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domingo, 9 de outubro de 2016

Elber César, 1930-2016 – Lamento...

Em homenagem ao Rev. Elben César...

É com pesar que a família e a Editora Ultimato comunicam o falecimento do pastor Elben Magalhães Lenz César. Aos 86 anos, Elben César morreu hoje, quinta-feira, dia 6 de outubro de 2016, às 1h08 min., no Hospital Madre Tereza, em Belo Horizonte, MG, vítima de uma parada cardíaca, resultado das complicações clínicas enfrentadas nos últimos 29 dias de internação, após uma queda, em casa. Ele era casado com Djanira Momesso César, pai de cinco filhas, avô de dez netos e bisavô de quatro bisnetos.

O culto de gratidão por sua vida será realizado na Igreja Presbiteriana de Viçosa, às 9h desta sexta-feira, dia 7 de outubro e, em seguida, o sepultamento acontecerá no Cemitério Colina da Saudade, em Viçosa, MG.

O texto bíblico que nos consola é também um dos preferidos dele: Tu, SENHOR, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti (Is 26.3).
E, claro, também nos anima a sua lembrança insistente em zombar da morte apelando para a ironia do apóstolo Paulo: “Onde está, ó morte, a tua vitória?” (1Co 15.55). Ironia porque a resposta à pergunta vem antes, da lavra do mesmo escritor: “O último inimigo a ser destruído é a morte” (v. 26). Assim, antecipando o riso futuro e sem sair do mesmo capítulo 15 da primeira carta aos Coríntios, reafirmamos as últimas linhas: “Meus queridos irmãos, sejam fortes e firmes, sempre dedicados ao trabalho do Senhor, pois vocês sabem que nada do que vocês fazem para o Senhor é inútil” (v. 58).

Linha do Tempo


Elben M. Lenz César  (1930-2016) nasceu em Campos dos Goytacazes, RJ, era casado com Djanira Momesso César e tinha cinco filhas, dez netos e quatro bisnetos. Era jornalista e pastor presbiteriano. Formou-se no Instituto Bíblico de Pedra de Guaratiba, no Rio de Janeiro, em 1954, e serviu como missionário na Zona da Mata de Minas Gerais e em Porto Alegre, RS, entre 1955 e 1970. Exerceu por longos anos o pastorado da Igreja Presbiteriana de Viçosa, MG, da qual era pastor emérito. Foi o fundador e diretor da revista Ultimato desde a sua primeira edição, em janeiro de 1968. Foi também fundador da Rebusca – Ação Social Evangélica Viçosense e do Centro Evangélico de Missões (CEM), dos quais era presidente honorário. Publicou Práticas DevocionaisRefeições Diárias com o Sabor dos Salmos, Refeições Diárias com os Discípulos, Refeições Diárias com Jesus, Por que (Sempre) Faço o Que Não QueroSou Eu, CalvinoPara Melhor Enfrentar o SofrimentoSúplicas de Um Necessitado, entre outros.

Abril de 1930 – Nasce em Campos dos Goytacazes, RJ.

Fevereiro de 1951 a Dezembro de 1954 – Estuda no Instituto Bíblico de Pedra de Guaratiba, RJ.

Outubro de 1954 (Rio de Janeiro) – Abre o coração com a futura esposa, dizendo-lhe que sente grande necessidade de repartir com os outros as belezas que encontra na Palavra de Deus.

Fevereiro de 1956 – É ordenado pastor pelo Presbitério de Juiz de Fora, MG, e casa-se com Djanira Momesso em Mogi das Cruzes, SP.

Agosto de 1963 (Viçosa, MG) – Depois de várias tentativas, consegue um horário na Rádio Montanhesa de Viçosa, com a condição de apresentar um programa noticioso. Começa a preparar o Informativo Evangélico, com notícias internacionais, nacionais, regionais, históricas e… notícias da Bíblia. É obrigado a assinar jornais e revistas de várias denominações evangélicas para ficar bem informado. Aprende a selecionar e condensar notícias. Escreve tudo à mão. Neusa bate à máquina. Walace e Daison leem as notícias imitando o repórter Esso.

Maio de 1966 (São Paulo) – O presbítero Paulo César pede-lhe para escrever a história de alguns de nossos jornais evangélicos para publicação no Brasil Presbiteriano. Faz um longo trabalho de pesquisa e descobre que quase todos os jornais do passado vieram a lume para evangelizar o Brasil. A Imprensa Evangélica (1864), o primeiro jornal evangélico brasileiro, diz que “o anúncio do evangelho não pode depender só do púlpito”. O Púlpito Evangélico (1874) foi lançado com o propósito de levar “as mesmas doutrinas que chamam ao arrependimento” a milhares de leitores, já que “o número de pregadores é ainda pequeno”. O Salvação de Graça (1875) surgiu com o objetivo de “chamar os homens das trevas à luz de Deus, guiar os pecadores ao Salvador e edificar na verdade”. A Sociedade de Tratados Evangélicos (1883) veio à luz para produzir folhetos de evangelização “da lavra de brasileiros, em língua escorreita, refletindo o nosso temperamento e feitio”. O Evangelista (1885) tinha a ideia fixa de evangelizar. O Puritano (1898) foi lançado pela Associação de Propaganda da Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro para fazer propaganda do evangelho, numa época em que apenas 0,3% dos 700 mil habitantes da velha capital frequentavam os templos evangélicos. A revista Fé e Vida (1930), depois Unitas, apareceu para evangelizar a elite brasileira. Nenhum desses jornais e revistas existe mais. Os periódicos existentes, muitos e de boa qualidade, em geral só visam os leitores crentes e servem suas próprias denominações. Fica muito surpreso com essa constatação, sobretudo porque na época há muito mais recursos humanos e materiais.

