O nome tem origem em Sion ou monte Sião em Jerusalém. É um Movimento Nacionalista
do Povo Judeu - Ele surgiu no final do século XIX, em reação aos pogroms
(movimentos populares de violência contra os judeus) na Rússia e às
discriminações na Europa Ocidental. Pogroms significa tempestade,
destruição em russo.
O
Czarismo monárquico na Rússia
1547 a Revolução de 1917 – O Czarismo foi
um sistema político que imperou na Rússia. Czar era o título que
se dava ao Imperador Russo.
De 1894 a 1917, o czar Nicolau II ficou conhecido na
história judaica como o "czar dos pogroms", quando foi deposto. Adotou, como seus predecessores, a tão
arraigada política de atribuir aos judeus a culpa por todos os males. Usava-os
para "distrair" as massas russas da miséria e opressão em que viviam.
Na Rússia czarista, o mau
tratamento aos judeus era sistêmico. O regime dos czares sempre encarou os
judeus com hostilidade implacável.
Nesse período, o antissemitismo
russo assumiu inúmeras formas, desde a organização de pogroms até a
falsificação e publicação dos famigerados "Protocolos dos Sábios de
Sião". A violência era abertamente instigada pelo governo, que passou a
manipular o sentimento antijudaico das massas russas com dois objetivos.
Veja:https://samuca-borges.blogspot.com/2020/04/teoria-da-conspiracao-os-protocolos-dos.html
Os
pogroms de 1881-1882
Debaixo da mão de ferro do
novo Czar Alexandre III (nascido em 1845 e foi Imperador Russo de 1881 a 1894,
quando morreu), os pogroms de 1881-1882 foi um notório exemplo da política
oficial Russa contra os judeus no final do século XIX.
O choque social e emocional
provocado pelos pogroms de 1881-1882 teve várias consequências. Entre outras,
acelerou a formação do movimento sionista e a fuga de judeus russos para o
Ocidente. Calcula-se
que entre 1881 e 1918, cerca de 1 milhão e 300 mil judeus deixaram o Império
Russo.
Os sionistas passaram, desde então, a
definir os judeus como povo e nação, com a reivindicação de um Estado soberano
próprio. Uganda, Argentina e Madagascar foram discutidos como possíveis pátria
judaica. No final, porém, prevaleceu a consciência judaica de aspirar um Estado
na antiga pátria bíblica. E assim as profecias bíblicas tiveram o
seu fiel cumprimento na História em 14/05/1948.
Em 1895, o jornalista Theodor
Herzl escreveu "O Estado Judeu". A principal ideia do livro era que a
melhor maneira de formar um Estado judeu era realizar um congresso sionista
formado apenas por judeus. Da ideia partiu para a prática e, pouco tempo
depois, já havia formado o "Sionismo Político".
Em 1915, no 7º Congresso
Sionista, ficou decidido em definitivo que o local seria no território nominado
de terra da *Filístia (Palestina) pelo imperador romano Adriano, ano 135 d.C. berço
histórico do antigo Reino de Israel.
*Antigamente
terra dos filisteus - Asdode, Ascalão, Ecrom, Gaza e Gate, hoje regiões do sul
de Israel e Faixa de Gaza.
Destacados sionistas – Theodor
Herzl, David Gurion, Chaim Weizmann, Golda Meir, Simon Perez…
10 de novembro de 1975 - A Resolução
3379 da ONU - Por uma votação de 72 votos contra 35 (com 32 abstenções)
considerou que o sionismo equivale a racismo.
16 de dezembro de 1991 - A
resolução 3379 foi anulada pela resolução 4686.
A Teologia monoteísta judaica,
exclusividade na adoração a Javé - Sempre bateu de frente com
os poderes políticos e religiosos idólatras. E creio ser a causa maior da
instigação maligna contra Israel, aproveitando-se de seus desvios do concerto
com Deus.
