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domingo, 23 de julho de 2023

Quando a criatura vale mais do que o Criador.

Texto: Rm 1.18-25


Introdução: Neste estudo, veremos vários sistemas de ideias e pensamentos, de construção humana no curso da história na medida em que as Escrituras são desprezadas, tiram Deus de cena e o homem passa a ser ator principal. É o homem, na sua soberba e insensatez, se afastando do Deus da verdade. 

I - O desprezo à verdade

Rm 1.18 – “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça”.

O termo impiedade (no grego asebeia) - Significa irreligiosidade, ou seja, o homem decidiu, escolheu viver como se Deus não existisse (Sl 14.1;36.1; Jd 1.14-15). E mais triste, tem Deus nos lábios, em lindas frases, mas no espírito e alma, nenhuma relação com Ele.

O vocábulo injustiça (do grego adikia) -  Significa sem retidão, com a conotação de não ser reto diante de Deus e nem com o seu próximo (II Pd 2.15).

Eis a razão porque Paulo descreve uma humanidade pagã, degenerada, idólatra, perversa, moralmente depravada e cultuando à criatura, ao invés do Criador (Rm 1.18-25).

A insensatez humana - Cegou o mundo gentio, quando Deus pela revelação geral, através da natureza, deu condições do homem o conhecer o seu Criador e receber conhecimento a seu respeito, deixando-os inescusáveis (Rm 1.20b). Estão indesculpáveis diante de Deus.

Nos tempos atuais, a ciência, a matéria tem sido posta acima de Deus. Na vida social, o artista, o atleta, o ator de novelas destrutivas, que nada edifica, líderes religiosos não exemplares, se tornam referências, uma verdadeira afronta ao Criador.

Verdade é - Homens no paganismo procedem ímpia e injustamente e detém a verdade em injustiça. Mudaram a verdade de Deus em mentira, honram e servem mais a criatura do que ao Criador, que é bendito eternamente (Rm 1.18,25).

II – A Revolução do Pensamento Humano

Renascentismo – Movimento intelectual na Europa Ocidental entre os séculos XIV e XVI, a partir das artes, literatura e criação da imprensa. Ressurgia o humanismo, através da crítica literária e se buscava explicações dos fenômenos sociais.

Antes, lembramos o que dizia o sofista Protágoras de Abdera (480-410 a.C.): “O homem é a medida de todas as coisas”. E daí foi tomando corpo a relativização da verdade.  Ensinavam os sofistas: Cada pessoa pode decidir o seu próprio padrão para o certo e o errado. O que é moralmente certo para mim, pode estar errado para outro.

Idade Média – Anos 500 a 1500 – Após a queda do Império Romano Ocidental (476 d.C.). Tempos de Cristandade, a religião focada no poder político-religioso e pouco Cristianismo. No século XVIII, os iluministas a nominaram de a Idade das Trevas.

Idade Moderna – Século XV ao XVIII – A partir da queda do Império Romano Oriental (330-1453 d.C.) - O sultão Mohammed II, o Conquistador, invadiu Constantinopla (antiga Bizâncio) e eliminou Constantino XI, o último imperador bizantino, após um cerco de 53 dias.

Para outros historiadores, a Era Moderna - Começou no século XVII, a partir da Guerra dos 30 anos (1618-1648), envolvendo império católico-germânico e protestantes, na Europa central (Alemanha, França, Espanha, Países Baixos, Boêmia (atual Tchéquia), Dinamarca e suecos. As motivações eram religiosas, políticas e disputas territoriais.

Antropocentrismo – É um conjunto de ações e ideias que colocam o homem no centro de tudo, podendo se chamar também de humanismo.

Para o movimento humanista, a ética e a moral dependem do homem. Assim, a criatura passou a ser a base de todos os valores, e não o Criador. No humanismo o homem é o seu próprio deus. Ele pode melhorar e evoluir, segundo seus preceitos, por meio da educação, redistribuição econômica e pelo saber humano.  

