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sábado, 31 de agosto de 2024

O antissemitismo

É a forma de preconceito com viés de ódio contra povos semitas*, principalmente os judeus, e foi manifestado por diversas vezes no decorrer da História.

*Descendentes de Sem, filho de Noé – Gerou cinco filhos: Elão (elamitas), Assur (assírios), Arfaxade (caldeus/babilônicos, Joctã), Lude (lídios) e Arã (sírios).

Arfaxade – Progenitor de Abrão (pai dos hebreus), oitava geração anterior. De Joctã, vieram 13 tribos que habitaram a península arábica (os árabes).

O antissemitismo no meio cristão – É um paradoxo, completamente contrária à fé cristã. Antissemitismo está para o ódio, assim como o cristianismo para o amor. São opostos. E infelizmente, quando olhamos para a história este pecado está arraigado na cristandade, não propriamente no Cristianismo.  

A Teologia da SubstituiçãoDo romanismo ao protestantismo - Com o casamento da Igreja com o Estado (311 d.C.), líderes da Igreja Gentílica se dedicaram ao estudo da filosofia grega e das concepções antissemitas. Em menos de um século depois da morte dos apóstolos, líderes importantes da Igreja conceberam a ideia de que Deus rejeitara permanentemente Israel e o substituíra pela Igreja porque a nação de Israel rejeitou a Jesus. Dessa forma, a Igreja passou a ser o “Israel de Deus”. E pode ser assim chamada em sentido espiritual, o corpo místico de Cristo, composto de judeus e gentios. Todavia,  a Igreja Cristã não toma o lugar de Israel no Plano Divino através dos séculos.

Na Teologia da Substituição prega-se que Israel é passado, morto e sepultado. E o é nos tipos e figuras cumpridas em Cristo no NT. Porém, ignoram as profecias futuras relativas à nação de Israel.

As Igrejas Históricas deixam um vácuo na Soteriologia e na Escatologia - Achando-se os “eleitos de Deus”, quando cristãos se tornam filhos por adoção em Cristo (Jo 1.11-12; Ef 1.3-5) e Israel filhos por Eleição (Is 43.5-7;45.4), a partir de Abrão (Gn 12. 1-3; Is 1.2-3).

Os judeus detêm a adoção de filhos em primeiro plano (Mt 10.6;15.24; Rm 1.16;9.4; Jo 4.22).

Vejamos:

Ano 313 da Era Cristã - O Edito de Milão: O Cristianismo saiu da clandestinidade e passou a ter liberdade de culto no Império Romano, entre outros direitos reconhecidos aos cristãos. Os judeus ficaram de fora dessa liberdade. Pelo contrário, o judaísmo foi taxado de prática pagã.

Para Constantino, os judeus eram uma seita má e perversa, dizia: “nada temos a ver com os judeus, que são nossos adversários...parasitas e assassinos do nosso Senhor”.

João Crisóstomo (345-407 d.C.) o bispo da boca dourada – Foi o primeiro dos líderes cristãos a rotular os judeus de assassino do salvador, ao ponto de inflamar os fiéis na Páscoa, os quais saiam da igreja, com pedaços de paus e seguiam direto aos distritos dos judeus e os espancavam até a morte, pelo que tinham feito com Jesus e levado a cruz. Até parece que Jesus não havia ressuscitado ao terceiro dia e está vivo à destra do Pai e intercede pela sua Igreja.

As cruzadas – do século XI ao XIII – Foram esforços da Igreja romana para libertar a cidade santa, Jerusalém do poder muçulmano. Houve cerca de dez cruzadas, apenas a primeira um com êxito parcial. 

Em 1.096 d.C. a caminho da Primeira Cruzada – Os “Cavaleiros da Cruz” deixaram o rastro de sangue judaico em toda a Europa. Em seis meses, cerca de dez mil judeus foram assassinados, correspondente à um terço da população judia da Alemanha e França.

Estes matadores de judeus eram homens fora da lei, condenados, mal liderados, ladrões, assassinos, estupradores, soltos das prisões, com a promessa declarada pelo Clero Romano, de terem o perdão das culpas de seus crimes, das dívidas financeiras, especialmente de judeus credores, mesmo antes de seguirem para Jerusalém, visando libertá-la dos mulçumanos. E tudo em nome de Deus.

Em 1.099 d.C. – Na primeira cruzada na tomada de Jerusalém dos mulçumanos - Liderada por Godfrey Bulhões, houve uma matança de 969 judeus entre homens, mulheres e crianças, queimados vivos dentro de uma sinagoga, e de nada valeu os gritos dos indefesos, implorando misericórdias. E os cruzados, rodeando a sinagoga em chamas, cantavam: “Cristo, te adoramos”.

Século XVI - Martinho Lutero e a visão distorcida sobre o povo judeu - Lutero esperava que os judeus na Alemanha o acompanhassem no movimento da Reforma Protestante. Como isto não ocorreu ele se voltou contra os judeus e escreveu um tratado de nome “A respeito dos judeus e suas mentiras”.

Lutero defendia a queima de sinagogas, suas casas demolidas e destruídas. Destruição dos livros judaicos, como o Talmude...Os rabinos deveriam ser proibidos de ensinar, sob pena de morte. Era para confiscar os passaportes para não viajarem e ficaram em casa. Proibir de seus negócios financeiros, pois era usura. Judeus e judias mais jovens foram taxados de preguiçosos deveriam ser destinados aos serviços braçais para ganharem a vida.

