Com amor, respeito e compaixão!
Cinquenta anos de história: Do relatório Kinsey (1948) à ordenação dos
primeiros homossexuais brasileiros (1998)
A História caminha ora a passos pequenos ora a passos largos. No desenvolvimento
da causa gay parece que ela andou muito depressa. Joe Dallas, um estudioso do
chamado Movimento Gay Cristão, acredita que foi tudo muito rápido: nas décadas
de 50 e de 60 os homossexuais diziam que eram seres humanos; na década de 70
eles se declararam normais; e nas duas décadas seguintes eles se levantaram o
suficiente para afirmar: “Não toleramos nenhuma oposição pública ao nosso ponto
de vista”.
O mesmo Joe Dallas mostra a mesma evolução do movimento de outra maneira: de
1950 a 1976, os homossexuais diziam apenas isto: “Deus também nos ama”; de 1976
a 1979, eles deram um pulo muito alto: “Deus não só nos ama, mas também
concorda que sejamos homossexuais”; e de 1980 até o presente, eles ameaçam:
“Qualquer pessoa que diga que não podemos ser homossexuais e cristãos precisa
ser silenciada”.
A principal fonte da presente cronologia é o livro A operação do erro, de
Joe Dallas, publicado em maio deste ano pela Editora Cultura Cristã: Caixa
Postal 15136, Cambuci, 01599-970 São Paulo, SP. Telefone (011) 270-7099 e fax
(011) 270-1255.
1948
Alfred Charles Kinsey, biólogo
e estatístico norte-americano, publica Sexual behavior in human male (Comportamento
sexual do macho humano). Kinsey é responsável pelo chamado “mito dos 10%”. Ele
surpreendeu o mundo inteiro ao concluir que um em cada dez homens é
homossexual, propagando a ideia de que o homossexualismo é muito mais comum do
que se pensava.
1950
A Sociedade Mattachine (para
homossexuais de ambos os sexos) e as Filhas de Bilitis (para lésbicas) começam
a batalhar pelos direitos dos homossexuais. Os dois grupos têm uma estratégia
conservadora: “Evolução, não revolução”. Os alvos são melhorar a imagem pública
dos homossexuais (de “pervertidos” para cidadãos respeitáveis), descriminalizar
as relações homossexuais e conseguir participação plena na vida americana para
os homossexuais. Com o possível apoio de psiquiatras, cientistas e
religiosos.
1955
O teólogo anglicano Derrick S.
Bailey publica o primeiro desafio sério contra a condenação bíblica do
homossexualismo, intitulado Homossexuality and western Christian
tradition (Homossexualismo e tradição cristã ocidental). É nesse livro que
aparece a tese de que Sodoma e Gomorra foram destruídas não por causa das
práticas homossexuais, mas por falta de hospitalidade. Tal explicação produziu
um grande alívio entre os homossexuais.
1963
A Comissão Literária do
Serviço do Lar da Sociedade dos Amigos, mais conhecidos como os Quacres (a
denominação protestante fundada por Jorge Fox na Inglaterra, no século XVII),
publica um panfleto sobre a sexualidade humana, no qual permite relações
sexuais antes do casamento, concorda com o adultério em alguns casos e
considera aceitável o homossexualismo. Embora não reflita a posição Quacre
oficial, o folheto vem a ser um dos primeiros marcos do Movimento Gay
Cristão.
1968
Ativistas homossexuais fazem
demonstrações públicas, uma na convenção da Associação Médica Americana, em São
Francisco, e outra na Escola de Médicos e Cirurgiões da Universidade de
Colúmbia, onde se realizava um congresso sobre homossexualismo. Usam panfletos,
fazem protestos e apelos ao senso público de justiça para colocar suas
posições.
1968 (6 de outubro)
Troy Perry, ex-pastor
pentecostal, funda a primeira denominação evangélica gay, com o pomposo nome de
Universal Fellowship of Metropolitan Community Churches (UFMMC). A essa altura,
Perry, de 28 anos, divorciado da esposa, já havia sido excluído da Igreja de
Deus carismática, por sua conduta homossexual. A Universal Fellowship é tida
como a maior organização que congrega homens e mulheres homossexuais, com cerca
de 300 igrejas em pelo menos dez países, inclusive, por último, no
Brasil.
1969 (28 de junho)
Nove detetives à paisana
entram no bar Stonewall, no bairro Greenwich Village, em Nova York, expulsam
cerca de 200 fregueses que lá estavam e prendem o gerente, um porteiro e três
travestis. Ao se retirarem do bar com os detentos, encontram uma multidão
irritada, que começa a lhes atirar pedras e garrafas. Os policiais se entrincheiram
dentro do bar até a chegada de reforços. O tumulto envolve a polícia e cerca de
400 manifestantes, e só acaba 45 minutos depois. Os distúrbios de Stonewall dão
origem ao Gay Power (poder gay) e marcam o início do protesto público
contra a discriminação de homossexuais. A data 28 de junho passa a ser “o dia
do orgulho gay”. (Veja Gay power &
gospel power)
1969 (16 de julho)
Três semanas depois dos distúrbios
de Stonewall, uma igreja episcopal de Nova York abre suas portas para o segundo
encontro de planejamento do Gay Power. A essa altura o homossexual Robert
Williams já foi ordenado pastor episcopal.
