I Coríntios 6.13 – “Mas o corpo não é para a fornicação, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo”.
Introdução: A visão materialista do corpo despreza a perspectiva bíblica
e ignora elevados propósitos de Deus a respeito do corpo. A cultura secular
tende a maltratar, desvalorizar e descartar o corpo. Quais as consequências
dessa linha de pensamento? Que ética a sociedade não cristã se utiliza para
usar o corpo, parte da unidade do ser humano criado por Deus? Entre outras indagações, discutiremos no
trajeto desse estudo.
Pontos Fundamentais:
- O ser humano é constituído de espírito, alma e corpo (I Ts
5.23) - E deve ser
mantido sem repreensão, na totalidade, para um dia se encontrar com Deus
pessoalmente.
- O corpo é o suporte, o limite do existir material - Toda causa morte aponta para o
corpo. A parte imaterial espírito e alma são imortais, mas pode ser maltratada.
- Ao cristão é recomendado glorificar, engrandecer a Deus no corpo
e no espírito (I Co 6.20). Tudo que temos e somos, cristãos ou não, pertencem a Deus (Sl 24.1).
- O corpo do homem, da mulher nascidos de novo, são templo e
morada de Deus (I Co 6.19; Ef 1.13) - A condicionante é viver nesta vida na obediência ao Senhor
Jesus (Jo 14.23).
– Para a eternidade, o corpo do salvo em Jesus, na
ressurreição será transformado em corpo glorificado (plenitude da redenção - Rm
8.23; Fp 3.21). De
modo que o corpo de cada ser humano é identidade personalíssima até na
eternidade. E lá nos conheceremos.
“Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e
assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus” (Mt
8.11).
– Toda a nossa existência aqui é uma e única no corpo, um dia prestaremos contas dela a Deus (Ec 12.14). Deus não é fluido, uma força inominada, é Deus pessoal, o
juiz de toda a Terra (Gn 18.25; Sl 7.11; 33.5).
I – A Criação do Ser Humano
O homem é o único ser criado à imagem e semelhança do seu
Criador - Em
aspectos espiritual, moral e intelectual (Gn 1.26-27). E de Deus recebeu
diretamente o fôlego da vida (Gn 2.7).
A sua criação ocorreu de modo imediato e não evolutivo - Adão, o primeiro homem criado (Gn
2.7,19-20). E Eva, a primeira mulher, formada do corpo de Adão (Gn 2.21-23;3.20).
Portanto, uma só espécie.
O hebraico adham é nome próprio e genérico - Também denota o significado de
homens e humanidade (Sl 73.5; Is 31.3).
A natureza humana - Consiste numa parte exterior, o corpo ou a carne (Gn 6.3;
Sl 78.39, é o homem exterior. E a parte interior composta de espírito e alma,
chama também de homem interior (II Co 4.16; I Ts 5.23). Assim cremos, é a
teologia tricotômica do homem (Hb 4.12).
Espírito e alma - Distintos e Inseparáveis - O espírito é o
componente pelo qual se tem comunhão com Deus. Tem duas faculdades: Consciência
e a fé. E a alma definida nos aspectos de intelecto, emoções e vontade.
Queda e Restauração Humana – O homem foi afetado pelo pecado em todo o seu ser
(Rm 7.20-23). E nesse entendimento não se pode dissociar o corpo do espírito e
da alma. Ou seja, a vida espiritual não pode ser desassociada do corpo (I Co
6.20). Glorificai, portanto, a Deus no vosso corpo e espírito!
O Destino Final do Corpo - Voltará ao pó. E no caso dos salvos, receberão um corpo
ressurreto e glorificado (I Co 15.42). E o não salvo, ressuscitado sem corpo
glorificado (Dn 12.2; Jo 5.28-29).
II – A Visão Secular do Corpo
No hedonismo - A busca do prazer e as muitas fugas da realidade mundaniza
os humanos e os faz insensatos, sem respeito e temor para com Deus.
No narcisismo pós-moderno – Há um foco excessivo pela aparência
física, persegue-se o corpo estético ideal, as vezes com complemento alimentar
danoso à saúde, importa autorrealização, admiração e ostentação da casca
exterior.