Deveria ser aplicada aos judeus a mesma inteligência (expulsão), como fez a França, Espanha, a Boêmia, para tirar deles os bens de que a Alemanha foi extorquida e depois expulsá-los para sempre do país.

Então, eram os conselhos de Martinho Lutero (1483-1546) para o povo alemão, se livrar desse fardo demoníaco – Os judeus.

Ano 1348 – A peste negra na Europa – Como se lê na História, mais uma vez botaram a culpa nos judeus. E em verdade, os judeus se protegiam da peste com medidas de profilaxias, sanitárias, aprendidas há séculos e repassadas de geração a geração.

Do final do século XV ao XVIII – Inquisição espanhola (início 1478) e portuguesa (1536) – O povo judeu é o único povo na terra que enfrentaram três séculos em tribunais inquisitórios - Visava forçar a conversão ao catolicismo ou a expulsão. E surgem os “cristãos novos”. Ou pejorativamente marranos, muitos deles católicos por fora e judeus por dentro.

Como funcionavam? Identificados e denunciados, perda da cidadania, assinatura de termo compulsório de silêncio, torturados para confessar crimes que queriam seus algozes, bens extorquidos, famílias destruídas, processados e condenados sem direito a defesa.  

Extorsão - É o ato de obrigar alguém a tomar um determinado comportamento, por meio de ameaça ou violência, com a intenção de obter vantagem econômica.

Confisco – É o ato de apreender algo perante ordem judicial, arrestar. Retirar de alguém alguma coisa que está em sua posse, por ser ilegal ou como forma de castigo.  

Hoje entendemos: Um cristão vê a cruz e pensa no perdão de seus pecados; um judeu, depois de tanta perseguição da cristandade, olha para cruz e vê uma cadeira elétrica para execução, símbolo de morte.

Na Rússia czaristaFinal do século XIX e XX - Foi o antissemitismo que alimentou diretamente o movimento sionista que levou ao retorno a sua terra de origem e ao cumprimento da profecia de Is 66.8.

Quem não pesquisar na História, no final do século XIX (os pogroms russos, ucranianos...) e entre a primeira (1914-1918) e a segunda guerra mundial (1939-1945), não tem ideia da luta, bravura, resistência determinada dos líderes sionistas para criar o novo Estado de Israel, na sua terra pátria. 

Ano de 1938 e as lideranças mundiais - Não levaram a sério a ameaça que a Alemanha Nazista representava para os cidadãos judeus da Europa, até que milhões de vidas fossem perdidas.

Na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) – O que fizeram os nazistas, além da falsa teoria de pureza racial, dizia Hitler: Estamos fazendo o que a Igreja Católica tem feito ao longo dos séculos. Aliás, no livro em Defesa de Israel, autor John Hagee, listou um comparativo das medidas tomadas - A política da Igreja Romana com a do nazismo alemão, desde o século IV ao XX (pág. 40-43). É estarrecedor!

Quando um general alemão, no julgamento de Nuremberg, foi perguntado como seis milhões de pessoas puderam ser sistematicamente eliminadas com vista grossa da avançada sociedade alemã, ao que respondeu: “Eu sou da opinião de que, quando, durante anos, décadas é pregada a doutrina de que judeus não são nem seres humanos, este resultado é inevitável”.

No Livro Em Defesa de Israel – John Hagee – CPAD 2009 – 1ª Edição:

“Existe um padrão, ao longo de toda história de perseguição ao povo judeu, por todo o mundo: em geral ocorre pelas mãos de criminosos brutais que se apresentam como líderes religiosos, enquanto o resto do mundo finge ignorância”.

No século XXI - 13 de setembro de 2018 - Rabino Lorde Jonathan Sacks – Na Câmara dos Lordes em Londres:

“Um dos fatos que mais resiste, na História, é que a maioria dos antissemitas não se julgam antissemitas. “Não odiamos os judeus”, diziam na Idade Média, “apenas sua religião”. “Não odiamos os judeus”, diziam no século 19, “apenas sua raça”. “Não odiamos os judeus”, dizem hoje, “apenas seu Estado-nação”.

Ano 2023 – Como muitos sabem, Israel sofreu o mais brutal ataque covarde do grupo Ramas e alguns palestinos. É ponto comum que: para os inimigos de Israel não é suficiente ter paz, querem o seu extermínio. Entretanto, socorro virá do alto quando Israel o buscar. E cresce a onda antissemita pelo mundo. 


Antissemitismo - Um pecado que inevitavelmente trará o juízo divino (Gn 12.1-3; Dt 7.15;30.7; 32.43; Is 14.1-2; Zc 12.2-3; Mt 25.44-46).

Gn 12.1-3 – “Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra”.

Dt 7.15 – “E o Senhor de ti desviará toda enfermidade; sobre ti não porá nenhuma das más doenças dos egípcios, que bem sabes; antes, as porá sobre todos os que te aborrecem”.

Dt 30.7 – “E o Senhor, teu Deus, porá todas estas maldições sobre os teus inimigos e sobre os teus aborrecedores, que te perseguiram”.

Dt 32.43 – “Jubilai, ó nações, com o seu povo, porque vingará o sangue dos seus servos, e sobre os seus adversários fará tornar a vingança, e terá misericórdia da sua terra e do seu povo”.