Segundo o Pr. Douglas Batista, os humanistas aprofundaram estudos na história antiga com o foco errado, visavam desconstruir os livros sagrados. De positivo, destaca-se a valorização dos direitos do indivíduo. Todavia, esta não é uma bandeira própria do humanismo.

A Bíblia, originariamente, contém um arcabouço acerca da liberdade e igualdade que antecedem a movimentos reivindicatórios de direitos humanos dos tempos modernos.

Do comentário Stamps – 1995, a Lei de Moisés do hebraico “Torah” que significa “ensino ou instrução” admite uma tríplice divisão: E atentar, Israel era um modelo divino, em formação,  em meio ao paganismo.

1. A lei moral, que trata das regras determinadas por Deus para um santo viver (Êx 20. 1-17).

2. A lei civil, que trata da vida jurídica e social de Israel como nação (Êx 21.1 - 23.33), bem como leis penais. Essas leis regiam o casamento, o divórcio, heranças, escravatura, multas, propriedade e outros temas relevantes para o Estado teocrático de Israel.

3. A lei cerimonial, que trata da forma e do ritual da adoração ao Senhor por Israel, inclusive o sistema sacrificial (Êx 24.12 - 31.18).

4.Havia preceitos de ordem alimentar e higiênicos aplicáveis à época.

5. Os Dez Mandamentos é a única Lei que reflete o caráter de Deus e é de natureza moral, espiritual, abrangente e contém princípios universais.

Destaca-se, ainda, que a Bíblia revela e ensina a igualdade entre raças, classe social e de gênero (Is 46.21-23; Gl 3.22,26,28).

O Cristianismo, sem ser revolucionário, tem se colocado contra o mal da escravidão, do racismo, das guerras (não matarás), da eugenia (só os saudáveis podem viver), das injustiças sociais de poderes corrompidos e pela valorização das mulheres e crianças.

A democracia, a educação moderna e os sistemas legais devem muito ao Cristianismo. Aliás, a maioria das grandes universidades, de origens, são frutos do trabalho e avanço do Protestantismo.

A Igreja ao longo dos séculos, mais notadamente após a Reforma Protestante, tem valorizado a vida, com ações sociais, dedicando-se aos enfermos, crianças de rua e marginalizados na sociedade. É o amor em ação pela justiça social.

Iluminismo - Surgiu na Europa, entre os séculos XVII e XVIII. Seus adeptos rejeitavam a tradição, buscavam respostas na razão, entendiam que o homem era o senhor do seu próprio destino e que a igreja, predominantemente romanismo, era instituição dispensável. O teocentrismo da igreja passou a ser questionado.  

Pós-modernismoModernidade Líquida - Estamos vivenciando a partir da metade do século XX. Sociólogos observam que a sociedade passou a ver valores e princípios sedimentados, que antes eram de caráter absolutos e estão sendo relativizados. Uma das principais características da sociedade pós-moderna é a superficialidade. A coletividade foi substituída pelo egocentrismo, alimentando-se do narcisismo, hedonismo, na busca da satisfação do ego humano.  

Ver postagem: http://samuca-borges.blogspot.com/2022/08/pos-modernidade-modernidade-liquida.html.

Narcisismo: Amor e culto à própria imagem.

Hedonismo: Dedicação ao prazer dos sentidos, o prazer como estilo de vida.

Porque as religiões, movimentos sociais e políticos terminam com o sufixo ismo?

O sufixo “ismo” vem do grego e indica uma ideologia, um sistema a ser seguido, algo consolidado como regra ou, que se acredita ser uma regra.

Ideologia: Conjunto de convicções filosóficas, sociais, políticas etc. de um indivíduo ou grupo de indivíduos.

“Ismo” então, no aspecto prático, indica um sistema de ideias, pensamentos, regras consolidadas de uma causa, um movimento, ou de uma instituição social.

