Introdução
1.A lição 7 apresenta o
contraste entre duas mulheres, Vasti e Ester. Vasti, rainha do rei da Pérsia que
foi deposta e a judia Ester ascendeu ao trono.
2.Na trama narrada no livro, a
rainha Vasti procedeu desobedecendo a um pedido do rei Assuero, enquanto Ester
demonstrou obediência às orientações do seu tio Mardoqueu e teve êxito.
3.Na medida que formos
estudando o livro de Ester, conheceremos os personagens principais: O rei
Assuero, Vasti, Ester, Hamã e Mardoqueu.
4.Do começo ao fim do livro,
percebemos a presciência de Deus desnudando o futuro e sua mão providencial
agindo em prol povo judeu, no contexto histórico do Império Persa.
5. E atentemos, a palavra
chave é: obediência. Pela obediência à sua palavra, Deus desenvolve em nós
virtudes cristãs que nos aproximam do caráter do homem perfeito, Cristo Jesus.
I – O Banquete de Assuero e a
recusa de Vasti
1.Quem foi Assuero? Era
filho de Dario, governou o Império Persa, por 20 anos, de 486 a 465 a.C. Reinou
da Índia a Etiópia, sobre 127 províncias. Seu no grego era Xerxes (Et 1.1).
Assuero fez dois banquetes:
a) Um para nobreza imperial e
os senhores das províncias - Para lhes mostrar a grandiosidade do
reino e suas riquezas. A recepção durou 180 dias.
b) Outro para todo o povo da
capital de Susã - No pátio do jardim do palácio. O fez com
muito luxo, ostentação, bebidas à vontade, com duração de 7 dias (Et 1.5-8).
c) Assuero tinha como rainha
Vasti, mulher formosa à vista. Estudiosos acreditam que ela
foi citada pelo historiador grego Heródoto (485-425 a.C.), identificada pelo
nome de Améstris, mulher astuta e sanguinária, segundo o comentário da lição.
d) O mandado do rei a recusa
de Vasti – Conforme Et 1.10, após haver bebido e estava alegre com
o vinho, o rei Assuero mandou chamar a rainha para apresentar aos povos e aos
príncipes a sua beleza e formosura (Et 1.11). E ela se recusou marcar presença
no banquete do rei.
II – A rainha Vasti resistiu à
ordem do rei e perdeu o trono
1.Com a recusa o rei muito se
enfureceu e ficou irado (Et 1.12).
São diversas as opiniões sobre
o que motivou a recusa da rainha:
a) Possivelmente era contra os
costumes persas a mulher se apresentar em reuniões públicas de homens.
b) É bom lembrar que a rainha
Vasti havia feito também um banquete, à parte, para as mulheres na casa real
(Et 1.9).
c) Alguns sugere que ela
estava grávida de Artaxerxes, cujo filho nasceu em 483 a.C. e não queria ser
vista em público naquele estado.
2.A recusa da rainha e a
situação do rei Assuero – A autoridade sobre a rainha foi colocada
em dúvida e sua credibilidade militar, o maior critério de um rei na
antiguidade, estaria prejudicada.
Qual a linha exegética, o
limite da interpretação dos fatos bíblicos narrados?
Exegese versus eisegese:
Eisegese - Quando
dão às Escrituras um sentido alheio ao que foi revelado. Ou seja, dar uma
interpretação ao texto atribuindo ideias próprias do leitor.
Eisegese: Método que
consiste em injetar no texto um significado estranho ao sentido do autor.
Exegese: Comentário ou dissertação técnica do texto.
Formas pelas quais o intérprete
pratica a Eisegese:
1.Quando
força o texto a dizer o que não diz.
2.Quando ignora o contexto, sob pretexto ideológico. Ignorar o contexto é rejeitar deliberadamente o processo histórico e linguístico que deu margem ao texto.
3.Quando não esclarece um texto a luz de outro. Os textos obscuros devem ser entendidos à luz de outros
e segundo o propósito e a mensagem do livro.
4.Quando põe a “revelação” acima da mensagem revelada. Muitos intérpretes colocam a pseudorrevelação acima da mensagem revelada. Devemos ter o cuidado de não associar o nome de Deus a mentira.