Is 14.1-2 – “Porque o Senhor se compadecerá de Jacó, e ainda elegerá a Israel, e o porá na sua própria terra; e ajuntar-se-ão com ele os estranhos e se achegarão à casa de Jacó. E os povos os receberão e os levarão aos seus lugares, e a casa de Israel possuirá esses povos por servos e servas, na terra do Senhor; e cativarão aqueles que os cativaram e dominarão os seus opressores”.

Zc 12.2-3 – “Eis que porei Jerusalém como um copo de tremor para todos os povos em redor e também para Judá, quando do cerco contra Jerusalém.3 E acontecerá, naquele dia, que farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que carregarem com ela certamente serão despedaçados, e ajuntar-se-ão contra ela todas as nações da terra”.

Mt 25.44-46 – É o fecho do Julgamento das Nações, naquele dia, representadas na terra: O critério será o tratamento que as nações deram para com Israel em todas as épocas, em todos os tempos.

“Então, eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão e não te servimos?  Então, lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim. E irão estes para o tormento eterno, mas os justos, para a vida eterna”.

Nota exegética - A expressão “a um destes meus pequeninos irmãos”, no grego se refere a parentes, segundo a carne.

Conclusão

A advertência paulina – Rm 11.17-29 - Falando acerca dos ramos naturais da oliveira quebrados por causa de sua incredulidade e o endurecimento veio em parte sobre Israel até que a plenitude dos gentios de encerre, nós que antes éramos gentios (o zambujeiro), não devemos:

Rm 11.18 - Se gloriar contra os ramos naturais, o povo judeu.

Rm 11.20 – Hoje somos Igreja pela fé em Cristo, “não se ensoberbeça, mas teme”.

Rm 11.29 – E devemos ter a consciência de que a eleição de Israel é soberana e irrevogável, “porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento”.

Até na eternidade, encontraremos representados distintamente a Igreja e Israel.

Ap 21.12 – Nas doze portas da Nova Jerusalém levam o nome das 12 tribos de Israel;

Ap 21.14 - E nos doze fundamentos do muro da cidade, levam o nome dos 12 apóstolos do Cordeiro.

Israel é a nação indestrutível e tem futuro certo. Glórias Deus!

 

Fontes da pesquisa:

Bíblia Sagrada.

Dicionário on line de português.

Livro - Os Judeus que construíram o Brasil – Anita Novinsky – 3ª edição Editora Planeta.

Livro - Em Defesa de Israel – John Hagee – CPAD 2009 – 1ª Edição:


Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Bacharel em Direito e Teologia

Natal/RN, 31/08/2024.

sábado, 24 de agosto de 2024

O Sionismo

 

O nome tem origem em Sion ou monte Sião em Jerusalém. É um Movimento Nacionalista do Povo Judeu - Ele surgiu no final do século XIX, em reação aos pogroms (movimentos populares de violência contra os judeus) na Rússia e às discriminações na Europa Ocidental. Pogroms significa tempestade, destruição em russo.

O Czarismo monárquico na Rússia

1547 a Revolução de 1917 – O Czarismo foi um sistema político que imperou na Rússia. Czar era o título que se dava ao Imperador Russo.

De 1894 a 1917, o czar Nicolau II ficou conhecido na história judaica como o "czar dos pogroms", quando foi deposto. Adotou, como seus predecessores, a tão arraigada política de atribuir aos judeus a culpa por todos os males. Usava-os para "distrair" as massas russas da miséria e opressão em que viviam.

Na Rússia czarista, o mau tratamento aos judeus era sistêmico. O regime dos czares sempre encarou os judeus com hostilidade implacável.

Nesse período, o antissemitismo russo assumiu inúmeras formas, desde a organização de pogroms até a falsificação e publicação dos famigerados "Protocolos dos Sábios de Sião". A violência era abertamente instigada pelo governo, que passou a manipular o sentimento antijudaico das massas russas com dois objetivos.

Veja:https://samuca-borges.blogspot.com/2020/04/teoria-da-conspiracao-os-protocolos-dos.html

Os pogroms de 1881-1882

Debaixo da mão de ferro do novo Czar Alexandre III (nascido em 1845 e foi Imperador Russo de 1881 a 1894, quando morreu), os pogroms de 1881-1882 foi um notório exemplo da política oficial Russa contra os judeus no final do século XIX.

O choque social e emocional provocado pelos pogroms de 1881-1882 teve várias consequências. Entre outras, acelerou a formação do movimento sionista e a fuga de judeus russos para o Ocidente. Calcula-se que entre 1881 e 1918, cerca de 1 milhão e 300 mil judeus deixaram o Império Russo.

Os sionistas passaram, desde então, a definir os judeus como povo e nação, com a reivindicação de um Estado soberano próprio. Uganda, Argentina e Madagascar foram discutidos como possíveis pátria judaica. No final, porém, prevaleceu a consciência judaica de aspirar um Estado na antiga pátria bíblica. E assim as profecias bíblicas tiveram o seu fiel cumprimento na História em 14/05/1948.

Em 1882, os olim (imigrantes) começaram a regressar a Sião em dezenas e até centenas de milhares nos grandes movimentos de imigração (aliá), vindos principalmente de países árabes, africanos e asiáticos.

Em 1895, o jornalista Theodor Herzl escreveu "O Estado Judeu". A principal ideia do livro era que a melhor maneira de formar um Estado judeu era realizar um congresso sionista formado apenas por judeus. Da ideia partiu para a prática e, pouco tempo depois, já havia formado o "Sionismo Político".

