Texto: Rm 1.18-25
Introdução: Neste
estudo, veremos vários sistemas de ideias e pensamentos, de construção humana
no curso da história na medida em que as Escrituras são desprezadas, tiram Deus
de cena e o homem passa a ser ator principal. É o homem, na sua soberba e
insensatez, se afastando do Deus da verdade.
I
- O desprezo à verdade
Rm 1.18 – “A ira de Deus se
revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade
pela injustiça”.
O termo impiedade (no grego asebeia) - Significa irreligiosidade,
ou seja, o homem decidiu, escolheu viver como se Deus não existisse (Sl 14.1;36.1;
Jd 1.14-15). E mais triste, tem Deus nos lábios, em lindas frases, mas no
espírito e alma, nenhuma relação com Ele.
O
vocábulo injustiça (do grego adikia) - Significa sem retidão, com a conotação de não
ser reto diante de Deus e nem com o seu próximo (II Pd 2.15).
Eis a razão porque Paulo
descreve uma humanidade pagã, degenerada, idólatra, perversa, moralmente
depravada e cultuando à criatura, ao invés do Criador (Rm 1.18-25).
A
insensatez humana - Cegou o mundo gentio, quando Deus pela
revelação geral, através da natureza, deu condições do homem o conhecer o seu
Criador e receber conhecimento a seu respeito, deixando-os inescusáveis (Rm
1.20b). Estão indesculpáveis diante de Deus.
Nos tempos atuais, a ciência,
a matéria tem sido posta acima de Deus. Na vida social, o artista, o atleta, o
ator de novelas destrutivas, que nada edifica, líderes religiosos não
exemplares, se tornam referências, uma verdadeira afronta ao Criador.
Verdade é - Homens no paganismo procedem ímpia e injustamente e detém
a verdade em injustiça. Mudaram a verdade de Deus em mentira, honram e servem
mais a criatura do que ao Criador, que é bendito eternamente (Rm 1.18,25).
II – A Revolução do Pensamento Humano
Renascentismo – Movimento intelectual na Europa Ocidental entre os séculos
XIV e XVI, a partir das artes, literatura e criação da imprensa. Ressurgia o humanismo,
através da crítica literária e se buscava explicações dos fenômenos sociais.
Antes,
lembramos o que dizia o sofista Protágoras de Abdera (480-410 a.C.): “O homem é
a medida de todas as coisas”. E daí foi tomando corpo a relativização da
verdade. Ensinavam os sofistas: Cada pessoa pode decidir o seu próprio
padrão para o certo e o errado. O que é moralmente certo para mim, pode estar
errado para outro.
Idade Média – Anos 500 a 1500 – Após a queda do Império Romano Ocidental
(476 d.C.). Tempos de Cristandade, a religião focada no poder
político-religioso e pouco Cristianismo. No século XVIII, os iluministas a
nominaram de a Idade das Trevas.
Idade Moderna – Século XV ao XVIII – A partir da queda do Império Romano
Oriental (330-1453 d.C.) - O sultão Mohammed II, o Conquistador,
invadiu Constantinopla (antiga Bizâncio) e eliminou Constantino XI, o último
imperador bizantino, após um cerco de 53 dias.
Para outros historiadores, a
Era Moderna - Começou no século XVII, a partir da Guerra dos 30 anos
(1618-1648), envolvendo império católico-germânico e protestantes, na Europa
central (Alemanha, França, Espanha, Países Baixos, a Boêmia (atual
Tchéquia), Dinamarca e suecos. As motivações eram
religiosas, políticas e disputas territoriais.
Antropocentrismo – É
um conjunto de ações e ideias que colocam o homem no centro de tudo, podendo se
chamar também de humanismo.
Para
o movimento humanista, a ética e a moral dependem do homem. Assim, a criatura
passou a ser a base de todos os valores, e não o Criador. No
humanismo o homem é o seu próprio deus. Ele pode melhorar e evoluir, segundo seus
preceitos, por meio da educação, redistribuição econômica e pelo saber humano.
