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sábado, 24 de agosto de 2024

O Sionismo

 

O nome tem origem em Sion ou monte Sião em Jerusalém. É um Movimento Nacionalista do Povo Judeu - Ele surgiu no final do século XIX, em reação aos pogroms (movimentos populares de violência contra os judeus) na Rússia e às discriminações na Europa Ocidental. Pogroms significa tempestade, destruição em russo.

O Czarismo monárquico na Rússia

1547 a Revolução de 1917 – O Czarismo foi um sistema político que imperou na Rússia. Czar era o título que se dava ao Imperador Russo.

De 1894 a 1917, o czar Nicolau II ficou conhecido na história judaica como o "czar dos pogroms", quando foi deposto. Adotou, como seus predecessores, a tão arraigada política de atribuir aos judeus a culpa por todos os males. Usava-os para "distrair" as massas russas da miséria e opressão em que viviam.

Na Rússia czarista, o mau tratamento aos judeus era sistêmico. O regime dos czares sempre encarou os judeus com hostilidade implacável.

Nesse período, o antissemitismo russo assumiu inúmeras formas, desde a organização de pogroms até a falsificação e publicação dos famigerados "Protocolos dos Sábios de Sião". A violência era abertamente instigada pelo governo, que passou a manipular o sentimento antijudaico das massas russas com dois objetivos.

Veja:https://samuca-borges.blogspot.com/2020/04/teoria-da-conspiracao-os-protocolos-dos.html

Os pogroms de 1881-1882

Debaixo da mão de ferro do novo Czar Alexandre III (nascido em 1845 e foi Imperador Russo de 1881 a 1894, quando morreu), os pogroms de 1881-1882 foi um notório exemplo da política oficial Russa contra os judeus no final do século XIX.

O choque social e emocional provocado pelos pogroms de 1881-1882 teve várias consequências. Entre outras, acelerou a formação do movimento sionista e a fuga de judeus russos para o Ocidente. Calcula-se que entre 1881 e 1918, cerca de 1 milhão e 300 mil judeus deixaram o Império Russo.

Os sionistas passaram, desde então, a definir os judeus como povo e nação, com a reivindicação de um Estado soberano próprio. Uganda, Argentina e Madagascar foram discutidos como possíveis pátria judaica. No final, porém, prevaleceu a consciência judaica de aspirar um Estado na antiga pátria bíblica. E assim as profecias bíblicas tiveram o seu fiel cumprimento na História em 14/05/1948.

Em 1882, os olim (imigrantes) começaram a regressar a Sião em dezenas e até centenas de milhares nos grandes movimentos de imigração (aliá), vindos principalmente de países árabes, africanos e asiáticos.

Em 1895, o jornalista Theodor Herzl escreveu "O Estado Judeu". A principal ideia do livro era que a melhor maneira de formar um Estado judeu era realizar um congresso sionista formado apenas por judeus. Da ideia partiu para a prática e, pouco tempo depois, já havia formado o "Sionismo Político".

29 de agosto de 1897 - Foi realizado o primeiro Congresso Sionista desde a diáspora, na Basiléia (Suíça). Durante o congresso foi criada a Organização Sionista Mundial, e *Theodor Herzl foi eleito seu presidente.

*Theodor Herzl (1860-1904), foi um jornalista judeu austríaco que se tornou fundador do moderno Sionismo Político.

Em 1915, no 7º Congresso Sionista, ficou decidido em definitivo que o local seria no território nominado de terra da *Filístia (Palestina) pelo imperador romano Adriano, ano 135 d.C. berço histórico do antigo Reino de Israel.

*Antigamente terra dos filisteus - Asdode, Ascalão, Ecrom, Gaza e Gate, hoje regiões do sul de Israel e Faixa de Gaza.

Destacados sionistas – Theodor Herzl, David Gurion, Chaim Weizmann, Golda Meir, Simon Perez…

10 de novembro de 1975 - A Resolução 3379 da ONU - Por uma votação de 72 votos contra 35 (com 32 abstenções) considerou que o sionismo equivale a racismo.

16 de dezembro de 1991 - A resolução 3379 foi anulada pela resolução 4686.

A Teologia monoteísta judaica, exclusividade na adoração a Javé - Sempre bateu de frente com os poderes políticos e religiosos idólatras. E creio ser a causa maior da instigação maligna contra Israel, aproveitando-se de seus desvios do concerto com Deus.

