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sábado, 22 de outubro de 2022

Escultura Arte, Imagem de Escultura Religiosa, Iconolatria e Iconoclastia no Império Bizantino

O Império Bizantino (395-1453 d.C.)

    Igreja Santa Sofia - Istambul/Turquia

Surgiu a partir da divisão do Império Romano feita pelo imperador Teodósio, em 395, correspondendo à parte oriental. Sua capital era Constantinopla, antiga cidade grega Bizâncio, que, por conta da sua posição geográfica, possibilitou o desenvolvimento do comércio e o Império oriental se expandiu.

Voltando no tempo, nos dois primeiros séculos da Era Cristã, a Igreja Primitiva esteve sob perseguição serrada do Império Romano. Os apóstolos tinham respeito às autoridades constituídas, mas não comungavam do culto aos césares. *O Cânon Sagrado do Novo Testamento estava em formação. Muitos cristãos pagaram com suas vidas a fé que professavam. E só quando foi promulgado, por volta de 313, o Édito de Milão é que foi proibida à perseguição dos cristãos. E por volta de 380 d.C. o imperador Teodósio oficializou o Cristianismo religião do Império Romano.

A Igreja Cristã recebeu o nome de Católica somente no ano 381, no concílio de Constantinopla com o decreto “CUNCTOS POPULOS” dirigido pelo imperador romano Teodósio (documentário o Estado do Vaticano – Pr. Lauro de Barros Campos).

*Em 397 d.C. no III Concílio de Cartago, ocorreu o reconhecimento definitivo e fixação do cânon do Novo Testamento. Foram quase 400 anos exames e amadurecimento pelos pais da Igreja, fazendo distinção entre o que era de inspiração divina e o que era apócrifo.

Com a queda do Império Romano Ocidental, em 476 d.C. saqueado pelos bárbaros, o Império Bizantino passou a ser o herdeiro das tradições romanas e sobreviveu mais mil anos.

O auge do Império Bizantino aconteceu no reinado de Justiniano (527-565 d.C.), que aumentou o seu território, além de ter compilado as leis romanas, criando o Código de Direito Civil.

Em 1.054 d.C. ocorreu o Cisma do Oriente e a Igreja Bizantina recebeu o nome de Igreja Católica Ortodoxa. O Império Bizantino sucumbiu em 1453, quando os turco-otomanos conquistaram a capital Constantinopla, último reduto do Império.

A Iconolatria Bizantina

A partir do século VI, quando o cristianismo já era a religião oficial do Império Bizantino, havia um grave surto de iconolatria (adoração de imagens) nos domínios do império. Existia uma mistura popular de resquícios dos antigos ritos dedicados aos ídolos pagãos, greco-romanos, com a veneração das imagens que representavam as personagens principais do Cristianismo.

A ortodoxia cristã dos primeiros séculos admitia a veneração de imagens sacras pelo fato de elas representarem o Cristo, a Virgem etc., e não propriamente encarnarem a pessoa deles. Desse modo, a veneração era autorizada, a idolatria (esta, sim, considerada um pecado), ou iconolatria, é que era proibida”.

O vocábulo ortodoxia define a corrente doutrinária, teológica firmada de acordo com as revelações divinas, conforme ao texto das Escrituras Sagradas. Então, a bem da verdade, a ortodoxia bizantina era uma pseudo ortodoxia. E estava pautada no Magistério da Igreja Romana e Bizantina, não na doutrina dos apóstolos primitivos.  E até hoje continua a veneração de imagens, de ícones religiosos, tanto pela Igreja Católica quanto pela Ortodoxa.

O que foi a Iconoclastia Bizantina? Consequência da Iconolatria

Foi um fenômeno político-religioso ocorrido no Império Bizantino nos os séculos VIII e IX, entre 726-843 d.C.

Mas que tipo de imagem era destruída no período em questão do Império Bizantino? Imagens que representavam as principais personalidades do cristianismo, a começar pelo próprio Cristo, seguido pela Virgem Maria, apóstolos, santos, mártires e anjos. E por que tais imagens religiosas passaram a ser destruídas? 

Leão III e Constantino V - Institucionalização da Iconoclastia

Os patriarcas e bispos do Oriente tentaram por um bom tempo reverter a iconolatria por meio da pedagogia litúrgica e das explicações sobre o que, de fato, as imagens representavam. Porém, no século VIII, ascendeu ao trono bizantino Leão III, o Isáurico, que governou de 717 a 741.

