Em 395 d.C., o Império Romano estava em declínio e o imperador Teodósio propôs uma solução para a crise: dividir o imenso território de Roma em duas partes. Assim, o império foi dividido em ocidente, capital Roma e ao oriente, capital Constantinopla.
A antiga cidade de Bizâncio,
fundada pelos gregos em 667 a.C., havia sido conquistada pelos romanos em 330
d.C. E anexada ao império. Naquele ano, o imperador Constantino (306-337 d.C.)
decidiu rebatizar a cidade com o nome de Constantinopla.
Voltando no tempo, nos dois
primeiros séculos da Era Cristã, a Igreja Primitiva esteve sob perseguição
serrada do Império Romano. Os apóstolos não comungavam do culto aos césares.
Tinham respeito às autoridades constituídas. O Cânon sagrado do Novo Testamento
estava em formação. Muitos cristãos pagaram com suas vidas a fé que
professavam. E só quando foi promulgado, por volta de 313, o Édito de Milão é que
foi proibida à perseguição dos cristãos. E por volta de 380 d.C. o imperador
Teodósio oficializou o Cristianismo religião do Império Romano.
A Igreja Cristã recebeu o nome
de Católica somente no ano 381, no concílio de Constantinopla com o decreto
“CUNCTOS POPULOS’ dirigido pelo imperador romano Teodósio (documentário o Estado
do Vaticano – Pr. Lauro de Barros Campos).
A divisão do Império, levou Constantinopla,
do lado oriental, a ganhar importância e se desenvolveu economicamente pelo
comércio. Enquanto o Império Romano do Ocidente caia junto à Roma, que era
saqueada pelos bárbaros, a parte oriental, Constantinopla permanecia
praticamente intacta.
Com a queda de Roma, em 476
d.C. o Império Bizantino passou a ser o herdeiro das tradições romanas e
sobreviveu mais mil anos.
O Império Bizantino atingiu
seu apogeu durante o reinado de Justiniano. De 527 até 565, Justiniano governou
o império oriental e tratou de expandir o território bizantino, chegando mesmo
a reconquistar o que havia sido perdido pelos romanos ocidentais com a invasão
bárbara. As tropas bizantinas reconquistaram Roma, o norte da África e a
península Ibérica, que haviam sido conquistados pelos germânicos.
O governo bizantino se concentrava
nas mãos do imperador. Ele detinha o poder absoluto. O Senado perdeu sua força
política e se tornou apenas um conselho honorário.
A
Cultura
A cultura bizantina era uma
mistura de influências romanas, helenísticas e orientais. A cidade de Constantinopla
era um importante centro comercial e cultural, e foi dali que o cristianismo se
expandiu. Adotaram o grego como idioma oficial no século VII e mantiveram
constantes relações com os povos asiáticos.
A
Sociedade
A sociedade bizantina era patriarcal
e não abria espaço para a participação das mulheres, que eram a metade da
população. As classes sociais eram os pobres, os camponeses, os soldados e os
comerciantes. Os integrantes da Igreja Ortodoxa tinham participação efetiva na
administração do império. Os funcionários públicos gozavam de prestígio na
sociedade em razão do cargo que ocupavam na estrutura burocrática do império.
A
Arte
A arte bizantina teve
influência do cristianismo em suas produções. Com o poder do imperador
atingindo o âmbito religioso, ele também se tornou uma figura marcante e
presente nas obras artísticas feitas no império. Nas pinturas, o imperador era retratado ao lado da figura de Jesus
Cristo, uma alusão a ele ser o mensageiro entre os homens e o céu.
A
Religião
O imperador bizantino teve
papel ativo nas atividades eclesiásticas. Ele era o pontífice máximo e
considerado o mensageiro de Jesus Cristo e responsável pela propagação da
mensagem cristã. Surgia assim o cesaropapismo, ou seja, o imperador era chefe
político e da Igreja. A crise de Roma
fez com que Constantinopla se transformasse no centro da cristandade. A
doutrina cristã estava atrelada às ordens do imperador, que publicava decretos
regulando sobre a crença dos seus súditos.
