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sábado, 25 de abril de 2015

TENTAÇÃO



Texto: I Co 10.13; Mt 4.3;
Introdução: A tentação deve ser entendida como um processo terrível, que pode ser da parte do homem, do mundo ou do Diabo, cuja finalidade é destruir a fé, a santidade e a comunhão com Deus, levando o cristão a pecar....

DISTINÇÃO ENTRE TENTAÇÃO E PROVAÇÃO: A tentação é sempre uma indução ao mal, ao pecado. Essa, Deus não pratica contra ninguém. A provação é um teste divino, mas nem toda provação é de Deus. E quando Deus prova a alguém, tem propósitos muito elevados. (Tg 1.12).

I – REFERÊNCIAS GERAIS SOBRE TENTAÇÃO E PROVAÇÃO.
“Não tentarás ao Senhor teu Deus....(Dt 6.16),  quer comunicar: Não prove a Deus, não o teste.
“Tentou Deus a Abraão...”(Gn 22.1). Significa, pois Deus Abraão à prova.
“ Porque me tentais...”.(Mc 12.15). Significa, porque estão me testando.
“Deus a ninguém tenta, nem pode ser tentado pelo mal. Tg 1.13
“Não veio sobre vós, tentação senão humana...”  I Co 110.13( a tentação é própria da natureza carnal do homem). Rm 7.5-8; Gl 5.13,19. O corpo físico não é mal em si mesmo.
“Jesus em tudo foi tentado, mas seu pecado”. (Hb 4.15).
“Não nos induzas à tentação; mas, livra-nos do mal.. (Mt 6.13). A tradução correta seria: E não nos deixe cair em tentação; mas, livra-nos do mal...(tradução contemporânea).
“Vigiai e orai para que não  entreis em  tentação...” Mc 14.38, Mt 26.41
“Quando tentados somos atraído e engodado pela própria concupiscência...)Tg 1.14
“É bem-aventurado o varão que suporta a tentação (provação). Tg 1.12. “ Feliz aquele que nas aflições continua fiel”. (tradução  linguagem de hoje).

II - AGENTES DA TENTAÇÃO:

1)    O MUNDO – O sistema que se opõe de forma persistente e sistemática ao Reino de Deus. I Jo 2.15-16).
2)    A CARNE – Ela tem seu aspecto pernicioso, incitador ao pecado. É o centro dos desejos pecaminosos (Rm 13.14; Gl 5.16-24). Dela vem o pecado e suas paixões. (Rm 7.5;Gl 5.17-21). Delimitando a nossa responsabilidade e a influência do maligno.
3)    O DIABO - É o agente mais cruel da tentação. Seu caráter é sempre destrutivo.

III - COMO SE PROCESSA A QUEDA NA TENTAÇÃO. Tg 1.14-15.
1ª) Vem a atração pelos sentidos. Visão ( I Jo 2.16). Audição (I Co 15.33). Olfato, paladar e tato
(Pv 6.17). São as entradas da alma.

2ª) Engodo(isca). A pessoa é atraída, seduzida e engodada pela própria concupiscência.(v.14b).

3ª) Concepção do desejo(da concupiscência. Na mente, nos pensamentos(cfe. Mc 7.21-23), o desejo é concebido. Só se faz o que se pensa(v. 15a). Nesse ponto, ainda se pode evitar o pecado.

4ª) O pecado é gerado. ”Depois, havendo a concupiscência concebida, dá à luz o pecado”(v.15). Ainda na mente, já nasce o pecado. Qualquer um de nós, pode adulterar a partir da mente. Mt 5.27-28.

5ª) A consumação do pecado. (v.15b). “e o pecado sendo consumado, gera a morte.” A morte aqui é espiritual. Nesse ponto, só há solução se houver arrependimento ainda em vida.

IV – OITO  PASSOS PARA A VITÓRIA SOBRE A TENTAÇÃO.
1)    Saber utilizar a palavra de Deus. A espada do Espírito.(Ef 6.17b).
2)   Através da oração. (Lc 22.40; IT 5.17; Mt 26.41).”O diabo ri da nossa sabedoria,  zomba das nossas pregações, mas treme diante de nossas orações”.
3)    Através da vigilância. (Mt 26.41a; I Pd 5.8-9).
4)  Através da disciplina pessoal. (I Co 9.27). muitos caem na área sexual, porque não sabem ou não controlam seus instintos.
5)    Resistindo ao diabo. (Tg 5.17; I Pd 5.8-9).
6)    Buscando santificação. (Hb12.14; I Pd 1.15).
7)    Ocupando a mente com o edificante ( I Ts 4.3-7; Fl 4.8).
8)    Enfim: reagindo, fugindo e se reavaliando.

