(+-1560-1662) - Desenvolveu-se na Inglaterra, considerado o mais zeloso movimento da Fé Protestante.
Foi
um movimento religioso, com implicações política, educacional e cultural, muito
influente na Inglaterra. Veio mais tarde influenciar decisivamente a formação
da principal tradição religiosa dos Estados Unidos da América. Pregavam a
pureza e integridade do indivíduo, da igreja e sociedade.
Naqueles dias, havia
divisões de grupos sociais em razão do crescimento do protestantismo na Europa.
Os saboias (católicos), os confederados (protestantes). Calvino, como líder
político e protestante tinha oposições aos anabatistas e católicos.
31/10/1517 –
Data histórica da Reforma Protestante, quando o Monge dominicano Martinho
Lutero fixou as 95 teses na porta da Igreja do castelo em Wittenberg, com críticas
à Igreja Católica, principalmente as vendas de indulgências pelo Clero.
1531 – O rei Henrique VIII, pede ao Clero a
anulação do casamento com Catarina de Aragão ao Papa Clemente VII, é negado.
Henrique VIII declara que a Igreja da Inglaterra não reconheceria mais a
autoridade de Roma.
1533, divorciado,
é excomungado pelo papa. No Ato de Supremacia, em 1534, o parlamento inglês o
reconheceu como “Chefe Supremo da Igreja na Inglaterra”, com poderes de indicar
os bispos e estabelecer a doutrina. Então, surge a Igreja Anglicana.
1553
a 1558 - Maria Tudor,
filha de Henrique VIII, queria voltar ao romanismo na Igreja anglicana, em
oposição ao movimento puritano. Muito derramamento
de sangue que deu à rainha o título de Maria, a sanguinária (Bloody Mary),
executora dos líderes protestantes: Hugh Latimer, Nicholas Ridley e Thomas
Cranmer (1489-1556). Alguns fugiram para Genebra (John Knox e William
Whittingham), Zurique e Frankfurt.
Década de 1560 - O adjetivo puritano foi aplicado de
forma pejorativa, por causa da ortopraxia rígida dos puritanos, ou seja, “os
santarrões”. Era de maioria calvinista.
1563-1567
– A Controvérsia das vestimentas – Em que propunham trocar as vestes clericais
pelas togas genebrinas, abolir o sinal da cruz e muitas cerimônias e dias
santos.
Os puritanos, burguesia e
absolutismo na Inglaterra: Deus estava acima de todos. O rei, pela
teoria do direito divino, declarava-se acima da Lei. Confrontado o Rei James I.
Por volta de 1620 – O
Rei James I (1566-1625), ameaça de expulsão – Um grupo de puritanos migra
para a Nova Inglaterra (13 colônias da Grã-Bretanha), mais tarde, formaria os
EUA, independente da Inglaterra em 1776. Nos EUA a semente da fé puritana gerou
vários “Heróis da Fé Cristã”.
1638 – Explode a Revolução
Puritana (Guerra Civil Inglesa) - Em oposição ao Rei Charles
I (1600-1649), filho do Rei James I.
Os Puritanos e a Igreja
anglicana – Exigiam reformas, pois estava muita próxima
da liturgia e dogmas do Catolicismo Romano. Como também no governo da nação, na
família, nas estruturas sociais civis, pela pregação e ensino das Escrituras.
Ao enfatizar a soberania de Deus, na visão calvinista, Ele reinava no mundo
literalmente.
Segundo o Pr. Augustus
Nicodemus: “Quando o movimento toma corpo, em primeiro lugar, eles queriam
purificar a Igreja de Deus, especialmente o culto, através da Palavra de Deus
escrita. Mas não pararam aí, estavam interessados em purificar também, em
segundo lugar, o governo da Igreja e depois a vida da família, o comércio e os
negócios. Daí passavam para o governo civil; queriam purificar a forma do
governo dirigir a nação. Eles queriam reformar as escolas e as universidades à
luz da Palavra de Deus. Por isso começaram a orar e a pregar para que toda a
terra, em todos os aspectos do país, fosse reformada pela Palavra”.
No campo da educação, a contribuição
puritana é até hoje reconhecida por pedagogos como J. W. Ashley Smith que disse
que foi na época do governo puritano na Inglaterra que os estudos
universitários alcançaram o ápice.
1643-1649 – Assembleia de
Westminster – A mais notável assembleia protestante de todos os tempos – Pautada
na erudição teológica e oração no fervor puritano à época. Resultado: a
Confissão de Fé, o Catecismo Maior e o Breve Catecismo. Base de fé da Igreja
Reformada, na Inglaterra e Escócia. E ainda hoje são fundamentos de fé do
Presbiterianismo e várias outras denominações históricas.
1649 -
Com a morte de Charles I, considerado tirano e traidor foi decapitado, a
monarquia foi abolida e foi declarada República na Inglaterra.
1649-1658
- “Protetorado” ou Comunidade Puritana - Sob a liderança do congregacional
calvinista Oliver Cromwell. Com divergências sobre formas de governo dos puritanos,
houve a restauração da Monarquia inglesa e o rei Carlos II (1660-1685) expulsou
dois mil puritanos, ano de 1662, determinando o final do puritanismo anglicano.
1662 - Ato de Uniformidade,
Test Act, Corporation Acts, Lei Quaker - A maioria dos
não-conformistas foram, excluídos, direitos sociais castrados na Inglaterra -
Fim da era puritana. A Igreja Anglicana foi submetida ao Livro de Oração Comum.
De certa forma, um retorno a dogmas romanos. Porém, a Inglaterra nunca mais foi
a mesma.
Nomes notáveis do Avivamento Puritano: William Tyndale (1494-1536 - contemporâneo de Lutero), John Hooper (1495-1555), Thomas Cartwright (1535-1603), Robert Fleming (1630-1694), Jonathan Edwards (1703-1758) e John Gillies (1712-1796), Laurence Chaderton (1546-1640), William Gouge (1575-1653), John Knox (1514-1572), reformador na Escócia, John Owen (1616-1683), um importante teólogo britânico.
O
Puritanismo nos EUA foi bastante influente desde o início da “Nova Inglaterra”
(1620) até o Grande Despertamento (em 1740).
O Iluminismo na França X
Puritanismo - Teve pouca influência sobre o Movimento Puritano,
uma vez que só se torna um movimento intelectual popular no século XVIII, conhecido
pelo século das luzes. Na verdade, trouxe um apagão na fé cristã por toda a
Europa. Na força da razão, exaltação da ciência, os iluministas nominaram a
Idade Média a Era das Trevas. Porém, não tinham discernimento para distinguir
Cristandade (Igreja romanizada) do Cristianismo bíblico, defendido pelos
precursores John Wycliffe (1328-1384),
John Huss (1372-1415), séculos XIV e XV, e os reformadores, no século
XVI em diante.
Fontes de pesquisas:
Os
Puritanos e o Cristianismo do Avivamento – Lain Murray. Tradução, adaptação e editado
por Sílvio Dutra. Dezembro de 2019.
Puritanismo
- Augustus Nicodemus – base principal palestras de Dr. Douglas Kelley -
Publicado no Presbiteriano Conservador - Setembro/outubro de 1995.
Puritanismo
– Armando Araújo Silvestre - Pós-doutorado em História da Cultura (Unicamp,
2011).
Samuel Pereira de Macedo Borges
Bacharel
em Direito e Teologia
Natal/RN,
28/02/2023.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
INCLUIR COMENTÁRIO!