29 de agosto de 1897 - Foi realizado o primeiro Congresso Sionista desde a diáspora, na Basiléia (Suíça). Durante o congresso foi criada a Organização Sionista Mundial, e *Theodor Herzl foi eleito seu presidente.

*Theodor Herzl (1860-1904), foi um jornalista judeu austríaco que se tornou fundador do moderno Sionismo Político.

Em 1915, no 7º Congresso Sionista, ficou decidido em definitivo que o local seria no território nominado de terra da *Filístia (Palestina) pelo imperador romano Adriano, ano 135 d.C. berço histórico do antigo Reino de Israel.

*Antigamente terra dos filisteus - Asdode, Ascalão, Ecrom, Gaza e Gate, hoje regiões do sul de Israel e Faixa de Gaza.

Destacados sionistas – Theodor Herzl, David Gurion, Chaim Weizmann, Golda Meir, Simon Perez…

10 de novembro de 1975 - A Resolução 3379 da ONU - Por uma votação de 72 votos contra 35 (com 32 abstenções) considerou que o sionismo equivale a racismo.

16 de dezembro de 1991 - A resolução 3379 foi anulada pela resolução 4686.

A Teologia monoteísta judaica, exclusividade na adoração a Javé - Sempre bateu de frente com os poderes políticos e religiosos idólatras. E creio ser a causa maior da instigação maligna contra Israel, aproveitando-se de seus desvios do concerto com Deus.

Pode um Cristão ser um Sionista?

a) Na Igreja o antissemitismo vem de longe, nos concílios e inquisições - E mais recente nas Universidades e literaturas ditas cristãs, nos seminários, nos púlpitos etc.

b) A Teologia da Substituição - Prega Israel é passado, morto e sepultado. E o é nos tipos e figuras que se cumpriram em Cristo no NT. Porém, ignoram as profecias futuras relativas à nação de Israel.

c) As Igrejas reformadas/históricas deixam um vácuo na Soteriologia e na Escatologia - Achando-se os “eleitos de Deus”, quando cristãos se tornam filhos por adoção em Cristo (Jo 1.11-12; Ef 1.3-5) e Israel filhos por Eleição (Is 43.5-7;45.4), a partir de Abrão (Gn 12. 1-3; Is 1.2-3).

Um cristão antissemita é uma contradição, um paradoxo inaceitável, biblicamente condenável.

O antissemitismo é sinônimo de ódio. O Cristianismo é sinônimo de amor prático.

Golda Meir (1898-1978) – Única mulher primeira ministra de Israel (1969 a 1974):

“A paz virá quando os árabes amarem os seus filhos tanto quanto nos odeiam”.

Bases Bíblicas para o Sionismo Cristão

Sl 122.6 – “Orai pela paz de Jerusalém! Prosperarão aqueles que te amam”.

Rm 11.17-21– Na alegoria entre a oliveira (Israel) e o zambujeiro (gentios). Nossa atitude é de não se gloriar, não se orgulhar e sim temer ao Senhor.

Os judeus detêm a adoção de filhos em primeiro plano (Mt 10.6;15.24; Rm 1.16;9.4; Jo 4.22).

Rm 11.28-29 – Os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento (Rm 9.3-5). Ou seja, a chamada de Israel em Abraão, filhos por Eleição, é soberana e irrevogável.

O que revelou Jesus no sermão profético? E dirá no Julgamento das Nações (gentios) - É um único texto bíblico onde Jesus reconhece como um favor pessoal, o realizado em prol de seus irmãos judeus.

Observação: Não se trata de caridade cristã. O texto diz respeito a um contexto profético.

Mt 25.35-40 – “Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. Então, os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E, quando te vimos estrangeiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E, quando te vimos enfermo ou na prisão e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”. 

E nessa perspectiva divina é como devemos amar ao povo judeu.

Nota exegética - A expressão “a um destes meus pequeninos irmãos”, no grego se refere a parentes, segundo a carne.

A aliança com Abraão - Um Concerto Soberano e Irrevogável

Gn 15.6-11;12-20 – Deus se fez presente para realizar um concerto com Abrão. Deus o colocou em Abrão um profundo sono, pois não poderia vê-lo. E fez promessas, revelou o futuro de Israel e selou com um pacto de sangue. Logo, inquebrável, não desmanchável. 

Jr 33.19-26 – Deus fala ao profeta Jeremias e reitera:

Parafraseio: Se for possível os homens mudar as ordenanças dos céus e da terra, o tempo para o dia, o tempo da estação da noite, assim será invalidado o concerto para com Israel e a casa de Davi. Pelo contrário, chegará o tempo em que cumprirá a sua boa palavra à casa de Israel e à casa de Judá (Jr 33.14-17).

Jr 31.35-37 - “Assim diz o SENHOR, que dá o sol para luz do dia, e as ordenanças da lua e das estrelas para luz da noite, que agita o mar, bramando as suas ondas; o SENHOR dos Exércitos é o seu nome. Se falharem estas ordenanças de diante de mim, diz o SENHOR, deixará também a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre. Assim disse o SENHOR: Se puderem ser medidos os céus lá em cima, e sondados os fundamentos da terra cá em baixo, também eu rejeitarei toda a descendência de Israel, por tudo quanto fizeram, diz o SENHOR”.

