Fontes históricas apontam
que por causa da ortodoxia morta na Igreja Luterana, anos após a Reforma
Protestante (31/10/1517 – data histórica da deflagração), havia necessidade de
o avivamento espiritual.
Cenário teológico na Igreja
- Imperava
o monergismo, a predestinação calvinista, ênfase na graça para salvação dos
eleitos, sem obras, a expiação limitada, ausência de visão missionária, ou
seja, amor, compaixão pelas almas, quase zero.
Em 1666, Philip Spener
(1635-1705) separou um grupo de irmãos da sua igreja para reuniões regulares de
estudo bíblico e oração em sua própria casa. Foi o marco do início do movimento
Pietista na Alemanha.
Pietista
destacados
August Hermann Francke
(1663-1727) - Professor da Universidade de Halle, na Alemanha - Ali ele se
esforçou para trazer os alunos de volta à Bíblia e à piedade. Ele definiu o Pietismo como “uma vida
mudada, uma igreja reavivada, uma nação reformada e um mundo evangelizado”.
Halle passou a ser um importante centro do Pietismo e também uma prolífera
agência missionária. Naquela época vários estudantes da Universidade de Halle
partiram como missionários para África, América, Ásia, Ilhas do Pacífico, Índia
dentre outros.
A universidade Halle fez parceria
com o rei da Dinamarca. Frederico IV decidiu começar uma obra missionária no
Oriente e pediu que Halle lhe enviasse missionários. Bartolomeu Zingenbalg e
Heinrich Plütschau foram os primeiros obreiros transculturais da Missão Dinamarquesa
Tranquebar. Sobre essa missão, Justo González diz que:
“O trabalho desses
missionários foi variado, pois além de ministrar aos colonos dinamarqueses e
alemães, trabalhavam entre católicos que falavam português e entre os índios”.
O conde Nicolau von
Zinzendorf (1700-1760), quando jovem estudou na Universidade de Halle, onde
teve Spener e Francke como professores, sendo profundamente influenciado pelo Pietismo.
Em uma de suas viagens se deparou com o quadro “Ecce Homo”, onde Cristo era
retratado dizendo as seguintes palavras:
“Dei minha vida por você; o que você faz por mim?”. Sensibilizado por essa
obra de arte, Zinzendorf passou a se dedicar ao trabalho de Cristo.
1722 - O
conde Nicolau Zinzendorf deu abrigo em sua propriedade chamada “Herrnhut” (cabana
do Senhor) a um grupo de 300 pessoas que estavam sendo perseguidas na Morávia
(Áustria e Leste Europeu) por serem adeptas da sã doutrina pregada por John
Huss (1369-1415). Ele foi o grande reformador da Boêmia (Tchéquia), martirizado
em 1415. Os "os irmãos boêmios" passaram por séculos de perseguição.
Esse grupo de imigrantes acolhidos
pelo conde deu origem aos conhecidos Irmãos Morávios.
Avivamento
e Missões Irmãos Morávios - Século XVIII – Alemanha
1727 - Zinzendorf,
o único líder e porta-voz humano notável, chamou-o de "o dia do
derramamento do Espírito Santo sobre a congregação". E o descreveu da
seguinte forma: "O Salvador
permitiu que viesse sobre nós um Espírito do qual até então não tínhamos nenhuma
experiência ou conhecimento. Até agora nós tínhamos sido os líderes e
ajudantes. Agora o próprio Espírito Santo assumiu o controle total de tudo e de
todos".
Resultados:
Uma
grande fome depois que a Palavra de Deus tomou posse de nós, três cultos todos
os dias, a saber, 5:00 e 7:30 e 21:00 horas. “Todos desejavam acima de tudo que
o Espírito Santo pudesse ter pleno controle. O amor-próprio e a
obstinação, assim como toda a desobediência, desapareceram e uma inundação
avassaladora de graça nos arrastou para o grande oceano do Amor Divino”. E
missões.
1731 - O
conde Zinzendorf teve um encontro com cristãos nativos da Groelândia e da Índia
(frutos do trabalho missionário de Halle) e ficou chocado com o apelo deles
para que tivessem mais missionários em suas terras. O conde levou este apelo
aos morávios que habitavam em Herrnhut e estes abraçaram a causa com paixão por
almas.
1732 – A
Igreja Morávia começou a realizar Missões Transculturais.
Cinquenta anos antes do
início das modernas Missões Estrangeiras por William Guilherme Carey
(1761-1834), ministro batista inglês, a Igreja Morávia já pregava a povos
pagãos. A Revista Missionária Inglesa "Periodical Accounts"
inspirou o Dr. William Carey e em uma reunião de seus irmãos batistas ele jogou
uma cópia do jornal sobre uma mesa com estas palavras memoráveis e
históricas:
"Veja o que os Morávios
fizeram! Não podemos seguir o exemplo deles e, em obediência ao nosso Mestre
Celestial, sair pelo mundo e pregar o Evangelho aos pagãos?"
Em 150 anos de missões, a Igreja Morávia, enviou 2.158 missionários, ao redor do mundo.
Quando o Pietista Zinzendorf
foi questionado sobre o real motivo para tão expressivo e sacrificial movimento
missionário, baseado em Is 53.11 –“O trabalho da sua alma ele verá e ficará
satisfeito...” respondeu: “Estamos indo
buscar para o Cordeiro o galardão do Seu sacrifício”.
Fontes pesquisadas:
https://www.lagrimasportuacausa.com.br/2012/12/aviva-mento-moravios.html
https://www.reavivamentos.com/revivals/moravian_revival.php.
Pesquisa em 27/12/2022.
http://moravios.org/moravios-heber-negrao/. Pesquisa
em 01/01/2023.
Samuel Pereira de Macedo Borges
Bacharel em Direito e
Teologia
Natal/RN, 28/02/2023
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