A questão da veneração das
imagens foi uma das grandes polêmicas religiosas do Império Bizantino. A Igreja
Oriental não admitia a veneração às imagens de santos, e os ícones deveriam ser
bidimensionais. Por conta dessa disputa, várias imagens foram destruídas.
Faz-se necessário citar também um grave surto de iconolatria (adoração de imagens) nos domínios do Império Bizantino. O que levou ao movimento iconoclasta. Biblicamente não há diferença entre iconolatria e idolatria, assim como não existe diferença entre venerar e adorar. São argumentos falsos do romanismo para defender o culto às imagens de esculturas religiosas.
Foi o período chamado de Iconoclastia
(726-843 d.C.). Assim, muitas obras de arte se perderam enquanto não se chegou
um acordo sobre a relação da veneração das imagens.
A Igreja Oriental utilizava a língua local nos seus cultos e não admitiam as imagens tridimensionais. Já a Igreja no Ocidente não reconhecia o Imperador como um chefe, empregava o latim nas suas cerimônias e veneravam esculturas.
As diferenças culturais entre
Oriente e Ocidente e as disputas pelo poder entre o Papa e o Imperador,
culminaram na divisão da Igreja, em 1054, criando uma cristandade ocidental,
chefiada pelo Papa; e uma oriental, chefiada por um colegiado de bispos e o
imperador. Esse fato recebeu o nome de Cisma do Oriente. Foi a primeira divisão
da cristandade. Então, passaram a coexistir a Igreja Católica Romana e no
Oriente a Igreja Católica Ortodoxa.
A Igreja Católica Ortodoxa foi
responsável por cristianizar lugares como a Rússia, Bulgária, a Península do
Balcãs, entre outros.
A
Queda do Império Bizantino
Após o auge do governo
Justiniano, no século VI, o Império Bizantino não expandiu mais seu território.
Seguiram-se anos de prosperidade, onde os bizantinos desenvolveram um dos
maiores impérios da Idade Medieval.
Por outro lado, com a
conversão dos árabes ao islamismo, no séc. VII, vários monarcas muçulmanos
passam a atacar as fronteiras do Império Bizantino e ocupá-lo.
Durante a Baixa Idade Média
(séculos X a XV), além das pressões dos povos e impérios nas suas fronteiras
orientais e perdas de territórios, o Império Bizantino foi alvo da retomada
expansionista ocidental. A Quarta Cruzada foi particularmente nociva à
Constantinopla. Ao invés dos cruzados atacarem Jerusalém, preferiram guerrear
contra um império cristão e ainda instalaram ali o Patriarcado Latino.
Com a expansão dos
turcos-otomanos no século XIV, tomando os Bálcãs e a Ásia Menor, o império
acabou reduzido à cidade de Constantinopla.
O predomínio econômico das
cidades italianas ampliou o enfraquecimento Bizantino, que chegou ao fim em
1453, quando o sultão Maomé II destruiu as muralhas de Constantinopla com
poderosos canhões.
Os turcos transformaram-na em
sua capital, passando a chamá-la de Istambul, como é conhecida hoje. O que
restou do império turcos-otomanos (1300-1923) é atualmente o território da Turquia.
Fontes:
Crédito editorial
[1] AlpKaya / Shutterstock.com
Por Carlos César Higa
Professor de História
HIGA, Carlos César.
"Império Bizantino"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/imperio-bizantino.htm. Acesso em 11
de outubro de 2022."
Juliana Bezerra - Bacharelada
e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais,
pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela
Universidade de Alcalá, Espanha.
Com adendos do Blog
samuca-borges.blogspot.com.br
Por Samuel Pereira de Macedo Borges
Bacharel em Direito e Teologia
Natal/RN, 16/10/2022
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