Convicto do caráter nocivo da veneração de imagens, Leão III começou a defender a institucionalização da iconoclastia a partir do ano de 726. O período mais violento em que vigorou a proibição da veneração de imagens ocorreu durante o reinado do filho de Leão III, Constantino V.

“A partir do concílio iconoclasta, reunido em Hiéria em 754, Constantino V lançou-se numa verdadeira perseguição. As esculturas foram arrancadas à força, os mosaicos cobertos de cal, os afrescos raspados, e os livros dos partidários das imagens queimados. Multiplicaram-se as prisões, destituições de cargos e deportações...”.

Fim da Iconoclastia

A veneração de imagens voltou a ser permitida no Império Bizantino com a ascensão da imperatriz regente Teodora (esposa de Teófilo e mãe de Miguel III, de quem foi regente de 842 a 855, após a morte do marido), no ano de 843.

Então, o que é um Iconoclasta?

O uso deste termo deriva do vocábulo grego “eikonoklastes” que se refere precisamente a um destruidor de imagens.  Então, está relacionado à atitude de um iconoclasta que é visava banir qualquer tipo de adoração a uma imagem religiosa nos dias do Império Bizantino.

Modernamente, o termo iconoclasta passou a ser utilizado, aplicado ao indivíduo que é contrário ao culto de imagens de esculturas, consideradas sagradas nos  vários segmentos religiosos, inclusive no Catolicismo.

Convém esclarecer que esse entendimento do vocábulo iconoclasta não justifica a idolatria, cuja prática religiosa é amplamente condenável nas Escrituras Sagradas, tanto no Antigo, como no Novo Testamento.

Segundo C. S. Lewis, professor universitário, escritor, romancista, poeta, crítico literário, ensaísta e teólogo irlandês (1898-1963), falando de oração, introspecção, dizia: Deus é um iconoclasta quando destrói os ídolos que criamos em nossas pobres mentes, imaginários inconsistentes na medida que dele buscamos nos aproximar.

Por outro lado, Deus não é um iconoclasta porque separa a “escultura arte”, uma memória histórica e estética, da imagem de escultura de cunho religioso, a qual abomina, porque lhe desvia o culto, a adoração que só a Ele é devida, em qualquer época e cultura. A verdade bíblica da exclusividade da adoração a Deus está muito bem definida nas Escrituras. 

Santuário do Bom Jesus Matosinhos - um legado da arte de aleijadinho

A Mitologia dos deuses

Povos antigos, na ignorância espiritual, por não conhecer o verdadeiro Deus, Criador de tudo e de todos, fragmentaram as origens e o poder de Deus em vários deuses. E ocorre que um deus da origem a outro com explicações estapafúrdias. Os deuses são diminutos restritos por áreas: um é do sol, outro da chuva, outro do ar, outro da lua, outro das colheitas, etc...

Por exemplo, no mito dos gregos, na Teogonia de Hesíodo, contemporâneo de Homero, poeta que se diz que viveu no século VIII a.C., narra que o mundo surge com o nascimento dos numerosos deuses que o constituem. E do conjunto de inumeráveis deuses...se chega ao governo, poder e sabedoria suprema de Zeus.

Na origem do universo, estão três deuses primordiais: Caos, Terra e Eros.

Há três grandes linhagens dos mitos: a descendência do Caos, a do Mar e a do Céu.

Observar que estágios da Criação e das criações de Deus, no relato do Gênesis, se fundem em deuses dos mitos gregos.  

Então, a Teogonia nos conta como o mundo surgiu a partir dos primeiros deuses, seus amores e suas lutas. Teogonia significa "o nascimento dos deuses".

É, em verdade, completamente destoante da fé e da esperança cristã racionais (Rm 12.1).

I Pedro 3.15 – “...e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós”.

Escreveu o apóstolo Paulo em Atos 17.29 – “Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a Divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens”.

Paulo estava em Atenas, no areópago, pregando o evangelho de Cristo, opondo-se à idolatria e superstição dos gregos, perdidos em seus mitos e apresenta-lhes o Deus Desconhecido, o Criador do mundo e tudo que há nele (Atos 17.22-24).

