Cunhaú
16/07/1645 - massacre de Cunhaú
(Canguaretama-RN), ocorrido no primeiro engenho construído em território
potiguar. Segundo os cronistas, Jacob
Rabbi, um alemão a serviço do governo holandês, liderou o massacre. E sempre
escoltado pelas tropas dos índios Tapuias.
Uruaçu
03/10/1645 - massacre de
Uruaçu (São Gonçalo do Amarante-RN), três meses depois do ocorrido em Cunhaú,
também a mando de Jacob Rabbi.
Quem foi Jacob Rabbi, o abominável? - Por
Samuel Gomes, advogado e professor de Direito em Curitiba e Brasília – Artigo de
13/10/2017, no Facebook.
(Parcialmente
partilhado – Fonte citada).
“Descobri que foram
martirizados pelos Tapuias sob a chefia do celerado Jacob Rabbi, um cruel e
ganancioso judeu-alemão, militar e despachante dos interesses do domínio
territorial holandês no hoje Rio Grande do Norte.
Durante o período da Dominação
Holandesa no Nordeste (1630-1654), a política da Companhia das Índias
Ocidentais (WIC) era de relações amistosas com os Tapuias.
Em 1637, Jacob Rabbi, originário
de Waldeck (Hesse, Alemanha) chegou ao Brasil com o Conde Maurício de Nassau.
A pedido de Nassau, Jacob
Rabbi foi ao interior da Capitania do Rio Grande onde passou quatro anos junto
aos Tapuias Janduís, chefiados pelo “rei” de mesmo nome.
Além de servir de intérprete
dos Janduís para os holandeses, sua permanência entre os índios consolidava as
bases da aliança política neerlandesa – tapuia.
Participando da vida nômade
destes nativos selvagens, Jacob Rabbi, passou por um processo de “indianização”
e de tal forma se adaptara a estes selvagens em seus costumes e modos de viver,
que se tornara como se fosse um deles”.
Extremamente violento, exercia
“indiscutível” liderança sobre os ferozes índios Tapuias.
Após ter se afastado da vida
tribal dos acampamentos tapuias, Jacó Rabbi se tornara a figura mais sinistra,
repelente e abominável do domínio holandês no Nordeste do Brasil.
Com a tolerância e conivência
dos holandeses, Rabbi deixou um rastro de saques destruição e assassinatos
entre as Capitanias da Paraíba e do Rio Grande (atual Rio Grande do Norte).
Todos estes delitos rendiam
gado, roupa, jóias, a Rabbi, que conseguiu acumular uma pequena fortuna.
...Em 4 de abril de 1646 após
a realização da conferência entre os dois desafetos, Gardtzman saiu primeiro
seguido depois por Rabbi.
Então se ouviram dois disparos
de fuzil. Caía, mortalmente ferido, Jacob Rabbi que também recebeu 6 golpes de
sabre que deformaram partes do seu corpo.
Rabbi vivia com uma nativa, de
nome Domingas, num sítio de sua propriedade, chamado “Ceará” e após sua morte
ela foi despojada de todos os bens do companheiro.
Jacob Rabbi foi sepultado no
lugar onde morreu”.
E quem desejar saber mais
sobre Jacob Rabbi. Clicar: http://samuca-borges.blogspot.com/2018/10/martires-de-cunhau-uruacu-e-jacob-rabbi.html
Beatificação
e Canonização
16/06/1989 - Em reconhecimento
ao feito dos Mártires de Uruaçu, o processo de beatificação foi concedido pela
Santa Sé.
21/12/1998 - O papa João Paulo II assinou o decreto
reconhecendo o martírio de 30 brasileiros, sendo dois sacerdotes e 28 leigos.
05/03/2000 - A celebração de
beatificação aconteceu na Praça de São Pedro, no Vaticano, a cerimônia
religiosa foi presidida pelo papa João Paulo II.
15/10/2017, no Vaticano, os
Mártires de Cunhaú e Uruaçu foram declarados santos pelo Papa Francisco. O Papa
Francisco declarou santos 30 dos 80 mortos nos massacres. Dois padres e 28
leigos. Ou seja, 80 mortos e destes 30 martirizados.
Segundo os cronistas, os
martírios ocorridos em 1645, durante a segunda invasão holandesa no Brasil
colônia (1630-1654), se deu quando os holandeses tomaram a iniciativa de
invadir o nordeste brasileiro para cobrar as dívidas dos portugueses que
construíram engenhos com dinheiro emprestado pela Holanda.
Beatificação
x Canonização – Pelo Padre Paulo Ricardo.
A beatificação é
uma permissão de culto. Frágil enquanto sentença e que,
geralmente, atende ao anseio de uma comunidade específica (um país, uma ordem
religiosa etc.), porém, faltando ainda aquela nota de universalidade típica do
ser católico.
A canonização,
por sua vez, é uma prescrição de culto, inclusive algumas bulas
trazem a ordem expressa de culto e outras trazem anátemas para quem não aceitar
a santidade decretada.
O
núcleo da diferença entre um ato e o outro é o fato de que, na beatificação não
existe um pronunciamento explícito quanto à certeza de que a pessoa beatificada
está na glória do céu. Já na canonização existe essa atestação pontifícia,
tanto a vida virtuosa como modelo de santidade, quanto da certeza de que aquela
pessoa declarada se encontra na Igreja triunfante.
A canonização é, portanto, um
ato político, no sentido mais puro da palavra, ou seja, é um ato de influência
social que visa o bem comum das pessoas.