Segundo o Pr. Douglas Batista, os humanistas aprofundaram estudos na história antiga com o foco errado, visavam desconstruir os livros sagrados. De positivo, destaca-se a valorização dos direitos do indivíduo. Todavia, esta não é uma bandeira própria do humanismo.
A
Bíblia, originariamente, contém um arcabouço acerca da liberdade e
igualdade que antecedem a movimentos reivindicatórios de direitos humanos dos tempos
modernos.
Do comentário Stamps – 1995, a
Lei de Moisés do hebraico “Torah” que significa “ensino ou instrução” admite
uma tríplice divisão: E atentar, Israel
era um modelo divino, em formação, em meio ao paganismo.
1. A lei moral, que trata das
regras determinadas por Deus para um santo viver (Êx 20. 1-17).
2. A lei civil, que trata da
vida jurídica e social de Israel como nação (Êx 21.1 - 23.33), bem como leis
penais. Essas leis regiam o casamento, o divórcio, heranças, escravatura,
multas, propriedade e outros temas relevantes para o Estado teocrático de
Israel.
3. A lei cerimonial, que trata
da forma e do ritual da adoração ao Senhor por Israel, inclusive o sistema
sacrificial (Êx 24.12 - 31.18).
4.Havia preceitos de ordem
alimentar e higiênicos aplicáveis à época.
5. Os Dez Mandamentos é a
única Lei que reflete o caráter de Deus e é de natureza moral, espiritual,
abrangente e contém princípios universais.
Destaca-se,
ainda, que a Bíblia revela e ensina a igualdade entre raças, classe social e de
gênero (Is 46.21-23; Gl 3.22,26,28).
O
Cristianismo, sem ser revolucionário, tem se colocado contra o mal da
escravidão, do racismo, das guerras (não matarás), da eugenia (só os saudáveis podem
viver), das injustiças sociais de poderes corrompidos e pela valorização das mulheres e
crianças.
A
democracia, a educação moderna e os sistemas legais devem muito ao
Cristianismo. Aliás, a maioria das grandes universidades, de origens, são
frutos do trabalho e avanço do Protestantismo.
A
Igreja ao longo dos séculos, mais notadamente após a Reforma Protestante, tem valorizado a vida,
com ações sociais, dedicando-se aos enfermos, crianças de rua e marginalizados
na sociedade. É o amor em ação pela justiça social.
Iluminismo - Surgiu
na Europa, entre os séculos XVII e XVIII. Seus adeptos rejeitavam a tradição,
buscavam respostas na razão, entendiam que o homem era o senhor do seu próprio
destino e que a igreja, predominantemente romanismo, era instituição
dispensável. O teocentrismo da igreja
passou a ser questionado.
Pós-modernismo – Modernidade
Líquida - Estamos vivenciando a partir da metade do século XX. Sociólogos observam
que a sociedade passou a ver valores e princípios sedimentados, que antes eram
de caráter absolutos e estão sendo relativizados. Uma das principais
características da sociedade pós-moderna é a superficialidade. A coletividade
foi substituída pelo egocentrismo, alimentando-se do narcisismo, hedonismo, na
busca da satisfação do ego humano.
Ver
postagem: http://samuca-borges.blogspot.com/2022/08/pos-modernidade-modernidade-liquida.html.
Narcisismo: Amor
e culto à própria imagem.
Hedonismo: Dedicação
ao prazer dos sentidos, o prazer como estilo de vida.
Porque
as religiões, movimentos sociais e políticos terminam com o sufixo ismo?
O sufixo “ismo” vem do grego e
indica uma ideologia, um sistema a ser seguido, algo consolidado como regra ou,
que se acredita ser uma regra.
Ideologia: Conjunto
de convicções filosóficas, sociais, políticas etc. de um indivíduo ou grupo de
indivíduos.
“Ismo” então, no aspecto
prático, indica um sistema de ideias, pensamentos, regras consolidadas de uma
causa, um movimento, ou de uma instituição social.