1971
A Igreja de Cristo Unida
ordena o primeiro pastor abertamente homossexual em uma denominação
reconhecida.
1972
Quatro anos depois de
organizada a Universal Fellowship, Troy Perry publica sua
autobiografia The Lord is my shepherd and he knows I’m gay (O Senhor
é meu Pastor e sabe que sou gay). Relata suas experiências religiosas e
sexuais. Diz que era idolatrado pela mãe e que, depois da morte do pai em
acidente de carro, cai nas mãos de um padrasto violento, a mando de quem é
estuprado aos 13 anos, como castigo por querer proteger a mãe da pancadaria de
seu segundo esposo. Cônscio de suas tendências homossexuais, envolve-se com
homens antes e depois de seu casamento. Torna-se pregador batista aos 15 anos e
evangelista da Igreja de Deus, aos 20.
1973 (15 de dezembro)
A diretoria da Associação Americana
de Psiquiatria retira o homossexualismo da sua lista de disfunções, que até
então era um desvio sexual. Bem antes era considerado um distúrbio sociopático
de personalidade (até 1968). A decisão é tomada sob pressão muito forte da
parte dos líderes dos movimentos favoráveis ao homossexualismo e em ambiente de
intimidação.
1974 (abril)
Reúne-se a assembleia da
Associação Americana de Psiquiatria para referendar a decisão da diretoria
tomada 4 meses antes. Dos cerca de 10 mil votantes, 40% se opõem à decisão da
diretoria de normalizar o homossexualismo. Os 60% restantes votam a favor. O
resultado, afirma o psiquiatra Ronald Bayer, “não foi uma conclusão baseada na
aproximação da verdade científica ditada pela razão, mas, antes, foi uma ação
exigida pela emoção ideológica da época”. Esse comentário tem muito valor
especialmente porque Bayer era simpático à causa homossexual.
1976
Dois anos depois de os
luteranos terem organizado os Luteranos Interessados, outras redes de
homossexuais foram formadas em várias confissões cristãs: a Afirmação,
entre os metodistas unidos; o Integridade, entre os episcopais;
o Dignidade, entre os católicos; o Afinidade, entre os adventistas do
sétimo dia; a Convenção de Lésbicas Católicas; os Amigos dos Assuntos
que Interessam a Lésbicas e Gays, entre os Quacres; e a Associação para
Assuntos de Lésbicas e Gays, na Igreja de Cristo Unida.
1976
Forma-se nos Estados Unidos
uma associação nacional de ministérios conservadores para ajudar aqueles que
desejam vencer seu homossexualismo. Recebe o nome de Exodus, para lembrar a
saída do povo de Israel do Egito.
1976
O pastor episcopal de renome e
escritor de sucesso Malcoln Boyd revela sua condição de homossexual por meio do
documento Off the mask! (Tire essa máscara!).
1977 (janeiro)
A Igreja Episcopal de Nova
York ordena a primeira pastora abertamente lésbica.
1978
Letha Scanzoni e Virginia Ramey Mollenkott publicam Is
the homossexual my neighbor? (Meu próximo é homossexual?), um livro
discretamente em favor dos homossexuais cristãos, que conseguiu obter lugar nas
prateleiras de livrarias cristãs e elogios da parte de críticos seculares e
cristãos em revistas sérias, como Christianity Today, The Christian
Century, The Journal of the Evangelical Theological Society e The
Christian Ministry.
1978 (outubro)
Ex-pastor auxiliar de uma
Igreja do Evangelho Quadrangular, já exonerado por má conduta (homossexualismo,
prostituição, adultério e bebedeira), Joe Dallas visita a Metropolitan
Community Church, a igreja protestante gay fundada dez anos antes por Troy
Perry em Nova York. Embora certo de que os textos tanto do Velho como do Novo
Testamento são claros e decisivos na condenação ao homossexualismo, Dallas
tenta conciliar sua formação cristã com o comportamento homossexual. Ele mesmo
confessa uma disposição mental escurecida, preparada para crer naquilo que lhe
convém crer e não naquilo em que deve crer. Inicialmente indeciso e confuso com
a aparente harmonia entre a conduta homossexual e os louvores entoados a Deus naquele
ambiente, Dallas não demorou muito a renunciar suas convicções religiosas
conservadoras em benefício de um espaço maior para viver sua homossexualidade.