O nome Deus na Teologia Bíblica

Deus e deuses -  Consideremos, nas Escrituras escreve-se Deus (Hb. El, Elá, Eloim) com “D” maiúsculo. Quando se escreve com “d” minúsculo, refere-se aos deuses falsos, aos ídolos ou ao diabo (Êx 20.3-5,23; Sl 115.1-13; II Co 4.4). Na verdade, Deus tem vários nomes, inclusive nomes compostos, que manifestam o seu caráter, sua pessoa conforme o momento ou estágio da sua revelação progressiva à Humanidade. Não abordaremos neste artigo.

A adoração de imagens, ídolos vinculados à religião, aos deuses e criaturas na mitologia tem sido uma prática constante do homem desde sua presença na Terra. A isto chamamos de idolatria pagã. Contraria a fé monoteísta revelada no culto mosaico, onde encontramos suas bases no decálogo dado por Deus aos hebreus (Êxodo 20.1-17).

A Escultura Arte

É muito comum a exposição pública de esculturas de artes históricas, estéticas, culturais e decorativas, principalmente nas cidades europeias.  É a arte, não objeto de culto ou adoração. 

“Arte é a mistura única de habilidade, emoção, cultura e imaginação”.

“Um belo corpo perece, mas uma obra de arte não morre” – Leonardo Da Vinci.

Êxodo 25-17-22 - No tabernáculo, dentro do Santo dos Santos tinha duas esculturas de querubins, compondo o propiciatório que servia para cobrir, tampar a arca do concerto. A arca simbolizava a justiça e presença de Deus no santuário judaico. Porém, não era objeto de adoração. Quando o Sumo-Sacerdote entrava, uma vez por ano, no Santo dos Santos com o sangue da expiação, por ele e pelo povo, a glória de Javé tomava conta do ambiente, de modo que era de menor importância no lugar haver esculturas, uma vez que a manifestação da glória do Deus vivo de Israel, do eterno, ofuscava tudo que era objeto material no Santo dos Santos.

Nenhuma escultura, seja de arte histórica ou de caráter religioso pode ser objeto de veneração ou adoração. Só Deus deve ser adorado, em espírito e em verdade. Não foi Moisés quem assim determinou, mas o próprio Deus estabeleceu na Lei  (Êxodo 20.1-17) e reafirmado por Jesus em João 4.24, no seu ministério de ensino, na propagação do Reino de Deus.

A fé monoteísta foi instruída rigorosamente para fazer distinção entre o culto ao Deus Verdadeiro em relação aos deuses do paganismo antigo. Daí a expressão divina: “Não terás outros deuses diante de mim...” (Êxodo 20.3-5).

O fato de teólogos católicos condenarem o Monofisismo e o Nestorianismo, não serve de sustentação para o grave erro doutrinário da idolatria católica e ortodoxa.

O Monofisismo (doutrina que defendia ter Jesus só uma natureza: a divina. E afirmavam que a sua humanidade era apenas aparente, ideia gnóstica). Enquanto o Nestorianismo (de Nestório, patriarca de Constantinopla) não admitia a união hipostática das duas naturezas, uma divina e outra humana, em Jesus Cristo.

Jesus era e é Deus e se tornou homem na encarnação do verbo.

Jesus como homem tinha Maria sua mãe e José o seu pai adotivo. Em sua natureza divina tem o Pai, mas não tem mãe. Como homem estava despido da glória da Divindade, não da sua Divindade (Filipenses 2.6-11). Ele era e é Deus (João 1.1-3,14). E como Deus é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criação. E tudo criado por ele e para ele (Colossenses 1.14-19). E tudo está entregue em suas mãos (João 3.35).

O mistério da unidade da Trindade em três pessoas distintas, em essência, caráter e forma está presente nas Escrituras desde o Gênesis 1.1-2,26.

Jesus disse: “Eu e o Pai somos um” (João 10.30). E o Pai é maior do que eu (João 14.28). Considerando essa hierarquia entre o Pai e o Filho, podemos afirmar: Jesus Cristo é Deus. Entretanto, Deus, o Pai, não é Jesus. São pessoas distintas na unidade da Divindade.

E chegará o momento, na plenitude dos tempos, quando o Filho de Deus entregará tudo ao Pai (I Coríntios 15.24-28).

Não fazer distinção entre as duas naturezas, uma divina e outra humana, na pessoa de Jesus Cristo, é negar a sua encarnação. E quem assim o faz é o espírito do anticristo (I João 4.2-3).

A Idolatria à luz da Bíblia – Para saber da sua natureza abominável e condenável basta crê no que está escrito.

