Partindo de nós brasileiros,
somos uma pátria livre para confissão de nossa fé. Vivemos em um contexto de
legalidade com direitos constitucionais, a Lei maior do país. Diz-se que a nação é laica no sentido de que
não há religião oficial no país. Abraça todos os credos. O mesmo não se pode dizer com cerca de 90
nações, povos, onde existe perseguição aos cidadãos que confessam serem
cristãos. A Missão Portas Abertas tem catalogado desde 1993, os 50 países onde
existem perseguições de várias dimensões e até inimagináveis por nós cristãos
ocidentais.
Dos 50 países classificados
pela Missão Portas Abertas, 38 deles são de predominância islâmica.
A Coréia do Norte encabeça a lista há cerca de 10 anos.
A Igreja cristã vive a maior
perseguição da sua História. Os números giram em torno de 90 a 120 milhões de
cristãos sob o fogo serrado da perseguição. A cifra de mortos em função da
Causa Cristo está em torno de 250 mil mortos anuais.
A perseguição pode ser:
Física -
com agressões físicas, prisões sem o devido processo legal, sem oportunidade de
defesa, mutilações pelo corpo, perda de bens, perda do sustento do pão de cada
dia, ruínas de famílias e mortes. (É a dura realidade da Igreja Perseguida).
Cultural - Via
culturas populares, movimentos sociais, mídia escrita, falada e imagens,
filosofias humanas, relativismo moral, liberalismo com uma ética lasciva,
frágil e permissiva.
Institucional
–
Vem ocorrendo pela via legal silenciosamente diante da nossa omissão, falta de unidade
na Igreja Evangélica Brasileira e por causa de seu analfabetismo político. Como
os interesses do Reino de Deus não comungam com o Reino deste mundo e este está
no maligno, necessitamos está muito atentos às investidas contra a Igreja
Instituição. Não dá para se esconder por trás do determinismo. E que ninguém
espere por vozes isoladas protestando no deserto da omissão eclesiástica.
Escolhamos: atores da história ou plateia apática. Em uma sociedade civilizada,
os segmentos mais organizados e reivindicatórios tendem a ganhar mais espaço.
Edmund Burke: “Há um limite em que a tolerância
deixa de ser uma virtude".
Espiritual
–
Neste âmbito, diante das investidas no mundo espiritual, forças contrárias à
Igreja, utilizemo-nos sim, das armas de cunho espirituais: Oração, jejum,
autoridade da Palavra e do nome de Jesus. É caco de demônio para todo lado!
Discernimos a Igreja organismo vivo e invisível, tal qual como Deus a ver. E as portas do inferno não prevalecerão
contra Ela. O inimigo maior é um só. Está se debatendo ferido, mas sua derrota
final é certa. E Saibam todos: Deus não está pegando queda de braço com o
diabo. Deus é o Soberano e o resto é resto.
Então, o que fazer diante
desde quadro? Algumas atitudes Deus espera de nós cristãos Ocidentais:
1. A consciência de que vida cristã não é uma
colônia de férias; não é uma estufa espiritual; muito menos uma redoma de vidro
de não me toque ou não me perturbe. Parafraseando o Pr. Hernandes D. Lopes.
2. Não devemos, é claro, se comportar como
estivéssemos sob perseguição tal qual a Igreja Perseguida. Porém, também não
podemos viver a síndrome do adágio popular: ”O que os olhos não veem o coração não sente”.
3. Ficamos caretas de saber: Missão se faz de
três formas: Orando, contribuindo ou indo além-fronteiras. Cada um pergunte-se a si mesmo: Que
investimento tenho feito na Igreja Perseguida desde o momento que ouvi falar de
suas lágrimas, dores, prisões, carências
e mortes?
4. Precisamos sair do indiferentismo. Levantar a
cabeça e ver além dos limites denominacionais em que fomos domesticados. Isto,
sem perder o compromisso com a Igreja local.
5. A postura da maioria na Igreja Ocidental para
com a Igreja perseguida é como se ela não fosse nem nossos parentes. Precisamos
tratar com a Igreja Perseguida verdadeiramente como o corpo de Cristo na terra,
da qual somos parte.
Finalmente, quando vemos a
perseguição batendo à porta da Igreja de Jesus, precisamos de estratégias. ESTRATÉGIA REQUER:
Sabedoria,
Inteligência, Discernimento, Percepção e Sensibilidade.
Atitudes
diante da perseguição:
1. Não temê-la. O medo nos paralisa;
2. Não incitá-la ou invocá-la sobre si;
3. Enfrentá-la com unidade no corpo de Cristo;
4. Distinguir o campo de ação: o humano,
institucional e o espiritual;
5. Manter a identidade de povo de Deus e
prosseguir na sua missão evangelizadora;
6. Discernimento para estabelecer estratégias e
agir;
7. Não pagar mal por mal. Deus fará justiça;
8. Amar o(s) inimigo(s) sem ingenuidades;
9. Cumprir deveres, defender os direitos,
fazendo apologia da fé;
10. Se possível
não confrontar, mas também não se omitir;
11. Aprendendo
impor respeito, civilizadamente, sem desrespeitar;
12. Ter a consciência de que nem o inferno barra a marcha da Igreja Cristã.
Martin Luther King: “O que mais preocupa não é o grito
dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter e dos sem-ética.
O que mais preocupa é o silêncio dos bons."
Por Samuel P M Borges
Bacharel em Direito e Teologia
Natal/RN - 05/06/2012.