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sexta-feira, 3 de julho de 2020

A vontade de Deus em quatro aspectos



Deus deu ao homem o Livre Arbítrio – a soma da liberdade de decidir com a responsabilidade pelas escolhas consumadas em todo o seu viver (Gn 4.6-7; Rm 12.21;14.12).

Na sua Vontade Desejo (Ez 33.11; Mt 23.37; Rm 11.32; I Tm 2.4; II Tm 3.16-17; II Pd 3.9), deseja, porém não determina, que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade (O tempo verbal para Deus é o presente). E sendo Jesus o único mediador entre Deus e os homens (I Tm 2.5). 

Na sua permissividade (Gn 4.7;30.19; Js 24.15; Jn 1.3; Mt 26.34-35), Deus ver ocorrer acontecimentos, experiências no meio dos humanos, muitas vezes, contrários à sua natureza benigna e amorosa, todavia, sem surpresas. Contempla em sua longanimidade transgressões a sua Vontade Moral – Padrão Ético para os homens, facultando ciclos de oportunidades para que, na sua individualidade, o homem se arrependa (Ez 18.23; At 17.30; I Tm 2.3-4; Tito 2.11-12; Ap 2.21).

O plano salvífico está pautado na Eleição, Predestinação (Ef 1.4,5; Rm 8.28-30) e na Presciência Divina (At 2.23; Rm 8.29ª; I Pd 1.2). Não existe determinismo inconsequente, há sim violação a sua Vontade Moral (Jo 3.19; Rm 3.23; 6.23). Não encontramos nas Escrituras Plano Divino para condenação.

Finalmente, na sua Soberania (Sl 93; Jó 42.1-2; Is 40.15,17; Pv 16.4-6), cumprirá todos os seus desígnios e propósitos no plano material e espiritual, para com toda a sua Criação, sem usurpar a liberdade, sem atropelar a consciência humana em suas decisões e opções. Para Deus não existe passado nem futuro, tudo é presente. Glórias a Ele eternamente.

Pb Samuel P M Borges  - Junho 2012 - Revisão em julho 2020.
Natal RN


Subsídios:

A Vontade Soberana (Jó 42-1-2; Is 43.13;46.9-11; Dn 4.17,35, Hb 2.4; Ap 17.17....)

Desenvolve-se no seu Plano Divino através dos séculos. Vejamos: Por volta de 2.100 a.C nasce Abraão e aos 75 anos recebe a promessa de que a partir dele Deus constituiria o povo judeu (Gn 12.1-4). Aos 100 anos de vida (Gn 21.5), nasce Isaque. Isaque aos 60 anos gera Esaú e Jacó (Gn 25.56). Em Gn 26.1-5, Deus confirma a promessa a Isaque. Abraão morre por volta de 1.925 a.C (Gn 25.7) E Isaque em 1.820 a.C (Gn 36.29). Em Gn 35.9-12, Deus ratifica a promessa a Jacó, e a partir dele se compõe a nação de Israel em doze tribos (Gn 49.1-33). Morre Jacó aos 147 anos no Egito (Gn 47.28), por volta de 1.793 a.C. Então, havia se passado 232 anos, do momento da chamada de Abraão à morte de Jacó e as promessas de Deus, soberanamente de pé e cumpridas. Deus pela sua soberania, elevou José a governador no Egito aos 30 anos (Gn 41.46), visando dá livramento a Jacó e os seus, e morre aos 110 anos, convicto de que Deus faria o seu povo subir da terra do Egito (Gn 50.15-20;22-26).  

Tem alcance para com Israel, a Igreja e os Gentios.

Ela não é influenciada. Tem independência plena (Gn 18.14; Jó 42-1-2; Is 43.13; Lc 1.37). E está muito além das possibilidades humanas.

Ela envolve propósitos de ordem eterna. Deus age por soberania, fazendo chamadas específicas, coletiva (Is 43.1,9-13), individuais (At 22.13-14), com missão determinada, com propósitos de geração a geração, ou seja, de longo alcance.

Pode ser executada com atos de misericórdia ou de juízo (Mq 7.18-20; Jr 51.29; Hb 10.31).

Quando expressa, tem caráter irrevogável. Deus não precisa de plano B. Assim é a chamada específica da nação de Israel (Ez 36.22-24; Is 54.7-8; Rm 11.29).

Ela se cumpre na plenitude dos tempos (Mc 1.15; Gl 4.4; Atos 17.26).

Não tem a ver diretamente com particularidades pessoais dos humanos (Is 55.7-11; Sl 92.5;139.17). A hipérbole, figura de linguagem, utilizada por Jesus em Mt 10.30 – “E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados” - visa realçar que Deus cuida de quem tem uma relação filial com Ele.

Enfim, a vontade soberana de Deus ninguém altera o seu curso e o seu cumprimento. O que Deus controla por soberania são as leis universais, da Física, da Química, da Biologia, a sustentação de toda a Criação, etc. E o Plano da Redenção, no primeiro momento, foi decisão amorosa, independente, incondicional e soberana de Deus (Gn 3.15; Rm 9.15-16;11.32). Na oferta da salvação, há condicionantes, mediante a graça salvadora, o homem precisa exercitar o arrependimento e fé (Jo 3.16; Rm 6.23; Ef 2.8).