5.Quando está comprometido com um sistema ou ideologia. Logo, a sua interpretação terá um viés tendencioso, sem compromisso com a verdade bíblica.
e) A medida tomada pelo rei Assuero – Submeteu o caso ao exame dos sábios do reino – “o que, segundo a lei, se devia fazer a rainha Vasti, por não haver cumprindo o mandado do rei, pelas mãos dos eunucos? (Et 1.15).
f) A sentença de Vasti – Então, Memucã, um dos sábios, aconselhou ao rei que depusesse Vasti. Pela grande repercussão, a conduta de Vasti era um péssimo exemplo para outras mulheres (Et 1.17-18).
Se foi justa ou injusta a perda do trono por Vasti não temos como chegar a essa conclusão. Verdade é, ela desobedeceu ao rei e se sentiu afrontado e desonrado.
Em consequência, cartas foram enviadas às províncias do Império para que cada homem fosse senhor da sua casa (Et 1.22).
A lição do caso corrobora com a visão cristã na liderança familiar. O homem que não lidera a sua casa, não está apto para cuidar da Igreja de Deus (I Tm 3.4-5).
III – Ester – A jovem judia se torna rainha em terra estranha
1.Et 2.2 – Aconselhado o rei Assuero, resolveu escolher a nova rainha.
2. Deixou de lado as sucessões entre famílias dos
Medo-persas, decidiu o rei escolher a rainha dentre as moças de todas as
províncias do reino.
3. Não havia restrição quanto à origem étnica
ou racial. O critério realmente valorizado era ser virgem e formosa (Et 2.2-4).
4.Entra em cena Mardoqueu, que morava em Susã e
levou a prima, criada como filha, para disputa de rainha. Ester fica aos
cuidados Hegai, guarda das mulheres, de quem logo conquistou a simpatia (Et
2.7-9).
5.O que constatamos é: Quando Deus
dirige um processo, situações, conhecedor do amanhã de antemão, Ele cuida,
intervém na história humana, segundo seus desígnios. Não significa que Deus
governa a todos os povos.
6. A obediência de Ester – Ela seguiu tudo que lhe foi orientado por seu primo
Mardoqueu, que nem de longe era ingênuo. Ela não exigia explicação para
obedecer. Estava evidente o cuidado dele pelo seu bem-estar (Et 2.22). Embora
não se mencionar Deus, estava inequívoca a sua boa mão na direção dos
acontecimentos.
Em Ester, vemos um exemplo de obediência e destacamos:
a) A obediência é baseada no que Deus diz o que é certo, não no que consideramos certo.
b) Quem quer agradar a Deus
deve ter a predisposição de obedecê-lo em qualquer circunstância.
c) A obediência não adia a
responsabilidade de acordo com a conveniência.
d) Deus não está todo o tempo
medindo a nossa maturidade; Seus olhos estão fixados em nossa disposição de
obedecer.
e) Obediência não é apenas
fazer o que lhe pedem, mas fazer com alegria. O justo tem prazer nos
mandamentos e preceitos do Senhor (Sl 1.1-2).
f)) Obedecer é uma ação voluntária – É como amar, é uma decisão de quem escolhe obedecer. Ninguém é obrigado a obedecer, exceto quando debaixo de superiores totalitários e tiranos. Deus jamais age dessa forma.
Conclusão
1.“E o rei amou a Ester mais do que todas as mulheres... alcançou graça perante ele...e pôs a coroa real na sua cabeça e a fez rainha em lugar de Vasti” (Et 2.17), por volta do ano de 479 a.C.
2.Que saibamos nos colocar nas mãos de Deus para sermos instrumentos para sua realização e glória.
3.Deus não age com improvisos e
sim pela sua presciência sabedor do futuro, e por isso é digno de toda a nossa
confiança e adoração (Is 46.9-10).
Fonte da pesquisa:
Lição EBD/CPAD – 3º trimestre
de 2024.
Bíblia Sagrada.
Anotações bíblicas pessoais.
Por Samuel Pereira de Macedo
Borges.
Bacharel em Direito e Teologia
Natal/RN, 02/08/2024.
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