FATORES INTERNOS DA TENTAÇÃO:

“O pecado não consiste apenas de ações isoladas, mas também é uma realidade, ou natureza, dentro da pessoa (Ef  2.3). O pecado como natureza indica a sede ou a sua localização no interior da pessoa, como origem imediata dos pecados”.

CONCEITO TEOLÓGICO(PR. ALTAIR GERMANO)

"Tentação" pode ser definida como uma influência interna ou externa, de origem divina (quando se refere ao fato de Deus "provar" o homem, 1 Pe 4.12), diabólica (Mt 4.7) ou humana (Tg 1.14), que embora, em si, não seja pecado, pode conduzir ao mesmo (Tg 1.15).

Observação: Embora a Bíblia, conforme Tiago cita, quando somos tentados, somos engodados pela própria concupiscência. Porém, esta pode ser externa ao tentado. Exemplos: A tentação de José e do próprio  Cristo.

Glossário pertinente:

Tentação: Indução para o mal, para coisas censuráveis, por sugestões do diabo ou da sensualidade. Biblicamente é um convite ao pecado.

Concupiscência: desejo, apetite carnal desordenado. 

Tentar: procurar corromper a fé, a fidelidade.

Sedução: 1.  Ato ou efeito de seduzir ou ser seduzido. 2. Qualidade de sedutor.
3. Atração, encanto, fascínio. Bras.  Jur.  Crime consistente em iludir mulher virgem, maior de 14 e menor de 18 anos, valendo-se da sua inexperiência ou justificável confiança para manter com ela conjunção carnal.

Seduzir: 1. Inclinar artificiosamente para o mal ou para o erro; desencaminhar: 2. Enganar ardilosamente.  3. Desonrar, recorrendo a promessas, encantos ou amavios: 4.  Atrair, encantar, fascinar, deslumbrar.    

Questões para debate:

1) Instabilidade no casamento. (conflitos, descrédito do amor de um pelo outro). Um casamento bastante desgastado.

2) Cônjuge carente de afeto e na condição de vida material. A tentação massagea o ego?. Sim, depois amassa e destrói. O cônjuge carente será alvo de sedução ou tentado por Satanás. (I Co 7.5).

3) O mito da grama mais verde.
a) Ver em outro parceiro, qualidades que gostaria que o seu cônjuge tivesse.
b) Há homens e mulheres que tem a maior facilidade de serem agradáveis para com outras pessoas, todavia não são com seus familiares e cônjuges.
c)Comportamento sexual pós-moderno: está nas revistas, jornais, televisão, nas ruas, no teatro,  na música,  no humor sujo, na internet...
d) Uma atração repentina ou trabalhada, alimentada...

4) Como se comportar diante da  tentação? Espero que não seja: “deixa a vida me levar, vida leva eu...”. Será que tem crente cantando: ”Eu boto ou não boto”?
a) Determinado(a) a não pecar.
b) Resistir no espírito. (I Pd 5.8,9; Tg 5.17).
c) Fugir...
d) Pare. Pense no futuro próximo, mais adiante...

Bibliografia:


  1. Bíblia do Estudo Pentecostal
  2. Dicionário Eletrônico Houaiss
  3. Lição CPAD/EBD 3º trimestre 2014

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Entenda o projeto que regulamenta as terceirizações

O Congresso brasileiro aprovou um projeto de lei que regulamenta e amplia a terceirização por empresas privadas e órgãos públicos.



© Fornecido por Deutsche Welle

Com isso, as empresas e o governo poderão contratar terceiros para executar uma etapa de produção ou prestar um serviço, desde que seja especializada naquela atividade.
Controverso, o Projeto de Lei 4330/2004 gerou protestos de entidades sindicais. Ele tramita na Câmara dos Deputados desde 2004 e vem sendo discutido desde 2011. Após aprovado pela Câmara, será enviado ao Senado.

Principal ponto

Um dos principais pontos do projeto é a possibilidade da contratação de funcionários terceirizados para executar atividades-fim da empresa. Até agora, as empresas só podem terceirizar atividades-meio. Por exemplo: uma empresa que produz carros só podia terceirizar a limpeza e o serviço de alimentação de seus funcionários, mas não a montagem dos automóveis.

O PL 4330 muda a relação entre as empresas que contratam serviços terceirizados e os funcionários das empresas contratadas. Hoje, a contratante e contratada são acionadas na Justiça pelo funcionário que pleiteia seus direitos, como o depósito do FGTS e da Previdência, bem como horas extras e o não pagamento do salário.

Segundo o projeto de lei, o funcionário somente poderá processar a contratante depois de já ter esgotado todos os meios legais para cobrar seus direitos da contratada.

