grande parte dos sacerdotes obedecia a fé”.

At 5.42 – “E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo”.

Conclusão

1.A Igreja em Jerusalém, o modelo de igreja ideal para todos os tempos, até que Jesus venha. Era notável na unidade, amor e poder espiritual.

2.Na Igreja temos a liderança, um comando divino e humano, de modo a sermos povo organizado, regido no poder do Espírito para edificação de todo o Corpo de Cristo. Deus deu à Igreja (At 6.1-4; Ef 4.11-13).

3.Mantenhamos esses fundamentos: A Palavra, a comunhão, a oração, adoração, serviço e vida piedosa. Amém!

Fonte da Pesquisa:

Lição EBD/CPAD - 3º trimestre de 2025.

Bíblia Sagrada.


Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Nata/RN, 11/07/2025.

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