Êxodo 20.3-6 – “Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia em milhares aos que me amam e guardam os meus mandamentos”.

Isaías 42.8 – “Eu sou o Senhor: este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor, às imagens de escultura”.

A Idolatria é uma prática carnal tal qual a prostituição e outros pecados listados aos gálatas. Não é expressão de fé aceita, aprovada por Deus.

Gálatas 5.19-21 – “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus”.

Romanos 8.8 - "Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus".

Romanos 8.5-9 – O termo carne diz respeito a natureza humana caída, escrava do pecado, o homem natural que não tem visão e nem discernimento espiritual, morto em delitos e pecados, em se tratando de fé não distinguem a luz das trevas. Não precisa de uma religião, necessita nascer de novo (João 3.5-8) e seguir a Cristo, pois quem o segue terá a luz da vida (João 8.12).

Apocalipse 22.14-15 – “...Ficarão de fora (do direito a árvore da vida e do acesso a nova Jerusalém) os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira”.


Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Bacharel em Direito e Teologia

Natal/RN, 22/10/2022

Fontes da Pesquisa:

HIGA, Carlos César. "Império Bizantino"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/imperio-bizantino.htm. Acesso em 11 de outubro de 2022.

Juliana Bezerra - Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.

FERNANDES, Cláudio. "O que foi a iconoclastia bizantina?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-foi-iconoclastia-bizantina.htm. Acesso em 18 de setembro de 2022.

https://www.infoescola.com/mitologia-grega/teogonia-de-hesiodo/ - Ana Paula de Araújo.

Cisma do Oriente - Fonte: https://www.todamateria.com.br/ - Pesquisa em 11/10/2022.

Referência autoral (APA): Editora Conceitos.com (abril 2015). Conceito de Iconoclasta. Pesquisa em 11/10/2022.

Bíblia Sagrada Edição Revista e corrigida no Brasil.

Claudionor C. Andrade - Dicionário Teológico – CPAD – 4ª edição 1997.

 

 

domingo, 16 de outubro de 2022

Império Bizantino - Resumo

 

Em 395 d.C., o Império Romano estava em declínio e o imperador Teodósio propôs uma solução para a crise: dividir o imenso território de Roma em duas partes. Assim, o império foi dividido em ocidente, capital Roma e ao oriente, capital Constantinopla.  

A antiga cidade de Bizâncio, fundada pelos gregos em 667 a.C., havia sido conquistada pelos romanos em 330 d.C. E anexada ao império. Naquele ano, o imperador Constantino (306-337 d.C.) decidiu rebatizar a cidade com o nome de Constantinopla.

Voltando no tempo, nos dois primeiros séculos da Era Cristã, a Igreja Primitiva esteve sob perseguição serrada do Império Romano. Os apóstolos não comungavam do culto aos césares. Tinham respeito às autoridades constituídas. O Cânon sagrado do Novo Testamento estava em formação. Muitos cristãos pagaram com suas vidas a fé que professavam. E só quando foi promulgado, por volta de 313, o Édito de Milão é que foi proibida à perseguição dos cristãos. E por volta de 380 d.C. o imperador Teodósio oficializou o Cristianismo religião do Império Romano.

A Igreja Cristã recebeu o nome de Católica somente no ano 381, no concílio de Constantinopla com o decreto “CUNCTOS POPULOS’ dirigido pelo imperador romano Teodósio (documentário o Estado do Vaticano – Pr. Lauro de Barros Campos).

A divisão do Império, levou Constantinopla, do lado oriental, a ganhar importância e se desenvolveu economicamente pelo comércio. Enquanto o Império Romano do Ocidente caia junto à Roma, que era saqueada pelos bárbaros, a parte oriental, Constantinopla permanecia praticamente intacta.

Com a queda de Roma, em 476 d.C. o Império Bizantino passou a ser o herdeiro das tradições romanas e sobreviveu mais mil anos.

O Império Bizantino atingiu seu apogeu durante o reinado de Justiniano. De 527 até 565, Justiniano governou o império oriental e tratou de expandir o território bizantino, chegando mesmo a reconquistar o que havia sido perdido pelos romanos ocidentais com a invasão bárbara. As tropas bizantinas reconquistaram Roma, o norte da África e a península Ibérica, que haviam sido conquistados pelos germânicos.