Contribuição sindical

É também uma das principais polêmicas, já que envolve o dinheiro da contribuição dos funcionários aos sindicatos. Segundo o projeto de lei, a contribuição sindical deverá ser paga ao sindicato da categoria correspondente à atividade do terceirizado e não ao da empresa contratante. Para o trabalhador, não mudará nada. Porém, isso poderá enfraquecer os sindicatos ligados à indústria e fortalecer os ligados às prestações de serviço.

Direitos dos trabalhadores

A empresa que contrata os serviços poderá estender aos terceirizados os benefícios que oferece aos seus próprios empregados. Os funcionários terceirizados só podem entrar em serviço após receberem treinamento e, ainda, não poderão ser deslocados para outras funções ou tarefas que não estiverem descritas no contrato.

Terceirização em empresas públicas

De acordo com o projeto, todas as esferas do serviço público poderão ampliar a terceirização de funcionários. Porém, esses funcionários não poderão exercer atividades específicas do Estado, como a fiscalização e regulamentação. A contratação não poderá ser feita por meio de pregão caso a mão de obra, no serviço pretendido, superar 50% do valor total contratado.

O que dizem os críticos

Críticos da proposta afirmam que os direitos dos trabalhadores poderão sofrer retrocessos caso o ponto principal seja aprovado, já que um empregado contratado para prestar um serviço não estará coberto pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Já a Central Única dos Trabalhadores (CUT) afirma que, se o PL for votado como está, a precarização nas relações de trabalho será indiscriminada no Brasil, afetando milhões de trabalhadores e abrindo caminho para que outros tantos sejam prejudicados.

O que dizem os defensores

Os defensores da lei dizem que a aprovação deve aumentar a formalização dos empregados e acabar com a insegurança jurídica em relação aos profissionais terceirizados. Eles alegam que há muitos terceirizados que ainda estão na informalidade. Para a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), três milhões de vagas poderão ser gerados com a aprovação do projeto.

Autor: Fernando Caulyt

Edição: Rafael Plaisant


           Pesquisa em 08/04/2015.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Islã: religião de paz?

Alderi Souza de Matos


Os atentados terroristas verificados em Paris no início de janeiro de 2015, nos quais três extremistas islâmicos mataram dezessete pessoas, entre elas cinco cartunistas do periódico satírico “Charlie Hebdo”, suscitaram um intenso debate sobre a liberdade de expressão. Autoridades e articulistas se apressaram em isentar a religião islâmica de qualquer responsabilidade pelo ocorrido, buscando-se muitas explicações alternativas para as ações dos terroristas. Tanto líderes muçulmanos quanto não muçulmanos voltaram a insistir que o islamismo é uma religião pacífica. Os que expressaram opinião contrária foram tachados de islamofóbicos.

Porém, divergindo da maioria politicamente correta, alguns observadores têm questionado se o islã é de fato uma religião tolerante. Quando se olha para a história, verifica-se que nos primeiros séculos o movimento de Maomé, ao lado de seu caráter militante e conquistador, tornou-se uma importante força intelectual e cultural. Os antigos califados foram centros de cultivo das mais diferentes áreas do saber. A Espanha islâmica destacou-se por sua magnífica arquitetura e por suas contribuições na matemática, na medicina e na filosofia. Nomes como Ibn Rushd (Averróis), Ibn Sina (Avicena), al-Kindi, al-Farabi e outros estão entre os grandes intelectuais do período áureo islâmico (750-1250). Mais importante, em muitas das regiões conquistadas, os muçulmanos se mostraram bastante respeitosos de outros grupos religiosos, havendo entre eles uma convivência relativamente pacífica.

Todavia, em séculos mais recentes, por uma série de fatores ainda não suficientemente explicados, o islamismo tem experimentado forte declínio intelectual e ideológico. Na maioria dos países em que predomina, tornou-se uma religião fortemente conservadora e tradicionalista, controladora de todos os aspectos da vida e da sociedade, avessa à aceitação da diversidade religiosa e de cosmovisões alternativas. Essas atitudes foram exacerbadas durante o século 20 com o colonialismo europeu, a criação do Estado de Israel e um sentimento de inferioridade e injustiça em relação ao Ocidente cristão.

