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sábado, 8 de novembro de 2025

A consciência, uma faculdade do espírito ou da alma?

 

Há uma linha teológica que defende a Consciência e a Fé como faculdades do espírito (Jo 4.23; Rm 5.1;10.10; Ef 2.8; Gl 5.22; Hb 11.6).

Nas Escrituras vamos encontrar a Fé e a Consciência atuando interligadas:

I Tm 1.5 – “Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro e de uma boa consciência e de uma fé não fingida”.

I Tm 1.19 – “Conservando a fé e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando fizeram naufrágio na fé”.

I Tm 3.9 – “Guardando o mistério da fé numa consciência pura”.

Hb 10.22 - “Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa”. 

1.Consciência - do grego syneidesis – ‘saber com’ - Quer dizer um conhecimento acompanhador ou co-percepção. Daí, afirmam alguns teólogos: “Não é uma faculdade separada, mas um modo pelo qual as faculdades gerais (intelecto, sensibilidade e vontade) agem”.

Razão, sentimentos/emoções e a vontade têm sido lecionadas academicamente como faculdades da alma.

2.Consciência, do latim conscientia - Senso íntimo - “Voz secreta que temos na alma que aprova ou reprova nossos atos. É alimentada pelo direito natural que o Todo-Poderoso incutiu em cada ser humano. Se a consciência não for devidamente educada, fatalmente será induzida a se esquecer dos reclamos (ditames) divinos”.

De acordo com Rm 2.13-15 Deus pois no homem uma lei moral no seu interior, uma norma do dever, até podemos chamar de dever-ser.

Segundo o escritor e teólogo Tácito da Gama leite Filho, a consciência não compete legislar, executar e sim efetuar julgamentos. Ela tem duas funções:

Discretiva – que acusa ou desculpa algo já feito;

E a impulsiva - que impulsiona a praticar o bem e evitar o mal.

Quando estudamos o espírito e alma humana, conhecendo suas definições, faculdades e as atribuições de cada substância, ficam claras as distinções, embora juntos compõem a parte imaterial do ser humano. E desde Adão, não se pode separar o espírito da alma.

A alma por meio do corpo se relaciona com mundo exterior, pelo espírito o homem pode se relacionar com Deus, o transcendental, por meio de Cristo, mediante a fé (Jo 14.6; Hb 11.6).

O Fator Fé na Relação com Deus

Deus não se relaciona com o mundo incrédulo, o que não quer dizer ignorá-lo. Na Bíblia há clara diferença entre criaturas e filhos. Não nascemos filhos de Deus, tornamo-nos filhos de Deus (Jo 1.11-12). Os filhos são guiados pelo Espírito de Deus (Rm 8.14). O Espírito testifica com o espírito daqueles que são filhos de Deus (Rm 8.16).

E o que nos define quem somos, neste particular, é a incredulidade ou a fé.

O Fator Fé e a Consciência nas Relações com Deus e nas Humanas.

O apóstolo Paulo na caminhada da fé cristã, nas lutas do apostolado, estava cônscio do farol, da voz secreta da consciência no seu comportamento de cristão e nos posicionamentos de líder.

Atos 23.1 – “E, PONDO Paulo os olhos no conselho, disse: Homens irmãos, até ao dia de hoje tenho andado diante de Deus com toda a boa consciência”.

Atos 24.16 – “E por isso procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com Deus como para com os homens”.

Romanos 13.5 – Em relação as autoridades constituídas - “Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência”.

II Coríntios 1.12 - “Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo, e de modo particular convosco”.

II Coríntios 4.2 - “Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade”.

II Timóteo 1.3 – “Dou graças a Deus, a quem desde os meus antepassados sirvo com uma consciência pura, de que sem cessar faço memória de ti nas minhas orações noite e dia”. 

Quando estudamos as faculdades da alma supra, não é difícil e vamos convir que são diferentes no conceito e atribuições da consciência. A consciência é de natureza interior, algo mais oculto, mais íntimo em relação às faculdades da alma.

Considerando a definição de consciência e como faculdade do espírito, cremos que ela interage com a alma. Funciona conjuntamente com as faculdades da alma, principalmente os pensamentos e os sentimentos (Rm 2.15; 9.1; I Co 8.12).

O processo mental de questionamentos e análises do comportamento humano gera o exame interior, que podemos chamar de autoexame (I Co 11.28).

De modo que a razão questiona e analisa, a sensibilidade externa sentimentos/emoções e a vontade delibera decisões e escolhas. A consciência faz o papel do julgador, a voz secreta no âmago do ser, dando o veredito de certo ou errado, aprovando ou reprovando na consumação dos atos e ações do indivíduo.

Enfim, a consciência é como um selo invisível de Deus dentro do homem. É o DNA espiritual do Criador. Um código da moralidade divina gravado no espírito humano, não dissociada da alma. E seja Deus glorificado. Amém!

Fontes da Pesquisa:

O Homem em Três Tempos – Editora CPAD – Tácito da Gama leite Filho – 2ª Edição 1984.

Instagram Pr Isaac Silva – ADPE.

Lição EBD/CPAD – 4º trimestre de 2025.

Bíblia Sagrada.

 

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 08/11/2025.

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