O governo bizantino se concentrava nas mãos do imperador. Ele detinha o poder absoluto. O Senado perdeu sua força política e se tornou apenas um conselho honorário.

A Cultura

A cultura bizantina era uma mistura de influências romanas, helenísticas e orientais. A cidade de Constantinopla era um importante centro comercial e cultural, e foi dali que o cristianismo se expandiu. Adotaram o grego como idioma oficial no século VII e mantiveram constantes relações com os povos asiáticos.

A Sociedade

A sociedade bizantina era patriarcal e não abria espaço para a participação das mulheres, que eram a metade da população. As classes sociais eram os pobres, os camponeses, os soldados e os comerciantes. Os integrantes da Igreja Ortodoxa tinham participação efetiva na administração do império. Os funcionários públicos gozavam de prestígio na sociedade em razão do cargo que ocupavam na estrutura burocrática do império.

A Arte

A arte bizantina teve influência do cristianismo em suas produções. Com o poder do imperador atingindo o âmbito religioso, ele também se tornou uma figura marcante e presente nas obras artísticas feitas no império. Nas pinturas, o imperador era retratado ao lado da figura de Jesus Cristo, uma alusão a ele ser o mensageiro entre os homens e o céu.

A Religião

O imperador bizantino teve papel ativo nas atividades eclesiásticas. Ele era o pontífice máximo e considerado o mensageiro de Jesus Cristo e responsável pela propagação da mensagem cristã. Surgia assim o cesaropapismo, ou seja, o imperador era chefe político e da Igreja. A crise de Roma fez com que Constantinopla se transformasse no centro da cristandade. A doutrina cristã estava atrelada às ordens do imperador, que publicava decretos regulando sobre a crença dos seus súditos.

A questão da veneração das imagens foi uma das grandes polêmicas religiosas do Império Bizantino. A Igreja Oriental não admitia a veneração às imagens de santos, e os ícones deveriam ser bidimensionais. Por conta dessa disputa, várias imagens foram destruídas.

Faz-se necessário citar também um grave surto de iconolatria (adoração de imagens) nos domínios do Império Bizantino. O que levou ao movimento iconoclasta. Biblicamente não há diferença entre iconolatria e idolatria, assim como não existe diferença entre venerar e adorar. São argumentos falsos do romanismo para defender o culto às imagens de esculturas religiosas.

Foi o período chamado de Iconoclastia (726-843 d.C.). Assim, muitas obras de arte se perderam enquanto não se chegou um acordo sobre a relação da veneração das imagens.

A Igreja Oriental utilizava a língua local nos seus cultos e não admitiam as imagens tridimensionais. Já a Igreja no Ocidente não reconhecia o Imperador como um chefe, empregava o latim nas suas cerimônias e veneravam esculturas.

As diferenças culturais entre Oriente e Ocidente e as disputas pelo poder entre o Papa e o Imperador, culminaram na divisão da Igreja, em 1054, criando uma cristandade ocidental, chefiada pelo Papa; e uma oriental, chefiada por um colegiado de bispos e o imperador. Esse fato recebeu o nome de Cisma do Oriente. Foi a primeira divisão da cristandade. Então, passaram a coexistir a Igreja Católica Romana e no Oriente a Igreja Católica Ortodoxa.

A Igreja Católica Ortodoxa foi responsável por cristianizar lugares como a Rússia, Bulgária, a Península do Balcãs, entre outros.

A Queda do Império Bizantino

Após o auge do governo Justiniano, no século VI, o Império Bizantino não expandiu mais seu território. Seguiram-se anos de prosperidade, onde os bizantinos desenvolveram um dos maiores impérios da Idade Medieval.

Por outro lado, com a conversão dos árabes ao islamismo, no séc. VII, vários monarcas muçulmanos passam a atacar as fronteiras do Império Bizantino e ocupá-lo.

Durante a Baixa Idade Média (séculos X a XV), além das pressões dos povos e impérios nas suas fronteiras orientais e perdas de territórios, o Império Bizantino foi alvo da retomada expansionista ocidental. A Quarta Cruzada foi particularmente nociva à Constantinopla. Ao invés dos cruzados atacarem Jerusalém, preferiram guerrear contra um império cristão e ainda instalaram ali o Patriarcado Latino.

Com a expansão dos turcos-otomanos no século XIV, tomando os Bálcãs e a Ásia Menor, o império acabou reduzido à cidade de Constantinopla.