Daqui para frente ele será um homossexual cristão, naturalmente não promíscuo,
mais temente a Deus e assíduo aos cultos.
1979
Uma pesquisa realizada pelo
periódico Medical Aspects on Homosexuality entre 10 mil psiquiatras
revela uma preocupante discrepância entre a posição oficial da Associação
Americana de Psiquiatria e a opinião de muitos de seus membros. Dos
entrevistados, 60% disseram que os homens homossexuais eram menos capazes de
“relacionamentos maduros e amorosos” do que os homens heterossexuais. E 69%
disseram “sim” à pergunta: “O homossexualismo geralmente representa uma
adaptação patológica?”
1980
Pelo menos oito livros em
favor da posição homossexual já estão no mercado: Homosexuality and the
western Christian tradition (Homos-sexualismo e tradição cristã
ocidental), Homosexual behavior among males (Comportamento
homossexual entre homens), Jonathan loved David (Jônatas amou a
Davi),Homosexuality and counseling (Homossexualismo e
aconselhamento), The Church and the homosexuality (A Igreja e o
homos-sexualismo), The Lord is my shepherd and he knows I’m gay (O
Senhor é meu Pastor e sabe que sou gay), Time for consent (Tempo para
consentir) e Another kind of love (Outro modo de amar). A maioria
deles foi publicada por editoras importantes (Westminster Press, SCM Press e
Thomas Moore Press).
1981 (setembro)
John Boswell, por muitos anos
professor de História na Universidade de Yale, publica Christianity,
social tolerance and homosexuality (Cristianismo, tolerância social e
homossexualismo). O livro de Boswell é tão importante para a causa gay
quanto A cabana do Pai Tomás foi para a causa abolicionista. O
professor apresenta dois argumentos básicos: 1) a Igreja nem sempre desaprovou
o homossexualismo; 2) os textos bíblicos que parecem condenar o homossexualismo
na verdade não se referem ao homossexualismo, mas a várias outras formas de imoralidade.
Boswell, porém, além de homossexual, não é “nem um lingüista, nem um
especialista em literatura, mas um historiador”, como observa Elodie Ballantine
Emig, sua contestadora.
1981 (9 de setembro)
A Universal Fellowship of
Metropolitan Community Churches, denominação que abriga gays em seu seio,
fundada 13 anos antes por Troy Perry, solicita sua filiação no Conselho
Nacional de Igrejas. Embora ecumênico e liberal, o Conselho nega o pedido e
explica que qualquer tentativa de filiação seria uma “burrice
impertinente”.
1983 (primeiro semestre)
O Conselho Nacional de Igrejas
e a Metropolitan Community Church realizam um culto ecumênico, depois de dois
anos de longas discussões sobre homossexualismo.
1983 (segundo semestre)
O Conselho Nacional de Igrejas
adia por tempo indeterminado quaisquer planos de aceitar a Metropolitan
Community Church como membro.
1984
Joe Dallas abandona definitivamente
a Metropolitan Community Church (Igreja da Comunidade Metropolitana) e o estilo
de vida homossexual. Ele desiste de ser as duas coisas ao mesmo tempo, gay e
cristão. Em vez de romper com o cristianismo, rompe com a vida e o movimento
gay. Ele havia se filiado a essa igreja gay seis anos antes (1978).
1989
A pastora Sylvia Pennington
publica uma crítica mordaz ao movimento de ex-homossexuais com o
título: Ex-gays? There are none! (Ex-gays? Não há nenhum!) O livro
contém histórias de homens e mulheres que tentaram inutilmente mudar da homossexualidade
para a heterossexualidade. Esse é o primeiro ataque pesado a qualquer movimento
cristão de auxílio aos homossexuais. A partir daí o debate entre os
“homossexuais cristãos” e os “ex-homossexuais” torna-se comum em programas de
televisão e na imprensa. (Veja Ex-gays? Há muitos!)
1990
A médica norte-americana
Judith Reisman põe por terra todas as conclusões e os métodos do biólogo Alfred
Kinsey, com a publicação do livro Kinsey, sex and fraud: the
indoctrination of a people (Kinsey, sexo e fraude: a doutrinação de um
povo). Uma das descobertas de Reisman é que 25% dos homens que Kinsey pesquisou
eram prisioneiros, em especial criminosos sexuais. Isso quer dizer que os dados
do livro Comportamento sexual do macho humano, publicado 42 anos antes, não
foram tomados de uma população que representava com exatidão os homens
americanos. O livro de Reisman e estudos subseqüentes desautorizaram, ainda que
tardiamente, o mito de que 10% da população masculina dos EUA seriam
homossexuais.
1990
Troy Perry, fundador da
primeira denominação cristã homossexual (outubro de 1968) publica seu segundo
livro: Don’t be afraid anymore (Nunca mais tenha medo). O primeiro (The Lord is my shepherd and he knows I’m
gay) saiu 18 anos antes.