Jr 50.5 – “Pelo caminho de Sião perguntarão, para ali dirigirão o rosto; virão e se ajuntarão ao Senhor num concerto eterno, que nunca será esquecido”.

Ap 21.12-14 – Na descrição da nova Jerusalém é lindo ver Israel e a Igreja, ali identificados e representados como dois povos de Deus. Ou seja, distintos até na eternidade.

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 24/08/2024. Revisão (31/08/2024).

domingo, 18 de agosto de 2024

Atitudes diante da perseguição à Igreja de Jesus.

A perseguição pode ocorrer de natureza física, cultural, institucional/legal, religiosa e espiritual.


1.Não a temer. O medo nos paralisa.

2.Não a incitar ou invocá-la sobre si; seja prudente.

3.Enfrentá-la com unidade no Corpo de Cristo. Não esmorecer.

4.Distinguir a sua origem: humana, institucional ou espiritual.

5.Manter a identidade de povo de Deus, prosseguir na evangelização e ensino. Importa obedecer a Deus.

6.Buscar discernimento para estabelecer estratégias e agir.

7.Não pagar mal por mal. Deus fará justiça.

8.Amar os inimigos sem ingenuidades.

9.Cumprir deveres, defender direitos, fazendo apologia da fé.

10.Se possível, não confrontar. Porém, não se omitir.

11.Construir o respeito, civilizadamente, sem desrespeitar.

12.Ter a consciência de que nem o inferno barra a marcha da Igreja de Jesus.

Martin Luther King (1929-1968): Pastor evangélico americano, defensor de causas civis e sociais - Prêmio Nobel da paz em 1964.

“O que mais preocupa não é o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter e dos sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons".

 

Parte do artigo Perseguição em Estudo.

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 18/08/2024.

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

O Vocábulo Genocídio.

Genocídio – Matança sistemática de pessoas de um grupo étnico, nacional ou religioso.


      Raphael Lemkin (1900-1959)

O termo Genocídio é recente na história da humanidade, entretanto sua prática é longínqua. 

E mais recente, lembra-nos o holocausto judeu, a matança de judeus promovida por Adolf Hitler e sua Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial.

Em 1944, na luta para explicar, definir em termos jurídicos, o elevado número de assassinatos de pessoas integrantes de um grupo específico e pressionar por justiça, o jurista judeu, o polonês Raphael Lemkin cunhou o termo genocídio, juntando o prefixo grego "genos"(raça) e o sufixo latim "cide", numa referência à morte, com o significado de matar uma raça, um povo ou tribo.

Ano 1939 – Quando a Alemanha invadiu a Polônia, a sua família teve a casa destruída e desalojados, começam as perseguições nazistas. Por que? Eram judeus.

Desde 1933, entretanto já estava em luta social para introduzir salvaguardas legais para grupos étnicos, religiosos e sociais em fóruns internacionais, mas sem sucesso. 

“Lemkin escreveu inúmeros panfletos para distribuir para jornalistas, acadêmicos, ongs e governos. Aos poucos, sua campanha passou a ter a adesão de personalidades importantes e, de acadêmico, o polonês se transformou em ativista”.

“De fato, Winston Churchill havia alertado ao mundo que, diante do avanço nazista, a civilização estava "na presença de um crime sem nome".

Como um efeito positivo indireto, ocorreu o Julgamento de Nuremberg (20 de novembro de 1945 a 1 de outubro de 1946), na Alemanha. O objetivo era julgar e executar sentenças de 24 altos membros da liderança nazista.

Enquanto estava em Nuremberg, atuando na equipe de americanos, Lemkin também soube da morte de 49 membros de sua família, incluindo seus pais, em centros de extermínio, campos de concentração, no gueto de Varsóvia e marchas da morte.

“O primeiro uso oficial da palavra ocorreria apenas em 1946, quando a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução para desenhar um tratado para punir o crime de genocídio”.

“Lemkin começaria uma campanha solitária para que um instrumento internacional tentasse impedir que os horrores do Holocausto ou qualquer outro massacre voltassem a ocorrer. Sua decisão foi radical: abandonou sua carreira acadêmica e passou a se dedicar à campanha por um tratado internacional que tornasse o genocídio um crime”.

...

“Depois da guerra, graças ao esforço de Lemkin, a ONU aprovou a Convenção sobre o genocídio, e, graças à sua cruzada, no começo da década de 1950 um número suficiente de Estados ratificou a convenção para que ela entrasse em vigor. Lemkin não viveu o bastante para ver alguém ser condenado pelo crime a que deu nome.

Sua campanha para promover a convenção tornou-se uma obsessão que o consumia: ele abandonou os cargos de professor em Yale e na Universidade de Nova York, descuidou da vida pessoal, deixava de comer e passava os dias fazendo lobby e insistindo com diplomatas, políticos, figuras públicas e jornalistas. Fragmentos de uma autobiografia inacabada documentam de forma pungente seu declínio:

Como estou dedicando todo o meu tempo à Convenção sobre o genocídio, não posso ter um emprego remunerado, e por isso sofro privações medonhas. […] Miséria e fome. Minha saúde está se deteriorando. Morando em hotéis e quartos alugados. Minhas roupas estão se acabando. Aumenta o número de ratificações. […] Um trabalho de Sísifo. Atuo em completo isolamento, e isso me protege”.