O predomínio econômico das cidades italianas ampliou o enfraquecimento Bizantino, que chegou ao fim em 1453, quando o sultão Maomé II destruiu as muralhas de Constantinopla com poderosos canhões.

Os turcos transformaram-na em sua capital, passando a chamá-la de Istambul, como é conhecida hoje. O que restou do império turcos-otomanos (1300-1923) é atualmente o território da Turquia.

Fontes:

Crédito editorial

[1] AlpKaya / Shutterstock.com

Por Carlos César Higa

Professor de História

HIGA, Carlos César. "Império Bizantino"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/imperio-bizantino.htm. Acesso em 11 de outubro de 2022."

Juliana Bezerra - Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.

Com adendos do Blog samuca-borges.blogspot.com.br

 

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Bacharel em Direito e Teologia

Natal/RN, 16/10/2022

O Valor da Salvação da Alma Humana. Como obtê-la?

Pelas Escrituras Sagradas aprendemos:

a)   A salvação do homem pelo homem é impossível (Mc 10.24-27).

b)   Deus proveu redenção para toda a Humanidade (João 3.16).

c)   A salvação não é meritória, ou seja, nenhum de nós podemos nos salvar fora da Graça Divina, mediante a fé (Efésios 2.8-9). 

d)   O sofrimento humano, seja pela Lei do Carma, supostas reencarnações, não servem para purificação de pecados e nem ao aperfeiçoamento espiritual do homem perante Deus. Isto é o homem fazendo religião.

e)  O Ide e pregai de Jesus a toda criatura consiste em Arrependei-vos dos pecados e crede no Seu Evangelho (Mc 1.14-15;16.15-16).

f)     E segundo Isaías 64.6 – “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; e todos nós caímos como a folha, e as nossas culpas, como um vento, nos arrebatam”. Atentar: “Trapo de imundícia”, à época, eram os panos usados pelas mulheres em dias de menstruação. A ilustração do profeta dá uma ideia de o quanto é fajuta a nossa justiça diante do Santo e Eterno Deus.


1. Os sacrifícios do culto mosaico apontavam para Cristo. Na Lei quase tudo era purificado com sangue.

Hebreus 9.22 – “E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão”. Ou seja, não haveria perdão.

A oferta pelo pecado (Lv 4.1 a 5.13; 6.4-30;8.14-17;16.3-22).

Para o sumo sacerdote e a congregação: Um bezerro.

Para demais líderes: Um bode.

Para qualquer pessoa do povo: Uma cabra ou um cordeiro.

Para os pobres: Duas rolas ou dois pombinhos.

Para os muito pobres: Uma décima parte de uma efa de flor de farinha.

Nota: Quem não tinha um animal para sacrificar, podia levar uma porção de farinha e apresentar ao sacerdote...conforme a sua condição material.

2. O cordeiro da Páscoa Judaica era um símbolo de Jesus. Apontava para o sacrifício de Jesus na cruz. A Páscoa foi instituída, como um memorial perpétuo, quando da libertação do povo hebreu no Egito. O sacrifício de Jesus, abarca a toda Humanidade, provendo redenção.

Êxodo 12.3-5 – “Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês, tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada casa. Mas, se a família for pequena para um cordeiro, então, tome um só com seu vizinho perto de sua casa, conforme o número das almas; conforme o comer de cada um, fareis a conta para o cordeiro. O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras”.

Êxodo 12.11 – “Assim, pois, o comereis: os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a Páscoa do Senhor”.

Êxodo 12.12-14 -  “E eu passarei pela terra do Egito esta noite e ferirei todo primogênito na terra do Egito, desde os homens até aos animais; e sobre todos os deuses do Egito farei juízos. Eu sou o Senhor. E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito. E este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo”.

Disse o apóstolo Paulo, em I Co 5.7 – “...Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós”. Cumprido está a simbologia em Cristo Jesus.

3. O período da Lei revelou a incapacidade do homem se salvar praticando a Lei (Rm 3.19-20). Jesus pelo seu sangue instituiu a Nova Aliança da salvação pelo seu sacrifício substitutivo na cruz.  

Mateus 26.26-28 – “Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, e, abençoando- o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. E, tomando o cálice e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos. Porque isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento (Nova Aliança), que é derramado por muitos, para remissão dos pecados”.

Ao estabelecer a Santa Ceia, na última páscoa, o pão é figura do seu corpo e o fruto da uva, do seu sangue.