O Catecismo da Igreja
Católica, em seu número 828, diz que:
"Ao canonizar certos
fiéis, isto é, ao proclamar solenemente que esses fiéis praticaram heroicamente
as virtudes e viveram na fidelidade à graça de Deus, a Igreja reconhece o poder do Espírito de santidade que está em si e
sustenta a esperança dos fiéis, propondo-os como modelos e intercessores."
E ainda do
http://www.universocatolico.com.br/index.php?/beatificacao-qual-e-o-significado.html.
“Beatificação é um passo no
processo de canonização. Por meio desta o papa autoriza a veneração pública da
pessoa na igreja local, na congregação religiosa com a qual a pessoa era
associada, e em outros lugares por aqueles que recebem tal permissão. Atenção
para a diferença: um Santo deveria ser honrado nas celebrações litúrgicas pela
igreja universal, isto é, por toda a Igreja, enquanto um Beato pode ser honrado
somente em certos lugares”.
A salvação está disponível
para todos, para tanto, existe o Purgatório. Já a santidade é para poucos,
pois, o santo é aquele que viveu de tal forma a vida em Cristo que não
necessitou do remédio do Purgatório e ao morrer foi direto para o céu.
A canonização é uma sentença
definitiva e irrevogável, na qual o Papa afirma, utilizando-se do seu poder
pontifício, que aquela pessoa viveu de forma extraordinária a graça do primeiro
mandamento que é amar a Deus sobre todas as coisas e que, por causa disso,
serve como modelo para todos aqueles que almejam viver a mesma Graça.
Comentários do articulista:
1. À luz da Bíblia...nenhuma
igreja ou sistema religioso tem autoridade para decretar quem alcançou status
de santo, e muito menos, se tornar intercessor depois de morto. Isto é religião
humana desprovida de base bíblica.
2. A Bíblia é a Palavra de
Deus com autoridade acima de qualquer religião, sistemas religiosos e credos
humanos. E não o contrário como afirmam alguns líderes e clérigos.
II Timóteo 3.16-17 – “Toda a
Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir,
para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja
perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra”.
II Timóteo 2.15 – “Procura
apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar,
que maneja bem a palavra da verdade”.
Hebreus 4.12-13 – “Porque a
palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois
gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e
é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. E não há criatura
alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos
olhos daquele com quem temos de tratar”.
a)
Está escrito: Ninguém subiu ao céu (para estar na presença de Deus), senão
Jesus Cristo, que desceu do céu.
João 3.13 – “Ora, ninguém
subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu”.
b)
A santidade enquanto status de santo, separado, é Deus quem santifica. Já a
santificação é um processo contínuo na vida cristã.
I
Tessalonicenses 5.23 - “E o mesmo Deus de paz vos santifique em
tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados
irrepreensíveis para a vinda de nosso SENHOR Jesus Cristo”.
c)
Jesus é o único e exclusivo caminho de acesso a Deus.
João 14.6 – “Disse-lhe Jesus:
Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”.
d)
O Espírito Santo é o nosso intercessor junto ao Pai.
Romanos 8.26-27 – “ E da mesma
maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que
havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com
gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção
do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos”.
e)
Jesus, o Senhor e salvador, é o nosso advogado junto ao Pai.
I João 2.1- “MEUS filhinhos,
estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um
Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo”.
f)
E é Jesus o mediador legítimo entre Deus e os homens.
I Timóteo 2.5 – “Porque há um
só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem”.
3. Nas Escrituras purgação ou
purificação de pecados só é possível, mediante o que Deus fez através de seu
filho Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, ao padecer na cruz, com eficácia para
todo o que crê.
a)
Pelo sangue de Jesus Cristo, temos purificação e perdão dos pecados, e redenção
(resgate a preço de sangue).
I João 1.7-9 – “Mas, se
andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o
sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado. Se dissermos
que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados,
e nos purificar de toda a injustiça”.
Efésios 1.7 – “Em quem temos a
redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua
graça”.
b)
Jesus pelo sem sangue resgatou para Deus homens de toda tribo, e língua, e
povo, e nação.
I Pedro 1.18-19 – “Sabendo que
não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da
vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais. Mas com
o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado”.
Apocalipse 5.9 – “E cantavam
um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos;
porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a
tribo, e língua, e povo, e nação”.
c)
Todo homem pode se tornar um santo, mediante a justificação por Jesus Cristo. E
da parte de Deus envolve dois elementos básicos (Graça e Sangue), e do homem dois
elementos básicos (Arrependimento e Fé).
Graça
- Romanos 3.23-24
“Porque todos pecaram e
destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua
graça, pela redenção que há em Cristo Jesus”.
Sangue
- Romanos 5.9
“Logo muito mais agora, tendo
sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira”.
Arrependimento
– Mc 1.14-15
“E, depois que João foi
entregue à prisão, veio Jesus para a Galileia, pregando o evangelho do reino de
Deus. E dizendo: O tempo está cumprido,
e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho”.
Fé
- Romanos 5.1 - “TENDO sido, pois, justificados pela fé, temos
paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”.
d)
A salvação, a vida eterna é dádiva divina para todo o que crê.
João 3.16 – “Porque Deus amou
o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que
nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.
Romanos 6.22-23 - “Mas agora,
libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para
santificação, e por fim a vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte,
mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor”.
Efésios 2.8-10 - “Porque pela graça sois
salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das
obras, para que ninguém se glorie; Porque somos feitura sua, criados em Cristo
Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas”.
Por Samuel Pereira de Macedo Borges
Bacharel em Direito e Teologia
Natal/RN, 12/10/2018.