A fé bíblica é racional. Dizia John Stott: “Crer é também pensar”. Já o racionalismo como sistema filosófico é nocivo a fé e levou muitos a caírem no ceticismo. A fé é auxiliada pela razão, porém é a fé que vê o sobrenatural (Hb 11.3).

Ceticismo – É um estado de quem duvida de tudo, de quem é descrente. Um indivíduo cético caracteriza-se por ter predisposição constante para a dúvida, para a incredulidade.

III – Tipos de Autoidolatria

Idolatria – Tudo o que toma o primeiro lugar de Deus na vida do homem. Deus não é prioridade em nossas vidas, em verdade, é o número um. Pessoas e demais interesses vem após o número um. Deus deve ser é a primazia sobre tudo e sobre todos.

A máxima de Jesus a esse respeito está em Mt 22.34-40, quando sintetiza a Lei em dois grandes mandamentos, quando responde a um fariseu e doutor da lei: Amar a Deus, o Senhor, de toda alma e entendimento e ao próximo como a si mesmo.

E na mesma linha da primazia a Deus, Jesus ensinou que quem não aborrecer (amar menos) pai, mãe, mulher, filhos, irmãos, e a própria vida, não pode ser o seu discípulo (Lc 14.26).  

O homem caído descrito por Paulo em II Tm 3.2-4 – É um indivíduo egoísta: amante de si mesmo; avarento: amante do dinheiro; odioso: sem amor para com o próximo; rebelde: sem submissão a Deus; e hedonista: amante dos deleites. Desse modo, o homem não regenerada tem a necessidade de autopromover-se, desenvolvendo uma opinião elevada de si mesmo (Lc 18.11), ao invés de negar a si mesmo e seguir a Cristo (Lc 9.23-24).

A autoidolatria na alma (vontade, emoções e intelecto) – do homem não regenerado, o seu interior é descrito como enganoso e perverso (Jr 17.9). E traz a idolatria no seu íntimo quando prioriza a reputação pessoal, busca o prazer como bem maior, nutre tendências supersticiosas e possui excessivo apego aos bens materiais. Ao contrário dessa postura, o homem temente guarda a Palavra de Deus no coração para não pecador contra o Senhor (Sl 119.11).

O culto à criatura se identifica também no cuidado com o corpo, pois vai além de prezar pela saúde, tem sido um narcisismo descarado.

A compulsão e impulsividade sexual humana – Os homens entregues à lascívia (sensualidade desregrada). A ausência de uma moralidade sadia e o controle dos impulsos sexuais, resulta em: imoralidade (Rm 13.13 — NVI) e libertinagem (2Co 12.21 — NVI). A concupiscência da carne caracteriza quem é dominado pelo pecado sexual (Gl 5.19). Não se trata apenas da prática do ato imoral, mas da busca intencional e compulsiva pelo prazer sexual ilícito (Rm 1.26,27; 1Co 6.15).  

A regra de ouro para fugir desse mal pecaminoso e vicioso é: “Vivam no Espírito e vocês jamais satisfarão os desejos da carne” (Gl 5.16 – NAA).

Conclusão:

1. A corrupção do gênero humano é consequência de sua rebeldia contra o Criador.

2. O problema da humanidade persiste em ser: Adão caído e não macaco evoluído.

3. A relativização do primeiro e grande mandamento amar a Deus sobre tudo e sobre todos, com toda alma e entendimento, tem desnorteado, desvirtuado a relação do homem com Deus.

4. Enfim, quem realmente quiser conhecer a natureza humana, leia, examine o manual do fabricante do seu Criador: A Bíblia.

 

Fontes da Pesquisa:

Lição EBD/CPAD – 3º Trimestre de 2023.

Bíblia Sagrada.

Internet.

Significados.com.br.

Anotações Pessoais.

Lição EBD/ADPE.

Condensado por Samuel P M Borges.

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