4. Não se compra salvação por meios materiais humanos e muito menos por tradição dos pais.

Mateus 16.26 – “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma? ”

I Pedro 1.18-19 – “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado”.

5. Jesus, Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

João 1.29 – “No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”.

6. Jesus veio ao mundo, encarnou para padecer na cruz em favor dos pecadores. Veio buscar, salvar o homem perdido (Lc 19.10).

Mateus 16.21 – “Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia”.

Hebreus 2.9 – “Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos”.

7. A morte de Jesus é causa da eterna salvação.

Hebreus 5.9 – “E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem”.

8. É o sangue de Jesus que purifica o homem de todo o pecado.

I João 1.7 – “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado”.

9. O castigo que nos traz a paz estava sobre Jesus e pelas as suas feridas fomos sarados. 

Isaías 53.5 – “Mas ele (Jesus) foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”.

10. A morte de Jesus foi por doação do Pai para salvação de todo o que crê.

João 3.16 – “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

11. Jesus morreu por nossos pecados e ressuscitou para nossa justificação perante Deus, o Pai (Rm 8.31-39).

Romanos 4.25 – “O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação”.

Romanos 5.1 – “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo”.

Nota: O salvo em Cristo, obtém a posição de justo, pela justiça de Deus cumprida na cruz. É o status de santidade como que nunca tenha pecado.

12. Pela sua morte sacrificial, Jesus cancelou a sentença de condenação contra o pecador arrependido e destruiu o império da morte, o trunfo de acusar e condenador do diabo.

Colossenses 2.14 – “havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz”.

Hebreus 2.14 – “E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo”.

E finalmente, a morte física como a espiritual são consequências da queda do homem no Éden. Porém, em Jesus podemos ter vida eterna. Venha a Cristo! Um convite do amor incomparável...

João 3.36 – “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece”.

Romanos 6.23 – “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor”.

Por Samuel Pereira Macedo Borges

Bacharel em Direito e Teologia

Natal RN, 16/10/2022.

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Quando vejo uma campanha, um clamor de orações:

Com sábia liderança, estratégias e objetivos definidos.


Com ações de fé, tendo ordem, perseverança e maturidade espiritual que não ofusca o agir do Espírito e amorosamente disciplina possíveis meninices humanas.

Com começo, meio e fim sem torná-la cansativa ou enfadonha no prumo da Palavra de Deus.

Com a visão de que a Igreja Cristã é a instituição mais importante da terra, em que pese e deve caminhar em amor, humildade, simplicidade, sem prepotência.

Onde os que dela participam, cream que a Igreja Cristã é uma agência de restauração, recomeço, curas e milagres, do sobrenatural que arrebenta as forças das trevas e com o inferno.

Com o entendimento bíblico de que o mundo espiritual prevalece sobre a dimensão material onde vivemos.

Com séria consideração da mediação do nome de Cristo, discernimento pelo Espírito Santo, não põe fé na fé e o Deus que se busca é pessoal, a Ele pertence o poder, não é uma força ou um fluído inominado.  

Com a obediência e ousadia de filhos de Deus, adentremos ao trono da glória, cientes dos nossos direitos em Cristo Jesus.

Onde estejamos convencidos de que não pode andar errado e orar direito. Combatamos, afastemos de nós o farisaísmo.

E todos que buscam ao Senhor, sejam conscientes de que orações específicas, objetivos definidos é um desafio à fé cristã, uma vez que são mensuráveis, em certo nível, são avaliáveis. Seja no privado da nossa casa, seja no coletivo do templo.

Enfim, a esses Deus lhes ouvirá. E em Deus faremos proezas!

Para meditação:

Provérbios 15.29 – “O Senhor está longe dos ímpios, mas a oração dos justos escutará”.

Provérbios 29.2 – “Quando os justos governam, o povo se alegra, mas, quando o ímpio domina, o povo geme”.

Provérbios 29.4 – “O rei com juízo sustém a terra, mas o amigo de subornos a transtorna”.

I Timóteo 2.8 – “Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda”.

II Timóteo 2.19 – “...O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade”.

Tiago 1.5-8 – “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada. Peça-a, porém, com fé, não duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa. O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos”.

Tiago 5.16 – “Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos”.

Por Samuel P M Borges

Bacharel em Direito e Teologia

Natal/RN – 06/10/2022.

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