Pode um Cristão ser um
Sionista?
a) Na Igreja o antissemitismo
vem de longe, nos concílios e inquisições - E mais recente nas
Universidades e literaturas ditas cristãs, nos seminários, nos púlpitos etc.
b) A Teologia da Substituição -
Prega Israel é passado, morto e sepultado. E o é nos tipos e figuras que se
cumpriram em Cristo no NT. Porém, ignoram as profecias futuras relativas à
nação de Israel.
c) As Igrejas reformadas/históricas
deixam um vácuo na Soteriologia e na Escatologia -
Achando-se os “eleitos de Deus”, quando cristãos se tornam filhos por adoção em
Cristo (Jo 1.11-12; Ef 1.3-5) e Israel filhos por Eleição (Is 43.5-7;45.4), a
partir de Abrão (Gn 12. 1-3; Is 1.2-3).
Um cristão antissemita é uma
contradição, um paradoxo inaceitável, biblicamente condenável.
O antissemitismo é sinônimo de
ódio. O Cristianismo é sinônimo de amor prático.
Golda Meir (1898-1978) – Única
mulher primeira ministra de Israel (1969 a 1974):
“A paz virá quando
os árabes amarem os seus filhos tanto quanto nos odeiam”.
Bases Bíblicas para o Sionismo
Cristão
Sl 122.6 – “Orai pela paz de
Jerusalém! Prosperarão aqueles que te amam”.
Rm 11.17-21– Na alegoria entre
a oliveira (Israel) e o zambujeiro (gentios). Nossa atitude é de não se
gloriar, não se orgulhar e sim temer ao Senhor.
Os judeus detêm a adoção de
filhos em primeiro plano (Mt 10.6;15.24; Rm 1.16;9.4; Jo 4.22).
Rm 11.28-29 – Os dons e a
vocação de Deus são sem arrependimento (Rm 9.3-5). Ou seja, a chamada de Israel
em Abraão, filhos por Eleição, é soberana e irrevogável.
O que revelou Jesus no sermão profético? E dirá no Julgamento das Nações (gentios) - É um único texto bíblico onde Jesus reconhece como um favor pessoal, o realizado em prol de seus irmãos judeus.
Observação: Não se trata de caridade cristã. O texto diz respeito a um contexto profético.
Mt 25.35-40 – “Porque tive
fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era
estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me;
adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. Então, os
justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome
e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E,
quando te vimos estrangeiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E,
quando te vimos enfermo ou na prisão e fomos ver-te? E, respondendo o Rei,
lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus
pequeninos irmãos, a mim o fizestes”.
E nessa perspectiva divina é como devemos amar ao povo judeu.
Nota
exegética - A expressão “a um destes meus pequeninos irmãos”, no grego se
refere a parentes, segundo a carne.
A aliança com Abraão - Um
Concerto Soberano e Irrevogável
Gn 15.6-11;12-20 – Deus
se fez presente para realizar um concerto com Abrão. Deus o colocou em Abrão um
profundo sono, pois não poderia vê-lo. E fez promessas, revelou o futuro de
Israel e selou com um pacto de sangue. Logo, inquebrável, não desmanchável.
Jr 33.19-26 – Deus fala ao
profeta Jeremias e reitera:
Parafraseio: Se for possível
os homens mudar as ordenanças dos céus e da terra, o tempo para o dia, o tempo
da estação da noite, assim será invalidado o concerto para com Israel e a casa
de Davi. Pelo contrário, chegará o tempo em que cumprirá a sua boa palavra à
casa de Israel e à casa de Judá (Jr 33.14-17).
Jr 31.35-37 - “Assim diz o
SENHOR, que dá o sol para luz do dia, e as ordenanças da lua e das estrelas
para luz da noite, que agita o mar, bramando as suas ondas; o SENHOR dos
Exércitos é o seu nome. Se falharem estas ordenanças de diante de mim, diz o
SENHOR, deixará também a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim
para sempre. Assim disse o SENHOR: Se puderem ser medidos os céus lá em cima, e
sondados os fundamentos da terra cá em baixo, também eu rejeitarei toda a
descendência de Israel, por tudo quanto fizeram, diz o SENHOR”.
Jr 50.5 – “Pelo caminho de
Sião perguntarão, para ali dirigirão o rosto; virão e se ajuntarão ao Senhor
num concerto eterno, que nunca será esquecido”.
Ap 21.12-14 – Na descrição da
nova Jerusalém é lindo ver Israel e a Igreja, ali identificados e representados
como dois povos de Deus. Ou seja, distintos até na eternidade.
Por Samuel Pereira de Macedo
Borges
Natal/RN, 24/08/2024. Revisão (31/08/2024).
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