A fé bíblica é racional. Dizia
John Stott: “Crer é também pensar”. Já o racionalismo como sistema filosófico é
nocivo a fé e levou muitos a caírem no ceticismo. A fé é auxiliada pela razão,
porém é a fé que vê o sobrenatural (Hb 11.3).
Ceticismo – É um estado de quem duvida de tudo, de quem é descrente. Um indivíduo cético caracteriza-se por
ter predisposição constante para a dúvida, para a incredulidade.
III – Tipos de Autoidolatria
Idolatria – Tudo o que toma o primeiro lugar de Deus na vida do homem.
Deus não é prioridade em nossas vidas, em verdade, é o número um. Pessoas e
demais interesses vem após o número um. Deus deve ser é a primazia sobre tudo e
sobre todos.
A
máxima de Jesus a esse respeito está em Mt 22.34-40, quando sintetiza a Lei em
dois grandes mandamentos, quando responde a um fariseu e doutor da lei: Amar a
Deus, o Senhor, de toda alma e entendimento e ao próximo como a si mesmo.
E
na mesma linha da primazia a Deus, Jesus ensinou que quem não aborrecer (amar
menos) pai, mãe, mulher, filhos, irmãos, e a própria vida, não pode ser o seu
discípulo (Lc 14.26).
O
homem caído descrito por Paulo em II Tm 3.2-4 – É um indivíduo egoísta:
amante de si mesmo; avarento: amante do dinheiro; odioso: sem amor para com o
próximo; rebelde: sem submissão a Deus; e hedonista: amante dos deleites. Desse
modo, o homem não regenerada tem a necessidade de autopromover-se,
desenvolvendo uma opinião elevada de si mesmo (Lc 18.11), ao invés de negar a
si mesmo e seguir a Cristo (Lc 9.23-24).
A
autoidolatria na alma (vontade, emoções e intelecto) – do
homem não regenerado, o seu interior é descrito como enganoso e perverso (Jr
17.9). E traz a idolatria no seu íntimo quando prioriza a reputação pessoal,
busca o prazer como bem maior, nutre tendências supersticiosas e possui
excessivo apego aos bens materiais. Ao contrário dessa postura, o homem temente
guarda a Palavra de Deus no coração para não pecador contra o Senhor (Sl
119.11).
O culto à criatura se
identifica também no cuidado com o corpo, pois vai além de prezar pela saúde,
tem sido um narcisismo descarado.
A
compulsão e impulsividade sexual humana – Os homens entregues à
lascívia (sensualidade desregrada). A ausência de uma moralidade sadia e o
controle dos impulsos sexuais, resulta em: imoralidade (Rm 13.13 — NVI) e
libertinagem (2Co 12.21 — NVI). A concupiscência da carne caracteriza quem
é dominado pelo pecado sexual (Gl 5.19). Não se trata apenas da prática do ato
imoral, mas da busca intencional e compulsiva pelo prazer sexual ilícito (Rm
1.26,27; 1Co 6.15).
A regra de ouro para fugir
desse mal pecaminoso e vicioso é: “Vivam no Espírito e vocês jamais satisfarão
os desejos da carne” (Gl 5.16 – NAA).
Conclusão:
1.
A corrupção do gênero humano é consequência de sua rebeldia contra o Criador.
2.
O problema da humanidade persiste em ser: Adão caído e não macaco evoluído.
3.
A relativização do primeiro e grande mandamento amar a Deus sobre tudo e sobre
todos, com toda alma e entendimento, tem desnorteado, desvirtuado a relação do
homem com Deus.
4. Enfim, quem realmente quiser conhecer a
natureza humana, leia, examine o manual do fabricante do seu Criador: A Bíblia.
Fontes da Pesquisa:
Lição EBD/CPAD – 3º Trimestre
de 2023.
Bíblia Sagrada.
Internet.
Significados.com.br.
Anotações Pessoais.
Lição EBD/ADPE.
Condensado por Samuel P M
Borges.
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