O esforço de Raphael Lemkin fez com que as autoridades internacionais reconhecessem o Holocausto judeu como um dos maiores crimes da humanidade, enquadrando-o na condição de genocídio. Assim, foram criadas leis internacionais e, em 1951, foi criada a Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio.

1944-1951 - Entre o termo genocídio cunhado e para produzir leis o definindo como crime, foram cerca de 7 anos de luta nos tribunais, mobilizando organizações de Direitos Humanos, gastando tudo do que tinha para evitar, inibir, punir os responsáveis por crimes contra a humanidade, como o nefasto holocausto de judeus, ciganos, pessoas deficientes e outras minorias étnicas.  

Apesar da adoção do termo Genocídio e sua inserção em leis internacionais, assassinatos em grande escala voltaram a acontecer ainda no Camboja, em Kosovo, na Ruanda, na Bósnia e no Iraque, por exemplo.

Em 1956, o Brasil reconheceu o Genocídio como crime e determinou leis para condenar sua prática.

Em 28 agosto de 1959, sem dinheiro e esquecido, Raphael Lemkin morreu de morte súbita numa parada de ônibus, em Nova York. Em seu enterro, apenas poucas pessoas. Mas seu legado marcou o direito internacional e hoje o crime de genocídio faz parte do Tribunal Penal Internacional”.

Enfim, mais uma contribuição judaica enorme à Humanidade desumanizada.

Fontes:

http://www.ushmm.org/wlc/ptbr/article.php?ModuleId=10007043 - Por Antonio Gasparetto Junior.

Veja mais em https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2021/10/24/a-incrivel-historia-do-homem-que-criou-o-termo-genocidio-e-morreu-esquecido.htm.

Revistaserrote.com.br – Artigo do historiador Michael Ignatieff (1947) é professor de direitos humanos e política em Harvard e na Universidade de Canadá. Político militante, foi líder do Partido Liberal canadense. Pesquisa em 16/08/2024.

 

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 16/08/2024.

sábado, 10 de agosto de 2024

A deposição da rainha Vasti e a ascensão de Ester


 Introdução

1.A lição 7 apresenta o contraste entre duas mulheres, Vasti e Ester. Vasti, rainha do rei da Pérsia que foi deposta e a judia Ester ascendeu ao trono.

2.Na trama narrada no livro, a rainha Vasti procedeu desobedecendo a um pedido do rei Assuero, enquanto Ester demonstrou obediência às orientações do seu tio Mardoqueu e teve êxito.

3.Na medida que formos estudando o livro de Ester, conheceremos os personagens principais: O rei Assuero, Vasti, Ester, Hamã e Mardoqueu.

4.Do começo ao fim do livro, percebemos a presciência de Deus desnudando o futuro e sua mão providencial agindo em prol povo judeu, no contexto histórico do Império Persa.

5. E atentemos, a palavra chave é: obediência. Pela obediência à sua palavra, Deus desenvolve em nós virtudes cristãs que nos aproximam do caráter do homem perfeito, Cristo Jesus.

I – O Banquete de Assuero e a recusa de Vasti

1.Quem foi Assuero? Era filho de Dario, governou o Império Persa, por 20 anos, de 486 a 465 a.C. Reinou da Índia a Etiópia, sobre 127 províncias. Seu no grego era Xerxes (Et 1.1).

Assuero fez dois banquetes:

a) Um para nobreza imperial e os senhores das províncias - Para lhes mostrar a grandiosidade do reino e suas riquezas. A recepção durou 180 dias.

b) Outro para todo o povo da capital de Susã - No pátio do jardim do palácio. O fez com muito luxo, ostentação, bebidas à vontade, com duração de 7 dias (Et 1.5-8).

c) Assuero tinha como rainha Vasti, mulher formosa à vista. Estudiosos acreditam que ela foi citada pelo historiador grego Heródoto (485-425 a.C.), identificada pelo nome de Améstris, mulher astuta e sanguinária, segundo o comentário da lição.

d) O mandado do rei a recusa de Vasti – Conforme Et 1.10, após haver bebido e estava alegre com o vinho, o rei Assuero mandou chamar a rainha para apresentar aos povos e aos príncipes a sua beleza e formosura (Et 1.11). E ela se recusou marcar presença no banquete do rei.

II – A rainha Vasti resistiu à ordem do rei e perdeu o trono   

1.Com a recusa o rei muito se enfureceu e ficou irado (Et 1.12).

São diversas as opiniões sobre o que motivou a recusa da rainha:

a) Possivelmente era contra os costumes persas a mulher se apresentar em reuniões públicas de homens.

b) É bom lembrar que a rainha Vasti havia feito também um banquete, à parte, para as mulheres na casa real (Et 1.9).

c) Alguns sugere que ela estava grávida de Artaxerxes, cujo filho nasceu em 483 a.C. e não queria ser vista em público naquele estado.

2.A recusa da rainha e a situação do rei Assuero – A autoridade sobre a rainha foi colocada em dúvida e sua credibilidade militar, o maior critério de um rei na antiguidade, estaria prejudicada.

Qual a linha exegética, o limite da interpretação dos fatos bíblicos narrados?

Exegese versus eisegese:

Eisegese - Quando dão às Escrituras um sentido alheio ao que foi revelado. Ou seja, dar uma interpretação ao texto atribuindo ideias próprias do leitor.

Eisegese: Método que consiste em injetar no texto um significado estranho ao sentido do autor.