Quando o apóstolo Paulo afirmou que o exercício físico para
pouco aproveita, estava dizendo que só servia para esta curta vida aqui, enquanto
uma vida piedosa, a vivência do amor cristão, repercute até na eternidade.
I Tm 4.8 – “Porque o exercício corporal para pouco aproveita,
mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da
que há de vir”.
Erotização e libertinagem – “O pecado não está no sexo. Mas na perversão de seu
propósito” – Pr. Douglas Batista. Os gnósticos diziam que a matéria era má. A Igreja na Idade Média via o corpo como algo pecaminoso. A sexualidade Deus
estabeleceu para procriação, prazer e bem-estar do casal monogâmico e hétero,
dentro dos limites do matrimônio e do uso do corpo (Rm 1.26-27; Hb 13.4).
É triste ver a licenciosidade, conduta sexual desregrada,
proliferando na sociedade e os indivíduos arranjando teorias para justificar a
sua pecaminosidade latente, trazendo sérios problemas de ordem pública no ético-moral.
Defendem o direito ao aborto, a liberação das drogas, a
prostituição, a pedofilia, o incesto, o suicídio assistido etc. o que podemos chamar de o enxoval
da cultura da morte.
Liberdade e autonomia – Deus dotou os homens de livre-arbítrio (Gn 2.16-17).
Tem autonomia para tomar decisões, fazer escolhas e se autogovernar.
Existencialismo ateu – Nele o homem não tem a quem se submeter. É dono de si.
Ensina que para os seres humanos descobrir o sentido da vida devem usufruir de
liberdade incondicional. Em geral, se tornaram inconsequentes, banalizam o
corpo, as pessoas e a vida.
A verdade é que muitos indivíduos não assumem suas
responsabilidades. Sofrem as consequências e um dia prestarão contas àquele de
quem não podem fugir (Rm 14.11-12).
III – A Visão Bíblica do Corpo
O termo corpo (do grego, soma) - Normalmente identifica a parte do
homem exterior (Mt 10.28; I Co 15.38).
O termo carne (do grego, sarx) - Quando se refere ao homem físico e
inclui a sua presença exterior (Lc 24.39; At 2.31). Assim sendo, o corpo é o
invólucro da parte imaterial do ser humano.
Carne em sentido negativo - Geralmente na Bíblia diz respeito à natureza caída, o homem preso e sob o pecado, e não ao corpo físico (Rm 7.18).
O corpo envelhece e morre, o espírito volta para Deus que o
deu (Ec 12.7; Tg 2.26) - Eis a razão por que no corpo está o limite da existência material
(reiteração).
O Estado Intermediário – É o período entre a morte e a ressureição – O corpo estará
no pó, sepultado, e a parte imaterial do ser humano subsiste consciente (Lc
9.28-31;16.22-31), na dimensão espiritual, conforme a condição diante de Deus.
O corpo material não herdará o Reino de Deus – Ou seja, não é apropriado para a
dimensão celestial (I Co 15.50).
A glorificação - a terceira e última etapa da redenção - As duas primeiras são justificação
e santificação. E, portanto, o último inimigo a ser vencido é a morte (I Co 15.12-26).
Glorificação na ressurreição (Rm 8.22-23) – É a transformação do corpo mortal
em corpo glorioso, semelhante ao de Cristo (I Co 15.51-52; Fp 3.21). Jesus ao
ressuscitar aniquilou, destruiu o império da morte (Hb 2.14-15) e garantiu a
nossa ressurreição.
Conclusão
1. Não se pode pecar no corpo e não afetar o espírito e alma.
É enganoso, transgride-se princípios divinos.
2. Deus, o Criador e redentor, não
quer interagir conosco só espiritualmente, e sim com o ser humano na
integralidade, espírito alma e corpo.
3. Não reine (domine), portanto, o pecado em vosso corpo
mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências (Rm 6.12).
4. Enfim, que apresentemos os nossos corpos em sacrifício
vivo, santo e agradável a Deus, que o culto racional, com entendimento (Rm 12.1).
Fontes da pesquisa:
Bíblia Sagrada.
Lição EBD/CPAD – 3º trimestre de 2023.
Anotações Pessoais do Blog.
Por Samuel Pereira de Macedo Borges
Bacharel em Direito e Teologia
Natal/RN, 26/08/2023.
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