A Vontade Moral (Gn 3.17; Êx 20.1-17; Mc 3.35; Ef 6.6; Hb 13.21....)

O que afeta aos homens, indistintamente é a violação à sua vontade moral - padrão ético de conduta para por ele viver e se relacionar com Deus. Se transgredida, já começamos a sofrer nesta vida as consequências. E na eternidade, o acerto final de contas, notadamente, se o homem deu ou não crédito a oferta gratuita de redenção, pelo evangelho de Jesus.

Ela revela o ideal de Deus para o comportamento angelical ( Hb 1.14; II Pd 2.4; Ap 12.7-9 – juízo por rebelião), para com Israel a quem entregou a Lei diretamente (Êx 20.1-7; Is 43.10-12; Jr 29.11) e aos homens em geral (Sl 143.10;Mc 16.15-16; Rm 1.16;6.23; II Ts 1.7-8;II Tm 3.16-17).

Pode ser obedecida, violada ou transgredida (Ex 19.5-8; Rm 10.16

Hb 12.14; I Jo 3.1-4 - Ela expressa padrões divinos de pureza e integridade para ser vivida diante de Deus e nas relações humanas.

É contrária a toda diversidade de pecados, sejam eles explícitos ou implícitos, públicos ou ocultos.

Pela sua misericórdia e graça, Deus dá tempo ao homem para se submeter a ela ou não, mediante o arrependimento (Mc 1.14-15; At 17.30.

Ela põe à prova o livre-arbítrio do homem, pela pregação do evangelho, em especial para a salvação. É crê ou não crê (Jo 3.16). E portanto, não é compulsória ser obedecida.

A Vontade Permissiva (Gn 4.7;30.19; Js 24.15; Jn 1.3; Mt 26.34-35...

Caracteriza-se pelo que não é taxativamente violação à vontade moral de Deus, e admissível para o bem ou para o mal, mediante decisões e opções humanas, de ordem material e espiritual, ora errando, ora pecando, saindo fora do caminho apontado (Tg 4.13-15). Convém esclarecer que há erros humanos que não são pecados, todavia todo pecado é um erro.

Em geral, nem sempre confere com o ideal divino para com o homem/humanidade.  

Diz respeito ao nos deleitamos em Deus, em seus preceitos e Ele de sua parte cumpre, atende desejos do nosso coração (Sl 37.4; Pv 16.3). Assemelha-se à relação de Pai para filho obediente.

Na vontade divina permissiva, explica-se grande parte do sofrimento humano, causando “pesar” ao Deus Criador (Gn 6.6), isto dizemos em linguagem antropopática.

Acontecimentos, fatos trágicos, no mundo material e espiritual, na órbita da vontade permissiva, não significa ausência do controle divino sobre tudo que criou.

A permissividade divina não é Deísmo – Crença de que o universo foi Criação de um Ser Superior, dedução da razão humana, porém entregou a Criação à própria sorte.  

A vontade permissiva vemos nos atos de Jonas (Jn 1.1-2), quando contrariou o chamado divino e escorregou pela desobediência, fugindo para Társis, ao invés de ir evangelizar a cidade de Nínive. O faz no segundo momento.  Se Deus estivesse agindo por soberania, Jonas não teria fugido um milímetro do que Deus havia determinado. Mas, Deus prossegue com Jonas, para demonstrar que sua misericórdia é sobre todo aquele que se arrepende. Sem exclusividade ou acepção de pessoas, cor, raça, etc.

Deus muda de propósito (Jn 4.2,11), e deixa de executar juízo, onde houver arrependimento, mudança de atitude do homem, uma vez que Deus tem prazer em exercer a misericórdia (Mq 7.18).

Vemos a permissividade divina na figura do Pai (Lc 15.12) e do filho pródigo, nas suas atitudes (Lc 15.12-14), seguiu o curso de seu coração. Depois cai em si (Lc 15.17-21).

Enfim, também é perceptível a vontade divina permissiva nas negações de Pedro, fatos que Jesus revelou a Pedro antes de ocorrerem (Mt 26.34-35). E nem por isto isentou a Pedro de seus atos de fraquezas.

A Vontade Desejo (Ez 33.11; Mt 23.37; Rm 11.32; I Tm 2.4; II Tm 3.16-17; II Pd 3.9).

No âmbito geral das Escrituras, o desejo de Deus é, sem imposição, que todos os homens sejam salvos e venham ao conhecimento da verdade. Sendo Jesus o único mediador entre Deus e os homens (I Tm 2.5), o qual se deu por preço de redenção por todos os homens, no calvário (I Tm 2.6; Rm 3.25; Hb 2.9; I João 2.2). Entretanto, só terá efeito propiciatório, remissão de pecados na vida de quem exercitar a fé salvífica (Rm 10.16-17), cuja fé envolve um relacionamento com Deus (Hb 4.2;11.6; I Pd 1.18; I Jo 1.7). 


Pb. Samuel P M Borges – Julho/2020
Natal/RN


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