Exegese: Comentário ou dissertação técnica do texto.

Formas pelas quais o intérprete pratica a Eisegese: 

1.Quando força o texto a dizer o que não diz.

2.Quando ignora o contexto, sob pretexto ideológico. Ignorar o contexto é rejeitar deliberadamente o processo histórico e linguístico que deu margem ao texto.

3.Quando não esclarece um texto a luz de outro. Os textos obscuros devem ser entendidos à luz de outros e segundo o propósito e a mensagem do livro.

4.Quando põe a “revelação” acima da mensagem revelada. Muitos intérpretes colocam a pseudorrevelação acima da mensagem revelada. Devemos ter o cuidado de não associar o nome de Deus a mentira.

5.Quando está comprometido com um sistema ou ideologia. Logo, a sua interpretação terá um viés tendencioso, sem compromisso com a verdade bíblica. 

e) A medida tomada pelo rei Assuero – Submeteu o caso ao exame dos sábios do reino – “o que, segundo a lei, se devia fazer a rainha Vasti, por não haver cumprindo o mandado do rei, pelas mãos dos eunucos? (Et 1.15).

f) A sentença de Vasti – Então, Memucã, um dos sábios, aconselhou ao rei que depusesse Vasti. Pela grande repercussão, a conduta de Vasti era um péssimo exemplo para outras mulheres (Et 1.17-18).

Se foi justa ou injusta a perda do trono por Vasti não temos como chegar a essa conclusão. Verdade é, ela desobedeceu ao rei e se sentiu afrontado e desonrado.

Em consequência, cartas foram enviadas às províncias do Império para que cada homem fosse senhor da sua casa (Et 1.22).

A lição do caso corrobora com a visão cristã na liderança familiar. O homem que não lidera a sua casa, não está apto para cuidar da Igreja de Deus (I Tm 3.4-5).

III – Ester – A jovem judia se torna rainha em terra estranha

1.Et 2.2 – Aconselhado o rei Assuero, resolveu escolher a nova rainha.

2. Deixou de lado as sucessões entre famílias dos Medo-persas, decidiu o rei escolher a rainha dentre as moças de todas as províncias do reino.

3. Não havia restrição quanto à origem étnica ou racial. O critério realmente valorizado era ser virgem e formosa (Et 2.2-4).

4.Entra em cena Mardoqueu, que morava em Susã e levou a prima, criada como filha, para disputa de rainha. Ester fica aos cuidados Hegai, guarda das mulheres, de quem logo conquistou a simpatia (Et 2.7-9).

5.O que constatamos é: Quando Deus dirige um processo, situações, conhecedor do amanhã de antemão, Ele cuida, intervém na história humana, segundo seus desígnios. Não significa que Deus governa a todos os povos.

6. A obediência de Ester – Ela seguiu tudo que lhe foi orientado por seu primo Mardoqueu, que nem de longe era ingênuo. Ela não exigia explicação para obedecer. Estava evidente o cuidado dele pelo seu bem-estar (Et 2.22). Embora não se mencionar Deus, estava inequívoca a sua boa mão na direção dos acontecimentos.

Em Ester, vemos um exemplo de obediência e destacamos:

a) A obediência é baseada no que Deus diz o que é certo, não no que consideramos certo.

b) Quem quer agradar a Deus deve ter a predisposição de obedecê-lo em qualquer circunstância.

c) A obediência não adia a responsabilidade de acordo com a conveniência.

d) Deus não está todo o tempo medindo a nossa maturidade; Seus olhos estão fixados em nossa disposição de obedecer.

e) Obediência não é apenas fazer o que lhe pedem, mas fazer com alegria. O justo tem prazer nos mandamentos e preceitos do Senhor (Sl 1.1-2).

f)) Obedecer é uma ação voluntária – É como amar, é uma decisão de quem escolhe obedecer. Ninguém é obrigado a obedecer, exceto quando debaixo de superiores totalitários e tiranos. Deus jamais age dessa forma.

Conclusão

1.“E o rei amou a Ester mais do que todas as mulheres... alcançou graça perante ele...e pôs a coroa real na sua cabeça e a fez rainha em lugar de Vasti” (Et 2.17), por volta do ano de 479 a.C.

2.Que saibamos nos colocar nas mãos de Deus para sermos instrumentos para sua realização e glória.

3.Deus não age com improvisos e sim pela sua presciência sabedor do futuro, e por isso é digno de toda a nossa confiança e adoração (Is 46.9-10).

 

Fonte da pesquisa:

Lição EBD/CPAD – 3º trimestre de 2024.

Bíblia Sagrada.

Anotações bíblicas pessoais.

 

Por Samuel Pereira de Macedo Borges.

Bacharel em Direito e Teologia

Natal/RN, 02/08/2024.

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

O mau uso da Bíblia

II Tm 3.16-17 – “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra”.

Introdução

1.A Bíblia é o livro chave para uma fé sólida, corretamente orientada, ao Deus Criador dos céus e da terra.

2.Muitos são os deuses criados pelos homens; outros fazem do seu Eu o seu deus, outrens, a ciência.

3.Deus procura adoradores que o adorem em espírito e em verdade (João 4.23). Toda tentativa de materialização da fé no culto a Deus é perigosa para levar ao engano e a manipulação.

4.Há pessoas que se satisfazem com uma vida religiosa e não tiveram um encontro pessoal com o Deus verdadeiro.

