Atos 2.42 - “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações”.
Introdução1.A Igreja de Jerusalém,
nascida no pentecoste, tinha quatro pilares básicos: Doutrina, comunhão, oração
e piedade. Nasceu forte, no fogo do Espírito.
2.No relato de Atos fica muito
evidente o impacto da Igreja em sua geração. Seguia na adoração, no louvor e
caindo na graça do povo. Porém, surgia os primeiros opositores (At 2.47;
5.17-18,26;6.7;8-12).
3.Logo se estabeleceu as duas
ordenanças bíblicas aos convertidos a Cristo: O Batismo em águas e a Ceia do
Senhor (At 2.41).
4.Havia compromisso com a
Palavra, no ensino, na comunhão e uma fé prática. E hoje são prioridades na
Igreja hodierna? Ou estamos mais focados em eventos, agendas, num evangelho
institucionalizado? Discutiremos...
5.É praticamente unânime a afirmação
de que megas templos tende a fazer da Igreja ovelhas solitárias, desconhecidas na
multidão, usuários do consumo da fé. Como crescer sem nos tornamos dispersos?
I – Uma Igreja com Alicerces Sólidos
1.“Perseveravam na doutrina dos apóstolos” (At 2.42).
A
palavra “doutrina” traduz o termo grego didaquê, que significa
“ensinar” e “instruir”. Tudo a ver, portanto, com o discipulado cristão.
Uma
igreja só pode ser considerada genuinamente cristã quando ela consegue ensinar
e doutrinar seus membros de tal forma que eles passem a refletir o caráter de
Cristo.
O
discípulo é alguém que consegue reproduzir, isto é, levar adiante o que
aprendeu de seu Mestre.
A
tragédia da igreja acontece quando ela não consegue ser discipulada, nem
tampouco discipular.
2.Uma igreja Relacional e Piedosa. A igreja de Jerusalém perseverava na
“comunhão” (At 2.42). A maioria dos intérpretes entende que a palavra
grega koinonia, traduzida aqui como “comunhão” é uma
referência às relações interpessoais dos primitivos cristãos.
Sem
o cultivo de relações interpessoais fortes, a igreja cai em um mero ativismo.
Há muita atividade, mas sem o calor humano que caracteriza a verdadeira vida
cristã.
“No partir do pão” -
Esta expressão pode estar se referindo:
a) simplesmente, às refeições feitas nas casas, uns dos
outros;
b) ou à refeição do amor ágape (I Co 11.21, nota
da BEP);
c) ou ao momento da comunhão na Ceia do Senhor,
propriamente dita.
3.Uma
Igreja que Orava (At 2.42;3.1;6.4;12.5)
- Apesar
de todo empenho da liderança, hoje temos várias atividades, afetando a oração,
a Palavra e a missão de evangelizar.
II – Uma Igreja Observadora
dos Símbolos Cristãos
O
batismo era uma das ordenanças de Jesus no bojo da pregação do evangelho (Mc
16.15-16).
O Batismo em Águas – Era
o meio de admissão formal e testemunho público da confissão de fé do
convertido, adentrando à Igreja, no Corpo de Cristo (At 2.41).
Pelo
batismo os cristãos de Jerusalém mostravam à sociedade que tinham uma nova vida,
um Senhor e uma identidade com Ele.
A
Ceia do Senhor – “no partir do
pão” (At 2.42). Estudiosos concordam que esse texto é uma referência à prática
da Ceia do Senhor entre os primeiros cristãos.
Donald
Gee, dizia sobre a Ceia – “Ela leva a Igreja ao próprio coração de sua fé; ao
próprio centro do Evangelho; ao objeto supremo do amor de Deus, quando dela se
participa corretamente”.
No
diário de John Wesley - Pr metodista inglês – Ele conta que enfrentou processo
num tribunal, porque tinha pessoas abastardas na Igreja que queriam participar
da Ceia do Senhor de qualquer jeito.
III
– A Igreja em Jerusalém - Uma Igreja Modelo
1. Uma igreja reverente e cheia de dons - Lucas destaca que “muitas maravilhas e sinais
se faziam pelos apóstolos” (At 2.43). “Sinais (gr. Téras) e maravilhas
(gr. Sémeion)” são as mesmas palavras usadas pelo apóstolo
Paulo para se referir aos dons do Espírito Santo que se manifestavam em suas
ações missionárias (Rm 15.19). Os dons espirituais estavam presentes na vida da
Igreja Primitiva.
“Em
cada alma havia temor” (At 2.43 – do grego phóbos) – Temor no sentido de: Reverência, respeito
pelo sagrado, um forte sentimento da presença de Deus e um clima da presença do
sagrado.
2.Uma Igreja acolhedora. É praticamente impossível ser uma igreja
relevante, sem ser acolhedora, não ter atenção e não cuidar de pessoas. Uma Igreja, para se tornar relevante,
necessariamente deve ser acolhedora. Da Igreja de Jerusalém diz o texto
bíblico: “todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum” (At 2.44).
Segundo
o comentarista: “Não é fácil partilhar, muito menos acolher”. Temos que nos
desprender das amarras do ego humano.
3.Uma Igreja adoradora. Aquela Igreja local era também uma igreja
adoradora: “...louvando a Deus” (At 2.47). O louvor é uma expressão de júbilo e
gratidão. Muito mais que apenas cantar, é uma expressão de rendição e total
entrega.
A
última frase em At 2.47 - “...E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja
aqueles que se haviam de salvar”. Segundo o comentário bíblico Beacon – CPAD
2024, pg. 225, é uma tradução completamente injustificável.
O
texto grego expressa claramente: “todos os dias acrescentava o Senhor à
igreja aqueles que estavam sendo salvos”.
At
5.14 – “E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres,
crescia cada vez mais”.
At
6.7 – “E crescia a palavra de Deus e em Jerusalém se multiplicava muito o
número dos discípulos e grande parte dos sacerdotes obedecia a fé”.
At
5.42 – “E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de
anunciar a Jesus Cristo”.
Conclusão
1.A
Igreja em Jerusalém, o modelo de igreja ideal para todos os tempos, até que
Jesus venha. Era notável na unidade, amor e poder espiritual.
2.Na
Igreja temos a liderança, um comando divino e humano, de modo a sermos povo
organizado, regido no poder do Espírito para edificação de todo o Corpo de
Cristo. Deus deu à Igreja (At 6.1-4; Ef 4.11-13).
3.Mantenhamos esses fundamentos: A Palavra, a comunhão, a oração, adoração, serviço e
vida piedosa. Amém!
Fonte da Pesquisa:
Lição EBD/CPAD - 3º trimestre de 2025.
Bíblia Sagrada.
Por
Samuel Pereira de Macedo Borges
Nata/RN, 11/07/2025.
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