1993
O pastor Mel White, escritor e
produtor de filmes cristãos, revela no livro Stranger at the
gate (Estranho à porta) que é homossexual. A declaração choca tanto a
comunidade cristã como a secular, por se tratar de um líder evangélico famoso,
que até então cooperava com Billy Graham e Jerry Falwell. Mel White passa a ser
o representante mais visível e influente do Movimento Gay Cristão. O autor
confessa que não conseguiu vencer suas tendências homossexuais e acabou por se
entregar a elas e encontrar um amante, a conselho de um psicólogo: “Aprendi a
aceitar e até a celebrar minha orientação sexual como um dos dons de
Deus”.
1993
Os produtores Teodoro Maniaci
e Francine Rzenik filmam um documentário de 90 minutos sobre o Exodus International
(entidade de apoio ao homossexual que deseja abandonar seu estilo de vida), sob
o título One nation under God (Uma nação sob Deus). O filme reproduz
entrevistas com homossexuais que tentaram inutilmente assumir o estilo
heterossexual com o auxílio de ministérios como o do Exodus. O propósito do
documentário é provar, só com o peso dos testemunhos e da emoção, que nenhum
homossexual jamais poderá viver de outro modo.
1994
John Boswell, autor do mais
importante livro em defesa do homossexualismo, morre de Aids.
1994
O canal PBS projeta o
documentário de Teodoro Maniaci e Francine Rzenik em sua série “Pontos de
Vista”. Pela primeira vez, todos os Estados Unidos são expostos aos argumentos
dos homossexuais cristãos que zombam da ideia de que alguém pode mudar sua
orientação sexual, mesmo por Cristo.
1995
Com 14 anos de atraso, saem as
duas primeiras refutações ao livro Christianity, social tolerance and
homosexuality (Cristianismo, tolerância social e homossexualismo), do
professor homossexual John Boswell. Thomas
E. Schmidt publica Straight & narrow? Compassion and clarity in the
homosexual debate (Compaixão e clareza no debate homossexual). E Marion Soards
publica Scripture and homosexuality: Biblical authority and the Church
today (Escritura e homossexualidade: Autoridade bíblica e igreja hoje). O
primeiro foi publicado pela Intervarsity Press. Porque morreu no ano anterior,
Boswell não teve oportunidade de ler esses dois livros.
1996
Doze anos depois de abandonar
a Metropolitan Community Church e o estilo gay, Joe Dallas, aos 42 anos,
publica A strong delusion (Um grande engano — mais tarde traduzido
para o português com o título A operação do erro). Escrito por alguém que
foi abertamente homossexual e que tentou harmonizar a fé cristã com o
homossexualismo, o livro de Joe Dallas é de valor inestimável, sobretudo porque
trata os homossexuais com respeito e as Escrituras Sagradas com mais respeito
ainda. Dallas conhece e cita uma quantidade enorme de autores comprometidos com
o movimento cristão gay. A strong delusion é dedicado à liderança de
Exodus Internacional, com o seguinte recado: “Fiquem firmes”.
1998 (31 de janeiro)
Já instalada na América Latina
e em várias partes do mundo, o ministério Exodus é organizado no Brasil. O presidente
é o engenheiro agrônomo Affonso Henrique Lima Zuin, professor da Universidade
Federal de Viçosa e presbítero da Igreja Presbiteriana da mesma cidade.
1998 (11-14 de junho)
Realiza-se em Viçosa, MG, o
III Encontro Cristão sobre Homossexualismo, promovido por Exodus Brasil. A
Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Simpatizantes reage
violentamente, denuncia na mídia o Encontro como fraudulento e pede à
Organização de Direitos Humanos e à Ordem de Advogados do Brasil que impeçam a realização
do Encontro. Solicita também ao Conselho Federal de Psicologia e Medicina que
casse o registro de todos os psicólogos e psiquiatras que participaram do
evento.
1998 (23 de junho)
Os homossexuais brasileiros
Luiz Fernando, de 27 anos, e Victor, de 26, são ordenados pastores na
Comunidade Cristã Gay, em São Paulo. A cerimônia é presidida por Neemias
Marien, ex-pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil.
Judith A. Reisman: “A pesquisa
de Kinsey é o mais flagrante exemplo de fraude científica do presente século”.
Fonte: Revista Ultimato setembro-outubro de 1998. Edição 254.
Nota do Blog: Esta postagem se restringe a cronologia do movimento, de 1948-1998. De lá para cá,
a causa homossexual tomou outras proporções sob o guarda-chuva do respeito às
diferenças e da diversidade cultural, o que não é objeto da presente postagem.
Samuel P M Borges
Natal/RN, 10/07/2023.
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