5.Crenças genéricas não nos leva a Deus. A Bíblia aponta um só caminho para Deus: Jesus Cristo (João 14.6).

I – Falsos ensinadores da fé

1.São aqueles que aprendem da religião, mercantilizam o Evangelho de Jesus e a Ele não o seguem nem se submetem. E ainda fazem da piedade causa de ganho (I Tm 6.3-8).

Mateus 7.21-23 – “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.  Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas? E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade”.

2.São daqueles de quem Paulo falou: “Aprendem, aprendem...e não chegam ao conhecimento da verdade (II Tm 3.5,7).

3.Tem aqueles que interpretam a Bíblia para defender seus dogmas eclesiásticos e a eles estão presos e amordaçados (II Pd 3.16; Mc 7.6-7).

4.Existem grupos que entraram na onda do modernismo/liberalismo teológico, distorcem o Teísmo bíblico e difundem heresias contrárias ao caráter, à pessoa do próprio Deus, questionando atributos como sua onipotência e onisciência.

Isaías 46.9-10 – “Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio e, desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade”. (No texto Deus se revela o único Deus verdadeiro e fala da sua onisciência).

5.Alertemos para as advertências de Jesus e dos apóstolos (Mt 24.11,29; II Co 11.13-14; I Pd 2.1; I Jo 4.1).

I João 4.1 – “Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque  muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”.

II – Em matéria de fé e religião muitos pensam erroneamente por ignorância das Escrituras

1.A Bíblia menciona os falsos mestres e pregoeiros. Mas, tem quem afirme que toda religião é boa, se fala de Deus, leva a Ele...

II Co 11.13-14 – Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz”.

2. Há o grupo dos que confiam na voz do coração, quando a Bíblia diz: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso, quem o conhecerá? (Jr 17.9). Coração no texto refere-se a natureza humana caída. É um erro grave confiar na natureza humana corrompida (Jr 17.5).

3.Outros seguem as suas tradições herdadas e precisam experimentar um encontro pessoal com Cristo, assim como foi com Zaqueu, o apóstolo Paulo. E até filhos de crentes e cristãos carecem de suas experiências.

I Pedro 1.18-19 – “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado”.

4.Muitos vivem em torno de superstições, crenças infundadas, carregados de preconceitos e lendas, ao invés de seguir a Cristo Jesus, a luz do mundo (João 8.12).

5.Existem os que querem Deus como Pai, cuidador, provedor, porém veem a Bíblia como um mero livro religioso e de crendices.

III – A palavra de Deus como prumo da fé salvífica.

1.Não basta fé genérica em Deus, sem direção, sem segurança de salvação. Em Jesus podemos ter certeza de redenção (João 5.24).

Redenção - Ato de redimir ou remir, resgatar, quitar, libertar da pena ou dívida. Perdoar pagando o preço. Assim fez Jesus pelo arrependido (Atos 3.19).

2.Na Bíblia encontramos o Plano Divino da redenção Humana (Jo 3.16)

3.Pelas Escrituras aprendemos a nos preparar para o além-túmulo sem falsas esperanças. Aos homens estão ordenados morrer uma só vez e virá o juízo (Hb 9.27). Isto é, não haverá segunda oportunidade para arrependimento. Muito menos, vidas múltiplas.

4.É um grande erro examinar as Escrituras, pois elas testificam do Salvador Jesus, o Cristo e não se render a Ele e segui-lo.

João 5.16-18;39-40 - Nos textos Jesus admoestava, confrontava os judeus, na medida em que se revelava ser o Filho de Deus:

João 5.39-40 - “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam. E não quereis vir a mim para terdes vida”.

IV – Aprendamos a forma correta de considerar a Bíblia, como a Palavra de Deus revelada.

Hebreus 4.12 – “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para julgar os pensamentos e propósitos do coração”.

1.Não falsificando o seu teor (II Co 2.17.4.2).

2.Nada a ela acrescentando ou diminuindo (Dt 4.2;13.32; Ap 22.18-19).

3.Encontrando nela exemplos de fiéis a imitar (II Tm 4.12), pois há uma tendência de apontar maus exemplos e generalizar sobre o grupo a que pertencem e não seguem os bons exemplos. Nada pode contra a verdade, senão pela verdade.

Zoe Lilly, cantora e psicanalista cristã, disse: “Se desistirmos na nossa jornada com Deus por causa de péssimos exemplos, provamos que estávamos caminhando somente com os homens e não com Deus”. Ou seja, quem decepciona somos nós, seres falhos e imperfeitos, não Deus.

Conclusão

1.A Bíblia é o livro da verdade de Deus aos homens e sabemos que mundo incrédulo odeia a verdade.

João 3.18-21 – “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz e não vem para a luz para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus”.

2.A Bíblia é o livro das promessas de Deus, não de homens. Todavia, só as alcançam os que nele creem e dão crédito à sua Palavra. 

Hebreus 11.6 - “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam”.

3.Um conselho: Não te acomodes com uma religião, examinas tuas crenças pelo crivo das Escrituras.

4.Tradições religiosas (hinduísta, romana, evangélica, budista...) não habilitam ninguém para o céu. Pode até distanciar o religioso de Deus. Mas, em Jesus Cristo há segurança de vida eterna. Amém!

João 6.68 – “Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna”.

 

Por Samuel Pereira de Macêdo Borges

Natal/RN, 05/08/2024.

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