Não se pode negar que existem muitos muçulmanos de mentalidade aberta, respeitosos dos que pensam de modo diferente. Todavia, na atualidade a atitude predominante se volta para a direção oposta. Existem muitas coisas no islã que são passíveis de diferentes entendimentos, mas hoje prevalecem as interpretações rígidas e radicais. Um exemplo disso são as problemáticas representações visuais de Maomé. Não há nada no livro sagrado, o Corão, que proíba tais desenhos. No entanto, segundo a tradição islâmica (“hadith”), o profeta teria se oposto a essa prática para que não fosse idolatrado. Ao mesmo tempo, sabe-se que em certos contextos artistas islâmicos retrataram o seu fundador. Porém, essa questão se tornou tão essencial para os muçulmanos atuais, que tais representações são tidas como blasfêmia, como um supremo insulto que merece vingança, até mesmo a morte.

Quando se investiga a atitude do islã em relação à tolerância e à liberdade religiosa não basta olhar para os muçulmanos que vivem no Ocidente. Sendo grupos minoritários, eles são plenamente favoráveis a uma ampla liberdade, que muito os beneficia. Por outro lado, os defensores do islã dizem que o comportamento das turbas sanguinárias e de grupos extremistas como o Estado Islâmico e Boko Haram é totalmente excepcional, não fazendo justiça à corrente majoritária dessa religião. Porém, há uma terceira via de investigação, frequentemente esquecida pelos líderes e analistas ocidentais: a conduta dos países islâmicos em relação à liberdade religiosa. Aqui não se trata de movimentos periféricos e radicais, mas da maioria islâmica em sua atitude padrão diante de outros grupos.

A Missão Portas Abertas, que monitora a intolerância religiosa ao redor do mundo, informa que cerca de 65 nações praticam alguma forma de repressão contra os cristãos, com diferentes graus de intensidade. A maior parte desses países violadores da dignidade humana no âmbito religioso (e em outras áreas) é composta de nações islâmicas. O melhor exemplo é a Arábia Saudita, o berço e centro principal do islã. 

Nesse país, 97% da população é muçulmana, sendo a maioria sunita de linha salafista, ultraconservadora. Os poucos cristãos são trabalhadores estrangeiros. A liberdade religiosa é severamente restringida: nenhuma outra religião pode ser praticada, templos não islâmicos são proibidos, mesmo as devoções privadas são vedadas e a polícia religiosa investiga as casas de cristãos. A conversão de muçulmanos é passível de pena de morte. O sistema penal, baseado na lei islâmica (“sharia”), prescreve castigos brutais como decapitação, apedrejamento, açoites e amputação de membros. O país não aceita a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Sintomaticamente, o governo saudita alega o caráter islâmico especial do reino como justificativa para uma ordem social e política diferente.

Esse péssimo precedente se espalha por todo o mundo muçulmano, especialmente as chamadas repúblicas islâmicas, verdadeiros estados totalitários conhecidos por suas amplas e graves violações dos mais elementares direitos humanos. Mesmo nações outrora tolerantes, como Jordânia, Turquia e Indonésia, têm experimentado um recrudescimento da perseguição contra as minorias religiosas. Multiplicam-se em muitos lugares horríveis massacres de cristãos, como no Sudão, no Egito e, mais recentemente, na Nigéria e no Níger, sob o olhar complacente dos governantes ocidentais. Essa desumanidade é um dos fenômenos mais chocantes do mundo contemporâneo e torna insustentáveis as alegações de que o islamismo é uma religião de paz e harmonia.

No dia 12 de setembro de 2006, o papa Bento XVI fez um corajoso discurso na Universidade de Ratisbona, na Alemanha, em defesa da liberdade religiosa, no qual conclamou os muçulmanos a condenarem a violência como meio de impor a fé. As reações negativas foram intensas, tanto de líderes islâmicos quanto de ocidentais que se recusam a denunciar uma dolorosa realidade. Usando argumentos que a cada dia parecem mais convincentes, o pontífice apelou aos seguidores de Maomé para buscarem, dentro de seus próprios recursos espirituais e intelectuais, argumentos islâmicos que defendam a tolerância religiosa e a distinção entre autoridade religiosa e autoridade política.

A história cristã não está livre de tristes manifestações de violência como as cruzadas, a inquisição, as perseguições contra os judeus e a escravidão. Todavia, com o passar do tempo a cristandade evoluiu e hoje, de modo coerente com os ensinos de Jesus, defende plenamente a liberdade, a democracia e os direitos da pessoa humana. Esse é o grande desafio para o islã nesta grande encruzilhada da história, para o seu próprio bem-estar futuro e para a segurança e paz da humanidade.

• Alderi Souza de Matos é doutor em história da igreja pela Universidade de Boston e professor no Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper. É autor de “Erasmo Braga, o Protestantismo e a Sociedade Brasileira”, A Caminhada Cristã na História e “Fundamentos da Teologia Histórica”. Outros artigos de sua autoria estão disponíveis neste site.


Fonte: Revista Ultimato março/abril 2015
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