Pode um Cristão ser um Sionista?

a) Na Igreja o antissemitismo vem de longe, nos concílios e inquisições - E mais recente nas Universidades e literaturas ditas cristãs, nos seminários, nos púlpitos etc.

b) A Teologia da Substituição - Prega Israel é passado, morto e sepultado. E o é nos tipos e figuras que se cumpriram em Cristo no NT. Porém, ignoram as profecias futuras relativas à nação de Israel.

c) As Igrejas reformadas/históricas deixam um vácuo na Soteriologia e na Escatologia - Achando-se os “eleitos de Deus”, quando cristãos se tornam filhos por adoção em Cristo (Jo 1.11-12; Ef 1.3-5) e Israel filhos por Eleição (Is 43.5-7;45.4), a partir de Abrão (Gn 12. 1-3; Is 1.2-3).

Um cristão antissemita é uma contradição, um paradoxo inaceitável, biblicamente condenável.

O antissemitismo é sinônimo de ódio. O Cristianismo é sinônimo de amor prático.

Golda Meir (1898-1978) – Única mulher primeira ministra de Israel (1969 a 1974):

“A paz virá quando os árabes amarem os seus filhos tanto quanto nos odeiam”.

Bases Bíblicas para o Sionismo Cristão

Sl 122.6 – “Orai pela paz de Jerusalém! Prosperarão aqueles que te amam”.

Rm 11.17-21– Na alegoria entre a oliveira (Israel) e o zambujeiro (gentios). Nossa atitude é de não se gloriar, não se orgulhar e sim temer ao Senhor.

Os judeus detêm a adoção de filhos em primeiro plano (Mt 10.6;15.24; Rm 1.16;9.4; Jo 4.22).

Rm 11.28-29 – Os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento (Rm 9.3-5). Ou seja, a chamada de Israel em Abraão, filhos por Eleição, é soberana e irrevogável.

O que revelou Jesus no sermão profético? E dirá no Julgamento das Nações (gentios) - É um único texto bíblico onde Jesus reconhece como um favor pessoal, o realizado em prol de seus irmãos judeus.

Observação: Não se trata de caridade cristã. O texto diz respeito a um contexto profético.

Mt 25.35-40 – “Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. Então, os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E, quando te vimos estrangeiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E, quando te vimos enfermo ou na prisão e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”. 

E nessa perspectiva divina é como devemos amar ao povo judeu.

Nota exegética - A expressão “a um destes meus pequeninos irmãos”, no grego se refere a parentes, segundo a carne.

A aliança com Abraão - Um Concerto Soberano e Irrevogável

Gn 15.6-11;12-20 – Deus se fez presente para realizar um concerto com Abrão. Deus o colocou em Abrão um profundo sono, pois não poderia vê-lo. E fez promessas, revelou o futuro de Israel e selou com um pacto de sangue. Logo, inquebrável, não desmanchável. 

Jr 33.19-26 – Deus fala ao profeta Jeremias e reitera:

Parafraseio: Se for possível os homens mudar as ordenanças dos céus e da terra, o tempo para o dia, o tempo da estação da noite, assim será invalidado o concerto para com Israel e a casa de Davi. Pelo contrário, chegará o tempo em que cumprirá a sua boa palavra à casa de Israel e à casa de Judá (Jr 33.14-17).

Jr 31.35-37 - “Assim diz o SENHOR, que dá o sol para luz do dia, e as ordenanças da lua e das estrelas para luz da noite, que agita o mar, bramando as suas ondas; o SENHOR dos Exércitos é o seu nome. Se falharem estas ordenanças de diante de mim, diz o SENHOR, deixará também a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre. Assim disse o SENHOR: Se puderem ser medidos os céus lá em cima, e sondados os fundamentos da terra cá em baixo, também eu rejeitarei toda a descendência de Israel, por tudo quanto fizeram, diz o SENHOR”.

Jr 50.5 – “Pelo caminho de Sião perguntarão, para ali dirigirão o rosto; virão e se ajuntarão ao Senhor num concerto eterno, que nunca será esquecido”.

Ap 21.12-14 – Na descrição da nova Jerusalém é lindo ver Israel e a Igreja, ali identificados e representados como dois povos de Deus. Ou seja, distintos até na eternidade.

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 24/08/2024. Revisão (31/08/2024).

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