Junho de 1966 (São Paulo) – Vem-lhe à cabeça a tímida ideia de suprir a lacuna existente e fundar um jornal que chame a atenção de não-crentes. Escreve a pessoas competentes de quatro diferentes denominações – Henriqueta Rosa Fernandes Braga, Flamínio Fávero, Mário Barreto França e Augusto Gotardelo – e ao pai, Benjamim César, expondo a ideia e pedindo opinião. Para sua surpresa, todos respondem à carta e põem mais lenha na fogueira. Começa a orar sobre o assunto com a antiga namorada, então esposa.

Novembro de 1967 (Barbacena, MG) – Escreve ao conselho da Igreja Presbiteriana de Viçosa, da qual foi um dos fundadores e o primeiro pastor, perguntando se eles podem dar o empurrão inicial, pagando as despesas gráficas do primeiro número do jornal que pretende lançar no início de 1968, ainda sem nome. A resposta é positiva.

Dezembro de 1967 (Barbacena) – Eufórico por ter conseguido, com a bênção de Deus, o primeiro programa radiofônico evangélico na história de Barbacena, dirige-se à Rádio Correio da Serra para dar início a esse programa. O deputado Andradinha chama-o à parte e diz que teria de voltar atrás na concessão do horário porque havia recebido um ultimato do padre Hilário: se os protestantes entrassem, ele deixaria de apresentar o programa católico. Impressionado com a força de um ultimato e lembrando-se das palavras gravadas na parede externa do templo da Igreja Presbiteriana de Barbacena– “Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” (Is 55.6) – entende que o nome do jornal pode ser Ultimato. Perde o programa de rádio, mas ganha o nome do jornal.

Janeiro de 1968 (Barbacena) – Impresso na Gráfica Cidade de Barbacena, sai o primeiro número de Ultimato, um tabloide de oito páginas em papel jornal. São 10 mil exemplares. A esposa, as filhas e a sogra dobram um por um. Solenemente colocam nas mãos de Deus a trajetória que o jornal deve descrever, para glória e louvor de seu Filho Jesus Cristo.

Janeiro de 1971 – Depois de mudar de cidade três vezes nos três primeiros anos – Barbacena (1967), Porto Alegre, RS (1969), e Campinas, SP (1970), Ultimato fixa-se definitivamente em Viçosa.

Março de 1976 – Depois de 86 números (janeiro de 1968 a dezembro de 1975), Ultimato deixa de ser jornal e se torna revista, inicialmente com vinte páginas.

1976 – Compra o “Anuário Católico” para copiar e gravar o nome e o endereço de milhares de paróquias católicas do Brasil nas antigas chapinhas de endereçamento para enviar-lhes gratuitamente a revista Ultimato.

1985 – É organizada a Editora Ultimato, com o propósito de dar continuidade à revista Ultimato e publicar também livros.

Março de 1993 – Inaugura a publicação de livros da Editora Ultimato com o título “Deixem que Elas Mesmas Falem”, de sua autoria.

1993 – Publica “Entrevistas com William Carey” e “Em Letras Grandes” (v. 1).

1994 – Publica “Práticas Devocionais” e “Entrevistas com Ashbel Green Simonton”.

1995 – Publica “Deixem que Elas Mesmas Falem” e “Não Perca Jesus de Vista”.
Janeiro de 1996 – Com 28 anos de circulação e 232 edições publicadas, Ultimato passa a ser impressa em cores.

1996 – Publica “Desça do Elevador” e “Súplicas de Um Necessitado”.

Março de 1997 – Ultimato publica as primeiras “Cartas à Redação” recebidas por e-mail.

1997 – Publica “Dicionário dos Desprovidos”.

Agosto de 1998 – É inaugurada a sede própria da Editora Ultimato.

1998 – Publica “Antes de Amarrar Satanás”.

1999 – Publica “Devocionais para Todas as Estações”, com colaboração de vários, e “O Mineiro com Cara de Matuto ao Redor do Mundo”.

2000 – Publica “Em Letras Grandes” (v. 2), “História da Evangelização do Brasil” e “Pastorais para o Terceiro Milênio”.

2001 – Publica “A Pessoa Mais Importante do Mundo” e “Práticas Devocionais – estudos bíblicos”.

2002 – Publica “Os Mortos do Mar” e “Só Eu e Deus”.

2003 – Publica  “Refeições Diárias com o Sabor dos Salmos”.

2004 – Publica “Olhe para o Alto” e “Refeições Diárias com os Profetas Menores”.

2006 – Publica “Conversas com Lutero”.

2008 – Publica “Para (Melhor) Enfrentar o Sofrimento” e “Cartas a Ultimato”.

2009 – Publica “Mochila nas Costas e Diário na Mão”.

2010 – Publica “Refeições Diárias com Jesus”.

2011 – Publica “Por Que (Sempre) Faço o que não Quero?” e “Refeições Diárias”.

2013 – Publica “Refeições Diárias com os Discípulos”.

2014 – Publica “Sou Eu, Calvino” e “Teologia para o Cotidiano”.

2015 – Publica “De Hoje em Diante”.

Setembro de 2016 – Escreve seu último artigo, para a edição 363 da revista Ultimato.


Fonte: http://ultimato.com.br/sites/elbencesar/linha-do-tempo

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