Há uma linha teológica que
defende a Consciência e a Fé como faculdades do espírito (Jo 4.23; Rm
5.1;10.10; Ef 2.8; Gl 5.22; Hb 11.6).
Nas Escrituras vamos encontrar a Fé e a Consciência atuando interligadas:
I
Tm 1.5 – “Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro e de uma boa
consciência e de uma fé não fingida”.
I
Tm 1.19 – “Conservando a fé e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando
fizeram naufrágio na fé”.
I Tm
3.9 – “Guardando o mistério da fé numa consciência pura”.
Hb 10.22 - “Cheguemo-nos com
verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da
má consciência, e o corpo lavado com água limpa”.
1.Consciência - do grego syneidesis –
‘saber com’ - Quer dizer um conhecimento
acompanhador ou co-percepção. Daí, afirmam alguns teólogos: “Não
é uma faculdade separada, mas um modo pelo qual as faculdades gerais
(intelecto, sensibilidade e vontade) agem”.
Razão, sentimentos/emoções e a vontade têm sido lecionadas academicamente como faculdades da alma.
2.Consciência, do latim conscientia - Senso íntimo
- “Voz secreta que temos na alma que aprova ou reprova
nossos atos. É alimentada pelo direito natural que o Todo-Poderoso incutiu em
cada ser humano. Se a consciência não for devidamente educada, fatalmente será
induzida a se esquecer dos reclamos (ditames) divinos”.
De acordo com Rm 2.13-15 Deus pois no homem uma lei
moral no seu interior, uma norma do dever, até podemos chamar de dever-ser.
Segundo o escritor e teólogo Tácito da Gama leite
Filho, a consciência não compete legislar, executar e sim efetuar julgamentos.
Ela tem duas funções:
Discretiva – que acusa ou desculpa algo já feito;
E a impulsiva - que
impulsiona a praticar o bem e evitar o mal.
Quando estudamos o espírito e alma humana,
conhecendo suas definições, faculdades e as atribuições de cada substância,
ficam claras as distinções, embora juntos compõem a parte imaterial do ser
humano. E desde Adão, não se pode separar o espírito da alma.
A alma por meio do corpo se relaciona com mundo
exterior, pelo espírito o homem pode se relacionar com Deus, o transcendental, por
meio de Cristo, mediante a fé (Jo 14.6; Hb 11.6).
O Fator Fé na Relação com Deus
Deus não se relaciona com o mundo incrédulo, o que não quer dizer ignorá-lo. Na Bíblia há clara diferença entre criaturas e filhos. Não nascemos filhos de Deus, tornamo-nos filhos de Deus (Jo 1.11-12). Os filhos são guiados pelo Espírito de Deus (Rm 8.14). O Espírito testifica com o espírito daqueles que são filhos de Deus (Rm 8.16).
E o que nos define quem
somos, neste particular, é a incredulidade ou a fé.
O
Fator Fé e a Consciência nas Relações com Deus e nas Humanas.
O apóstolo Paulo na caminhada da fé cristã, nas lutas do apostolado,
estava cônscio do farol, da voz secreta da consciência no seu comportamento
de cristão e nos posicionamentos de líder.
Atos 23.1 – “E, PONDO Paulo os olhos no conselho, disse:
Homens irmãos, até ao dia de hoje tenho andado diante de Deus com toda a boa
consciência”.
Atos 24.16 – “E por isso procuro sempre ter uma consciência
sem ofensa, tanto para com Deus como para com os homens”.
Romanos 13.5 – Em relação as autoridades constituídas - “Portanto
é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também
pela consciência”.
II Coríntios 1.12 - “Porque a nossa glória é esta: o
testemunho da nossa consciência, de que com simplicidade e sinceridade de Deus,
não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo, e de
modo particular convosco”.
II Coríntios 4.2 - “Antes, rejeitamos as coisas que por
vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de
Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, na presença de
Deus, pela manifestação da verdade”.
II Timóteo 1.3 – “Dou graças a Deus, a quem desde os meus antepassados sirvo com uma consciência pura, de que sem cessar faço memória de ti nas minhas orações noite e dia”.
Quando estudamos as faculdades da alma supra, não é
difícil e vamos convir que são diferentes no conceito e atribuições da
consciência. A consciência é de natureza interior, algo mais oculto, mais
íntimo em relação às faculdades da alma.
Considerando a definição de consciência e como faculdade do espírito, cremos
que ela interage com a alma. Funciona conjuntamente com as faculdades da alma,
principalmente os pensamentos e os sentimentos (Rm 2.15; 9.1; I Co 8.12).
O
processo mental de questionamentos e análises do comportamento humano gera o
exame interior, que podemos chamar de autoexame (I Co 11.28).
De
modo que a razão questiona e analisa, a sensibilidade externa sentimentos/emoções
e a vontade delibera decisões e escolhas. A consciência faz o papel do julgador,
a voz secreta no âmago do ser, dando o veredito de certo ou errado, aprovando
ou reprovando na consumação dos atos e ações do indivíduo.
Enfim,
a consciência é como um selo invisível de Deus
dentro do homem. É o DNA espiritual do Criador. Um código da moralidade divina
gravado no espírito humano, não dissociada da alma. E seja Deus glorificado.
Amém!
Fontes da Pesquisa:
O Homem em Três Tempos – Editora
CPAD – Tácito da Gama leite Filho – 2ª Edição 1984.
Instagram Pr Isaac Silva – ADPE.
Lição EBD/CPAD – 4º trimestre de
2025.
Bíblia Sagrada.
Por Samuel Pereira de Macedo
Borges
Natal/RN, 08/11/2025.

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